Brasil
Lula e Trump sobem tensão, enquanto Brasil segue sem avanços contra tarifas

Os presidentes do Brasil, Lula, e dos Estados Unidos, Donald TrumpImagem: Gabriela Biló/Folhapress e Carlos Barria/Reuters
Declarações do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na quinta-feira (17), aumentaram a tensão em torno da imposição do tarifaço americano de 50% aos produtos brasileiros.
Enquanto isso, o Brasil segue sem avanços para uma resolução concreta ao problema. O tarifaço entra em vigor em 1º de agosto.
Em entrevista à CNN, Lula criticou o anúncio surpresa do aumento de tarifas e a forma como o governo americano comunicou a decisão — por meio de carta nas redes sociais.
“Não podemos deixar o presidente Trump esquecer que ele foi eleito para governar os EUA. Ele não foi eleito para ser o imperador do mundo”, afirmou o presidente brasileiro.
A resposta da Casa Branca foi rápida.
“O presidente certamente não está tentando ser o imperador do mundo. Ele é um presidente forte dos Estados Unidos da América e também o líder do mundo livre. E vimos uma grande mudança em todo o mundo devido à forte liderança deste presidente”, disse a porta-voz do governo Trump, Karoline Leavitt.
Além de atacar diretamente Trump, Lula voltou a ameaçar as big techs americanas com a possibilidade de novas tributações — uma medida que desagrada ao Trump, conhecido por seu histórico de proteção às gigantes do Vale do Silício.
“Esse país só é soberano porque o povo brasileiro tem orgulho desse país. Eu queria dizer para vocês que a gente vai julgar e cobrar impostos das empresas americanas digitais”, afirmou Lula, em evento em Goiânia. Ele não detalhou quais companhias seriam afetadas nem como essa taxação ocorreria.
Questionadas pela CNN, lideranças do governo no Congresso não souberam explicar como se daria a cobrança, tampouco têm previsão para uma eventual implementação. O discurso de Lula reativou críticas dos Estados Unidos, que acusam o Brasil de manter regras que prejudicam empresas americanas.
“Há anos sabemos que as regulamentações digitais do Brasil e a fraca proteção à propriedade intelectual minam as empresas de tecnologia e inovação dos EUA. Sua tolerância ao desmatamento ilegal e outras práticas ambientais coloca os produtores, fabricantes e pecuaristas americanos em desvantagem competitiva”, afirmou Karoline Leavitt.
O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), já chegou a declarar que reverter o tarifaço é mais urgente do que a investigação dos EUA contra o Brasil sobre essas supostas práticas. Ele continua nesta sexta-feira (18) com reuniões com empresários de setores que serão impactados pelas tarifas. No entanto, a percepção entre governistas e opositores é de que o governo federal ainda não conseguiu consolidar um canal efetivo de negociações com autoridades americanas.
A escalada de tensão causa preocupação no setor privado brasileiro, especialmente entre os representantes da indústria e do agronegócio, que temem que o conflito político entre os líderes inviabilize a negociação de um acordo sobre o tarifaço. Empresários envolvidos nas conversas com o governo brasileiro relatam insegurança sobre os rumos do processo.
Em meio às dificuldades do governo brasileiro de conseguir uma sinalização positiva dos Estados Unidos, Jair Bolsonaro se apresentou para tentar negociar com Trump. “Se o Lula sinalizar para mim, eu sei que não é ele que vai dar o passaporte, eu negocio com o Trump.”
Paralelamente, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal licenciado e filho do ex-presidente, foi citado em reportagem do Washington Post sobre sua tentativa de convencer o governo americano a impor sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
O clã Bolsonaro também aposta em um possível gesto de apoio de Trump para impulsionar o projeto de anistia que tramita no Congresso — proposta que beneficiaria o ex-presidente brasileiro. No entanto, o Congresso entrou em recesso sem avançar no tema.
Em nova carta divulgada nesta quinta, Donald Trump voltou a defender Bolsonaro. O republicano pediu que o julgamento contra o ex-presidente brasileiro seja imediatamente interrompido.
Ele também atacou o governo Lula, afirmando esperar que o Palácio do Planalto “mude de rota”, em referência ao que classificou como “ataques a opositores” e “regime ridículo de censura”.
Fonte: CNN
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Papa Leão XIV divulga nova orientação para sexo no casamento

Papa Leão na FAO em Roma • 16/10/2025 REUTERS/Remo Casilli
Em um novo decreto assinado pelo papa Leão XIV, o Vaticano divulgou orientações para fiéis sobre a prática sexual no casamento, reconhecendo que o sexo não se limita apenas à procriação, mas contribui para “enriquecer e fortalecer” a “união exclusiva do matrimônio”.
A questão está intimamente ligada à finalidade unitiva da sexualidade, que não se limita a assegurar a procriação, mas contribui para enriquecer e fortalecer a união única e exclusiva e o sentimento de pertencimento mútuo.
O documento assinado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé cita o Código de Direito Canônico e diz que uma visão integral da caridade conjugal é aquela que “não nega sua fecundidade”, ainda que deva “naturalmente permanecer aberta à comunicação de vida”.
O texto também prevê o conceito de consentimento livre” e “pertencimento mútuo”, assegurando a mesma dignidade e direitos ao casal.
“Um cônjuge é suficiente”
No decreto publicano em italiano, o Vaticano orientou 1,4 bilhão de católicos do mundo a buscarem o casamento com uma única pessoa para a vida toda e a não manterem relações sexuais múltiplas, estabelecendo que o casamento é um vínculo perpétuo e “exclusivo”.
Criticando a prática da poligamia na África, inclusive entre membros da Igreja, o decreto reiterou a crença de que o casamento é um compromisso para toda a vida entre um homem e uma mulher.
“Sobre a unidade do matrimônio – o matrimônio entendido, isto é, como uma união única e exclusiva entre um homem e uma mulher – encontra-se, ao contrário, um desenvolvimento de reflexão menos extenso do que sobre o tema da indissolubilidade, tanto no Magistério quanto nos manuais dedicados ao assunto”, diz o documento.
“Embora cada união conjugal seja uma realidade única, encarnada dentro das limitações humanas, todo matrimônio autêntico é uma unidade composta por duas pessoas, que requer uma relação tão íntima e abrangente que não pode ser compartilhada com outros”, enfatizou a Santa Sé.
Fonte: CNN
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PF afasta delegado e policial em operação contra esquema de ouro ilegal no Amapá
Operação Cartucho de Midas apreende mais de R$ 1 milhão, € 25 mil e prende suspeito com arma restrita; movimentações acima de R$ 4,5 milhões reforçam indícios de lavagem de dinheiro.

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Roraima suspende novas licenças para extração de ouro após recomendação do MPF
Medida vale por prazo indeterminado e ocorre diante do uso ilegal de mercúrio em garimpos, inclusive licenciados; Femarh terá de revisar autorizações já emitidas.

No mês de fevereiro deste ano, o Estado do Amazonas exportou US$ 11 milhões em ouro para a Alemanha. (Foto: Shuttestock)
Atendendo a uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Roraima (Femarh) suspendeu, por prazo indeterminado, a emissão de novas licenças ambientais para extração de ouro em todo o estado. A decisão decorre de um inquérito civil que apura os impactos socioambientais do uso de mercúrio no garimpo na Amazônia.
Segundo o MPF, o mercúrio — substância altamente tóxica — vem sendo empregado inclusive em garimpos com licença ambiental, sem fiscalização adequada sobre o método de beneficiamento do minério. O órgão ressalta que todo o mercúrio utilizado nessas atividades é ilegal, uma vez que o Ibama não autoriza sua importação para fins minerários.
A recomendação determina que a Femarh passe a exigir dos empreendimentos a especificação da técnica de separação do ouro e documentos que comprovem o uso de tecnologia apropriada. Também orienta a revisão das licenças já concedidas e a suspensão daquelas que mencionem o uso do metal tóxico.
Em nota, a Femarh informou que não autorizará novas atividades de extração enquanto não houver estudos técnicos que garantam métodos alternativos ao uso do mercúrio.

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