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Lula diz que não reconhece vitória de Maduro e pede explicações
Presidente afirmou que ‘ainda não reconhece’ a vitória de Maduro. Lula reforçou a importância da apresentação das atas e da sugestão de fazer uma nova eleição.

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro com o presidente Luiz Inacio Lula da Silva, no Palcio Itamaraty. | Sérgio Lima/Poder360
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira (15) que “não quer se comportar de forma apaixonada ou precipitada” sobre resultados das eleições na Venezuela. E que Nicolás Maduro está devendo uma explicação para o Brasil e para o mundo.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, órgão responsável pela apuração, proclamou, em 29 de julho, a vitória de Nicolás Maduro no pleito do país, realizado no dia anterior.
Ainda de acordo com Lula, a relação com a Venezuela “ficou deteriorada”, porque a situação política do país “está ficando deteriorada”.
“Não é fácil e não é bom que um presidente da República de um país fique dando palpite sobre a política de um presidente de outro país. Eu mantenho relações com a Venezuela desde quando tomei posse em 2002, tive muita relação com o [Hugo] Chavéz […]. E essa relação ficou deteriorada porque a situação política lá está ficando deteriorada na Venezuela”, afirmou Lula.
“Conversei com o Maduro antes das eleições, agora não conversei, mas dizendo para o Maduro que a transparência e a legitimidade do resultado é o que iria permitir que a gente continuasse brigando para que fossem suspensas as sanções contra a Venezuela”, prosseguiu.
O presidente reforçou a importância de apresentação das atas com o resultado das eleições. Segundo Lula, o governo brasileiro quer que o Conselho Nacional Eleitoral diga publicamente quem ganhou as eleições.
Questionado se reconhece Maduro como presidente eleito, Lula informou que “ainda não”. Segundo Lula, Maduro “sabe que ele está devendo uma explicação para a sociedade brasileira e para o mundo”.
“Ontem eu tive uma reunião com o presidente da Colômbia, anteontem eu tive uma reunião com a Colômbia e com o México, para ver se encontrava uma saída. Tem que apresentar os dados, agora, os dados têm que ser apresentados por algo confiável. O Conselho Nacional Eleitoral, que tem gente da oposição, poderia ser, mas ele não mandou para o Conselho, ele mandou para a Justiça, para a Suprema Corte dele. Eu posso julgar a Justiça de outro país”, afirmou Lula.
Lula disse que ligará para Maduro, mas informou a data.
“Fazer um governo de coalizão, convoca a oposição. Muita gente que está no meu governo não votou em mim e eu trouxe todo mundo para participar do governo […]”, sugeriu Lula. “Eu não quero me comportar de forma apaixonada e precipitada, eu quero resultado”, arrematou.
“Eu quero o resultado, se tiver, vamos tratar. O Maduro ainda tem seis meses de mandato, só termina ano que vem. Se ele tiver bom senso, ele poderia fazer uma conclamação ao povo da Venezuela, quem sabe até convocar novas eleições, estabelecer um critério de participação de todos os candidatos, criar um comitê eleitoral suprapartidário, que participe todo mundo, e deixar que entrem olheiros do mundo inteiro para ver as eleições”, prosseguiu.
As declarações de Lula foram dadas em entrevista à Rádio T FM, do Paraná.
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Pagamento especial do saque-aniversário do FGTS continua hoje
Cerca de 8,1 milhões de trabalhadores que aderiram ao saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e foram demitidos sem justa causa de janeiro de 2020 até o fim de fevereiro deste ano continuam a receber, nesta quarta-feira (18), o saldo acima de R$ 3 mil dos depósitos dos antigos empregadores. Ao todo, a Caixa Econômica Federal liberará R$ 6,4 bilhões nesta rodada.
Recebem nesta quarta-feira os trabalhadores nascidos em maio, junho, julho e agosto. Nesta etapa, os trabalhadores com saldo retido maior que R$ 3 mil recebem a diferença entre esse valor e o restante dos depósitos retidos até 1º de junho deste ano.
A Caixa esclarece que, na nova rodada de saque, será paga a remuneração dos valores de março, abril e maio. O FGTS é corrigido pela Taxa Referencial (TR) mais 3% ao ano.
O pagamento será feito na conta cadastrada no aplicativo FGTS até 28 de maio, que corresponde a 85% do público-alvo. Quem se cadastrou depois precisará ir a uma agência da Caixa, a uma casa lotérica ou a um terminal de atendimento eletrônico do banco.
Primeira etapa
A primeira etapa, com o pagamento de saldos até R$ 3 mil, ocorreu em março. Segundo o balanço mais recente da primeira fase, até 28 de maio, 10,1 milhões de trabalhadores tinham sacado R$ 5,3 bilhões, de um total de 12,2 milhões de pessoas com direito a receber.
O trabalhador que teve o saque oferecido nas agências na primeira fase tem até 27 de junho para retirar o dinheiro. Após esse prazo, voltam a valer as regras tradicionais do saque-aniversário.
O dinheiro dos trabalhadores demitidos de 2020 a fevereiro deste ano estava bloqueado para quem optou por essa modalidade de saque, mas foi liberado por uma medida provisória (MP) no fim de fevereiro. O governo esclareceu que a MP é excepcional e retroativa, não beneficiando os futuros demitidos.
Os trabalhadores dispensados sem justa causa a partir de março e que optaram pelo saque-aniversário continuarão a ter o saldo retido, recebendo apenas a multa rescisória de 40%. As demais regras do saque-aniversário não foram alteradas.
Dos 12,2 milhões de trabalhadores beneficiados nas duas etapas, apenas 2,5 milhões vão ter direito ao saldo integral dos depósitos feitos pelos antigos empregadores no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Os 9,6 milhões restantes terão descontada a antecipação do saque-aniversário, tipo de empréstimo oferecido por instituições financeiras.
Calendário
Valores até R$ 3 mil
- 6 de março: nascidos em janeiro, fevereiro, março e abril e quem vinculou a conta bancária ao aplicativo FGTS;
- 7 de março: nascidos em maio, junho, julho e agosto;
- 10 de março: nascidos em setembro, outubro, novembro e dezembro.
Valores acima de R$ 3 mil
- Diferença entre os R$ 3 mil sacados em março e o restante do saldo bloqueado;
- 17 de junho: nascidos janeiro, fevereiro, março e abril e nascidos em janeiro, fevereiro, março e abril e quem vinculou a conta bancária ao aplicativo FGTS;
- 18 de junho: nascidos em maio, junho, julho e agosto;
- 20 de junho: nascidos em setembro, outubro, novembro e dezembro.
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Governo quer controlar CPMI do INSS e aposta em Omar Aziz na presidência
Após a leitura do requerimento de criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) na sessão do Congresso, na terça-feira (17), o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se mobiliza para assumir o controle de um dos principais cargos do colegiado, a presidência, e impedir que a oposição dite os rumos da investigação.
A estratégia do Planalto é garantir aliados nos postos-chave. O senador Omar Aziz (PSD-AM) é o nome cotado para presidir a comissão, enquanto há uma ofensiva para evitar que a relatória fique sob o comando de um deputado bolsonarista.
Com Aziz praticamente assegurado na presidência, o foco agora é a definição do relator — cargo que cabe à Câmara dos Deputados.
A expectativa é que a relatoria fique com o PL, que ainda avalia se indicará o deputado Coronel Crisóstomo (PL-RO), responsável por organizar as primeiras assinaturas para a CPI na Câmara, ou a deputada Coronel Fernanda (PL-MT), que também mobilizou apoio para instalar a CPMI.
Governistas temem que o PL — partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e principal adversário do governo Lula —, ao assumir a relatoria da CPMI, use o colegiado para desgastar o presidente.
O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), defendeu uma composição equilibrada. Para ele, a estratégia da ala aliada ao presidente Lula é revelar que as fraudes ocorreram durante o governo Bolsonaro e só foram descobertas na atual gestão.
Apesar da defesa por equilíbrio, Randolfe aposta no presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para conduzir a escolha do relator com isenção.
“Seria de bom-tom que a investigação não fosse conduzida nem por alguém do partido do presidente da República e nem pelo principal partido de oposição”, afirmou.
Nos bastidores, o Planalto articula com os partidos do chamado centrão para barrar a indicação de um relator bolsonarista e impedir que a CPMI seja transformada em palanque contra o governo.
Fonte: CNN
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