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Justiça nega recurso de Maria do Rosário contra Bolsonaro em ação arquivada

Bolsonaro disse a Maria do Rosário que ela ‘não merecia ser estuprada’
Imagem: Zeca Ribeiro/Ag. Câmara
Após recurso da deputada Maria do Rosário (PT-RS), a Justiça do Distrito Federal e Territórios arquivou de vez o processo movido por ela contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que, em 2014, disse que não a estupraria porque ela não “merecia”.
O que aconteceu
Justiça voltou a reconhecer que o processo prescreveu. A ação foi apresentada em 2016, e, mesmo considerando o período de quatro anos em que a ação ficou suspensa enquanto Bolsonaro estava na Presidência da República, o prazo prescricional de três anos foi superado, argumentou 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais do TJDFT.
Caso teve ampla repercussão na época. Em frente às câmeras, quando ainda era deputado federal, Bolsonaro disse a Maria do Rosário que não a estupraria porque ela “não merece”, por ser “muito feia” e porque ela não faria o seu “tipo”. A parlamentar o processou por incitação ao estupro.
Deputada diz que “violência foi condenada” na esfera cível. “Apesar do arquivamento, venci o processo cível por danos morais. A violência foi condenada. Distribui a indenização às entidades que protegem mulheres e meninas vítimas de violência. Esta resistência foi feita por todas nós”, afirmou em declaração enviada ao UOL.
O ex-presidente já foi condenado a pagar R$ 10 mil em danos morais pela mesma ofensa e precisou pedir desculpas publicamente. A decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, de 2015, foi reiterada pelo STF em 2019.
Relembre o histórico do caso
Em 2016, a 1ª Turma do STF denunciou Bolsonaro pela ofensa. Porém, o andamento da ação penal foi suspenso em 2019, quando ele assumiu a Presidência.
Em 2023, a ação penal foi enviada à primeira instância após Bolsonaro deixar o Planalto. Desde então, porém, o Ministério Público afirmou que não era mais possível punir Bolsonaro em razão da prescrição. O caso já havia sido arquivado em novembro de 2023, mas a deputada recorreu.
Agora, ação está arquivada em definitivo. O processo de baixa ocorreu na quinta-feira (10). Certifico que procedi à baixa no nome da parte requerida, em razão do trânsito em julgado do acordão.
*Com informações de Estadão Conteúdo
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Papa Leão XIV divulga nova orientação para sexo no casamento

Papa Leão na FAO em Roma • 16/10/2025 REUTERS/Remo Casilli
Em um novo decreto assinado pelo papa Leão XIV, o Vaticano divulgou orientações para fiéis sobre a prática sexual no casamento, reconhecendo que o sexo não se limita apenas à procriação, mas contribui para “enriquecer e fortalecer” a “união exclusiva do matrimônio”.
A questão está intimamente ligada à finalidade unitiva da sexualidade, que não se limita a assegurar a procriação, mas contribui para enriquecer e fortalecer a união única e exclusiva e o sentimento de pertencimento mútuo.
O documento assinado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé cita o Código de Direito Canônico e diz que uma visão integral da caridade conjugal é aquela que “não nega sua fecundidade”, ainda que deva “naturalmente permanecer aberta à comunicação de vida”.
O texto também prevê o conceito de consentimento livre” e “pertencimento mútuo”, assegurando a mesma dignidade e direitos ao casal.
“Um cônjuge é suficiente”
No decreto publicano em italiano, o Vaticano orientou 1,4 bilhão de católicos do mundo a buscarem o casamento com uma única pessoa para a vida toda e a não manterem relações sexuais múltiplas, estabelecendo que o casamento é um vínculo perpétuo e “exclusivo”.
Criticando a prática da poligamia na África, inclusive entre membros da Igreja, o decreto reiterou a crença de que o casamento é um compromisso para toda a vida entre um homem e uma mulher.
“Sobre a unidade do matrimônio – o matrimônio entendido, isto é, como uma união única e exclusiva entre um homem e uma mulher – encontra-se, ao contrário, um desenvolvimento de reflexão menos extenso do que sobre o tema da indissolubilidade, tanto no Magistério quanto nos manuais dedicados ao assunto”, diz o documento.
“Embora cada união conjugal seja uma realidade única, encarnada dentro das limitações humanas, todo matrimônio autêntico é uma unidade composta por duas pessoas, que requer uma relação tão íntima e abrangente que não pode ser compartilhada com outros”, enfatizou a Santa Sé.
Fonte: CNN
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PF afasta delegado e policial em operação contra esquema de ouro ilegal no Amapá
Operação Cartucho de Midas apreende mais de R$ 1 milhão, € 25 mil e prende suspeito com arma restrita; movimentações acima de R$ 4,5 milhões reforçam indícios de lavagem de dinheiro.

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Roraima suspende novas licenças para extração de ouro após recomendação do MPF
Medida vale por prazo indeterminado e ocorre diante do uso ilegal de mercúrio em garimpos, inclusive licenciados; Femarh terá de revisar autorizações já emitidas.

No mês de fevereiro deste ano, o Estado do Amazonas exportou US$ 11 milhões em ouro para a Alemanha. (Foto: Shuttestock)
Atendendo a uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Roraima (Femarh) suspendeu, por prazo indeterminado, a emissão de novas licenças ambientais para extração de ouro em todo o estado. A decisão decorre de um inquérito civil que apura os impactos socioambientais do uso de mercúrio no garimpo na Amazônia.
Segundo o MPF, o mercúrio — substância altamente tóxica — vem sendo empregado inclusive em garimpos com licença ambiental, sem fiscalização adequada sobre o método de beneficiamento do minério. O órgão ressalta que todo o mercúrio utilizado nessas atividades é ilegal, uma vez que o Ibama não autoriza sua importação para fins minerários.
A recomendação determina que a Femarh passe a exigir dos empreendimentos a especificação da técnica de separação do ouro e documentos que comprovem o uso de tecnologia apropriada. Também orienta a revisão das licenças já concedidas e a suspensão daquelas que mencionem o uso do metal tóxico.
Em nota, a Femarh informou que não autorizará novas atividades de extração enquanto não houver estudos técnicos que garantam métodos alternativos ao uso do mercúrio.

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