Acre
Justiça mantém bloqueio da Telexfree
Da redação, com TJ/Acre
A 2ª Vara Cível da Comarca de Rio Branco manteve na íntegra a liminar a respeito Ação Cautelar Inominada nº 0005669-76.2013.8.01.0001. Dessa maneira, todas as atividades da Ympactus Comercial Ltda. (Telexfree) estão suspensas em todo Brasil.
A sentença é da juíza Thaís Khalil, titular da unidade judiciária, e foi assinada nesta quinta-feira (21).
A empresa também continua proibida de admitir novas adesões à rede, seja na condição de “partner” ou de “divulgador”; e não pode receber os ditos Fundos de Caução Retomáveis e Custos de Reserva de Posição. Também está impedida de vender kits de contas VOIP 99TeIexfree (ADCentral ou ADCentral Family), sob pena de pagamento de R$100 mil por cada novo cadastramento ou recadastramento.
A mesma decisão também proíbe a empresa de pagar comissões, bonificações e quaisquer outras vantagens aos “partner’s” e divulgadores, também sob pena de incidência da multa acima estipulada, por cada pagamento indevido.
Também permanecem indisponíveis os bens móveis, imóveis e valores existentes em contas bancárias e aplicações financeiras de propriedade da Telexfree e de seus sócios administradores (Carlos Roberto Costa e Carlos Nataniel Wanzeler), estendendo a decisão, quanto aos imóveis destes últimos, também aos seus respectivos cônjuges.
Sentença na Ação Cautelar
Ao julgar o mérito da Ação Cautelar, a 2ª Vara Cível rejeitou as preliminares de incompetência do juízo, ilegitimidade ativa do Ministério Público Estadual (MPE-AC) e a inépcia da petição inicial.
Foi acatada a preliminar de ilegitimidade passiva de Lyvia Mara Campista Wanzer, que foi excluída da relação processual, pois ao tempo do ajuizamento da ação já não era sócia da empresa Ympactus.
A decisão liminar que já havia sido proferida foi mantida integralmente. Constatou-se que continuam presentes fortes indícios no sentido de que a atividade principal da empresa Ympactus configura “pirâmide financeira”, sustentando-se primordialmente de cadastramento de novas pessoas e não da venda do serviço VOIP 99Telexfree.
Por essa razão, manteve-se o impedimento de novas adesões à rede Telexfree e de pagamento de comissões, bonificações ou quaisquer outras vantagens aos divulgadores. Também foi mantida a desconsideração da personalidade jurídica e a indisponibilidade de bens e valores da empresa e dos sócios administradores. As multas decorrentes do descumprimento da decisão não foram alteradas.
Foi negado o pedido da empresa Ympactus de liberação dos bens e valores declarados indisponíveis, mediante caução da marca Telexfree, fiança bancária ou seguro.
Também foi considerada prejudicada a proposta apresentada pela empresa, de restabelecimento das atividades através da venda de contas VOIP, mediante pagamento de comissão aos divulgadores, e adesão de novos “partners” sem o recebimento do Fundo de Caução Retornável e sem a venda de kits de contas VOIP 99Telexfree.
Isto aconteceu porque a empresa noticiou a rescisão do contrato firmado com a Telexfree INC, a qual seria a responsável pela disponibilização das contas VOIP 99Telexfree e prestação do respectivo serviço, o que inviabiliza a atividade proposta.
Decisão na Ação Cautelar
A empresa havia solicitado a liberação de valores para que pudesse honrar o pagamento de contrato firmado com Tijuca Design Hotel. O pedido foi acatado, impondo-se condições à Ympactus, que atendeu a todas. Porém, o MPE-AC noticiou nos autos a interposição de recurso de agravo de instrumento com pedido de efeito suspensivo, em face da decisão que autorizou a liberação dos valores.
Nesse sentido, a juíza Thaís Khalil decidiu sobrestar (suspender) a expedição do alvará judicial, até a decisão do relator do agravo de instrumento, acerca do pedido de efeito suspensivo.
A empresa também havia solicitado a liberação de valores para pagamento de tributos federais. O pedido foi acatado na decisão desta quinta-feira, determinando-se à Ympactus que apresente guias de recolhimento dos tributos, para que o pagamento seja efetuado diretamente pelo juízo.
Decisão na Ação Civil Pública
No que diz respeito à Ação Civil Pública nº 0800224-44.2013.8.01.0001, foram rejeitadas as preliminares de incompetência do juízo, ilegitimidade ativa do Ministério Público, inépcia da petição inicial e impossibilidade jurídica do pedido.
Foi acatada a preliminar de ilegitimidade passiva de Lyvia Mara Campista Wanzer, que foi excluída da relação processual, pois ao tempo do ajuizamento da ação já não era sócia da empresa Ympactus.
Também foi deferida a produção de todas as provas solicitadas pelas partes (pericial, testemunhal, depoimento pessoal, documental). Desse modo, foi nomeada a empresa BDO RCS Auditores Independentes para a realização da perícia, que será intimada para apresentar proposta de honorários no prazo de cinco dias.
As partes poderão indicar assistentes técnicos e formular quesitos a serem respondidos pela perícia. Uma vez que seja definido o valor dos honorários periciais, a empresa BDO RCS Auditores Independentes terá o prazo de vinte dias para entregar o laudo pericial.
Em seguida, as partes serão intimadas a se manifestar sobre o resultado da perícia e será agendada audiência de instrução e julgamento, para depoimento pessoal das partes e inquirição de testemunhas.
O juízo fixou os pontos controvertidos da demanda e formulou quesitos a serem respondidos pela perícia.
Por fim, foi indeferido o pedido da empresa Ympactus de liberação de valores para contratação de seguro para cobertura dos riscos da sua atividade econômica.
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Justiça do Acre autoriza transferência de membro do Novo Cangaço para presídio no Espírito Santo
A Justiça do Acre autorizou a transferência do assaltante de banco Erasmo Sérgio Alves, apontado como integrante do grupo criminoso conhecido como “Novo Cangaço”, para um presídio no estado do Espírito Santo. A decisão foi proferida pelo juiz da Vara Estadual das Garantias, atendendo a um pedido formalizado pela direção do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (IAPEN).
Com a autorização da 9ª Vara Criminal de Vitória (ES), o IAPEN está legalmente habilitado a realizar o recambiamento do detento. Por razões de segurança, a data da transferência não será divulgada.
Durante audiência de custódia realizada no dia 10 do mês passado, Erasmo manifestou, por meio de sua defesa, o desejo de permanecer preso no Acre. No entanto, o pedido não foi acatado pela Justiça.
Erasmo Sérgio, ex-fuzileiro naval, vinha se passando por empresário em Rio Branco. Ele foi preso no dia 9 do mês passado durante uma operação da Delegacia de Repressão ao Narcotráfico (DENARC), da Polícia Civil. No momento da abordagem, apresentou documentos falsos em nome de “Gustavo Sérgio Alves”, mas teve a verdadeira identidade descoberta pelos investigadores.
Contra ele, pesam dois mandados de prisão em aberto — um da 1ª Vara Federal Criminal e outro da 1ª Vara Criminal de Vitória (ES). Além disso, foi autuado em flagrante pelo uso de documentos falsos.
A prisão do acusado foi resultado de um trabalho conjunto de investigação entre a DENARC e a Polícia Civil do Espírito Santo. Segundo as autoridades, Erasmo vivia há sete anos em Rio Branco, mantendo uma rotina discreta para evitar ser descoberto.
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Vídeo: GEFRON recupera quadriciclo e ferramentas roubadas de fazenda em Plácido de Castro
Policiais do Grupamento Especializado em Fronteira (GEFRON) recuperaram, na manhã desta segunda-feira (19), um quadriciclo e diversas ferramentas de trabalho que haviam sido roubados de uma fazenda localizada no Ramal Céu Aberto I, na zona rural de Plácido de Castro, interior do Acre.
De acordo com informações da corporação, os itens foram encontrados escondidos sob galhos e palhas em uma área de mata próxima à faixa de fronteira com a Bolívia. A suspeita é de que os criminosos pretendiam atravessar o material para o país vizinho durante a noite.
A ação rápida do GEFRON impediu o plano dos assaltantes. Durante o crime, o caseiro da propriedade foi feito refém pelo grupo, que fugiu logo após o roubo. Apesar da recuperação dos bens, os criminosos ainda não foram localizados, e as buscas continuam na região.
O caso segue sendo investigado pelas forças de segurança, que suspeitam de atuação de quadrilhas especializadas em crimes transfronteiriços.
@oaltoacre_01 GEFRON RECUPERA QUADRICICLO E OBJETOS DE ROUBO EM PLÁCIDO DE CASTRO @gefronacre2021 #gefronfronteira #GEFRON
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Denúncias de abuso sexual contra crianças e adolescentes quadruplicam no Acre em 4 anos
Dados do Disque 100 revelam salto de 309% nos casos, com pico de 95 registros em 2023; Brasil tem 13 vítimas infantis de violência por hora

Disque 100: recebe denúncias de violações de direitos humanos. A denúncia é anônima e pode ser feita por qualquer pessoa. Foto: cedida
As denúncias de abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes no Acre quadruplicaram entre 2020 e 2024, segundo dados da plataforma Disque 100, do Ministério dos Direitos Humanos. O número saltou de 22 registros em 2020 para 90 em 2024, um aumento de 309%. O pico ocorreu em 2023, com 95 casos reportados.
Os números foram divulgados às vésperas do Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil, celebrado neste domingo (18). No Brasil, a cada hora, 13 crianças e adolescentes sofrem violência sexual, física ou psicológica, segundo estatísticas nacionais.
Cenário preocupante no estado
A análise dos últimos quatro anos no Acre mostra uma tendência crescente:
2020: 22 denúncias
2021: 42 denúncias (+90%)
2022: 71 denúncias (+69%)
2023: 95 denúncias (pico)
2024 (até agora): 90 registros
No total, foram 320 casos reportados no período, uma média de 64 por ano. Especialistas atribuem o aumento não necessariamente a uma escalada real da violência, mas também a uma maior conscientização e coragem para denunciar.
Campanhas e desafios
Autoridades alertam para a importância da prevenção e da notificação imediata de suspeitas. “É preciso fortalecer a rede de proteção e garantir que as vítimas tenham acesso a acompanhamento psicológico e jurídico”, destacou uma fonte do Ministério dos Direitos Humanos.
Neste domingo (18), ações de conscientização devem ocorrer em todo o país para estimular denúncias e orientar famílias sobre sinais de abuso. No Acre, a população pode acionar o Disque 100, o 190 (Polícia Militar) ou procurar o Conselho Tutelar mais próximo.
Dados nacionais:
80% dos casos ocorrem em ambiente familiar
Apenas 10% das vítimas denunciam espontaneamente
Maioria dos agressores são conhecidos da criança
Fontes: Ministério dos Direitos Humanos, Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos
Maio Laranja no Acre
Em 2025, ocorre a 25ª mobilização do 18 de Maio, “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”.
Instituída pela Lei Federal 9.970/00, a data é uma conquista que demarca a luta pelos direitos das crianças e dos adolescentes do Brasil e foi criada em memória ao caso da menina Araceli Crespo. Aos 8 anos, ela foi sequestrada, violentada e cruelmente assassinada no dia 18 de maio de 1973, em Vitória (ES).
O mês também é o centro da campanha Maio Laranja, que busca alertar e conscientizar sobre o abuso infantil, a conselheira tutelar de Rio Branco, Doraline Souto, destacou que a instituição está promovendo palestras em escolas para orientar, principalmente, estudantes da capital acreana sobre o problema.
O também conselheiro tutelar Igor Ramon ressaltou que esta conscientização ocorre por meio de parceria com diversos órgãos do poder judiciário e dos executivos estadual e municipal.
“Infelizmente, essa é uma realidade e a maioria dos casos que são identificados são identificados nos seios da família, seja por um pai, seja por um irmão, seja por um tio, um padrasto, um avô, um amigo próximo da família. Então, todo o cuidado reunido ainda é pouco para que a gente possa efetivar os direitos das crianças e adolescentes, colocá-las às salvas, colocá-las em um local seguro, com dignidade, com respeito, com educação”, disse.
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