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Brasil

Jovens, idosos e mulheres são a maioria entre os que não querem trabalhar

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PEDRO SOARES – Folha de São Paulo

Há meses, ronda entre economistas e o próprio governo uma dúvida: como a taxa de desemprego cai se a geração de vagas está estagnada? A resposta é uma migração vigorosa das pessoas para a inatividade e o grosso delas, indagadas pelo IBGE, responde: eu não gostaria de trabalhar.

Esse grupo correspondia a 17,375 milhões de pessoas em abril deste ano, 5,7% mais do que os 16,436 milhões do mesmo mês de 2013.

Os que não querem trabalhar correspondem à maior fatia dos 19,2 milhões de inativos nas seis maiores regiões metropolitanas do país: 90,5%.

O outro grupo de maior peso é composto pelos que entram e saem do mercado de trabalho em momentos específicos ou os que fazem trabalhos eventuais, mas não estavam empregados nem à procura de trabalho nos últimos 30 dias anteriores à pesquisa –período de referência para compor o grupo que está economicamente ativo, ou seja, na força de trabalho de modo mais efetivo.

Os inativos são o segundo grupo mais importante da população que tem idade para trabalhar (10 anos ou mais). Perde só para os que estão ocupados: 22,9 milhões em abril de 2014.

O IBGE divulgou nesta quinta-feira (22) a taxa de desemprego referente ao mês de abril nas seis maiores regiões metropolitanas do país. O dado, de 4,9% é o menor para o mês desde 2002.

PERFIL

O instituto não investiga os motivos que levam as pessoas a não quererem trabalhar, mas traça seu perfil. São majoritariamente mulheres (em geral, que não chefiam a família), jovens principalmente até 24 anos (o que indica que há um foco maior na qualificação profissional e condiz com os dados de aumento da escolaridade que cresce desde o Plano Real) e concentrados nas regiões de maior rendimento e de população mais envelhecida: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre.

“Os maiores movimentos estão nos extremos da pirâmide etária da pesquisa [jovens e pessoas com mais de 50 anos] entre os mais jovens e os mais velhos, o que pode ter relação, nesse caso, com o envelhecimento da população, sobretudo nessas regiões que têm um contingente maior de idosos”, diz Adriana Berenguy, técnica do IBGE.

RENDA

Para a economista, o aumento da renda nos últimos anos possibilitou mulheres e jovens –que, em sua maioria, não são arrimos de família– a saírem do mercado de trabalho para se dedicarem a outras atividades, como cuidar da casa e dos filhos ou estudar e se qualificar por mais tempo até procurar um trabalho.

Ainda que num ritmo menor do que em períodos anteriores, a renda segue em expansão, com alta de 2,6% na comparação a abril de 2013. O recuo de 0,6% de março para abril está ligada à inflação que persistiu em patamar elevado.

Para a Rosenberg & Associados, o rendimento médio recua em relação ao mês anterior pelo segundo mês consecutivo, “sinalizando que o mercado de trabalho está passando por um processo gradual de descompressão” –leia-se, deterioração.

A piora da renda ao lado do “pequeno incremento da população ocupada”, diz a consultoria, há um “processo de descompressão do mercado de trabalho lento e gradual que, no curto prazo, poderá coexistir com uma tendência declinante da taxa de desemprego, por mais contraditório que isso possa parecer.”

Tal contradição se explica pela menor procura por trabalho e a migração das pessoas que a inatividade, o que fez a força de trabalho –em termos técnicos chamada de População Economicamente Ativa, que agrega ocupados e quem procura emprego– cair 0,8% frente a abril de 2013.

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Papa Leão XIV divulga nova orientação para sexo no casamento

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Papa Leão na FAO em Roma • 16/10/2025 REUTERS/Remo Casilli

Em um novo decreto assinado pelo papa Leão XIV, o Vaticano divulgou orientações para fiéis sobre a prática sexual no casamento, reconhecendo que o sexo não se limita apenas à procriação, mas contribui para “enriquecer e fortalecer” a “união exclusiva do matrimônio”.

A questão está intimamente ligada à finalidade unitiva da sexualidade, que não se limita a assegurar a procriação, mas contribui para enriquecer e fortalecer a união única e exclusiva e o sentimento de pertencimento mútuo.

O documento assinado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé cita o Código de Direito Canônico e diz que uma visão integral da caridade conjugal é aquela que “não nega sua fecundidade”, ainda que deva “naturalmente permanecer aberta à comunicação de vida”.

O texto também prevê o conceito de consentimento livre” e “pertencimento mútuo”, assegurando a mesma dignidade e direitos ao casal.

“Um cônjuge é suficiente”

No decreto publicano em italiano, o Vaticano orientou 1,4 bilhão de católicos do mundo a buscarem o casamento com uma única pessoa para a vida toda e a não manterem relações sexuais múltiplas, estabelecendo que o casamento é um vínculo perpétuo e “exclusivo”.

Criticando a prática da poligamia na África, inclusive entre membros da Igreja, o decreto reiterou a crença de que o casamento é um compromisso para toda a vida entre um homem e uma mulher.

“Sobre a unidade do matrimônio – o matrimônio entendido, isto é, como uma união única e exclusiva entre um homem e uma mulher – encontra-se, ao contrário, um desenvolvimento de reflexão menos extenso do que sobre o tema da indissolubilidade, tanto no Magistério quanto nos manuais dedicados ao assunto”, diz o documento.

“Embora cada união conjugal seja uma realidade única, encarnada dentro das limitações humanas, todo matrimônio autêntico é uma unidade composta por duas pessoas, que requer uma relação tão íntima e abrangente que não pode ser compartilhada com outros”, enfatizou a Santa Sé.

 

Fonte: CNN

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PF afasta delegado e policial em operação contra esquema de ouro ilegal no Amapá

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Operação Cartucho de Midas apreende mais de R$ 1 milhão, € 25 mil e prende suspeito com arma restrita; movimentações acima de R$ 4,5 milhões reforçam indícios de lavagem de dinheiro.

Como resultado da ação, o delegado Charles Corrêa e o policial Daniel Lima das Neves foram afastados cautelarmente de suas funções. Em um dos endereços alvo, a PF apreendeu mais de R$ 1 milhão em espécie e cerca de € 25 mil. Uma pessoa foi presa em flagrante por posse de arma de uso restrito.

As investigações tiveram início após a identificação de movimentações bancárias suspeitas, incompatíveis com os rendimentos declarados pelos investigados. Segundo a PF, empresários e agentes públicos atuantes na região de fronteira estariam envolvidos na ocultação de recursos provenientes do comércio ilegal de ouro.

A corporação identificou ainda que joalherias de diversos estados transferiam valores para um posto de combustíveis em Oiapoque. O estabelecimento, por sua vez, repassava o dinheiro a um agente público local, reforçando os indícios de lavagem de capitais.

A PF também apurou movimentações superiores a R$ 4,5 milhões feitas por servidores públicos sem justificativa econômica. Para disfarçar a origem ilícita dos recursos, teriam sido usadas empresas de fachada.

Os investigados podem responder pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e peculato — somadas, as penas ultrapassam 60 anos de prisão.

A operação contou com apoio da Corregedoria-Geral da Polícia Civil do Amapá no cumprimento das medidas judiciais.

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Roraima suspende novas licenças para extração de ouro após recomendação do MPF

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Medida vale por prazo indeterminado e ocorre diante do uso ilegal de mercúrio em garimpos, inclusive licenciados; Femarh terá de revisar autorizações já emitidas.

No mês de fevereiro deste ano, o Estado do Amazonas exportou US$ 11 milhões em ouro para a Alemanha. (Foto: Shuttestock)

 

Atendendo a uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Roraima (Femarh) suspendeu, por prazo indeterminado, a emissão de novas licenças ambientais para extração de ouro em todo o estado. A decisão decorre de um inquérito civil que apura os impactos socioambientais do uso de mercúrio no garimpo na Amazônia.

Segundo o MPF, o mercúrio — substância altamente tóxica — vem sendo empregado inclusive em garimpos com licença ambiental, sem fiscalização adequada sobre o método de beneficiamento do minério. O órgão ressalta que todo o mercúrio utilizado nessas atividades é ilegal, uma vez que o Ibama não autoriza sua importação para fins minerários.

A recomendação determina que a Femarh passe a exigir dos empreendimentos a especificação da técnica de separação do ouro e documentos que comprovem o uso de tecnologia apropriada. Também orienta a revisão das licenças já concedidas e a suspensão daquelas que mencionem o uso do metal tóxico.

Em nota, a Femarh informou que não autorizará novas atividades de extração enquanto não houver estudos técnicos que garantam métodos alternativos ao uso do mercúrio.

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