Cotidiano
Jovens estão praticando menos sexo seguro e contraindo mais infecções sexualmente transmissíveis
Menor uso de preservativos está correlacionado ao aumento de índices de infecções sexualmente transmissíveis, dizem especialistas
BBC
Hayley* havia acabado de terminar um relacionamento quando trombou com um conhecido da época de escola. Ela não tinha visto Aaron* por anos, mas conversaram como se esse tempo nunca tivesse passado. Reencontrar um velho amigo era a distração de que ela precisava e, ao longo da noite, o papo virou um flerte – e eles acabaram indo para casa juntos.
“Agi de forma imatura, mas o conhecia desde quando estava no ensino médio”, diz a jovem de 24 anos. “Estávamos bêbados, e pensei que, por não ser um estranho, não haveria problema se não usasse camisinha e, obviamente, havia.”
Logo ela notou os primeiros sintomas de clamídia. Depois de ser diagnosticada com a infecção sexualmente transmissível (IST, sigla que substituiu a antiga DST segundo definição do Ministério da Saúde), Hayley ficou brava com si mesma por não ter falado sobre sexo seguro com seu parceiro.
Mas a frustração se transformou em incredulidade quando descobriu por um amigo em comum que seu parceiro aparentemente estava reclamando sobre sintomas antes do encontro. “Ele saiu por aí imprudentemente transando sem proteção.”
Durante o período em que Hayley estava fazendo sexo casual antes de conhecer seu namorado atual, ela tomava pílula, mas não usou camisinha mais do que “algumas vezes”, em parte porque considera o preservativo desconfortável, mas também porque não se sentia à vontade para tocar no assunto.
“Fui estúpida e pensei: ‘Não quero que pensem que sou puritana ou chata’. Realmente me preocupo com ISTs, mas não tinha confiança o suficiente para falar disso – tinha essa coisa de querer agradar aos homens.”
Proteção em baixa, infecções em alta

Menor uso de preservativos está correlacionado ao aumento de índices de infecções sexualmente transmissíveis, dizem especialistas
Hayley não está sozinha. De acordo com uma pesquisa do instituto YouGov e da Public Health England (PHE), a agência de saúde e serviço social do governo britânico, quase metade dos jovens de 16 a 24 anos entrevistados disseram ter feito sexo com um novo parceiro sem preservativo e um em cada dez jovens sexualmente ativos desta mesma faixa etária disse nunca ter usado proteção.
Entre 2003 e 2013, o índice de homens britânicos entre 16 e 24 anos que disseram ter feito sexo com camisinha nas quatro semanas anteriores caiu de 43% para 36%, segundo a Pesquisa Nacional sobre Atitudes Sexuais e Estilos de Vida.
Nos Estados Unidos, o uso de preservativos entre estudantes do ensino médio sexualmente ativos também caiu de 62% para 54% entre 2007 e 2017, de acordo com o Centro para Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês).
No Brasil, dados do Ministério da Saúde apontam uma leve queda entre 2004 e 2013 no uso regular de camisinhas na faixa etária de 15 a 24 anos, tanto com parceiros eventuais – de 58,4% para 56,6% – como com parceiros fixos – de 38,8% para 34,2%.
Realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense), feita com adolescentes de 13 a 17 anos, aponta na mesma direção: 35,6% não usaram preservativos em sua primeira relação sexual.
O mesmo estudo indica que, quanto mais jovem, menos frequente é o uso da camisinha. Enquanto 31,8% dos jovens de 16 e 17 anos não usaram preservativos em sua primeira relação sexual, o índice foi de mais de 40% entre jovens de 13 a 15 anos.
Ao mesmo tempo, as taxas de algumas ISTs dispararam. De acordo com a PHE, um jovem na Inglaterra é diagnosticado com IST a cada quatro minutos.
Pesquisas também apontam que aqueles com idade entre 16 e 24 anos correm mais risco de contrair uma IST, e mais da metade dos casos de gonorréia e clamídia em 2016 ocorreram em pacientes desta faixa etária, segundo dados do sistema de saúde pública britânico, o NHS.
Casos de ‘supergonorreia’, uma cepa da doença resistente aos antibióticos mais comuns, foram registrados no Reino Unido neste ano e no ano passado. E a sífilis também está em ascensão – em 2017, houve um aumento de 20% em relação a 2016, confirmando a tendência de alta nos últimos dez anos.
Embora os casos de clamídia tenham caído 2%, especialistas em saúde sexual alertam que cortes de orçamento podem estar impedindo os britânicos de acessar os serviços de diagóstico, embora o governo afirme que mais testes domiciliares são ofertados hoje em dia.
O Ministério da Saúde aponta que, no Brasil, o hábito de não usar camisinha teve um impacto direto no aumento de casos de HIV entre jovens. Na faixa etária de 20 a 24 anos, a taxa de detecção subiu de 14,9 casos por 100 mil habitantes, em 2006, para 22,2 casos em 2016. Entre os jovens de 15 a 19 anos, passou de 3,0 para 5,4 no mesmo período.
O governo tem um programa que oferece camisinhas masculina e feminina, lubrificantes, informação e aconselhamento a jovens de forma gratuita. Então, se os preservativos estão amplamente disponíveis e ainda são a única forma de contracepção que protege contra a maioria das ISTs, por que não são usados por todos?
Novas formas de contracepção
Um possível motivo para o declínio da popularidade dos preservativos é que outras formas de contracepção se tornaram mais populares com o tempo. O NHS notou um aumento na busca por contraceptivos reversíveis de ação prolongada (LARCs, na sigla em inglês), como implantes, injeções e dispositivos intrauterinos (DIUs).
O índice de mulheres que recorreram ao NHS por razões de contracepção que utilizavam um LARC subiu de 23% para 41% na última década. O implante contraceptivo só foi disponibilizado em 1999 e tem crescido em popularidade desde então.
Enquanto isso, o preservativo não teve uma grande mudança de design desde os anos 1950. Não há consenso entre especialistas sobre quando o primeiro modelo foi criado, mas se sabe que, na era medieval, era feito de intestinos de animais.
Os primeiros preservativos de borracha foram criados em meados do século 19. Inicialmente, foram projetados para cobrir apenas a cabeça do pênis – só depois passaram a revesti-lo completamente. As primeiras versões de látex – mais finas do que as de borracha – não foram produzidas até o início do século 20.
Hoje em dia, os preservativos são oferecidos em uma ampla variedade, com diferentes texturas e sabores. Há até mesmo versões que brilham no escuro. E há ainda o preservativo feminino, lançado em 1992, mas que nunca realmente fez sucesso.
Mas por que a popularidade deles está aparentemente caindo agora?
Menos medo do HIV

Menor uso de preservativos está correlacionado ao aumento de índices de infecções sexualmente transmissíveis, dizem especialistas
“Nos primeiros anos em que era sexualmente ativo, o fantasma do HIV era enorme”, diz Samuel*, hoje com 27 anos, sobre o medo e o estigma que cercavam o vírus quando ele estava no final da adolescência.
Além de ver a mídia tratar menos dos perigos do HIV nos últimos anos, Samuel, que é gay, também aponta para a disponibilidade de PrEP (profilaxia pré-exposição), uma droga que previne a infecção por HIV, e o desenvolvimento de medicamentos antiretrovirais que tornam o vírus indetectável e intransmissível. Hoje, as taxas de diagnóstico de HIV estão no seu nível mais baixo desde a virada do milênio.
Uma pesquisa encontrou uma ligação entre a adoção de PrEP e o declínio no uso de preservativos entre homens australianos com mais de 16 anos. O estudo com 17 mil homens que fazem sexo com homens descobriu que índice de uso de PrEP entre homens que não têm HIV aumentou de 1% para 16% entre 2013 e 2017, enquanto o uso consistente de preservativos caiu de 46% para 31%.
“Nossas descobertas sugerem que a rápida adoção de PrEP afetou o uso do preservativo”, disse o líder do estudo, Martin Holt, ao jornal britânico The Guardian. “No entanto, é muito cedo para tratar dos efeitos a longo prazo do aumento do uso de PrEP.”
A PrEP está disponível no NHS na Escócia e em alguns locais no País de Gales e na Inglaterra como parte de um projeto de teste, e também pode ser comprada pela internet. No Brasil, pode ser obtida gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) desde o fim de 2017.
Problemas de ereção

A profilaxia pré-exposição ao HIV está disponível no Brasil pelo SUS desde o fim de 2017
Mas abrir mão da cautela pode realmente ser broxante em alguns casos. Pesquisas americanas sugerem que o risco de gravidez indesejada e de contrair ISTs também pode reduzir a excitação de algumas pessoas, especialmente mulheres.
Esse é o caso de Laura*, de 24 anos. Ela sempre usou preservativos, mas esteve com um parceiro recentemente que não tinha uma camisinha à mão. Ela acabou contraindo verrugas genitais. Agora, sempre se protege com um novo parceiro ou com quem não está se relacionando exclusivamente.
Mas há gente para quem o constrangimento e a ansiedade que sentem ao usar preservativos podem resultar em problemas de desempenho. Nos oito anos desde que Josh*, de 26 anos, perdeu a virgindade, ele usou preservativo apenas uma vez. Sua antipatia surgiu depois de tentar usar camisinha com a primeira namorada.
“Não consegui ter uma ereção adequada. Acho que foi principalmente por nervosismo. Então, nunca usamos.” Ele admite agora que isso se deu em parte por suas preocupações com seu desempenho.
Cynthia Graham, professora de saúde sexual e reprodutiva da Universidade de Southampton, na Inglaterra, explica que problemas de ereção enquanto usa preservativos são mais comuns em homens mais jovens e mais velhos.
Um estudo de 2015 feito por pesquisadores americanos e britânicos com 479 homens heterossexuais com idades entre 18 e 24 apontou que quase 62% dos participantes relataram algum problema de ereção ao usar preservativo.
Preocupar-se que um preservativo causará perda de ereção pode fazer com que a profecia se cumpra, diz Graham. “Este é um dos mitos sobre a sexualidade masculina: que você deve sempre ter uma grande ereção. Se a ereção diminui um pouco quando se está colocando o preservativo, isso não significa que não será recuperada.”
Uma maneira de lidar com o problema é encontrar uma variedade de preservativos que funcione para você, diz Graham, cuja pesquisa mais recente está focada em maneiras de encorajar homens jovens a usá-los.
Algumas mulheres também relatam sentir dor ao usar preservativo, diz a especialista. “Há mulheres que afirmam sentir um desconforto real e, às vezes, dor.” Algumas relatam que os preservativos “ressecam”, algo que pode ser evitado com lubrificante extra, diz Graham.
Outra queixa que ela ouve regularmente – de homens e mulheres – é que preservativos reduzem o prazer sexual. “A perda de sensibilidade pode refletir o fato de as pessoas não estarem testando diferentes tipos de preservativos”, explica ela.
Estigma entre mulheres que fazem sexo casual
Hayley sente que ainda há um estigma associado à compra de preservativos, especialmente entre mulheres jovens. “Trabalhei em uma loja e notei que a maior parte do tempo que os preservativos eram comprados por homens. Mesmo que as mulheres queiram assumir o controle da situação, é preciso ter confiança para sair e comprá-los por conta própria.”
Graham diz ainda que algumas mulheres se preocupam que podem “perder um parceiro” se não estiverem dispostas a fazer sexo sem camisinha.
Cicely Marston, professora de saúde pública da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, diz que o declínio do uso de preservativos pelos jovens não é necessariamente devido à falta de informação sobre os riscos.
“Há um estereótipo do jovem ignorante, como se não usar se resumisse a ser apenas uma escolha estúpida, mas essa percepção desconsidera o contexto social deles. Talvez eles se preocupem em não parecer estar ‘preparados demais’ para a hora do sexo ou saibam que seu parceiro não tem uma IST.”
De acordo com Marston, muitas pessoas temem parecer presunçosas ao ter um preservativo consigo.
Além de fazer suas próprias avaliações de risco em torno de ISTs com parceiros novos ou casuais, as pessoas também estão cientes de que os preservativos não são a única forma de prevenção da gravidez. Na verdade, Graham observa que “resultados de estudos consistentes” mostram que as pessoas tendem a mudar para outras formas de contracepção uma vez que entram em um relacionamento.
Então, alguma coisa pode ser feita para tornar os preservativos mais atraentes?
Novos tipos de preservativos
Uma pessoa que tenta responder a essa pergunta é a empreendedora americana Stacy Chin. Sua empresa está desenvolvendo um preservativo autolubrificante, uma iniciativa financiada pelo governo americano e pensado para encorajar o sexo seguro. Este preservativo permanecerá lubrificado durante pelo menos mil penetrações. O projeto está em fase de testes.
A empresa de Stacy surgiu a partir do trabalho de cientistas da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, que respondeu a um chamado da Fundação Bill e Melinda Gates para projetos voltados para a “próxima geração de preservativos” em 2013. A fundação doou mais de US$ 1 milhão (R$ 4 milhões) para a pesquisa, mas o desenvolvimento do produto e sua aprovação podem custar muito mais e levar anos.
Um novo design já disponível é o de um preservativo de uma empresa sueca usa látex fino formado por meio de uma estrutura hexagonal forte. Isso ajuda a evitar o preservativo se rompa ou saia do lugar e permite que o calor do corpo atravesse o material. No entanto, embora possa ser comprado na internet, não está amplamente disponível nas lojas.
Enquanto há projetos que mudam os preservativos em si, a invenção do empreendedor britânico Mike Hore altera a maneira como os colocamos.
Seus preservativos vêm em pacotes com uma aba para facilitar a abertura e um aplicador que permite colocá-lo sem tocar no preservativo ou no pênis. Isso impede, por exemplo, que o preservativo seja posto do lado errado ou rasgue acidentalmente quando alguém tenta abrir a embalagem com os dentes.
De acordo com Hore, preservativos são frequentemente aplicados em momentos em que as pessoas estão distraídas e sob o efeito de “álcool ou até mesmo drogas”. Ele acredita que a melhor solução é ajustar seu design para garantir que sejam fáceis de usar, mesmo que alguém seja inexperiente ou esteja fazendo em condições adversas.
Estratégias para incentivar o sexo seguro

Especialistas defendem que a educação sexual pode ajudar a combater esse problema
No futuro, os preservativos podem ser diferentes e aplicados de novas formas, mas esses modelos ainda estão longe de estar disponíveis. Então, o que pode ampliar por ora o sexo seguro?
A educação sexual deveria nos ajudar a nos comunicarmos melhor sobre sexo e a nos ensinar a cuidar de nossa saúde, mas a realidade é muitas vezes diferente.
Jovens entrevistados por Mark McCormack, professor de sociologia da Universidade de Roehampton, na Inglaterra, em um estudo financiado por uma fabricante de preservativos disseram que a educação sexual é básica demais e lhes ensinou pouco além de como colocar um preservativo – e essa aula muitas vezes ocorreu depois de fazerem sexo pela primeira vez.
Na pesquisa realizada com 30 pessoas, foram levantadas questões como o fato de a educação sexual não tratar das emoções ligadas ao ato sexual ou não incluir informações sobre sexo não heterossexual.
McCormack elogia a decisão do governo britânico de tornar a educação sexual compulsória nas escolas públicas do país a partir de setembro do próximo ano – os relacionamentos serão debatidos desde o ensino básico, enquanto o sexo estará no currículo do ensino médio.
Ele acrescenta que a educação sexual não deve se concentrar apenas em “reduzir os danos” mas também em envolver discussões sobre prazer, relacionamentos e o impacto da internet. “Se você entrar e disser ‘você deve usar preservativos’ de uma forma que não se conecte com a vida dos jovens, perde credibilidade.”
*Os nomes dos entrevistados foram alterados para preservar sua identidade.
Comentários
Cotidiano
Programa do governo do Acre beneficia mais de duas mil pessoas por ano com aparelhos auditivos
Para o otorrinolaringologista e médico responsável pelo Saúde Auditiva no CER III, Santiago de Melo Júnior, esses instrumentos tecnológicos desempenham um papel fundamental na vida de todas as pessoas

Programa Saúde Auditiva é uma iniciativa do governo do Acre. Foto: Felipe Freire/Secom
A capacidade de ouvir é essencial para a comunicação, o aprendizado e a convivência em sociedade. Dificuldades nesse sentido podem comprometer a qualidade da vida humana, tornando a troca de informações desafiadora, prejudicando o desempenho social e afetando o bem-estar emocional. Por isso, em 3 de março comemora-se o Dia Mundial da Audição, data instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do cuidado e da prevenção à perda auditiva. A escolha da data faz referência à forma dos algarismos “3.3”, que lembram a anatomia de duas orelhas.
Comprometido com essa necessidade, o governo do Acre instituiu o programa Saúde Auditiva, responsável por realizar atendimentos a cidadãos que sofrem com a perda da capacidade de ouvir ou que nasceram com essa deficiência, promovendo a inclusão nas atividades diárias, na interação familiar e social.
Durante um período, o projeto deixou de receber investimentos e só voltou a atuar de maneira promissora a partir de 2019, primeiro ano de mandato do governador Gladson Camelí, que solicitou o retorno das atividades.
Sobre o programa
O Saúde Auditiva é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) e o governo federal. Atualmente, os atendimentos são realizados no Centro Especializado em Reabilitação (CER III), em Rio Branco. Por meio do programa, em 2024 quase dez mil pessoas foram acompanhadas.
De acordo com a gerente-geral do CER III, Cinthia Brasil, os serviços oferecidos visam à avaliação, ao diagnóstico, à protetização e à reabilitação dos pacientes que têm a perda de audição comprovada.
“A pessoa passa pela consulta com o especialista, que geralmente a encaminha para alguns exames complementares para dar o diagnóstico. Tendo a perda comprovada, a gente faz a solicitação do aparelho. Dependendo do tipo de prótese, a gente também realiza o molde e encaminha à empresa, que fica em São Paulo, para poder adaptar corretamente, Após isso, realizamos as terapias fonoaudiológicas”, explica a gestora.

Cinthia Brasil é gerente-geral do CER III. Foto: Felipe Freire/Secom
Além disso, os recém-nascidos que falharam na Triagem Auditiva Neonatal (TAN), popularmente conhecida como “teste da orelhinha”, já possuem vaga garantida para realizar o reteste pelo Estado. “O paciente não fica desassistido”, destaca Cinthia.
Por serem realizados por intermédio da Sesacre, todos os serviços oferecidos são gratuitos. Para garantir o atendimento especializado em otorrinolaringologia no CER III, o paciente deve, inicialmente, procurar uma unidade básica de saúde (UBS) em seu município. Dessa forma, o médico fará o encaminhamento ao especialista. Após isso, todo o tratamento subsequente é realizado no Centro Especializado em Recuperação.

Pacientes de todo o estado realizam consultas no Centro Especializado em Reabilitação. Foto: Felipe Freire/Secom
Aparelho auditivo
Apesar da grande variedade de atendimentos oferecidos, o principal serviço presente no programa se dá por meio dos aparelhos de amplificação sonora individual (Aasi). Dados levantados pela administração da unidade mostram que mais de sete mil pares foram entregues entre 2021 e 2024.

Mais de sete mil pares de aparelhos de amplificação sonora individual foram entregues entre 2021 e 2024. Foto: Felipe Freire/Secom
Para o otorrinolaringologista e médico responsável pelo Saúde Auditiva no CER III, Santiago de Melo Júnior, esses instrumentos tecnológicos desempenham um papel fundamental na vida de todas as pessoas que sofrem com alguma complicação na escuta.
“O impacto é sensacional, porque os pacientes, principalmente os idosos, quando começam a ter uma perda de audição, se isolam. Esse isolamento não traz só o problema social, mas também o cardíaco e o psicológico. Com o advento do aparelho, o cidadão volta para a sociedade e para o convívio com a família, que é o principal”, observa o médico.
O profissional destaca, ainda, a importância de um projeto como esse na rede pública de saúde, tendo em vista o valor elevado do equipamento: “O Estado vem dando continuidade ao programa e isso é importante, porque são pacientes que não possuem condições financeiras de comprar. O aparelho vem evoluindo com o tempo e possui um preço inacessível para muitos”.
A população também tem garantida, por parte do Estado, a manutenção dos dispositivosem caso de dano. Dessa forma, os beneficiados se mantêm assistidos durante todo o processo de adaptação ou melhora do quadro clínico.

O programa também oferece manutenção aos Aasi. Foto: Felipe Freire/Secom
O profissional destaca, ainda, a importância de um projeto como esse na rede pública de saúde, tendo em vista o valor elevado do equipamento: “O Estado vem dando continuidade ao programa e isso é importante, porque são pacientes que não possuem condições financeiras de comprar. O aparelho vem evoluindo com o tempo e possui um preço inacessível para muitos”.
A população também tem garantida, por parte do Estado, a manutenção dos dispositivosem caso de dano. Dessa forma, os beneficiados se mantêm assistidos durante todo o processo de adaptação ou melhora do quadro clínico.

Raimundo Nonato ressaltou a importância do Saúde Auditiva em sua vida. Foto: Felipe Freire/Secom
Promoção de dignidade
O aposentado Raimundo Nonato nasceu com o canal auricular estreito e, desde a infância, tinha dificuldades para ouvir. Ao saber do programa Saúde Auditiva, identificou a oportunidade de escutar com mais clareza e, pela primeira vez, passar a conviver em sociedade com mais conforto e dignidade.
“Eu fui orientado a comprar um aparelho, só que não tenho condições financeiras suficientes. O programa facilitou muito, porque logo fiz o molde e já vim retirar. O tempo de espera foi bastante rápido”, contou.
Ao garantir o equipamento sonoro, o aposentado afirmou que sua vida será transformada, pois a comunicação com as pessoas, algo fundamental para todo ser humano, vai melhorar: “Tenho certeza que sim”.
Comentários
Cotidiano
Em Rio Branco, quatro Uraps funcionam com horário estendido o Carnaval
Uraps Roney Meireles, Hidalgo de Lima, Cláudia Vitorino e Urap Rozângela Pimentel estão com atendimento das 7h às 17h até quarta-feira (5)

População pode buscar atendimento para problemas de saúde leves — Foto: Arquivo/Rede Amazônica Acre
Quatro Unidades de Referência em Atenção Primária (Uraps) estão atendendo em horário estendido durante este Carnaval em Rio Branco. As unidades ficam abertas das 7h às 17h para atender casos menos graves e evitar a superlotação das emergências.
Esse atendimento se estende até Quarta-Feira de Cinzas (5). A ação é uma parceria entre a Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) e a Prefeitura de Rio Branco. As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e pronto socorro funcionam normalmente.
As Uraps com atendimento estendido são:
- Urap Roney Meireles – Rua Arara, bairro Adalberto Sena
- Urap Hidalgo de Lima – Rua Tião Natureza, bairro Palheiral
- Urap Cláudia Vitorino – Rua Baguari, bairro Taquari
- Urap Rozângela Pimentel – Rua Maria Francisca Ribeiro, bairro Calafate
“Estamos atendendo consultas médicas, de enfermagem, a sala de vacina está funcionando normalmente até às 17 horas. E os atendimentos aqui estão mais voltados aos quadros de síndromes gripais, quadros de dengue e Covid-19. Fazemos consultas laboratoriais também, coletas de hemograma, testes rápidos de dengue, testes rápidos de Covid-19”, explicou a enfermeira Érica Mota.
De acordo com Clícia Moreno, coordenadora da Urap Roney Meireles, a busca por atendimento médico aumentou durante o Carnaval. “A procura hoje [segunda-feira, 3] está bem grande, sábado [1º] não foi tão procurado, mas hoje está sendo muito procurado, tanto pra Covid, como também pra dengue”, ressaltou.
Após o Carnaval, a tendência é que os casos de Covid-19 e síndromes gripais aumentem. Por isso, o reforço no atendimento médico é fundamental, mas a vacinação da população também é importante para a prevenção e o controle de doenças.
“E o mais importante é lembrar a população que se vacine, principalmente contra a Covid. Crianças de 10 a 14 anos podem se vacinar pra se proteger também. E a influência, principalmente por conta do período chuvoso, pra que a gente não tem um quadro exorbitante de pessoas com síndrome de gripe”, aconselhou Érica Mota.
Comentários
Cotidiano
Erismeu Silva pede reforços visando reta final do Estadual

Foto Glauber Lima: O lateral Jojo cumpriu suspensão na última partida e é mais uma opção
O técnico Erismeu Silva se reuniu com os dirigentes da Adesg e pediu reforços para a reta final do Estadual. Contudo, por causa das condições financeiras, os dirigentes do Leão descartaram a possibilidade.
“Duas ou três peças para qualificar ainda mais o grupo e aumentar as opções neste momento seria muito importante. Temos boas chances de classificar e disputar o título”, comentou o treinador.
Duelo de líderes
A Adesg é vice-líder da fase de classificação com 11 pontos e enfrenta o líder Vasco, com 13 pontos, no sábado, 8, a partir das 15 horas, no Florestão, na abertura da 6ª rodada da primeira fase do Campeonato Estadual.
“Esse jogo é um divisor para a Adesg. Podemos confirmar a nossa classificação e definir a programação para a fase final”, avaliou Erismeu Silva.
Inicia semana
Com um treinamento no Naborzão, em Senador Guiomard, o elenco da Adesg inicia nesta segunda, 3, mais uma semana de treinos.
Você precisa fazer login para comentar.