Acre
Jornada contra o câncer: história de luta, prevenção e esperança
“Foi no auge da pandemia. Eu procurei ajuda na rede particular, em Cruzeiro do Sul, mas os diagnósticos apontavam para estresse devido ao trabalho excessivo e covid. Então, após passar por nove médicos, fiz novamente os exames e deu derrame pleural. Meu marido e eu viemos para Rio Branco, eu vegetando. Chegando aqui, foram-me dados três dias de vida”.
Assim começa a história de Tânia Nepomuceno, técnica em ótica e audiometria de 46 anos, que há quatro faz tratamento no Hospital do Câncer, em Rio Branco.


Histórias como a de Tânia chegam diariamente ao Hospital do Câncer. Somam-se em média 20 novos casos de câncer por semana, totalizando mais de 600 atendimentos semanais, entre novos e já cadastrados. Somente em 2023, foram 1.056 casos registrados no estado. Entre as principais incidências, houve 192 casos de câncer do colo do útero (CCU), 108 de câncer de mama e 74 de próstata.
Para compreender a essência dessa doença devastadora, um desafio de saúde global, é preciso entender o que é o câncer, suas origens, características e mecanismos de desenvolvimento
O que é câncer ?
Segundo o site do Ministério da Saúde (MS), câncer, ou tumor maligno, é o nome dado a um conjunto de mais de cem doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células. Dividindo-se rapidamente, essas células agrupam-se formando tumores, que invadem tecidos, órgãos vizinhos e outros distantes da origem do tumor.


O câncer é causado por mutações, que são alterações da estrutura genética no ácido desoxirribonucleico, o DNA das células. Cada célula sadia possui instruções de como deve crescer e se dividir. Na presença de qualquer erro nessas instruções, no processo de mutação, pode surgir uma célula doente que, ao se proliferar, causará um câncer.
O câncer pode surgir em qualquer parte do corpo. Entretanto, alguns órgãos são mais afetados do que outros; e cada órgão, por sua vez, pode ser acometido por tipos diferenciados de tumor, mais ou menos agressivos.
Tipos de câncer
Existem mais de cem tipos de câncer, que correspondem às várias espécies de células presentes no corpo humano. O câncer de pele, por exemplo, apresenta várias naturezas, uma vez que a pele é composta por mais de uma qualidade de célula.


Cada tipo de câncer traz sintomas e necessita de tratamento específico. Se o câncer tiver início em tecidos epiteliais, como a pele ou mucosas, é conhecido como carcinoma. Se começar em tecidos conjuntivos, como ossos, músculos ou cartilagens, é chamado de sarcoma.
Outras características que diferenciam os diversos tipos de câncer são a velocidade de multiplicação das células doentes e a capacidade que elas têm de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes, fenômeno conhecido como metástase.
Principais causas do câncer
O câncer pode ter várias causas. Fatores externos ou internos ao organismo contribuem para o desenvolvimento da doença. As causas externas estão relacionadas ao meio ambiente, hábitos, costumes e qualidade de vida da pessoa e são predominantes entre as incidências. As causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas e estão ligadas à capacidade de o organismo se defender das agressões externas.


Alguns tipos de câncer têm uma causa bem conhecida. O cigarro, por exemplo, pode causar câncer de pulmão. A exposição excessiva ao sol pode provocar câncer de pele. Alguns vírus podem causar leucemia e o HPV, câncer de colo do útero. Outros tipos de câncer, ainda em estudo, podem ter ligação direta com componente dos alimentos.
O envelhecimento traz mudanças nas células que aumentam as chances de câncer. Esse fator, somado ao fato de as células das pessoas idosas terem sido expostas por mais tempo aos diferentes fatores de risco para câncer, explica em parte o porquê de o câncer ser mais frequente nesses indivíduos.
Tratamento
O tratamento do câncer é feito por meio de uma ou de várias técnicas de tratamento combinadas. A principal delas é a cirurgia oncológica, que pode ser empregada em conjunto com radioterapia, quimioterapia ou transplante de medula óssea, conforme cada caso. O médico vai escolher o tratamento mais adequado, de acordo com a localização, o tipo do câncer, a condição clínica do paciente e a extensão da doença.
Todas as modalidades de tratamento são oferecidas, de forma integral e gratuita, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).


Radioterapia
É um tratamento em que se utilizam radiações para destruir um tumor ou impedir que suas células aumentem. Essas radiações não são vistas e durante a aplicação o paciente não sente nada. A radioterapia pode ser usada em combinação com a quimioterapia ou outros recursos usados no tratamento dos tumores, como as cirurgias oncológicas.


Quimioterapia
Já a quimioterapia é um tratamento que utiliza medicamentos para destruir as células doentes que formam um tumor. Dentro do corpo humano, cada medicamento age de uma maneira diferente. Por esse motivo, são utilizados vários tipos a cada vez que o paciente recebe o tratamento. Esses medicamentos se misturam com o sangue e são levados a todas as partes do corpo, destruindo as células doentes que estão formando o tumor e impedindo, também, que elas se espalhem pelo corpo. O paciente pode receber a quimioterapia como tratamento único ou aliado a outros, como radioterapia e ou cirurgia.
Onde tratar câncer pelo Sistema Único de Saúde (SUS)?
No Brasil, existe a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, Portaria nº 868, de 16 de maio de 2013, que descreve a necessidade de se garantir o cuidado integral ao usuário na Rede de Atenção à Saúde de forma regionalizada e descentralizada e estabelece que o tratamento do câncer será realizado em estabelecimentos de saúde habilitados, como a Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) ou o Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon). Esses estabelecimentos deverão observar as exigências da Portaria Saes/MS nº 1399, de 17 de dezembro de 2019, para garantir a qualidade dos serviços de assistência oncológica e a segurança do paciente.
Hospital de Câncer do Acre


Após buscar ajuda no Hospital de Câncer do Acre (HCAC), Tânia Nepomuceno agradeceu o apoio que recebeu. “Passei uns dias internada, de maneira que os três dias que me deram estão entrando no quarto ano”, alegra-se Tânia.


Existem atualmente 317 unidades e centros de assistência habilitados no tratamento do câncer. No Acre, para tratar a doença no Estado, foi inaugurado, em 2007, o Hospital de Câncer do Acre (HCAC), cadastrado pelo Ministério da Saúde (MS) como unidade de alta complexidade em Oncologia (Unacon), mediante parceria entre o Estado e o MS, por meio do Projeto Expande, do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca).
“Aqui [no HCAC] somos muito bem tratados, do faxineiro aos médicos, somos tratados como verdadeiras pessoas, independente de quem seja. A medicação não tem faltado, e também a quimioterapia, fora as outras coisas que não são fornecidas pelo SUS, como quem precisa de nutrientes, recebe os nutrientes. Somos muito bem atendidos aqui”, destaca a paciente.


O HCAC faz parte do complexo de serviço e atividades da Fundação Hospitalar Estadual do Acre (Fundhacre), atendendo pacientes do Acre, além de ter usuários dos estados vizinhos, como Rondônia e Amazonas, e até mesmo dos países fronteiriços, Bolívia e Peru. Possui 20 leitos de internação para adultos e funciona todos os dias, inclusive com emergência oncológica, 24 horas por dia.
“O Hospital do Câncer do Acre desempenha um papel fundamental na vida das pessoas que estão em tratamento contra essa doença em nosso estado. Além de oferecer um tratamento de qualidade, seguindo todos os protocolos preconizados pelo Ministério da Saúde, o Unacon desenvolve atividades voltadas para prevenção e detecção precoce do câncer, e também atua no apoio emocional às famílias afetadas”, ressaltou o secretário de Saúde, Pedro Pascoal.


O espaço vem recebendo melhorias graduais. Em outubro de 2023, foi entregue a primeira etapa de reformulação do Hospital do Câncer, correspondendo à recepção e à sala de emergência. Foi um investimento de R$ 400 mil, em melhorias que visam proporcionar qualidade e acessibilidade no atendimento a pacientes oncológicos assistidos pelo Estado.
Em seu discurso, o governador Gladson Cameli expressou gratidão a todos os envolvidos nesse empreendimento vital. “Tudo o que envolve saúde é uma grande vitória. Aqui temos o resultado da parceria e união entre todos os poderes, para que a nossa população tenha um atendimento adequado. Por isso, temos que reformar e adequar, para que todas as condições de bem-estar possam ser dadas a quem tanto precisa”, destaca.


O apoio do Estado também vem por meio de gestos de cuidado. No começo de 2024, a vice-governadora Mailza Assis acompanhou a entrega de mais de 200 lenços para mulheres que faziam tratamento contra o câncer na Unacon e perderam os cabelos devido aos procedimentos. A entrega fez parte da campanha De Cabeça Erguida, iniciativa da Secretaria de Estado da Mulher (Semulher).


O público-alvo da unidade são os pacientes com diagnóstico oncológico confirmado por histopatologia, mielograma ou biologia molecular, para fins de tratamento especializado nos serviços de quimioterapia, cirurgia, radioterapia e multiprofissional.
A Unacon atualmente dispõe de uma equipe multidisciplinar formada por médicos especialistas clínicos (quatro oncologistas, um oncologista pediátrico, dois hematologistas e um hematologista pediátrico), especialistas cirúrgicos (três cirurgiões oncológicos, um cirurgião de cabeça e pescoço, dois urologistas, dois mastologistas, dois ginecologistas, um cirurgião plástico e um cirurgião torácico) e quatro médicos radio-oncologistas.


Entre os médicos oncologistas está Rafael Carvalho, que também é o gerente de assistência do Hospital do Câncer. O profissional conta que sempre teve um grande interesse em oncologia, tanto que sua formação foi no Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, mas como a família toda é acreana, voltou ao estado, com o objetivo de melhorar a assistência oncológica da terra natal.
“Eu voltei nesse propósito de tentar, de alguma forma, melhorar, ou pelo menos contribuir, pois a gente não faz sozinho. E graças a Deus tem tido muito resultado”, afirma o médico.


O oncologista acredita que o investimento que o Estado está aplicando no Hospital está apresentando bons frutos. “Hoje a situação melhorou consideravelmente. A radioterapia foi modernizada, as reformas estruturais foram concluídas e o estoque de medicamentos está mais regular. Ver os pacientes receberem um tratamento adequado é gratificante, embora saibamos que ainda há espaço para melhorias. Acredito que, com o tempo, essas questões serão superadas, trazendo alívio para os pacientes e suas famílias”, observa.
É rosa, azul e laranja o ano todo
Ao longo do ano, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) desenvolve várias ações voltadas a proporcionar momentos de reflexão e reforçar os cuidados necessários à prevenção e tratamento dos tipos de câncer mais comuns no estado e no país.


Em outubro, o mês ganha tons róseos para lembrar a todos que o câncer de mama é uma doença que pode apresentar sintomas como a presença de um caroço no seio e a mama com textura de laranja.
A campanha do Outubro Rosa busca alertar para a identificação de casos assintomáticos, com exames de prevenção, de dois em dois anos, para mulheres acima de 40 anos. É raro, mas homens também podem ser acometidos com a doença.


Passado o mês, os tons azulados predominam em novembro e se torna o período dedicado à conscientização sobre a saúde integral do homem, com foco especial na prevenção do câncer de próstata, o segundo tipo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não melanoma.
Em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Câncer, estabelecido em 27 de novembro, a Sesacre reforça anualmente a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e dos cuidados paliativos no tratamento da doença.


Antes de o ano acabar, dezembro fica alaranjado e lembra que o maior órgão do corpo humano também é o que mais tem incidência nos casos de câncer. A pele que recobre todo o corpo em duas camadas (derme e epiderme) é onde mais surge câncer, representando 30% da incidência da doença que acomete a população. No Brasil, há uma média de 170 mil casos anualmente, índice de ocorrência considerado muito alto.
Por isso, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lança anualmente a campanha Dezembro Laranja, que marca o início do verão nos países do hemisfério sul, para buscar a prevenção e detecção precoce do câncer de pele.
8 de abril: Dia Mundial de Combate ao Câncer
O mês de abril também é um período importante, pois é quando se comemora o Dia Mundial de Combate ao Câncer. Uma iniciativa global organizada pela União Internacional para o Controle do Câncer (Uicc), com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), que tem como objetivo conscientizar a população sobre os cuidados de prevenção da segunda doença que mais mata pessoas em todo o mundo.


De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 7,6 milhões de pessoas no planeta morrem em decorrência da doença a cada ano. Dessas, 4 milhões têm entre 30 e 69 anos.
A previsão para 2025, ainda segundo o Ministério da Saúde, é de que 6 milhões de mortes prematuras ocorram por ano. Estima-se que 1,5 milhão de mortes anuais poderiam ser evitadas com medidas adequadas.
Prevenção vem em primeiro lugar
A prevenção primária engloba ações realizadas para evitar a ocorrência da doença e suas estratégias são voltadas para a redução da exposição aos fatores de risco.
Os principais fatores de risco relacionados ao desenvolvimento do câncer são: sedentarismo, tabagismo, alimentação inadequada, sobrepeso, hábitos sexuais, fatores ocupacionais, bebidas alcoólicas, exposição solar, radiações e medicamentos.


Busque informações, busque ajuda
Por tanto, se não estiver se sentindo bem busque uma unidade básica de saúde (UBS) próxima a sua localidade.
Em caso de emergência oncológica, vá até o Hospital do Câncer do Acre, localizado na Avenida Paulo Lemos de Moura Leite, nº 578, bairro Portal da Amazônia, na capital acreana. O hospital fica localizado atrás da Fundação Hospitalar Estadual do Acre (Fundhacre).
Fonte: Governo AC
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Acre
Justiça determina que governo do Acre nomeie 20 policiais penais em Sena Madureira
De acordo com o MPAC, há insuficiência grave de policiais penais na UPEM, o que impede o cumprimento mínimo da Lei de Execução Penal (LEP)

Para o MP, há direito subjetivo à nomeação dos aprovados dentro das vagas, conforme entendimento do STF (Tema 784). Foto: captada
Saimo Martins
A Vara Cível da Comarca de Sena Madureira determinou que o Governo do Acre convoque e nomeie, em até 30 dias, pelo menos 20 aprovados no concurso da Polícia Penal (Edital 001/2023 – SEAD/IAPEN) para atuarem na Unidade Penitenciária Evaristo de Moraes (UPEM). A decisão, assinada pelo juiz Caique Cirano de Paula, atende a pedido de tutela de urgência ajuizado pelo Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) em Ação Civil Pública.
A medida foi tomada após uma série de inspeções do Ministério Público, através do promotor Júlio César Medeiros, da Defensoria Pública e do próprio Judiciário apontarem um cenário crítico na unidade prisional, marcado por déficit de servidores, violações de direitos básicos e risco iminente à segurança.
Déficit de servidores e violações de direitos básicos
De acordo com o MPAC, há insuficiência grave de policiais penais na UPEM, o que impede o cumprimento mínimo da Lei de Execução Penal (LEP). Entre as violações identificadas estão a irregularidade no banho de sol — que chega a ocorrer apenas uma vez por mês — precariedade no fornecimento de água, problemas na qualidade da alimentação, ausência de equipe de saúde adequada e inexistência de Grupo de Intervenção, único caso no Estado.
Relatórios da Defensoria Pública e do Juízo da Execução Penal reforçaram a grave situação, caracterizada pelo Ministério Público como expressão local do Estado de Coisas Inconstitucional reconhecido pelo STF no sistema prisional brasileiro.
Concurso com vagas abertas e aprovados sem nomeação
O concurso da Polícia Penal previa 261 vagas, e 308 candidatos concluíram o curso de formação. No entanto, apenas 170 foram convocados até agora. Para o MP, há direito subjetivo à nomeação dos aprovados dentro das vagas, conforme entendimento do STF (Tema 784).
O diretor da unidade informou que seriam necessários, no mínimo, 30 novos servidores, sendo 16 para formação do Grupo de Intervenção e 12 para reforçar a equipe educacional.
Decisão determina ações imediatas
Na decisão, o juiz afirma que não há violação ao princípio da separação dos poderes, uma vez que o Judiciário apenas determina o cumprimento de obrigações legais já previstas. O magistrado destacou a urgência diante do risco à integridade física de internos e servidores, além das violações massivas de direitos fundamentais.
Segundo ele, o Ofício nº 7.499/SMCRI00, expedido pelo Juízo da Execução Penal e que estabeleceu prazos curtos para regularização do banho de sol, atendimento em saúde e fornecimento de água potável, evidencia a gravidade da situação. O juiz ressaltou que a normalização dessas atividades depende diretamente de efetivo de segurança suficiente para garantir a movimentação dos presos e a ordem interna. Ele apontou que a privação crônica de banho de sol, a ausência de assistência à saúde e as falhas no fornecimento de água elevam o risco de instabilidade interna a níveis perigosos. A falta de um Grupo de Intervenção, conforme observou o Ministério Público, transforma a UPEM em uma “bomba-relógio”, ameaçando a segurança de servidores, internos e da população. O magistrado concluiu que, diante do histórico de violência, rebeliões e evasões no sistema prisional acreano, o Poder Judiciário, provocado pelo Ministério Público e apoiado em recente atuação da Defensoria Pública, não pode se omitir frente à evidente falha do Poder Executivo na implementação das políticas penitenciárias necessárias.
O Estado deverá adotar uma série de medidas no prazo de 30 dias, conforme determinação judicial. Entre elas está a nomeação de pelo menos 20 policiais penais aprovados e formados no concurso, para atuação imediata na Unidade Penitenciária Evaristo de Moraes (UPEM). Também deverá ser criado e capacitado um Grupo de Intervenção, composto por no mínimo 16 policiais penais.
A decisão determina ainda que as vagas de estudo oferecidas aos internos sejam ampliadas de 40 para 80, além da obrigatoriedade de garantir banho de sol diário com duração mínima de duas horas, conforme prevê a Lei de Execução Penal (LEP). Outro ponto imposto é a regularização do fornecimento de água potável, que deverá ocorrer pelo menos três vezes ao dia, com horários fixos divulgados em todos os blocos da unidade.
O magistrado ainda determinou que o Estado realize a manutenção preventiva do sistema de bombeamento de água, assegurando uma reserva técnica para situações emergenciais. Em caso de descumprimento das medidas, foi fixada multa diária de R$ 10 mil, limitada a 30 dias.
“Realize a manutenção preventiva do sistema de bombeamento de água, a fim de garantir o fornecimento de água potável, no mínimo, três vezes ao dia aos internos, em horários fixos, com fixação do cronograma de liberação de água sendo afixado em todos os blocos, com manutenção de reserva técnica de água para situações emergenciais. Fixo, a título de astreintes, multa diária no montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais), limitada a 30 (trinta) dias”, diz a decisão.
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Acre
Acre tem 152 obras federais paradas, com R$ 1,2 bilhão paralisados durante governo Lula, aponta TCU
Dados atualizados até abril de 2025 mostram que saúde e educação concentram maior número de obras interrompidas; causas das paralisações não são detalhadas no painel do tribunal

O Ministério das Cidades reúne 31 obras suspensas, impactando projetos de habitação e urbanização. O DNIT contabiliza 12 interrupções em frentes relacionadas à malha viária e logística estadual. Foto: captada
O Acre convive com 152 obras federais paralisadas, que somam cerca de R$ 1,2 bilhão em investimentos represados, segundo dados do Tribunal de Contas da União (TCU) atualizados até abril de 2025. As áreas de saúde e educação são as mais afetadas, com 50 e 32 obras interrompidas, respectivamente.
O levantamento, foi consultado na última quarta-feira (3), não detalha os motivos das paralisações, mas revela um cenário crítico para a infraestrutura e os serviços públicos no estado. No Ministério da Saúde, as obras paradas incluem unidades básicas, estruturas intermediárias e equipamentos que, se concluídos, ajudariam a desafogar o sistema hospitalar e ampliar o acesso à população.
Já o Ministério da Educação tem paralisadas 32 obras, como escolas, creches e outros equipamentos essenciais para regiões com carência de vagas e infraestrutura limitada.
Outros órgãos também aparecem com números expressivos: o Ministério das Cidades tem 31 obras suspensas (habitação e urbanização), e o DNIT contabiliza 12 paralisias que afetam a malha viária e a logística estadual. Completam a lista o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (11 obras), Ministério do Esporte (9), Funasa (3), Ministério da Agricultura e Pecuária (2), além do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos e o Ministério do Turismo, com 1 obra cada.
A falta de detalhamento sobre as causas — que podem incluir entraves administrativos, questões jurídicas, falhas de execução ou falta de repasse de recursos — dificulta a análise e a busca por soluções para retomar investimentos essenciais ao desenvolvimento do estado.

A leitura das informações revela que os setores de saúde e educação, pilares essenciais do atendimento direto à população, concentram o maior número de obras interrompidas no estado. Foto: captada
O Ministério da Educação, com 32 obras que incluem escolas, creches e outros equipamentos educacionais. A interrupção desses projetos impacta diretamente a expansão da oferta de ensino e o atendimento a crianças e jovens em regiões onde a carência por infraestrutura permanece elevada.
O levantamento do TCU também aponta paralisações em outras pastas relevantes. O Ministério das Cidades acumula 31 obras interrompidas, incluindo projetos de urbanização e habitação. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) aparece com 12 obras, afetando frentes ligadas à malha viária e logística do estado.
Distribuição por pasta ministerial
- Saúde: 50 obras paralisadas (unidades básicas, estruturas intermediárias)
- Educação: 32 obras (escolas, creches, equipamentos de suporte)
- Cidades: 31 obras (habitação e urbanização)
- DNIT: 12 obras (malha viária e logística)
- Integração Regional: 11 obras
- Esporte: 9 obras
Impactos diretos
- Saúde: Sistema hospitalar não é desafogado
- Educação: Déficit de vagas e infraestrutura permanece
- Logística: Transporte de insumos e atendimento a municípios isolados comprometido
Falta de transparência
- Causas: Painel não detalha motivos das paralisações
- Entraves: Dificuldade em identificar problemas administrativos, jurídicos ou financeiros
Apesar do impacto econômico e social gerado pela interrupção dos investimentos, o painel do TCU não detalha os motivos que levaram cada projeto à condição de paralisação, deixando abertas questões sobre problemas contratuais, falhas de execução, falta de repasses ou entraves administrativos.
As paralisações refletem um problema crônico na execução de obras públicas no Acre, estado historicamente dependente de investimentos federais. A falta de explicações oficiais sobre as causas das interrupções dificulta a busca por soluções e prolonga o sofrimento da população que aguarda por serviços essenciais.
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Acre
Prefeito de Rio Branco anuncia Natal com árvore maior, drone show e iluminação em LED em todas as regionais
Tião Bocalom apresentou as novidades do “Acender das Luzes do Natal de Vida, Esperança e Dignidade 2025” e garantiu decoração em bairros e programação cultural intensa, com Festival de Drones marcado para 20 de dezembro

Bocalom também adiantou que o município prepara atividades especiais para o Réveillon, mantendo o padrão dos anos anteriores. Foto: captada
O prefeito Tião Bocalom apresentou, em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (5) na Praça da Revolução, as principais novidades da decoração e programação natalina de Rio Branco para 2025. Com o tema “Natal de Vida, Esperança e Dignidade”, o evento trará iluminação em LED e uma árvore de Natal 4 metros maior que a do ano passado.
— Agora trabalhando com muito LED. A nossa árvore de Natal esse ano tem 4 metros a mais do que o ano passado. A população vai ver, vai ficar muito bonito — afirmou Bocalom.
A iluminação não se restringirá ao Centro: todas as dez regionais da cidade receberão itens decorativos reutilizados de anos anteriores, e avenidas importantes serão embelezadas com novos equipamentos. O prefeito relacionou o investimento ao espírito natalino e ao compromisso da gestão com a população.
A programação cultural prevê cantatas, corais locais, artistas regionais e, como ponto alto, o Festival de Drones, marcado para o dia 20 de dezembro.
— Eu prefiro gastar o dinheiro com o Festival de Drones, que tem o quê? 3, 4 anos que o mundo conheceu esse trabalho, do que gastar com um artista só que sempre está vindo aqui para o Acre levando o nosso dinheiro embora — declarou Bocalom.
As luzes natalinas permanecerão acesas até 10 de janeiro, e o município prepara também atividades especiais para o Réveillon. Sobre o transporte público durante o período festivo, o prefeito adiantou que a gestão divulgará em breve os detalhes para garantir mobilidade e segurança.

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