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“Já fiz sexo em troca de comida”: a pobreza e a prostituição no Acre

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Um estudo da Universidade de Harvard concluiu que a primeira profissão humana relatada na história foi a de cozinheiro, e teria surgido há cerca de 2 milhões de anos*, desmitificando a ideia de que a troca de dinheiro ou objetos por sexo fosse o trabalho mais antigo do mundo. Mas que a prostituição é antiga, é, e já foi muito mais fácil, especialmente para as mulheres.

Na Atenas do século 500-60 a.C., por exemplo, as meretrizes eram regulamentadas, reconhecidas como um serviço de utilidade pública, e pagavam rios de impostos ao Estado. Em 2025 no Brasil, apesar de a profissão de “profissional do sexo” estar incluída na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) e ser uma alternativa à pobreza e à dependência financeira de programas sociais, mulheres com este trabalho em Rio Branco, no Acre, lamentam sofrer abusos e humilhações constantes por parte dos contratantes.

A reportagem do ac24horas entrevistou três mulheres profissionais do sexo de 34, 21 e 18 anos, na capital, para saber como é ser mulher no contexto de sua profissão. Elas não foram identificadas a pedido das entrevistadas, que serão mencionadas com nomes fictícios.

Laura (20) e Letícia (18) têm escolaridade incompleta, moram num bairro periférico de Rio Branco e, diante de uma vida difícil financeiramente e da falta de uma perspectiva de melhora, apostaram todas as fichas no trabalho com o corpo para mudar de vida. Elas alugaram um apartamento juntas e fazem o máximo de programas possível para conseguir pagar as contas e dividem até o mesmo celular.

Laura começou a trabalhar com o empréstimo do corpo com 16 anos e lamenta não ter conseguido a evolução financeira esperada. “Moro com uma amiga [Letícia] e fazemos ‘os corres’ juntas para dividirmos as despesas, mas tem meses em que as coisas são muito difíceis”, afirmou.

“O maior desafio para mim é quando não temos opção e precisamos fazer coisas que nunca imaginamos fazer, como sexo em troca de almoço ou janta, quando não há movimento”, disse Letícia.

Letícia opina que as dificuldades da profissão para uma mulher não são comparáveis à mesma realidade vivida por homens. “Não que um homem profissional do sexo não seria julgado, mas a forma como as pessoas olham pra eles é diferente de como olham pra nós”, explicou.

Olívia, de 34 anos, trabalha com sexo desde os 18 e, com a experiência, aprendeu a resistir aos abusos de parte dos clientes. “Não é fácil. A gente encara todo tipo de gente, do educado ao idiota, de todas as profissões. Como tenho experiência, o cliente já fica um pouco inibido, mas se a mulher for ‘bobinha’, ele quer montar”, explicou.

Sobre o motivo de ter feito carreira como profissional do sexo, Olívia diz que poder exigir de um homem uma troca pelo prazer feito por ela é um ato de empoderamento do qual ela não pretende se desfazer. “Não acho futuro uma mulher ter que servir um homem sem ter nada em troca. Pra mim isso não está mais nos meus planos. É assim: Quer? É tanto. Se não, pode me deixar quietinha no meu canto. Eu optei por isso. Não acho nada interessante servir um homem e precisar de alguma coisa, não ter”, disse.

*A fonte oficial do estudo se chama Energetic Consequences of Thermal and Nonthermal Food Processing, que foi publicado na revista acadêmica Proceedings of the National Academy of Science.

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Rio Acre volta a subir e Defesa Civil mantém atenção após novo boletim em Rio Branco

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Mesmo com apenas 7,80 mm de chuva nas últimas 24 horas, histórico de elevações rápidas do manancial acende sinal de alerta na capital.

A Defesa Civil de Rio Branco divulgou, na manhã desta sexta-feira (5), um novo boletim de monitoramento do Rio Acre. Às 5h19, o manancial marcou 5,43 metros, apresentando tendência de elevação nas últimas horas. O documento é assinado pelo coordenador municipal da Defesa Civil, Cláudio Falcão (TC BM).

Nas últimas 24 horas, a capital registrou 7,80 mm de chuva — volume considerado baixo, mas suficiente para manter o órgão em estado de atenção, devido ao histórico de subidas rápidas do nível do rio em períodos de instabilidade climática.

A cota de alerta para o Rio Acre é de 13,50 metros e a de transbordo, 14 metros, ainda distantes da medição registrada nesta sexta-feira.

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Governo revoga normas da Ouvidoria Fundiária e do Meio Ambiente no AC

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Foto: Felipe Freire/Secom

O Governo do Acre publicou no Diário Oficial, nesta sexta-feira, 5, duas normas que revogam dispositivos relacionados à Ouvidoria Fundiária e do Meio Ambiente, alterando a legislação vigente sobre a estrutura da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e a organização administrativa do Executivo.

Revogação na Lei Orgânica da PGE

A Lei Complementar nº 501, de 27 de novembro de 2025, sancionada pelo governador Gladson Cameli, modifica a Lei Complementar nº 45/1994, que dispõe sobre a Lei Orgânica da Procuradoria-Geral do Estado. A nova norma revoga:

a alínea “e” do inciso IV do art. 2º;

o art. 19-L da mesma lei.

Além disso, a Lei Complementar nº 501 revoga integralmente a Lei Complementar nº 480, de 17 de dezembro de 2024, que havia criado dispositivos específicos para tratar da Ouvidoria Fundiária e do Meio Ambiente.

A nova lei entrou em vigor na data de sua publicação.

Revogação da estrutura da Ouvidoria Fundiária e Ambiental

Também foi publicado o Decreto nº 11.800, de 4 de dezembro de 2025, que revoga o Decreto nº 11.639/2025, responsável por definir a estrutura organizacional básica da Ouvidoria Fundiária e do Meio Ambiente.

Com a revogação, a estrutura criada em fevereiro deste ano deixa de existir oficialmente. O decreto também entrou em vigor na data de sua publicação.

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Dois jovens ficam feridos em grave acidente de moto na AC-475, entre Acrelândia e Plácido de Castro

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Dois jovens ficaram feridos na tarde desta quinta-feira (4) após um grave acidente de motocicleta registrado na Rodovia AC-475, no trecho que liga os municípios de Acrelândia e Plácido de Castro. O condutor da moto, João Gustavo Muniz, de 19 anos, perdeu o controle do veículo ao passar por uma curva. A motocicleta saiu da pista, arrancou uma estaca e arremessou os dois ocupantes a cerca de oito metros, lançando-os em uma área de pasto.

A dupla trafegava em uma Honda Fan 160, de cor prata. Com o impacto, João Gustavo sofreu fraturas no fêmur, na tíbia e na fíbula da perna esquerda, além de fratura exposta em um dos dedos da mão esquerda. Mesmo com a gravidade das lesões, seu quadro é considerado estável.

O garupa, Antônio Taguá da Silva Monteiro, de 18 anos, também teve ferimentos significativos. Ele apresentou fratura na clavícula esquerda, ferimento com exposição óssea em um dedo do pé esquerdo e um corte profundo na mão direita. Assim como o condutor, permanece em estado estável.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) enviou uma ambulância de suporte básico de Plácido de Castro para o resgate. Após os primeiros atendimentos, as vítimas foram levadas à Unidade Mista de Saúde do município e, devido à gravidade dos ferimentos, transferidas ainda na noite desta quinta-feira para o Pronto-Socorro de Rio Branco em uma ambulância municipal.

A Polícia Militar esteve no local e deve apurar as circunstâncias que resultaram no acidente.

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