Acre
Inquérito que apura se estudante foi jogada de carro pelo namorado é finalizado no Acre
A Polícia Civil confirmou, nesta quinta-feira (27), que finalizou o inquérito que apura a acusação de Emely Juliana, de 22 anos, contra seu namorado, Lucas Oliveira, de 26, de jogá-la do carro em movimento durante uma briga.
Uma câmera de segurança flagrou a ação, que foi registrada no dia 26 de dezembro, mas só repercutiu dois dias depois. Lucas foi preso preventivamente no dia 30 de dezembro.
O inquérito foi presidido pela delegada Carla Coutinho, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). Segundo a assessoria da Polícia Civil, ela não pode detalhar nada sobre o inquérito, que corre em segredo de Justiça, mas disse que o documento vai ser enviado ainda nesta quinta para o Judiciário.
Ao todo três pessoas foram ouvidas, além do casal, uma amiga prestou depoimento, segundo a polícia. A Polícia Civil também não detalhou qual foi o indiciamento de Lucas.
Lucas segue preso na Unidade de Regime Fechado 1 de Rio Branco. Quem fazia a defesa do jovem era o advogado Fábio Santos, mas ele informou que saiu do caso e o g1 não conseguiu contato com os novos advogados até esta publicação.
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Lucas Oliveira, de 26 anos, segue preso em Rio Branco — Foto: Asscom/Polícia Civil
A reportagem também não conseguiu contato com a estudante, que aparece no vídeo. Na época do ocorrido, Emely aparecia nas imagens caindo de um carro em movimento durante uma briga com o namorado Lucas Oliveira, de 26. Tudo foi registrado na Avenida Antônio da Rocha Viana, em Rio Branco e as imagens viralizaram na internet.
Após receber atendimento médico devido aos vários ferimentos pelo corpo, a vítima registrou um boletim de ocorrência na Deam, que concedeu uma medida protetiva à ela.
Briga por celular
Ao g1, a jovem contou que ela e o namorado estavam na casa de um amigo do pai dela quando ele pediu para olhar o celular dela e ela recusou. Logo, eles se desentenderam e resolveram ir embora. No caminho de casa, a briga ficou mais intensa e ele começou a acelerar o veículo.
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Jovem cai de carro em movimento durante briga com namorado no Acre — Foto: Reprodução
Emely disse que chegou a abrir a porta do carro várias vezes na tentativa descer, mas ele continuava acelerando e fazendo manobras dando voltas. Até que em determinado momento ele reduziu a velocidade e ela achou que ele iria parar o carro.
“Eu pedia para ele parar o carro, mas ele não parava, ficava dando voltas no carro e isso ele tentando pegar meu celular. Eu não conseguia ligar pra ninguém porque toda vez que eu pegava meu celular, ele tentava puxar. Até que ele reduziu como se fosse parar, eu abri a porta e então ele acelerou muito rápido, e quando eu fui tentar fechar a porta com medo de cair, eu senti o empurrão, ele me empurrou. Ele em nenhum momento tentou me ajudar, ele desceu do carro e foi logo pegando meu celular”, contou a jovem.
Pelas imagens é possível ver o momento em que ela cai, bate a cabeça e fica deitada no meio da rua. O homem para o carro mais na frente, desce e vai até ela. Alguns segundo depois, ele pega o celular que estava no bolso da jovem e ela consegue se levantar e tenta pegar o aparelho.
Já próximo ao carro novamente, ele a empurra e depois ela se senta na calçada. Depois disso, Emely contou que Lucas ficou com o carro parado em rua próxima e que algumas pessoas se aproximaram.
Juntos há sete meses
Ela foi levada por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para a UPA da Sobral e depois registrou a ocorrência na delegacia.
A jovem contou ainda que os dois namoravam há cerca de sete meses e que há quatro meses estavam morando juntos. Também por ciúmes, ela relatou que o rapaz já chegou a empurrá-la em outra briga.
Lucas foi candidato a deputado estadual no Acre pelo PSL nas últimas eleições em 2018. Em 2016, o g1 contou a história dele que, após ficar quase um ano internado devido a um acidente de carro, saiu do hospital determinado a ajudar as pessoa e montou o Movimento de Apoio à Criança com Câncer (MACC).
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Lucas Oliveira nega que tenha empurrado namorada para fora do carro durante briga em Rio Branco — Foto: Arquivo pessoal
O que alegou a defesa
O advogado Fábio Santos, na época, afirmou que o vídeo que circulou nas redes sociais estava acelerado e que seu cliente não estava em alta velocidade. Ele disse ainda que Lucas informou que sua namorada já vinha ameaçando se atirar do carro e que ela estava alcoolizada.
“Analisando a imagem de uma maneira superficial, a primeira onde a jovem vai ao solo, a imagem está acelerada. O carro nem teria como estar em alta velocidade, porque logo em seguida, na esquina, já é uma rotatória. Então essa imagem está acelerada, não é fidedigna. A jovem acusa o Lucas de ter empurrado ela, e ele diz que ela vinha ameaçando se atirar do carro desde a outra pista e isso é fácil de comprovar porque temos outras imagens que comprovam essas alegações. Ele disse que não a empurrou e que ela se atirou”, afirmou o advogado.
Santos disse ainda que seu cliente alegava inocência. “Ele informa que ela estava bastante alcoolizada, que outras pessoas vieram prestar auxílio e ele só não ficou para levá-la para casa ou prestar outro auxílio porque logo que ele volta, as pessoas o hostilizaram.”
No entanto, a jovem alega que o namorado não tentou ajudá-la em nenhum momento e que, logo após deixá-la na rua, ele já mandou um áudio para ela afirmando que ela que tinha se jogado do carro e não ele empurrado. Emely contou ainda que Lucas chegou a ligar chorando para o pai dela para contar que ela tinha se jogado do carro e que não deixou que ele a ajudasse.
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Acre
Justiça determina que governo do Acre nomeie 20 policiais penais em Sena Madureira
De acordo com o MPAC, há insuficiência grave de policiais penais na UPEM, o que impede o cumprimento mínimo da Lei de Execução Penal (LEP)

Para o MP, há direito subjetivo à nomeação dos aprovados dentro das vagas, conforme entendimento do STF (Tema 784). Foto: captada
Saimo Martins
A Vara Cível da Comarca de Sena Madureira determinou que o Governo do Acre convoque e nomeie, em até 30 dias, pelo menos 20 aprovados no concurso da Polícia Penal (Edital 001/2023 – SEAD/IAPEN) para atuarem na Unidade Penitenciária Evaristo de Moraes (UPEM). A decisão, assinada pelo juiz Caique Cirano de Paula, atende a pedido de tutela de urgência ajuizado pelo Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) em Ação Civil Pública.
A medida foi tomada após uma série de inspeções do Ministério Público, através do promotor Júlio César Medeiros, da Defensoria Pública e do próprio Judiciário apontarem um cenário crítico na unidade prisional, marcado por déficit de servidores, violações de direitos básicos e risco iminente à segurança.
Déficit de servidores e violações de direitos básicos
De acordo com o MPAC, há insuficiência grave de policiais penais na UPEM, o que impede o cumprimento mínimo da Lei de Execução Penal (LEP). Entre as violações identificadas estão a irregularidade no banho de sol — que chega a ocorrer apenas uma vez por mês — precariedade no fornecimento de água, problemas na qualidade da alimentação, ausência de equipe de saúde adequada e inexistência de Grupo de Intervenção, único caso no Estado.
Relatórios da Defensoria Pública e do Juízo da Execução Penal reforçaram a grave situação, caracterizada pelo Ministério Público como expressão local do Estado de Coisas Inconstitucional reconhecido pelo STF no sistema prisional brasileiro.
Concurso com vagas abertas e aprovados sem nomeação
O concurso da Polícia Penal previa 261 vagas, e 308 candidatos concluíram o curso de formação. No entanto, apenas 170 foram convocados até agora. Para o MP, há direito subjetivo à nomeação dos aprovados dentro das vagas, conforme entendimento do STF (Tema 784).
O diretor da unidade informou que seriam necessários, no mínimo, 30 novos servidores, sendo 16 para formação do Grupo de Intervenção e 12 para reforçar a equipe educacional.
Decisão determina ações imediatas
Na decisão, o juiz afirma que não há violação ao princípio da separação dos poderes, uma vez que o Judiciário apenas determina o cumprimento de obrigações legais já previstas. O magistrado destacou a urgência diante do risco à integridade física de internos e servidores, além das violações massivas de direitos fundamentais.
Segundo ele, o Ofício nº 7.499/SMCRI00, expedido pelo Juízo da Execução Penal e que estabeleceu prazos curtos para regularização do banho de sol, atendimento em saúde e fornecimento de água potável, evidencia a gravidade da situação. O juiz ressaltou que a normalização dessas atividades depende diretamente de efetivo de segurança suficiente para garantir a movimentação dos presos e a ordem interna. Ele apontou que a privação crônica de banho de sol, a ausência de assistência à saúde e as falhas no fornecimento de água elevam o risco de instabilidade interna a níveis perigosos. A falta de um Grupo de Intervenção, conforme observou o Ministério Público, transforma a UPEM em uma “bomba-relógio”, ameaçando a segurança de servidores, internos e da população. O magistrado concluiu que, diante do histórico de violência, rebeliões e evasões no sistema prisional acreano, o Poder Judiciário, provocado pelo Ministério Público e apoiado em recente atuação da Defensoria Pública, não pode se omitir frente à evidente falha do Poder Executivo na implementação das políticas penitenciárias necessárias.
O Estado deverá adotar uma série de medidas no prazo de 30 dias, conforme determinação judicial. Entre elas está a nomeação de pelo menos 20 policiais penais aprovados e formados no concurso, para atuação imediata na Unidade Penitenciária Evaristo de Moraes (UPEM). Também deverá ser criado e capacitado um Grupo de Intervenção, composto por no mínimo 16 policiais penais.
A decisão determina ainda que as vagas de estudo oferecidas aos internos sejam ampliadas de 40 para 80, além da obrigatoriedade de garantir banho de sol diário com duração mínima de duas horas, conforme prevê a Lei de Execução Penal (LEP). Outro ponto imposto é a regularização do fornecimento de água potável, que deverá ocorrer pelo menos três vezes ao dia, com horários fixos divulgados em todos os blocos da unidade.
O magistrado ainda determinou que o Estado realize a manutenção preventiva do sistema de bombeamento de água, assegurando uma reserva técnica para situações emergenciais. Em caso de descumprimento das medidas, foi fixada multa diária de R$ 10 mil, limitada a 30 dias.
“Realize a manutenção preventiva do sistema de bombeamento de água, a fim de garantir o fornecimento de água potável, no mínimo, três vezes ao dia aos internos, em horários fixos, com fixação do cronograma de liberação de água sendo afixado em todos os blocos, com manutenção de reserva técnica de água para situações emergenciais. Fixo, a título de astreintes, multa diária no montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais), limitada a 30 (trinta) dias”, diz a decisão.
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Acre
Acre tem 152 obras federais paradas, com R$ 1,2 bilhão paralisados durante governo Lula, aponta TCU
Dados atualizados até abril de 2025 mostram que saúde e educação concentram maior número de obras interrompidas; causas das paralisações não são detalhadas no painel do tribunal

O Ministério das Cidades reúne 31 obras suspensas, impactando projetos de habitação e urbanização. O DNIT contabiliza 12 interrupções em frentes relacionadas à malha viária e logística estadual. Foto: captada
O Acre convive com 152 obras federais paralisadas, que somam cerca de R$ 1,2 bilhão em investimentos represados, segundo dados do Tribunal de Contas da União (TCU) atualizados até abril de 2025. As áreas de saúde e educação são as mais afetadas, com 50 e 32 obras interrompidas, respectivamente.
O levantamento, foi consultado na última quarta-feira (3), não detalha os motivos das paralisações, mas revela um cenário crítico para a infraestrutura e os serviços públicos no estado. No Ministério da Saúde, as obras paradas incluem unidades básicas, estruturas intermediárias e equipamentos que, se concluídos, ajudariam a desafogar o sistema hospitalar e ampliar o acesso à população.
Já o Ministério da Educação tem paralisadas 32 obras, como escolas, creches e outros equipamentos essenciais para regiões com carência de vagas e infraestrutura limitada.
Outros órgãos também aparecem com números expressivos: o Ministério das Cidades tem 31 obras suspensas (habitação e urbanização), e o DNIT contabiliza 12 paralisias que afetam a malha viária e a logística estadual. Completam a lista o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (11 obras), Ministério do Esporte (9), Funasa (3), Ministério da Agricultura e Pecuária (2), além do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos e o Ministério do Turismo, com 1 obra cada.
A falta de detalhamento sobre as causas — que podem incluir entraves administrativos, questões jurídicas, falhas de execução ou falta de repasse de recursos — dificulta a análise e a busca por soluções para retomar investimentos essenciais ao desenvolvimento do estado.

A leitura das informações revela que os setores de saúde e educação, pilares essenciais do atendimento direto à população, concentram o maior número de obras interrompidas no estado. Foto: captada
O Ministério da Educação, com 32 obras que incluem escolas, creches e outros equipamentos educacionais. A interrupção desses projetos impacta diretamente a expansão da oferta de ensino e o atendimento a crianças e jovens em regiões onde a carência por infraestrutura permanece elevada.
O levantamento do TCU também aponta paralisações em outras pastas relevantes. O Ministério das Cidades acumula 31 obras interrompidas, incluindo projetos de urbanização e habitação. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) aparece com 12 obras, afetando frentes ligadas à malha viária e logística do estado.
Distribuição por pasta ministerial
- Saúde: 50 obras paralisadas (unidades básicas, estruturas intermediárias)
- Educação: 32 obras (escolas, creches, equipamentos de suporte)
- Cidades: 31 obras (habitação e urbanização)
- DNIT: 12 obras (malha viária e logística)
- Integração Regional: 11 obras
- Esporte: 9 obras
Impactos diretos
- Saúde: Sistema hospitalar não é desafogado
- Educação: Déficit de vagas e infraestrutura permanece
- Logística: Transporte de insumos e atendimento a municípios isolados comprometido
Falta de transparência
- Causas: Painel não detalha motivos das paralisações
- Entraves: Dificuldade em identificar problemas administrativos, jurídicos ou financeiros
Apesar do impacto econômico e social gerado pela interrupção dos investimentos, o painel do TCU não detalha os motivos que levaram cada projeto à condição de paralisação, deixando abertas questões sobre problemas contratuais, falhas de execução, falta de repasses ou entraves administrativos.
As paralisações refletem um problema crônico na execução de obras públicas no Acre, estado historicamente dependente de investimentos federais. A falta de explicações oficiais sobre as causas das interrupções dificulta a busca por soluções e prolonga o sofrimento da população que aguarda por serviços essenciais.
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Acre
Prefeito de Rio Branco anuncia Natal com árvore maior, drone show e iluminação em LED em todas as regionais
Tião Bocalom apresentou as novidades do “Acender das Luzes do Natal de Vida, Esperança e Dignidade 2025” e garantiu decoração em bairros e programação cultural intensa, com Festival de Drones marcado para 20 de dezembro

Bocalom também adiantou que o município prepara atividades especiais para o Réveillon, mantendo o padrão dos anos anteriores. Foto: captada
O prefeito Tião Bocalom apresentou, em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (5) na Praça da Revolução, as principais novidades da decoração e programação natalina de Rio Branco para 2025. Com o tema “Natal de Vida, Esperança e Dignidade”, o evento trará iluminação em LED e uma árvore de Natal 4 metros maior que a do ano passado.
— Agora trabalhando com muito LED. A nossa árvore de Natal esse ano tem 4 metros a mais do que o ano passado. A população vai ver, vai ficar muito bonito — afirmou Bocalom.
A iluminação não se restringirá ao Centro: todas as dez regionais da cidade receberão itens decorativos reutilizados de anos anteriores, e avenidas importantes serão embelezadas com novos equipamentos. O prefeito relacionou o investimento ao espírito natalino e ao compromisso da gestão com a população.
A programação cultural prevê cantatas, corais locais, artistas regionais e, como ponto alto, o Festival de Drones, marcado para o dia 20 de dezembro.
— Eu prefiro gastar o dinheiro com o Festival de Drones, que tem o quê? 3, 4 anos que o mundo conheceu esse trabalho, do que gastar com um artista só que sempre está vindo aqui para o Acre levando o nosso dinheiro embora — declarou Bocalom.
As luzes natalinas permanecerão acesas até 10 de janeiro, e o município prepara também atividades especiais para o Réveillon. Sobre o transporte público durante o período festivo, o prefeito adiantou que a gestão divulgará em breve os detalhes para garantir mobilidade e segurança.

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