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Imagens das câmeras de segurança mostram momento em que servidores retiram envelopes e mochilas de dentro da Aleac

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Servidores foram flagrados retirando documentos em pastas e mochilas da Aleac — Foto: Reprodução

As câmaras de segurança da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) flagraram o momento em que os servidores Francisco Auricélio e Adalcimar Nunes retiram papéis, envelopes e mochilas de dentro da Casa Legislativa nos últimos dias 13 e 14.

Os dois foram presos preventivamente em operação da Polícia Federal, que investiga fraude em licitações de publicidade.

A Rede Amazônica no Acre teve acesso com exclusividade aos detalhes do depoimento do segurança da Aleac, que diz ter visto servidores saindo com documentos do prédio.

“Chegou por volta das 13h na Aleac e viu vários servidores saindo com documentos depois da deflagração da operação. Viu pelas filmagens, e que não é normal, a retirada de documentos da Aleac. Não sabe o conteúdo dos documentos que estavam retirando das salas. Que o chefe do setor de informática foi convocado imediatamente após a notícia da deflagração e que ouviu vários comentários que estavam saindo computadores do prédio”, informou o servidor em depoimento.

As imagens são de quatro câmeras do segundo andar do prédio e de uma câmera do estacionamento. Nelas, Auricélio, que é diretor financeiro e estava de férias, e Adalcimar Nunes, diretor-geral, que estava afastado de licença, aparecem indo até a Aleac em horário fora do expediente e retirando documentos do prédio.

Câmeras de segurança flagraram servidores retirando envelopes e mochilas de dentro da Aleac — Foto: Reprodução

Presos em operação

Das nove pessoas presas pela Polícia Federal, seis continuam detidas preventivamente. Entre elas, a empresária Charlene Lima, dona da empresa CL Publicidade e candidata a deputada federal pelo PTB e Andreia Púpio, sobrinha de Charlene e candidata a deputada estadual também pelo PTB.

Também estão presos Ednilson Aguiar, sargento da Polícia Militar do Acre e que estaria prestando serviço para a empresa de publicidade; Francisco Auricélio, diretor financeiro da Aleac e Adalcimar Nunes, diretor-geral da Aleac.

O advogado Marcos Vinícius Jardim, da defesa da empresária Charlene, disse que a prioridade é garantir a liberdade da sua cliente. A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos demais citados.

“A formação de preços de quaisquer serviços, públicos ou privados, mormente os de notória especialidade, como os praticados pela empresária Charlene, não pode ser analisada de forma generalizada, sem critérios específicos de comparação. Acusações descontextualizadas geralmente levam a conclusões precipitadas.”, disse o advogado.

Ele também comentou sobre as denúncias e disse que não se pode analisar a formação de preços dos serviços de forma generalizada.

“No particular, devem ser considerados os serviços efetivamente contratados, a qualidade técnica, os instrumentos, equipes, a expertise envolvida, enfim uma série de fatores que demandam ciência técnica acurada. Como dito, todas as acusações serão devidamente analisadas no momento apropriado. Por ora, é a justa e necessária liberdade da Charlene que move nosso trabalho”, afirmou Vinícius.

Desvio de verbas públicas

Todos são suspeitos de envolvimento em um esquema de desvio de verbas públicas de um contrato no valor total de R$ 17 milhões entre a empresa CL Publicidade e a Assembleia Legislativa do Acre. A Polícia Federal ainda não tem informações dos valores desviados.

Os dois servidores da Aleac, segundo as investigações, mantinham contato com a empresária Charlene e participavam de pagamentos indevidos. Se forem comprovadas as denúncias, os envolvidos podem responder pelos crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e obstrução a Justiça.

PF cumpre 24 mandados em operação que desarticulou grupo que teria fraudado contratos públicos na Aleac — Foto: Divulgação/PF-AC

Operações da PF

Operação Hefesto foi deflagrada no dia 13 de setembro. Ao todo, foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão e de prisão até terça-feira (18).

Conforme a Polícia Federal, o grupo criminoso também é investigado por tentativa de suborno a um servidor da Justiça do Trabalho para que o esquema criminoso não fosse descoberto.

Nesta terça, foi deflagrada a Operação Hora Extra, desdobramento da primeira, onde os dois servidores foram presos. Desta vez, a operação investiga crimes de corrupção, peculado, lavagem de dinheiro, organização criminosa e fraudes em licitações.

Suspensão de contratos

Após o escândalo, a Aleac suspendeu a execução dos contratos com a empresa suspeita do esquema. A resolução foi publicada na edição de quarta-feira (19) do Diário Oficial do Estado (DOE).

A Aleac informou que, desde terça (18), a empresa já não fez mais a filmagem e transmissão da sessão, que é um dos serviços prestados à Casa Legislativa. Segundo o órgão, caso seja confirmada a fraude, a empresa deve perder em definitivo os contratos. Já se as investigações apontarem que não houve ilegalidade, os serviços serão retomados.

Além de suspender a execução dos contratos, a Casa Legislativa determinou que a secretaria executiva indique servidores para compor comissão e instaurar processo administrativo que deve investigar caso.

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Papa Leão XIV divulga nova orientação para sexo no casamento

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Papa Leão na FAO em Roma • 16/10/2025 REUTERS/Remo Casilli

Em um novo decreto assinado pelo papa Leão XIV, o Vaticano divulgou orientações para fiéis sobre a prática sexual no casamento, reconhecendo que o sexo não se limita apenas à procriação, mas contribui para “enriquecer e fortalecer” a “união exclusiva do matrimônio”.

A questão está intimamente ligada à finalidade unitiva da sexualidade, que não se limita a assegurar a procriação, mas contribui para enriquecer e fortalecer a união única e exclusiva e o sentimento de pertencimento mútuo.

O documento assinado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé cita o Código de Direito Canônico e diz que uma visão integral da caridade conjugal é aquela que “não nega sua fecundidade”, ainda que deva “naturalmente permanecer aberta à comunicação de vida”.

O texto também prevê o conceito de consentimento livre” e “pertencimento mútuo”, assegurando a mesma dignidade e direitos ao casal.

“Um cônjuge é suficiente”

No decreto publicano em italiano, o Vaticano orientou 1,4 bilhão de católicos do mundo a buscarem o casamento com uma única pessoa para a vida toda e a não manterem relações sexuais múltiplas, estabelecendo que o casamento é um vínculo perpétuo e “exclusivo”.

Criticando a prática da poligamia na África, inclusive entre membros da Igreja, o decreto reiterou a crença de que o casamento é um compromisso para toda a vida entre um homem e uma mulher.

“Sobre a unidade do matrimônio – o matrimônio entendido, isto é, como uma união única e exclusiva entre um homem e uma mulher – encontra-se, ao contrário, um desenvolvimento de reflexão menos extenso do que sobre o tema da indissolubilidade, tanto no Magistério quanto nos manuais dedicados ao assunto”, diz o documento.

“Embora cada união conjugal seja uma realidade única, encarnada dentro das limitações humanas, todo matrimônio autêntico é uma unidade composta por duas pessoas, que requer uma relação tão íntima e abrangente que não pode ser compartilhada com outros”, enfatizou a Santa Sé.

 

Fonte: CNN

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PF afasta delegado e policial em operação contra esquema de ouro ilegal no Amapá

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Operação Cartucho de Midas apreende mais de R$ 1 milhão, € 25 mil e prende suspeito com arma restrita; movimentações acima de R$ 4,5 milhões reforçam indícios de lavagem de dinheiro.

Como resultado da ação, o delegado Charles Corrêa e o policial Daniel Lima das Neves foram afastados cautelarmente de suas funções. Em um dos endereços alvo, a PF apreendeu mais de R$ 1 milhão em espécie e cerca de € 25 mil. Uma pessoa foi presa em flagrante por posse de arma de uso restrito.

As investigações tiveram início após a identificação de movimentações bancárias suspeitas, incompatíveis com os rendimentos declarados pelos investigados. Segundo a PF, empresários e agentes públicos atuantes na região de fronteira estariam envolvidos na ocultação de recursos provenientes do comércio ilegal de ouro.

A corporação identificou ainda que joalherias de diversos estados transferiam valores para um posto de combustíveis em Oiapoque. O estabelecimento, por sua vez, repassava o dinheiro a um agente público local, reforçando os indícios de lavagem de capitais.

A PF também apurou movimentações superiores a R$ 4,5 milhões feitas por servidores públicos sem justificativa econômica. Para disfarçar a origem ilícita dos recursos, teriam sido usadas empresas de fachada.

Os investigados podem responder pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e peculato — somadas, as penas ultrapassam 60 anos de prisão.

A operação contou com apoio da Corregedoria-Geral da Polícia Civil do Amapá no cumprimento das medidas judiciais.

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Roraima suspende novas licenças para extração de ouro após recomendação do MPF

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Medida vale por prazo indeterminado e ocorre diante do uso ilegal de mercúrio em garimpos, inclusive licenciados; Femarh terá de revisar autorizações já emitidas.

No mês de fevereiro deste ano, o Estado do Amazonas exportou US$ 11 milhões em ouro para a Alemanha. (Foto: Shuttestock)

 

Atendendo a uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Roraima (Femarh) suspendeu, por prazo indeterminado, a emissão de novas licenças ambientais para extração de ouro em todo o estado. A decisão decorre de um inquérito civil que apura os impactos socioambientais do uso de mercúrio no garimpo na Amazônia.

Segundo o MPF, o mercúrio — substância altamente tóxica — vem sendo empregado inclusive em garimpos com licença ambiental, sem fiscalização adequada sobre o método de beneficiamento do minério. O órgão ressalta que todo o mercúrio utilizado nessas atividades é ilegal, uma vez que o Ibama não autoriza sua importação para fins minerários.

A recomendação determina que a Femarh passe a exigir dos empreendimentos a especificação da técnica de separação do ouro e documentos que comprovem o uso de tecnologia apropriada. Também orienta a revisão das licenças já concedidas e a suspensão daquelas que mencionem o uso do metal tóxico.

Em nota, a Femarh informou que não autorizará novas atividades de extração enquanto não houver estudos técnicos que garantam métodos alternativos ao uso do mercúrio.

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