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Haitiano obrigado a se jogar da ponteda Integração fica paraplégico e aguarda alta para reencontrar família

Jacquenue Bosquet, de 36 anos, passou por uma cirurgia no dia 30 de julho no Pronto-socorro de Rio Branco, mas perdeu os movimentos da perna.

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Jacquenue Bosquet, de 36 anos, passou por cirurgia no dia 30 de julho e aguarda alta do hospital – Foto: Arquivo/Seasdhm

Por Alcinete Gadelha

O imigrante haitiano Jacquenue Bosquet, de 36 anos, que foi socorrido dez dias depois de ter sido obrigado a se jogar da Ponte da Integração, que liga a cidade de Iñapari, no Peru, a Assis Brasil, no Acre, fiou paraplégico, segundo boletim médico da Fundação Hospitalar do Acre (Fundhacre). Ele segue internado na unidade após passar por uma cirurgia de coluna.

O haitiano foi transferido para a capital acreana no dia 26 de julho devido à gravidade dos ferimentos. Ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros no dia 24, quando foi avistado por moradores da região. Após seis dias no Pronto-socorro da capital, onde passou por uma cirurgia, ele foi levado para a Fundação Hospitalar do Acre (Fundhacre) no dia 1º de agosto, onde continua internado.

A informação da unidade é que ele fraturou a segunda vértebra lombar e passou por uma cirurgia para conseguir voltar a sentar, mas não vai mais conseguir andar. Além da situação delicada no quadro de saúde de Bosquet, a Seasdhm ainda tinha outra preocupação, que era de encontrar os familiares dele.

“Encontramos ontem [quinta-feira, 5], três pessoas da família. Uma prima a quem já informei que ele fez a cirurgia e está estabilizado. Como fraturou a coluna, a cirurgia foi para estabilizar e ele conseguir ficar sentado. Infelizmente, as assistentes sociais falaram que ele não vai ter mais o movimento das pernas. Mas, a família dele já está ciente e quando tiver condições, a gente poder organizar a forma de ele retornar para a família”, disse a chefe do Departamento de Diretos Humanos da (Seasdhm), Maria da Luz França.

Ela disse que quando o haitiano tiver alta, ele ainda deve ficar um período no abrigo até que tenha condições de viajar e encontrar parte da família que está no Mato Grosso do Sul.

“Ele vai para o acolhimento institucional até recuperar o suficiente para poder viajar para a família. Ele nem sabe ainda que a gente conseguiu contato porque ele tinha perdido tudo, bolsa, documentos, celular”, acrescentou.

Pressionado a pular da ponte

Segundo o secretário de Assistência Social de Assis Brasil, Quedinei Correia, o imigrante relatou que chegou à cidade do interior do Acre no último dia 10 de julho com três companheiros para passar para o lado peruano e seguir viagem até o Chile. E, assim como tantos outros imigrantes, eles tentaram fazer o percurso por rotas alternativas por meio de coiotes, já que a ponte está fechada pelo Peru.

Já na cidade peruana de Iñapari, ele se desencontrou dos companheiros e acabou perdendo o táxi. “Disse que foi várias vezes enganado por outras pessoas, por outros coiotes, e depois foi levado até a polícia peruana, que teria colocado ele em cárcere”, informou o secretário.

A reportagemvoltou a entrar em contato com o Consulado Geral do Peru em Rio Branco para saber se está acompanhando a situação, mas foi informado que eles não têm informações sobre o caso.

Imigrante foi socorrido por equipe do Corpo de Bombeiros nesse sábado (24) – Foto: Reprodução

O imigrante relatou ainda que na noite do dia 14 de julho, os policias o teriam levado até a ponte e após muita pressão, ele pulou e caiu em uma área de mata.

“Na queda, ele ficou muito machucado e até agora está sem os movimentos das pernas, então, por isso teve dificuldade de se locomover pela mata. Ele foi se arrastando e conseguiu chegar até a praia e no sábado, dia 24, foi avistado por moradores que chamaram os bombeiros que estavam fazendo um treinamento nas proximidades e fizeram o resgate. Foi levado ao hospital, recebeu o atendimento necessário, mas precisou ser encaminhado para Rio Branco devido aos ferimentos graves”, disse Correia.

Assis Brasil recebe constantemente imigrantes que querem entrar no Peru — Foto: Arquivo/Prefeitura

Fluxo migratório

Em fevereiro deste ano, a Ponte da Integração foi ocupada por mais de 300 imigrantes. Na época, o município chegou a ter mais de 600 imigrantes, sendo que alguns ficavam nos dois abrigos montados pela prefeitura e outros acampados na ponte.

Por estar na fronteira do Brasil com o Peru, o município de Assis Brasil continua registrando um fluxo migratório considerável. Os grupos têm encontrado rotas alternativas para passar para o Peru, mesmo com a fronteira fechada e, por isso, não ficam mais retidos no abrigo da cidade.

O movimento na cidade é tanto de imigrantes que chegam pelo Peru com destino às cidades brasileiras como aqueles que querem deixar o Brasil e encontram meios alternativos para passar.

Com a Ponte da Integração fechada, muitos conseguem atravessar de barco e depois pagam os chamados coiotes para seguir viagem pelo Peru até chegar em outros países.

Em fevereiro, imigrantes chegaram a ficar acampados na ponte que liga o Acre ao Peru – Foto: Raylanderson Frota/Arquivo pessoal

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PM prende dois suspeitos armados após tentativa de invasão de residência em Brasiléia

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Dupla foi flagrada com dois revólveres municiados no bairro Leonardo Barbosa e, segundo a polícia, pretendia atacar integrantes de facção rival

A Polícia Militar através do Grupo de Intervenção rápida Ostensiva – GIRO, prendeu dois homens por porte ilegal de arma de fogo na noite do dia 25 de dezembro, no município de Brasiléia, no interior do Acre. A ocorrência foi registrada por volta das 21h50 da noite, no bairro Leonardo Barbosa.

A guarnição foi acionada após denúncias de que dois suspeitos estariam circulando armados pela região com a intenção de cometer ataques contra uma facção rival.

Durante o patrulhamento, os policiais visualizaram os suspeitos caminhando pela via pública portando armas de fogo e, em seguida, tentando forçar o portão de uma residência.

Com a aproximação da viatura, os homens fugiram e se esconderam no quintal de um imóvel próximo. Após buscas na área, a equipe conseguiu localizar e prender os suspeitos.

Com eles, foram apreendidos dois revólveres, ambos municiados, sendo um com numeração suprimida.

Os dois foram encaminhados à Delegacia de Polícia Civil de Epitaciolândia, onde permanecem à disposição da Justiça.

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Cortes no orçamento das universidades federais ameaçam funcionamento da UFAC em 2026; redução será de quase R$ 400 milhões

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Por Dell Pinheiro

As universidades federais brasileiras enfrentarão um novo cenário de restrição financeira em 2026, com a redução de quase R$ 400 milhões no orçamento discricionário aprovada pelo Congresso Nacional. Entre as instituições impactadas está a Universidade Federal do Acre (UFAC), que já lida com limitações orçamentárias e vê agravadas as dificuldades para manter atividades essenciais.

O orçamento discricionário é responsável por custear despesas básicas do funcionamento universitário, como pagamento de água, energia elétrica, segurança patrimonial, limpeza, manutenção de prédios e apoio a atividades acadêmicas. Com o corte, a UFAC poderá ter comprometida a rotina dos campi de Rio Branco e Cruzeiro do Sul, afetando diretamente o ensino, a pesquisa e as ações de extensão desenvolvidas junto à comunidade acreana.

Uma das áreas mais sensíveis é a assistência estudantil. Programas de auxílio permanência, moradia, alimentação e transporte, fundamentais para estudantes em situação de vulnerabilidade social, correm risco de sofrer redução. Na UFAC, esses auxílios são considerados estratégicos para garantir o acesso e a permanência de alunos do interior do estado, de comunidades indígenas, ribeirinhas e de baixa renda.

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) manifestou preocupação com o cenário e alertou que o orçamento previsto para 2026 será inferior ao de 2025. Segundo a entidade, a queda ocorre em um contexto de inflação acumulada e de reajustes contratuais, o que reduz ainda mais a capacidade das universidades de manter seus compromissos financeiros.

Para a UFAC, os cortes representam um desafio adicional em um Estado onde a universidade federal desempenha papel central na formação de profissionais, na produção científica e no desenvolvimento regional. Gestores e a comunidade acadêmica alertam que a manutenção do ensino público, gratuito e de qualidade depende de um financiamento compatível com as demandas reais das instituições.

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VÍDEO: Segundo envolvido no assassinato de Moisés Alencastro é preso pela DHPP em Rio Branco

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Nataniel Oliveira teve prisão preventiva decretada pela Justiça; outro suspeito já havia sido preso e confessado o crime

A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) prendeu, no fim da tarde desta quinta-feira (25), Nataniel Oliveira de Lima, apontado como o segundo envolvido no assassinato do colunista Moisés Alencastro, ocorrido no último domingo (22), em Rio Branco.

A prisão aconteceu em uma residência localizada na Rua Sete de Setembro, no bairro Eldorado, durante uma ação de investigadores da especializada. Contra Nataniel havia um mandado de prisão preventiva expedido pela Vara Estadual das Garantias, após representação feita pelo delegado Alcino Ferreira Júnior. No mesmo endereço, a polícia também cumpriu um mandado de busca e apreensão.

Ainda na madrugada desta quinta-feira, a DHPP já havia prendido Antônio de Souza Morães, de 22 anos, que confessou a autoria do crime. No entanto, os detalhes sobre a dinâmica e a motivação do homicídio não foram divulgados oficialmente.

Moisés Alencastro, que era servidor do Ministério Público do Acre e atuava como colunista, foi morto dentro do próprio apartamento, localizado no bairro Morada do Sol. O caso causou grande repercussão no meio jornalístico e institucional do estado.

Segundo a Polícia Civil, a principal linha de investigação aponta para um crime de natureza passional. As investigações continuam para esclarecer completamente as circunstâncias do assassinato e a participação de cada envolvido.

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