Acre
Governo do Acre realiza mais de 6 mil atendimentos e leva saúde especializada a comunidades isoladas e populações vulneráveis

Saúde Itinerante Especializado em Neuropediatria Tarauacá e Feijó. Foto: Cedida
Em um estado onde os desafios geográficos e a distância dos principais centros impõem obstáculos diários à garantia de direitos essenciais, o governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), fechou o primeiro semestre de 2025 com um saldo de 6.101 atendimentos médicos especializados e multiprofissionais, realizados pelo programa Saúde Itinerante. As ações alcançaram comunidades rurais, ribeirinhas, indígenas e áreas urbanas em situação de vulnerabilidade social, reafirmando o compromisso da gestão em descentralizar e interiorizar a oferta de serviços de saúde.
De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Pedro Pascoal, o programa tem sido fundamental para reduzir as desigualdades no acesso aos serviços de saúde e para levar dignidade a quem mais precisa.
“Esses resultados mostram que o governo do Acre não mede esforços para chegar onde o povo está. O Saúde Itinerante vai além de atendimento médico. É acolhimento, cidadania e cuidado. Seguiremos fortalecendo essa estratégia para que todo acreano, independentemente de onde viva, tenha acesso digno à saúde pública”, destacou.
Mais que números, o programa representa a presença concreta do Estado junto a populações em situações de vulnerabilidade, a fim de ampliar a cobertura e respeitar as especificidades de cada público. Este ano, as ações foram organizadas em três principais eixos:
Saúde Itinerante Especializado
Responsável pela maior parte dos atendimentos no período, percorreu municípios como Cruzeiro do Sul, Tarauacá, Feijó, Porto Acre, Brasileia, Senador Guiomard, Bujari, Plácido de Castro, Acrelândia, Vila do Incra, Epitaciolândia, Manoel Urbano, Sobral e Transacreana.
Foram 1.897 atendimentos médicos e 3.023 procedimentos complementares, contemplando especialidades como clínica médica, pediatria, ortopedia, ginecologia, reumatologia, cardiologia, infectologia e oncologia. Além das consultas, o serviço ofertou exames laboratoriais, ultrassonografias, vacinação, testagens rápidas, odontologia e sessões de quimioterapia.
Neuropediatria Itinerante
Destinado a crianças e adolescentes com demandas neurológicas e psiquiátricas, o serviço realizou 1.342 atendimentos especializados e 1.540 procedimentos multiprofissionais. A equipe foi composta por profissionais de neuropediatria, psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, nutrição, enfermagem e odontologia, garantindo acompanhamento clínico, psicológico e social.
A neuropediatra Olga Viviana Furtado, que participa ativamente das edições do programa, ressaltou a importância da iniciativa para as famílias e para o acompanhamento adequado das crianças e adolescentes atendidos:
“É uma enorme satisfação integrar esse projeto que leva cuidado especializado até a casa das pessoas. Oferecer diagnóstico precoce e atendimento próximo das famílias faz toda a diferença na qualidade de vida dessas crianças e no alívio para os pais. Programas como esse são fundamentais para garantir acesso digno e humanizado onde antes ele não existia”, destacou.
Saúde Itinerante Indígena
Voltado exclusivamente às comunidades indígenas, promoveu 1.736 atendimentos em consultas médicas, odontológicas, vacinação, exames laboratoriais e ultrassonografias. As ações ocorreram em aldeias das regiões de São Vicente e Humaitá, em Tarauacá, e em abrigos no Parque de Exposições de Rio Branco, respeitando as particularidades culturais e sanitárias de cada povo.
Participante da edição que ocorreu na aldeia indígena Boa Vista, em Tarauacá, Jose Kaxinawá destaca a importância do atendimento próximo à comunidade, valorizando o cuidado com a saúde e o respeito às tradições locais.
“A presença do Saúde Itinerante na nossa aldeia é muito importante, porque garante atendimento próximo e respeita a cultura do nosso povo. É bom ver nossas crianças, os mais velhos e as famílias sendo bem cuidadas aqui mesmo, onde vivemos. Para nós, isso fortalece a comunidade e valoriza a nossa saúde”, afirmou.
Para quem vive distante da capital, as edições do Saúde Itinerante representam não apenas atendimento, mas também conforto e esperança. Raquel de Jesus Gomes, mãe do pequeno João Otávio, de 4 anos, que mora na zona rural de Plácido de Castro, conta que o acompanhamento feito no município mudou a rotina da família.
“O médico do posto de saúde detectou que ele tinha um grau de autismo e começamos a fazer o acompanhamento. Ter atendimento aqui em Plácido é muito bom, porque não precisamos ir para Rio Branco. Moro na zona rural e seria bem difícil ir. Somos sempre bem atendidos aqui e estou satisfeita”, relatou.
Em Feijó, a agricultora Maria dos Santos, moradora da zona rural, celebrou a oportunidade de receber atendimento médico próximo à sua casa. Segundo ela, a agilidade no agendamento e o acolhimento recebido durante o atendimento fizeram toda a diferença.
“Eu estava na colônia quando recebi a ligação avisando da consulta e, na mesma hora, fiquei muito feliz. Logo me chamaram e o melhor foi não precisar sair do meu município para ser atendida. Tudo aconteceu pertinho de casa, fui bem acolhida e recebi o cuidado que precisava. É muito importante ter esse serviço chegando até a gente”, ressaltou a moradora.
A coordenadora do programa, Rosemary Ruiz, reforçou a importância social e humana dessas ações, que garantem cidadania, cuidado e respeito às comunidades mais distantes.
“Alcançar as comunidades mais distantes, respeitar as particularidades das populações indígenas e garantir atendimento especializado às nossas crianças são prioridades desta gestão. O Saúde Itinerante é mais que um programa de saúde: é a presença do Estado onde antes havia apenas silêncio e distância. Cada atendimento realizado significa dignidade e respeito à vida”, afirmou.
Perspectivas
A Secretaria de Estado de Saúde já organiza novas edições do Saúde Itinerante para o segundo semestre de 2025. A expectativa é ampliar os atendimentos, incluir novas localidades e fortalecer a rede pública estadual, assegurando acesso integral, humanizado e descentralizado aos serviços de saúde em todas as regiões do Acre.
Desde abril deste ano, as ações do programa ganharam reforço com a implementação do Saúde + Perto, que integra diferentes serviços antes realizados de forma separada, como a Oficina Ortopédica, responsável pela confecção de órteses, próteses, palmilhas e meios auxiliares de locomoção, essenciais para a promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida de pessoas com deficiência física no estado.
Além disso, o Hemoacre, com sua unidade móvel de coleta de sangue, e os mutirões de cirurgias em unidades hospitalares, também passaram a compor esse grande movimento de descentralização da saúde pública. A junção do Saúde + Perto ao Saúde Itinerante possibilitou, desde então, ampliar a oferta de serviços e levar atendimento especializado para ainda mais perto de quem precisa.
A meta para o segundo semestre é manter essa parceria, fortalecer a estratégia integrada e alcançar novos públicos, ampliando o impacto positivo dessas ações nas comunidades mais distantes e em situação de vulnerabilidade no Acre.
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Acre
Acre registra mais de 4,5 mil casos de sífilis entre 2023 e 2025, diz Sesacre
Dados oficiais revelam que Rio Branco responde por metade dos casos; especialistas alertam para subnotificação e riscos da sífilis congênita, enquanto diagnóstico e tratamento gratuitos são subutilizados

A tabela divulgada pela Sesacre também mostra que, entre os infectados, os homens aparecem em maior quantidade. A população mais atingida é formada por jovens com idade entre 15 e 25 anos. Foto: captada
O Acre registrou 4.546 casos de sífilis entre 2023 e 2025, segundo levantamento da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre). Deste total, mais de dois mil foram contabilizados apenas na capital Rio Branco. A doença atinge principalmente homens jovens, com idade entre 15 e 25 anos — público considerado prioritário para ações de prevenção.
Os números acompanham uma tendência mundial de crescimento da infecção, acendendo alerta para os serviços de saúde pública. Apesar de ser uma IST de diagnóstico simples e com tratamento eficaz, os registros permanecem elevados. Em 2024, o Brasil somou 35,4 mil diagnósticos da doença.
No estado, a preocupação maior é com a sífilis congênita, transmitida da gestante para o bebê. Josadaque Bezerra, coordenador do Núcleo de ISTs da Sesacre, reconhece uma leve melhora no cenário local, mas ressalta que o problema ainda demanda atenção.
“Precisamos melhorar bastante em relação ao nível nacional”, afirmou a coordenador do Núcleo de ISTs da Sesacre.
A Sesacre reforça a importância da população buscar atendimento médico aos primeiros sinais. Testes rápidos estão disponíveis em todas as unidades básicas de saúde, e o tratamento é gratuito. “A população é o principal ator desse processo”, destacou Bezerra.
Dados alarmantes:
- Total de casos (2023–2025): 4.546
- Rio Branco: mais de 2 mil notificações
- Faixa etária mais vulnerável: 15 a 25 anos
- Gênero mais afetado: Homens
- Casos de sífilis congênita (2024): 65 no estado
Tendência nacional e local:
O crescimento acompanha uma tendência mundial de aumento da sífilis, infecção sexualmente transmissível (IST) com diagnóstico simples e tratamento gratuito no SUS. Em 2024, o Brasil registrou 35,4 mil casos.
Fala da autoridade:
“O Acre teve uma leve melhora em relação a outros anos, mas, comparado ao nível nacional, precisamos avançar”, afirmou Josadaque Bezerra, coordenador do Núcleo de ISTs da Sesacre.
Orientação à população:
- Procure uma UBS ao notar sintomas
- Testes rápidos estão disponíveis em todas as unidades
- Tratamento é gratuito e deve ser feito até o fim
- Uso de preservativos é a principal forma de prevenção
A Sesacre planeja intensificar campanhas educativas nas escolas e unidades de saúde, com foco nos jovens e gestantes – grupo crítico para prevenir a sífilis congênita.
Dado importante: A sífilis não tratada pode causar complicações graves, como cegueira, paralisia e danos neurológicos. A transmissão vertical (mãe-bebê) é a mais preocupante.
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Acre
Headscon Acre projeta games da Amazônia Legal para a Gamescom Alemanha e a Gamescom LATAM
Realizada no Acre desde 2023, a Headscon Acre se consolida como uma das principais plataformas de visibilidade e acesso ao mercado para criadores de games da Amazônia Legal. Em sua edição de 2025, o evento sediou a segunda edição da Mostra Competitiva de Games da Amazônia Legal com premiação de aproximadamente R$ 60 mil. Essa é uma iniciativa do Instituto Gamecon que conecta estúdios da região a grandes vitrines internacionais, como a Gamescom Alemanha e a Gamescom LATAM.
A Mostra teve sua primeira edição em 2024 e, em 2025, ampliou o alcance da proposta ao reunir 10 jogos finalistas da região Norte, com produções do Acre, Amazonas, Pará e Amapá. Os vencedores garantiram vagas em delegações oficiais para a Gamescom Alemanha e para a Gamescom LATAM, com apoio para participação nos eventos e acesso direto a publishers e agentes do mercado global.
Na edição de 2025, o prêmio de Melhor Jogo (Júri Técnico) ficou com Catventure: The Curse of the Dark Tower, do Retrocat Studios (PA). Já o Melhor Jogo pelo voto do Júri Popular foi conquistado por Carbon-0, desenvolvido pelo estúdio Moonlight Games, do Acre.
O projeto acreano também recebeu reconhecimento pela força narrativa e pelo diálogo com temas ambientais e sociais. Para o desenvolvedor André Lucas Lima Siqueira, o jogo é uma forma de dar visibilidade à região por meio da linguagem dos games.
“Temos algumas empresas que estão causando mal ao mundo, com poluição, desperdício de recursos. Nosso jogo acompanha Ícaro e sua irmã Maria na busca pelo pai desaparecido, enquanto descobrem o que estava acontecendo. O objetivo é mostrar um pouco da nossa região na gameplay e evoluir o jogo até termos locais daqui jogáveis. A gente quer mostrar o nosso estado e a nossa região nesse jogo”, afirma André Siqueira.
Porta de entrada para o mercado internacional
Além dos vencedores, todos os finalistas da Mostra recebem material oficial de apresentação e participam de ações voltadas ao networking e à circulação profissional. A participação na Gamescom Alemanha e na Gamescom LATAM representa, para muitos estúdios amazônicos, o primeiro contato direto com o mercado internacional.
Ao longo de três edições realizadas no Acre, em 2023, 2024 e 2025, a Headscon tem fortalecido o ecossistema de games da Amazônia Legal. Após a primeira edição da Mostra Competitiva, Ciro Facundo, representante do estúdio acreano K Games, foi um dos selecionados para apresentar seu trabalho na Gamescom, na Alemanha, destacando que a região produz jogos com qualidade técnica, identidade cultural e potencial competitivo no cenário global.
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Acre
Rio Acre registra 8,70 metros e situação é de “tranquilidade” na fronteira, cidades de Brasiléia, Epitaciolândia e Cobija
Coordenador da Defesa Civil de Brasiléia afirma que vazante nas cabeceiras é significativa e equipe monitora nível diariamente

De acordo com o major, as águas que elevaram o nível na região de fronteira com Cobija (Bolívia)já eram esperadas, e a situação está dentro da normalidade para o período. Foto: captada
O Rio Acre registrou 8,70 metros na manhã desta sexta-feira (19) na ponte metálica que liga Brasiléia a Epitaciolândia, na régua linimetrica, segundo medição realizada pelo coordenador da Defesa Civil de Brasiléia, major Sandro. Ele classificou o momento como de “tranquilidade”, devido à significativa vazante nas cabeceiras do rio.
De acordo com o major, as águas que elevaram o nível na região de fronteira com Cobija (Bolívia)já eram esperadas, e a situação está dentro da normalidade para o período. Ele destacou que a equipe da Defesa Civil acompanha diariamente as medições e que a tendência é de estabilidadenas próximas horas.
— O nível do rio nas cabeceiras, como acima, nas aldeias do Patos e também em Assis Brasil, está com uma vazante bastante significativa — informou o coordenador.
O monitoramento contínuo busca antecipar possíveis elevações que possam afetar áreas ribeirinhas, especialmente com a previsão de chuvas para os próximos dias na região. A Defesa Civil mantém alerta, mas sem indicação de risco iminente para as comunidades urbanas na fronteira.













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