Brasil
Governo amplia telessaúde no SUS no Pará e Amazonas
O Ministério da Saúde anunciou a ampliação do acesso à telessaúde em dez municípios dos estados do Pará e Amazonas. A estratégia foi viabilizada a partir da Infovia 01, que faz parte do programa Norte Conectado e será inaugurada nesta segunda-feira (7) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Santarém, no Pará.
Lula está na Região Norte desde a semana passada e, na manhã de hoje, visitou o Navio Hospital Escola Abaré, no Rio Tapajós, em Santarém, que terá saúde digital. Ele conversou com profissionais de saúde e pacientes em outras localidades da região, usuários da telemedicina.
“Quando se começou a falar em telemedicina, houve um tempo em que eu também tinha dúvida se ia dar certo ou não. E agora eu estou aqui, sentado numa cadeira, na frente de pessoas que estão vivendo isso, estão provando que vai dar certo”, disse Lula.
“O nosso sonho é conectar o Brasil inteiro tanto na educação como na saúde. É muito importante que a gente consiga fazer chegar ao nosso povo o que a gente tem de melhor na área da saúde e aos nossos estudantes que a gente tem que melhor na educação. E, graças a Deus, os avanços tecnológicos permitiram que a gente pudesse conectar o país inteiro”, acrescentou.
O presidente destacou a importância da boa gestão das prefeituras e dos profissionais de saúde para o sucesso do programa, em diálogo com governo federal.
“Obviamente, que nós vamos contar com os prefeitos, com os agentes de saúde, com os médicos, com as enfermeiras, com as pessoas que estão ligadas diretamente na questão da saúde. Eu digo sempre que não é possível a gente governar o Brasil, se a gente não levar em conta a existência das prefeituras, são os prefeitos os que têm contato primeiro com a pessoa que não tem dinheiro para comprar remédio”, disse o presidente.
A infraestrutura da Infovia 01, implantada pelo Ministério das Comunicações, viabilizará a ampliação dos atendimentos de saúde em municípios de difícil acesso, evitando deslocamentos de até 24 horas de barco. Com a nova conexão, será possível expandir a atenção especializada no Sistema Único de Saúde (SUS), como teleconsulta e telediagnóstico, possibilitando o acesso integral à saúde desta população.
Segundo o Ministério da Saúde, desde a criação do programa de Telessaúde, em 2006, até 2016, o Brasil chegou a ter 64 núcleos no país, em todos os estados.
“Após a falta de investimento e de gestão do último governo, vários foram fechados e esse número caiu para 13 núcleos em 12 estados. Neste ano, dos mais de 950 mil telediagnósticos previstos para serem feitos, já foi atingido o percentual de 78,4%, o que representa 616.893 diagnósticos”, explicou a pasta, em comunicado.
Infovia 01
A Infovia 01 liga a cidade de Santarém a Manaus (AM) por meio de 1,1 quilômetro de cabo de fibra óptica implantado no leito dos rios amazônicos. Ela também leva conectividade para as cidades de Curuá, Óbidos, Oriximiná, Juruti e Terra Santa, no Pará; e Parintins, Urucurituba, Itacoatiara e Autazes, no Amazonas.
O Ministério da Saúde informou que, em diálogo com esses municípios, trabalha para garantir a estrutura necessária nas unidades de saúde, como a informatização e interoperabilidade de sistemas de informação do SUS.
Com a nova conexão, os municípios que já contavam com a internet via satélite terão melhor conectividade a partir de agora, permitindo, por exemplo, o envio de imagens em alta resolução, fundamental para a análise dos exames de pelos especialistas. O município de Urucurituba, por exemplo, já realizou mais de 50 teleconsultas com a conexão gerada pela Infovia 01 em menos de um mês.
O programa Norte Conectado conta, no total, com oito infovias que irão atender 59 municípios nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima.
Navio hospital
O Navio Hospital Escola Abaré é a primeira unidade básica de saúde fluvial do país. A embarcação, gerida pela Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) em parceria com o Ministério da Saúde e municípios do Pará, realiza atendimentos clínicos e odontológicos para comunidades ribeirinhas do Rio Tapajós e, agora, tem um Ponto de Inclusão Digital para atendimentos de telessaúde.
O navio realiza no mínimo seis expedições por ano, com duração aproximada de 20 dias, atendendo cerca de 20 mil usuários ribeirinhos por ano. São ofertados serviços especializados como exames de ultrassonografia, consultas em pediatria, ginecologia, dermatologia e psiquiatria.
Edição: Valéria Aguiar
Comentários
Brasil
Polícia Civil e Ministério Público do Acre reforçam parceria para agilizar investigações criminais
Encontro entre delegado-geral da PCAC e promotora de Justiça discutiu otimização de fluxos e cooperação entre as instituições, com foco no Departamento de Polícia Técnico-Científ

Diretor do DPTC Mário Sandro Martins, Delegado-Geral, Dr. Henrique Maciel e a promotora, Dra. Aretuza Cruz. Foto: cedida.
O delegado-geral da Polícia Civil do Acre (PCAC), Dr. Henrique Maciel, recebeu, nesta segunda-feira, a promotora de Justiça Aretuza Cruz, titular da 8ª Promotoria Criminal do Ministério Público do Acre (MPAC), em uma visita institucional que teve como objetivo principal o alinhamento de fluxos e procedimentos entre as duas instituições. O encontro destacou a atuação do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC) e seus institutos, visando otimizar a troca de informações e fortalecer a cooperação mútua.
Durante a reunião, foram discutidas estratégias para garantir maior celeridade e eficiência nas investigações criminais, com foco na persecução penal e na aplicação da Justiça. A promotora Aretuza Cruz enfatizou a importância da parceria entre a Polícia Civil e o MPAC para assegurar a efetividade das ações conjuntas.
A PCAC, por meio do DPTC, tem buscado aprimorar constantemente seus procedimentos investigativos e periciais, mantendo diálogo permanente com o Ministério Público e outros órgãos do sistema de Justiça. Segundo o delegado-geral, a troca de informações e o alinhamento de estratégias são essenciais para oferecer um serviço de excelência à sociedade acreana.
Comentários
Brasil
Evo Morales foge da Justiça na selva boliviana e planeja retorno à Presidência

Imagem: Emiliano Lasalvia/AFP
Em um canto tropical da Bolívia, num complexo pertencente a uma estação de rádio voltada para cultivadores da coca, frequentemente usada para fabricar cocaína, um ex-presidente está se escondendo da lei.
Ele está entrincheirado em um bunker, protegido por um acampamento repleto de seguidores leais armados com pedaços de pau. Eles estão prontos para rechaçar qualquer tentativa de prendê-lo sob acusações de tráfico humano e estupro de menor.
Um homem com cabelo escuro e liso, usando uma camisa azul com detalhes brancos. Ele está sentado em uma cadeira, olhando para frente com uma expressão séria. O fundo é de uma parede clara.
Evo Morales, outrora uma estrela mundial da esquerda progressista, celebrado por comandar uma economia próspera após se tornar o primeiro líder indígena de uma das nações mais pobres da América Latina, agora passa seus dias confinado em um vilarejo isolado.
Ele está planejando um retorno à Presidência e sonha em recuperar o cargo na eleição de agosto, mas os tribunais já o declararam inelegível, e Morales enfrenta a ameaça de prisão caso saia do complexo. Ele não se intimida nem mesmo com as provocações de um dos poucos bilionários da Bolívia, que ofereceu uma recompensa de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5 milhões) por sua captura.
A complexa realidade da política boliviana significa que Morales teria boas chances de vencer se pudesse concorrer, independentemente das acusações contra ele. Uma recente alta da inflação está alimentando uma onda de nostalgia, especialmente entre os mais pobres do país, pelos 14 anos em que Morales esteve no poder até 2019.
Naquele período, ele ganhou projeção global ao nacionalizar a próspera indústria de gás e defender os direitos indígenas. Ele era um herói da esquerda, posando ao lado de Fidel Castro, Hugo Chávez e até do cineasta Sean Penn. Durante seu governo, a economia boliviana cresceu a uma taxa impressionante de 5% ao ano, quase o dobro da média da América Latina, segundo o Banco Mundial.
Esse cenário contrasta fortemente com os últimos anos, marcados pela maior inflação em mais de três décadas, escassez de combustível que afeta o dia a dia da população e uma forte desvalorização da moeda local.
Poucas pessoas de fora viram Morales pessoalmente desde que um juiz ordenou sua prisão em janeiro, após acusações de que ele teria mantido um relacionamento sexual com uma menor de idade. Ela teria dado à luz um filho dele em 2016.
Ele nega qualquer irregularidade, e seus apoiadores dizem que as acusações têm motivação política. Eles estabeleceram postos de controle nas rodovias ao redor da cidade de Lauca Ñ, no estado de Cochabamba, e bloquearam ruas para protegê-lo da polícia.
O bunker onde ele se esconde é a sede da rádio Kawsachun Coca, voltada para os cultivadores da folha de coca. A planta pode ser refinada para produzir cocaína, mas também é usada legalmente em sua forma bruta nos Andes como estimulante leve e remédio para o mal da altitude.
Segundo estimativas da ONU, Cochabamba produz até US$ 110 milhões (R$ 600 milhões) em folhas de coca por ano, grande parte desviada para a produção ilegal de cocaína. Nos arredores de Lauca Ñ, há placas por toda parte oferecendo folhas de coca prensadas, muitas vezes adoçadas e misturadas com bicarbonato para suavizar seu amargor e aumentar sua potência.
Morales, que ganhou notoriedade nacional nos anos 1990 como líder de um sindicato de produtores de coca, está no local desde outubro, e o acampamento ao seu redor tem crescido.
Cerca de 2.000 apoiadores estão prontos para defendê-lo se necessário. Todos os dias, às 10h, eles marcham ao redor do bunker brandindo pedaços de pau em uma demonstração de força e unidade.
“Quem entrar para prendê-lo não sairá vivo”, disse um membro da equipe de segurança a repórteres da Bloomberg durante uma visita recente ao complexo. Vestido com uniforme camuflado, fone de comunicação no ouvido e pochete com equipamentos adicionais, ele se recusou a se identificar, mas disse se chamar Jhon Connor”, em referência ao protagonista dos filmes “O Exterminador do Futuro”.
Morales vive em uma propriedade murada, de onde lidera sua campanha — ou o que resta dela — em um escritório cheio de fotos e livros que celebram sua trajetória. De sua mesa, ele encara uma fotografia sua com a faixa presidencial. À esquerda, uma imagem com a inscrição: “O melhor presidente da história da Bolívia.” À direita, uma foto sua ao lado de Castro e Chávez.
Durante sua Presidência, de 2006 a 2019, Morales exerceu um poder tão grande que alterou leis e trocou juízes para garantir três mandatos consecutivos e disputar um quarto, algo que juízes nomeados sob sua administração disseram ser seu “direito humano”. O tribunal do atual governo, menos favorável a Morales, o declarou inelegível devido ao limite de mandatos, mas ele contesta a decisão.
Quando repórteres da Bloomberg foram convidados para entrevistá-lo na semana passada, ele rejeitou perguntas sobre a possibilidade de não poder concorrer.
“Não há plano B”, disse antes de encerrar abruptamente a entrevista após apenas dez minutos. “É pátria ou morte. Temos de ser autorizados a concorrer.”
Muitos ainda têm lembranças dolorosas de sua última campanha. Em 2019, ele foi acusado de tentar fraudar as eleições, enquanto ele denunciava um golpe contra seu governo. Acabou fugindo para o México em meio a protestos que deixaram pelo menos 37 mortos.
Retornou em 2020, quando seu ex-ministro da Economia, Luis Arce, foi eleito presidente. No entanto, Arce passou de aliado a inimigo, dizendo em dezembro e em janeiro que era um “segredo aberto” que o ex-presidente gostava de meninas menores de idade.
Morales nega as acusações e chegou a afirmar que Arce tentou matá-lo em outubro, apresentando como prova um vídeo que supostamente mostra ele e seus assessores em um carro sendo alvejados a tiros. O governo de Arce nega a acusação e diz que o incidente ocorreu depois que Morales furou um posto de controle policial.
Arce deve concorrer à reeleição este ano, segundo um de seus principais assessores, e tomou o controle do partido Movimento ao Socialismo, ao qual Morales pertencia. Por isso, o ex-presidente precisou encontrar outro partido para lançar sua candidatura.
Marcelo Claure, ex-executivo do SoftBank e um dos poucos bilionários da Bolívia, prometeu financiar a campanha de qualquer candidato que possa derrotar Morales e Arce. Ele tem encomendado pesquisas e avaliado o cenário político fragmentado para decidir em qual candidato de direita apostar, mas ainda não anunciou uma escolha. Em fevereiro, ele postou no X uma foto de um cartaz de “procurado” com a imagem de Morales.
Em meio ao caos político e ao crescente descontentamento com a economia e a inflação, os apoiadores do político pedem seu retorno.
“Não temos mais dinheiro”, disse María Luz Ticlla, 46, agricultora que participa do acampamento. “Gostaríamos que ele voltasse ao poder porque, com seu governo, tínhamos tudo; com este governo, não temos nada.”
Uma visita ao refúgio dá uma noção dos desafios para prendê-lo. O chefe da polícia boliviana confirmou a ordem de prisão, mas afirmou que as autoridades tentam evitar violência ao entrar no acampamento.
A área onde o ex-presidente está escondido sempre foi sua fortaleza política devido ao apoio aos produtores de coca.
Ele continua confiante de que pode vencer a eleição de agosto, se puder concorrer, mostrando aos repórteres documentos que, segundo ele, indicam pesquisas internas favoráveis. Ele insiste que sua candidatura não é por ambição pessoal, mas porque os bolivianos pedem seu retorno.
Ao ser questionado sobre os obstáculos legais para concorrer, encerrou abruptamente a entrevista: “Desculpe, estou terminando a entrevista. Não quero me envolver em suposições. Isso é coisa da direita, é coisa do governo atual.”
Enquanto os repórteres saíam, Morales os observava da janela.
Comentários
Brasil
Passageiro que saiu do Acre é preso em aeroporto de Minas Gerais
Um passageiro que saiu de Rio Branco, no Acre, foi preso pela Polícia Federal e Receita Federal no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte (MG), em Confins, após ser flagrado transportando 2,8 kg de skunk, uma droga conhecida como “supermaconha”.
A substância estava amarrada ao corpo do suspeito durante uma operação de rotina realizada na manhã desta segunda-feira (17).
A ação ocorreu durante a verificação padrão de bagagens e passageiros. Agentes da PF e da Receita Federal identificaram comportamentos suspeitos e decidiram revistar o homem, encontrando a droga presa ao seu corpo. O skunk, uma variedade mais potente da maconha, estava sendo transportado de forma ilegal.
Você precisa fazer login para comentar.