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Gladson diz que vai combater a corrupção “doa a quem doer” e a violência gerando mais empregos
Na terceira e última parte da entrevista, o governador comenta ainda sobre a cena em que aparece comendo farinha seca com banana em plena solenidade
Na terceira e última parte da entrevista concedida pelo governador Gladson Cameli (Progressistas), com exclusividade ao ContilNet em seu gabinete no Palácio Rio Branco, na noite da última terça-feira (02), um dos temas é corrupção no governo que ele garante que vai combater, já tendo começado por denunciar “o cartel na Saúde” e a “máfia no Depasa [Departamento Estadual de Água e Saneamento]”.
Gladson Cameli afirma que está passando um “pente fino” e que vai mandar investigar todos os casos. “doa a quem doer”, inclusive fala em sumiço de equipamentos e utilização indevida da estrutura estatal.
A entrega do novo Pronto Socorro, Previdência estadual e combate à violência são os outros temas do trecho final da entrevista, na qual, indagado, o governador comenta ainda sobre a cena em que aparece comendo farinha seca com banana em plena solenidade, que virou Gif [Graphics Interchange Format – um formato de animação de imagem] e viralizou nas redes sociais, semana passada.
O senhor falou em cartel na Saúde e máfia no Depasa. O senhor acredita mesmo nessas ocorrências? Isso são coisas do presente ou heranças da gestão passada?
Uma licitação com superfaturamento em torno de mais de 60% é normal? Só se eu tiver doido. Quando se pega contratos e vai olhar com uma lupa e vê que o pessoal está cobrando quatro vezes mais por uma tomografia, por exemplo…
O senhor está passando um pente fino em tudo?
Em tudo. Outro ponto é esse negócio de diária, de gente passeando com carro do Estado, com diária do Estado, cortei tudo. E são essas formas. Mais uma coisa: como se some com um tomógrafo? Me explica. Um tomógrafo que sumiu da Fundação [Hospitalar]. E eu pensava que isso era uma coisa pequena. Não tinha me tocado, mas quando fui olhar… como é que some com um aparelho desse que custa uma fortuna? Estes são só alguns exemplos. Isso é o que? Não é um cartel?
E no Depasa, qual foi a questão?
Desde que eu me entendo por gente o problema de Rio Branco é falta de água. E aí a gente enricando gente com negócio dos caminhões pipa e elegendo gente com esse discurso. As pessoas que estão ligadas a mim às vezes reclamam porque eu falo, mas falo porque quem cala consente e aí dizem que eu tenho que provar com documentos, isso eu não provo não mas quero que investigue e aí estou indo para cima. Não vou tolerar corrupção no meu governo. Pode ser meu irmão, pode ser quem quer que seja a tolerância é zero porque eu quero deitar com a minha cabeça tranquila no meu travesseiro.
E o senhor não tem dormido tranquilo depois que se tornou governador?
Eu não estou dormindo tranquilo ainda porque a Saúde ainda não está do jeito que eu quero. Veio o pessoal do Hospital do Câncer de Barretos aqui e usaram uma palavra “o senhor acha que tem só um cartel aqui na Saúde? Pode botar cartel aí que tem um monte’, mas graças a Deus, a Justiça está aí para investigar. Aqui não adianta querer chora o leite derramado porque dinheiro tem.
O senhor vai, então, encaminhar essas denúncias para que os órgãos competentes façam a devida investigação?
Como um mais um é dois, como meu nome é Gladson de Lima Cameli e como meu CPF é 434.611.072-06. Doa a quem doer. O povo não pode pagar por esse preço não. Eu chego ali no Pronto Socorro e vejo uma situação daquela, você acha que eu me sinto bem sabendo que a responsabilidade é minha? E não estou culpando A, B ou C, mas ali eu vou ter que resolver. O povo me elegeu para isso. Eu que topei o desafio. Isso não me incomoda. O que mais incomoda são as picuinhas, essas coisas pequenas. É quem não dá “um prego numa barra de sabão” fica querendo atrapalhar que as coisas deem errado, só que não vai dar errado. Eu estou que nem um trator D8L. Vai com tudo porque nós vamos sim fazer as coisas que tem que ser feitas, mas respeitando as leis. Eu não quero passar por cima de nada. Mas as pessoas que não querem ajudar que fiquem caladas que já estarão ajudando e deixa a gente seguir.
O senhor vai mesmo conseguir inaugurar o novo Pronto Socorro agora?
Eu vou inaugurar o Pronto Socorro da nossa Capital no dia 1º e vou entregar funcionando e se me perguntar se eu já sentei com a secretária de Saúde e com a Seinfra [Secretaria de Infraestrutura] para saber se vai dar tempo ou não, isso é problema deles porque tempo já teve suficiente e eu vou entregar funcionando.
Equipado e com profissionais?
Sim, para o atendimento e já vou autorizar as obras da segunda parte. Já temos o dinheiro em caixa e vou concluir o Into [Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia]. Até o final do ano vai estar funcionando.
Se o Estado, assim como os Municípios, ficar fora da Reforma da Previdência. O que o senhor pretende fazer? Como fica a Previdência do Estado?
Se não entrar eu já vou preparar para mandar para a Assembleia porque o Estado não aguenta. Em janeiro, pagamos R$ 40 milhões de déficit. Em março aumenta mais R$ 1 milhão e vai. Quando chegar no final do ano vai dar quanto isso? Quase R$ 500 milhões. Só uma prestação que paguei em dólar dos empréstimos que fizeram foi em torno de R$ 20 milhões. Quer dizer, em duas situações que falei aqui, já foi R$ 80 milhões. Podendo estar comprando remédio ou investindo na infraestrutura, fazendo o viaduto que quero fazer e mil e uma coisas. Eu estou só dando exemplos, mas nós vamos fazer do mesmo jeito e vamos conseguir esses recursos.
E sobre a violência que preocupa todo cidadão acreano? Continuam acontecendo muitas ocorrências, a guerra de facções continua matando e a população no meio disso. Como o senhor tem planejado o combate ao crime organizado para que as famílias realmente se sintam seguras? Que ações efetivas estão sendo executadas?
Melhorar já melhorou muito comparando com anos anteriores e os dados não são meus. São do Ministério Público. Vamos trabalhar três pontos. Primeiro dando segurança jurídica para os nossos policiais. É aquela questão do policial prender o bandido hoje e amanhã quem é preso é o policial. Mas isso são as nossas leis por isso que eu defendo a reforma do Código Penal brasileiro.
Segundo ponto é dando as condições de trabalho para eles. Estamos comprando 100 novas viaturas para nossas polícias. Nunca houve isso na história do Acre. Vamos colocar uma atrás da outra e fazer um desfile para que todo mundo a quantidade que é. E vamos mandar leiloar tudo o que não presta porque coisa velha eu não quero não. Depois, equipamentos, armamento, farda nova, qualidade, recuperando os quarteis. Vamos lançar agora para o interior e, graças a Deus, estamos conseguindo uma união entre as nossas polícias Civil e Militar. Eu achava que não ía conseguir, mas conseguimos e agora no interior nós vamos fazer em um único lugar a Polícia Civil e a Policia Militar juntas. Então é dando essas condições de trabalho e valorizando eles cada vez mais é que a gente vai ajudar a diminuir esses índices.
E o terceiro ponto é o seguinte: posso investir o que for na Segurança, mas se eu não aquecer a Construção Civil para gerar empregos e renda, a gente não resolve de uma vez por todas. Então vão ser essas três linhas que nós vamos trabalhar.
Para concluir, o senhor poderia comentar uma situação que aconteceu na semana passada e tomou conta das redes sociais, que foi aquele Gif em do senhor comendo uma banana com farinha numa solenidade da Produção? O “Gladson” é aquilo mesmo? É, de fato aquela pessoa ou era algo para fazer cena, fazer graça?
Eu sou isso mesmo (risos). Eu não preciso mudar o meu jeito. Para que vou mudar o meu jeito? Provar para quem? Agora se vocês quiserem fazer uma farofinha de ovo ou de conserva com um arroz liguento e me chamarem para comer… eu gosto é de comer comida de manhã, me chame que eu vou. Mas o que aconteceu ali foi o seguinte: a mulher achava que eu não sabia comer farinha porque lá tem uma técnica. Ela achava que eu ia pegar e colocar direto na boca, mas farinha tem que comer como se tivesse dando um tapa na cara (risos).
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Cortes no orçamento das universidades federais ameaçam funcionamento da UFAC em 2026; redução será de quase R$ 400 milhões
Por Dell Pinheiro
As universidades federais brasileiras enfrentarão um novo cenário de restrição financeira em 2026, com a redução de quase R$ 400 milhões no orçamento discricionário aprovada pelo Congresso Nacional. Entre as instituições impactadas está a Universidade Federal do Acre (UFAC), que já lida com limitações orçamentárias e vê agravadas as dificuldades para manter atividades essenciais.
O orçamento discricionário é responsável por custear despesas básicas do funcionamento universitário, como pagamento de água, energia elétrica, segurança patrimonial, limpeza, manutenção de prédios e apoio a atividades acadêmicas. Com o corte, a UFAC poderá ter comprometida a rotina dos campi de Rio Branco e Cruzeiro do Sul, afetando diretamente o ensino, a pesquisa e as ações de extensão desenvolvidas junto à comunidade acreana.
Uma das áreas mais sensíveis é a assistência estudantil. Programas de auxílio permanência, moradia, alimentação e transporte, fundamentais para estudantes em situação de vulnerabilidade social, correm risco de sofrer redução. Na UFAC, esses auxílios são considerados estratégicos para garantir o acesso e a permanência de alunos do interior do estado, de comunidades indígenas, ribeirinhas e de baixa renda.
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) manifestou preocupação com o cenário e alertou que o orçamento previsto para 2026 será inferior ao de 2025. Segundo a entidade, a queda ocorre em um contexto de inflação acumulada e de reajustes contratuais, o que reduz ainda mais a capacidade das universidades de manter seus compromissos financeiros.
Para a UFAC, os cortes representam um desafio adicional em um Estado onde a universidade federal desempenha papel central na formação de profissionais, na produção científica e no desenvolvimento regional. Gestores e a comunidade acadêmica alertam que a manutenção do ensino público, gratuito e de qualidade depende de um financiamento compatível com as demandas reais das instituições.
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VÍDEO: Segundo envolvido no assassinato de Moisés Alencastro é preso pela DHPP em Rio Branco
Nataniel Oliveira teve prisão preventiva decretada pela Justiça; outro suspeito já havia sido preso e confessado o crime
A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) prendeu, no fim da tarde desta quinta-feira (25), Nataniel Oliveira de Lima, apontado como o segundo envolvido no assassinato do colunista Moisés Alencastro, ocorrido no último domingo (22), em Rio Branco.
A prisão aconteceu em uma residência localizada na Rua Sete de Setembro, no bairro Eldorado, durante uma ação de investigadores da especializada. Contra Nataniel havia um mandado de prisão preventiva expedido pela Vara Estadual das Garantias, após representação feita pelo delegado Alcino Ferreira Júnior. No mesmo endereço, a polícia também cumpriu um mandado de busca e apreensão.
Ainda na madrugada desta quinta-feira, a DHPP já havia prendido Antônio de Souza Morães, de 22 anos, que confessou a autoria do crime. No entanto, os detalhes sobre a dinâmica e a motivação do homicídio não foram divulgados oficialmente.
Moisés Alencastro, que era servidor do Ministério Público do Acre e atuava como colunista, foi morto dentro do próprio apartamento, localizado no bairro Morada do Sol. O caso causou grande repercussão no meio jornalístico e institucional do estado.
Segundo a Polícia Civil, a principal linha de investigação aponta para um crime de natureza passional. As investigações continuam para esclarecer completamente as circunstâncias do assassinato e a participação de cada envolvido.
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PAA: Nova portaria libera R$ 4 milhões para compra direta de alimentos de produtores acreanos
Por Wanglézio Braga
O Governo Federal destinou até R$ 4 milhões para o Acre executar a modalidade Compra com Doação Simultânea (CDS) do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), voltada à compra de produtos da agricultura familiar para doação a povos indígenas em situação de insegurança alimentar. A medida foi oficializada por portaria do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, publicada no Diário Oficial da União (DOU) do dia 23, e terá vigência inicial de 12 meses, com possibilidade de prorrogação.
Pela regra, o Estado deverá priorizar a compra direta de alimentos produzidos pelos próprios povos indígenas. Caso a oferta não seja suficiente, a aquisição poderá ocorrer junto a outras comunidades tradicionais e, em último caso, a agricultores familiares em geral. Os alimentos, in natura ou industrializados, deverão respeitar os hábitos alimentares locais e serão distribuídos diretamente nas aldeias ou em equipamentos públicos instalados nos territórios indígenas.
O pagamento aos fornecedores será feito diretamente pelo Governo Federal, por meio do MDS, garantindo mais segurança ao produtor e evitando atrasos. Para ter acesso aos recursos, o Acre precisa confirmar o interesse no programa em até 30 dias após a publicação da portaria, aceitando as metas no sistema do PAA. Caso o prazo não seja cumprido, o recurso poderá ser remanejado para outros estados.
O Estado terá até 90 dias para cadastrar a proposta no sistema e iniciar as operações, após aprovação do plano operacional e emissão dos cartões dos beneficiários fornecedores.










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