Acre
Gestor de carreira do Acre convida acreanos a construírem, juntos, a balsa Unadhe, que será inaugurada em Manacapuru em outubro de 2018
O que seria da política sem o inusitado. Um servidor concursado do estado, uma espécie de Dom Quixote, procurou nossa redação pedindo espaço para divulgar matéria que de tão ousada, inédita e interessante estamos divulgando.
Jair Amorim, 49 anos, morador de Brasiléia, ocupante do cargo de gestor de políticas publica diz que a principio nem deveria se intrometer em política, mas analisando o atual cenário político no estado não se conteve e iniciou um movimento para, segundo ele, discutir temas de estado e trazer os caciques da política a reflexão e a realidade.
Segundo o gestor o Acre esta patinando economicamente por escassez dos recursos Federais, nosso principal fomento. Mas na sua visão o problema vem sendo turbinado pelos dois principais lideres político do Acre que se anulam numa luta silenciosa pelo poder político no estado. Disse que mora numa cidade onde a rua não sai por conta da mao invisível da disputa política. Existe um empate no Acre. Dois leões lutando por território. Ou apartemos essa luta, ou, politicamente, o Acre perdera os dois, alerta.
Nessa balada, segundo o servidor, o povo paga o pato que não comeu. Diz que é preciso um movimento popular suprapartidário para combater o modelo político vigente que simplesmente faliu. Hoje os próprios empresários que financiam o modelo estão arrependidos, pois descobriram que quando o estado quebra, eles perdem.
Jair Amorim, que pertence a uma categoria de 420 gestores efetivos do estado, disse que nunca lutou politicamente para derrubar pessoas, mas sim para mudar as coisas e que para ele não importa a classe social do sujeito, mas o que faz. Frisou que já foi filiado ao PMDB, PPS, PT, PCdoB, e agora PMN, e que em todas essas legendas encontrou pessoas maravilhosas, boas, medianas e malandras, assim como existem em todos os segmentos da sociedade. Somos todos acreanos, estudamos na mesma escola, temos os mesmo problemas, portanto nada justifica, agirmos como inimigos. A política deve servir para construir pontes e não para cavar abismos, ponderou.
Disse não defender lado, mas fatos. Lembrou que os dois caciques acreanos tem a mesma origem política, ou seja, são produtos do capital empresarial nas campanhas eleitorais e que, portanto, não resolve trocar um pelo outro. Temos que mudar o modelo eleitoral. A maquina publica é o instrumento de que dispõe o estado para por em pratica as opções políticas de governo, porém numa perspectiva estadista e não de Partido. Se assim fosse em 1998 aquele belo movimento por mudanças, com singelos lideres, certamente teria morrido no ninho, lembrou.
Por isso o gestor quer construir, com apoio dos segmentos apartidários do Acre, o projeto UNADHE – União Nova Acreana para o Desenvolvimento Humano e Econômico, visando construir um projeto de estado para sobrepor-se aos interesses partidários e de poder dos dirigentes do governo e da oposição. Acabou a moleza. Quem quiser ser governador, vai ter que se comprometer melhor com o Acre e com os Acreanos, disse. Cita que nesse projeto todos os Senadores e Deputados Federais, de situação e oposição, irão poder indicar gerentes, coordenadores e planejadores de Programas e projetos no qual alocaram emendas, desde que do quadro efetivo do estado, uma vez que o Acre tem nessas emendas imprescindível meio de fomento.
A idéia, segundo ele e que a UNADHE tenha comissões técnicas nas cinco regionais do Acre trabalhando as diretrizes políticas, econômicas e sociais para o estado, para somente depois, o texto ser apresentado aos dois grupos majoritários da política liderados, aparentemente, por Jorge Viana e Gladson Cameli, para que possam inserir suas conveniências Partidárias e decidir compromisso com o projeto, ou não. Diz.
Frisa o gestor que não se confunde projeto político com plano de governo, pois aquele é o marco capaz de fazer a reengenharia, ao passo que este é um simples plano de ação para quatro anos. A estratégia será elaborar um rigoroso diagnostico da realidade econômica, política e social, do estado do Acre, nas cinco regionais, através de equipes técnicas integrantes e consultorias visando efetivar mudanças factíveis.
Precisamos combater esse financiamento eleitoral vampiro para tirá-lo da jugular do povo acreano. Ninguém suporta mais ver o candidato usar o capital privado para chegar ou se manter no poder e, depois, simplesmente usar o dinheiro do povo para pagar a conta. A UNADHE quer a população acreana no controle total do tesouro publico, por isso propõe que nenhuma doação particular de campanha seja maior que cem reais, afinal ninguém precisa de milhões para fazer as coisas honestamente, disse.
Declara que percebe na sociedade Acreana um desejo sincero por campanhas eleitorais democráticas e programáticas, para tanto, se faz necessário a real independência orçamentária e financeira do Judiciário e do Ministério Publico para que possam efetivamente cumprir com suas obrigações constitucionais/Institucionais.
Disse que a meta é defender uma representação Parlamentar por regionais administrativas do estado, para que contingentes enormes de acreanos não continuem sem representação Federal. Criar parâmetros de eficiência e eficácia para a administração publica visando satisfazer as justas expectativas da população Acreana e Buscar uma profissionalização maior da gestão publica estadual, para que mais profissionais acreanos possam ingressar no serviço publico através de concurso.
Indagado sobre a possibilidade de a UNADHE ter candidato em 2018, o gestor foi firme. Não. Estamos pensando em ajudar o Acre. Nossa missão será combater um modelo político/eleitoral falido. Mas existem governos de coalizão, finaliza.
Jair Amorim, natural do Paraná, formado em historia pela UFAC, ex-professor, chegou ao Acre em 1978.
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Sebrae e Funtac promovem 3º Encontro da Rede de Sementes do Acre

Evento acontece nos dias 8 e 9 de dezembro, no Sesc Cruzeiro do Sul
Nos dias 8 e 9 de dezembro, o Sebrae e a Funtac realizam o 3º Encontro da Rede de Sementes do Acre, em Cruzeiro do Sul. O evento objetiva a promoção do conhecimento, inovações, tecnologias e mercado, voltados para a bioeconomia de sementes florestais no Acre.
O evento acontecerá no Hotel Sesc de Cruzeiro do Sul e a programação inclui palestras e minicursos, com temas como: Restauração florestal no Acre; Coleta e comercialização de sementes nativas; e Armazenamento de sementes florestais da Amazônia.
“Este encontro é um espaço estratégico para fortalecer a bioeconomia no Acre, promover a troca de conhecimentos e ampliar as oportunidades de mercado para o público que atua neste segmento”, destacou o gestor de bioeconomia do Sebrae, Francinei Santos, ministrará a palestra “Estratégias de mercado na Rede de Sementes”, no dia 8.
Criada em 2023, a Rede de Sementes do Acre atua na estruturação da cadeia produtiva de sementes florestais nativas, com foco na restauração de ecossistemas, na conservação de espécies ameaçadas e no fortalecimento da comercialização sustentável, em parceria com instituições públicas, privadas e a sociedade civil.
A edição do Encontro em Rio Branco acontecerá nos dias 11 e 12 de dezembro. O evento conta com apoio do Ministério do Meio Ambiente, por meio do projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia, Banco Mundial, GEF, Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO), Conservação Internacional Brasil, FGV Europe e Secretaria de Estado do Meio Ambiente.

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Justiça determina que governo do Acre nomeie 20 policiais penais em Sena Madureira
De acordo com o MPAC, há insuficiência grave de policiais penais na UPEM, o que impede o cumprimento mínimo da Lei de Execução Penal (LEP)

Para o MP, há direito subjetivo à nomeação dos aprovados dentro das vagas, conforme entendimento do STF (Tema 784). Foto: captada
Saimo Martins
A Vara Cível da Comarca de Sena Madureira determinou que o Governo do Acre convoque e nomeie, em até 30 dias, pelo menos 20 aprovados no concurso da Polícia Penal (Edital 001/2023 – SEAD/IAPEN) para atuarem na Unidade Penitenciária Evaristo de Moraes (UPEM). A decisão, assinada pelo juiz Caique Cirano de Paula, atende a pedido de tutela de urgência ajuizado pelo Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) em Ação Civil Pública.
A medida foi tomada após uma série de inspeções do Ministério Público, através do promotor Júlio César Medeiros, da Defensoria Pública e do próprio Judiciário apontarem um cenário crítico na unidade prisional, marcado por déficit de servidores, violações de direitos básicos e risco iminente à segurança.
Déficit de servidores e violações de direitos básicos
De acordo com o MPAC, há insuficiência grave de policiais penais na UPEM, o que impede o cumprimento mínimo da Lei de Execução Penal (LEP). Entre as violações identificadas estão a irregularidade no banho de sol — que chega a ocorrer apenas uma vez por mês — precariedade no fornecimento de água, problemas na qualidade da alimentação, ausência de equipe de saúde adequada e inexistência de Grupo de Intervenção, único caso no Estado.
Relatórios da Defensoria Pública e do Juízo da Execução Penal reforçaram a grave situação, caracterizada pelo Ministério Público como expressão local do Estado de Coisas Inconstitucional reconhecido pelo STF no sistema prisional brasileiro.
Concurso com vagas abertas e aprovados sem nomeação
O concurso da Polícia Penal previa 261 vagas, e 308 candidatos concluíram o curso de formação. No entanto, apenas 170 foram convocados até agora. Para o MP, há direito subjetivo à nomeação dos aprovados dentro das vagas, conforme entendimento do STF (Tema 784).
O diretor da unidade informou que seriam necessários, no mínimo, 30 novos servidores, sendo 16 para formação do Grupo de Intervenção e 12 para reforçar a equipe educacional.
Decisão determina ações imediatas
Na decisão, o juiz afirma que não há violação ao princípio da separação dos poderes, uma vez que o Judiciário apenas determina o cumprimento de obrigações legais já previstas. O magistrado destacou a urgência diante do risco à integridade física de internos e servidores, além das violações massivas de direitos fundamentais.
Segundo ele, o Ofício nº 7.499/SMCRI00, expedido pelo Juízo da Execução Penal e que estabeleceu prazos curtos para regularização do banho de sol, atendimento em saúde e fornecimento de água potável, evidencia a gravidade da situação. O juiz ressaltou que a normalização dessas atividades depende diretamente de efetivo de segurança suficiente para garantir a movimentação dos presos e a ordem interna. Ele apontou que a privação crônica de banho de sol, a ausência de assistência à saúde e as falhas no fornecimento de água elevam o risco de instabilidade interna a níveis perigosos. A falta de um Grupo de Intervenção, conforme observou o Ministério Público, transforma a UPEM em uma “bomba-relógio”, ameaçando a segurança de servidores, internos e da população. O magistrado concluiu que, diante do histórico de violência, rebeliões e evasões no sistema prisional acreano, o Poder Judiciário, provocado pelo Ministério Público e apoiado em recente atuação da Defensoria Pública, não pode se omitir frente à evidente falha do Poder Executivo na implementação das políticas penitenciárias necessárias.
O Estado deverá adotar uma série de medidas no prazo de 30 dias, conforme determinação judicial. Entre elas está a nomeação de pelo menos 20 policiais penais aprovados e formados no concurso, para atuação imediata na Unidade Penitenciária Evaristo de Moraes (UPEM). Também deverá ser criado e capacitado um Grupo de Intervenção, composto por no mínimo 16 policiais penais.
A decisão determina ainda que as vagas de estudo oferecidas aos internos sejam ampliadas de 40 para 80, além da obrigatoriedade de garantir banho de sol diário com duração mínima de duas horas, conforme prevê a Lei de Execução Penal (LEP). Outro ponto imposto é a regularização do fornecimento de água potável, que deverá ocorrer pelo menos três vezes ao dia, com horários fixos divulgados em todos os blocos da unidade.
O magistrado ainda determinou que o Estado realize a manutenção preventiva do sistema de bombeamento de água, assegurando uma reserva técnica para situações emergenciais. Em caso de descumprimento das medidas, foi fixada multa diária de R$ 10 mil, limitada a 30 dias.
“Realize a manutenção preventiva do sistema de bombeamento de água, a fim de garantir o fornecimento de água potável, no mínimo, três vezes ao dia aos internos, em horários fixos, com fixação do cronograma de liberação de água sendo afixado em todos os blocos, com manutenção de reserva técnica de água para situações emergenciais. Fixo, a título de astreintes, multa diária no montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais), limitada a 30 (trinta) dias”, diz a decisão.
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Acre tem 152 obras federais paradas, com R$ 1,2 bilhão paralisados durante governo Lula, aponta TCU
Dados atualizados até abril de 2025 mostram que saúde e educação concentram maior número de obras interrompidas; causas das paralisações não são detalhadas no painel do tribunal

O Ministério das Cidades reúne 31 obras suspensas, impactando projetos de habitação e urbanização. O DNIT contabiliza 12 interrupções em frentes relacionadas à malha viária e logística estadual. Foto: captada
O Acre convive com 152 obras federais paralisadas, que somam cerca de R$ 1,2 bilhão em investimentos represados, segundo dados do Tribunal de Contas da União (TCU) atualizados até abril de 2025. As áreas de saúde e educação são as mais afetadas, com 50 e 32 obras interrompidas, respectivamente.
O levantamento, foi consultado na última quarta-feira (3), não detalha os motivos das paralisações, mas revela um cenário crítico para a infraestrutura e os serviços públicos no estado. No Ministério da Saúde, as obras paradas incluem unidades básicas, estruturas intermediárias e equipamentos que, se concluídos, ajudariam a desafogar o sistema hospitalar e ampliar o acesso à população.
Já o Ministério da Educação tem paralisadas 32 obras, como escolas, creches e outros equipamentos essenciais para regiões com carência de vagas e infraestrutura limitada.
Outros órgãos também aparecem com números expressivos: o Ministério das Cidades tem 31 obras suspensas (habitação e urbanização), e o DNIT contabiliza 12 paralisias que afetam a malha viária e a logística estadual. Completam a lista o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (11 obras), Ministério do Esporte (9), Funasa (3), Ministério da Agricultura e Pecuária (2), além do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos e o Ministério do Turismo, com 1 obra cada.
A falta de detalhamento sobre as causas — que podem incluir entraves administrativos, questões jurídicas, falhas de execução ou falta de repasse de recursos — dificulta a análise e a busca por soluções para retomar investimentos essenciais ao desenvolvimento do estado.

A leitura das informações revela que os setores de saúde e educação, pilares essenciais do atendimento direto à população, concentram o maior número de obras interrompidas no estado. Foto: captada
O Ministério da Educação, com 32 obras que incluem escolas, creches e outros equipamentos educacionais. A interrupção desses projetos impacta diretamente a expansão da oferta de ensino e o atendimento a crianças e jovens em regiões onde a carência por infraestrutura permanece elevada.
O levantamento do TCU também aponta paralisações em outras pastas relevantes. O Ministério das Cidades acumula 31 obras interrompidas, incluindo projetos de urbanização e habitação. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) aparece com 12 obras, afetando frentes ligadas à malha viária e logística do estado.
Distribuição por pasta ministerial
- Saúde: 50 obras paralisadas (unidades básicas, estruturas intermediárias)
- Educação: 32 obras (escolas, creches, equipamentos de suporte)
- Cidades: 31 obras (habitação e urbanização)
- DNIT: 12 obras (malha viária e logística)
- Integração Regional: 11 obras
- Esporte: 9 obras
Impactos diretos
- Saúde: Sistema hospitalar não é desafogado
- Educação: Déficit de vagas e infraestrutura permanece
- Logística: Transporte de insumos e atendimento a municípios isolados comprometido
Falta de transparência
- Causas: Painel não detalha motivos das paralisações
- Entraves: Dificuldade em identificar problemas administrativos, jurídicos ou financeiros
Apesar do impacto econômico e social gerado pela interrupção dos investimentos, o painel do TCU não detalha os motivos que levaram cada projeto à condição de paralisação, deixando abertas questões sobre problemas contratuais, falhas de execução, falta de repasses ou entraves administrativos.
As paralisações refletem um problema crônico na execução de obras públicas no Acre, estado historicamente dependente de investimentos federais. A falta de explicações oficiais sobre as causas das interrupções dificulta a busca por soluções e prolonga o sofrimento da população que aguarda por serviços essenciais.

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