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Genoino deixa presídio e segue para cumprimento da pena em casa
Ex-presidente do PT, condenado no mensalão, vai para prisão domiciliar.
Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do extinto PL, também deixou presídio.
G1

No banco de trás do carro, o ex-deputado José Genoino deixa o prédio de Varas de Execuções Penais de Brasília, após receber a progressão de sua pena para a de regime aberto (Foto: Alan Marques/Folhapress)
O ex-deputado federal José Genoino (PT-SP), condenado no processo do mensalão do PT, deixou o presídio da Papuda, em Brasília, na manhã desta terça-feira (12) e poderá cumprir o restante da pena em casa. O ex-tesoureiro do extinto PL Jacinto Lamas também saiu do Centro de Progressão Penitenciária (CPP), onde cumpria pena, e foi para casa.
Ambos já cumpriram um sexto da pena e obtiveram direito à progressão de regime, do semiaberto para o aberto, por decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Após deixar o presídio, os dois foram à Vara de Execuções de Penas e Medidas Alternativas (Vepema) do Distrito Federal para assinar o termo que estabelece as condições do regime aberto que, em Brasília, é sempre cumprido em prisão domiciliar.
O Código Penal estabelece que presos do aberto cumpram pena em Casa do Albergado, mas no Distrito Federal não há estabelecimentos do tipo e os presos são autorizados a cumprir pena em casa com uma série de regras.
Conforme o site do tribunal, o condenado em prisão domiciliar deve se recolher em casa entre 21h e 5h, e permanecer na residência nos domingos e feriados por período integral. Além disso, os detentos não podem andar em companhia de outros condenados de regime aberto ou semiaberto e também não são autorizados a tomar bebidas alcoólicas.
Jacinto Lamas tem residência em Brasília, e a família de Genoino alugou um imóvel perto da região central da capital federal. Os dois só podem deixar a cidade com autorização judicial.
Genoino foi condenado a 4 anos e 8 meses de prisão por corrupção ativa e Jacinto Lamas a cinco anos pelo crime de lavagem de dinheiro. Em julho, eles argumentaram que já tinham cumprido um sexto da pena e que poderiam migrar para o regime aberto.
No caso de Genoino, a juíza da VEP Leila Cury descontou 34 dias da pena. Com os chamdos dias remidos (condenados que trabalham e estudam podem ter dias de pena descontados), Genoino já tinha cumprido 8 meses e 16 dias da pena e adquiriu em 20 de julho o direito de migrar para o regime aberto.
Jacinto Lamas, por sua vez, afirmou que com os dias trabalhados também já havia cumprido um sexto da pena. Ele atua como auxiliar administrativo em uma construtora de Brasília.
Presos desde novembro
Jacinto Lamas está preso desde novembro do ano passado. Ele ficou primeiramente no presídio da Papuda, onde ficam os detentos do semiaberto sem autorização para trabalho externo, e depois foi transferido para o CPP, local que abriga os presos que trabalham.
Genoino foi preso em novembro do ano passado, mas passou mal dias depois e obteve direito à prisão domiciliar provisória porque argumentou que o estado de saúde era delicado.
Desde 1º de maio deste ano voltou ao presídio por decisão do ministro do STF Joaquim Barbosa, que se baseou em laudos médicos e entendeu que não havia necessidade de ele continuar a se tratar em casa. Genoino ficou em prisão domiciliar por cerca de cinco meses.
No dia 25 de junho, o plenário do Supremo confirmou que Genoino deveria continuar na cadeia porque não poderia ter “tratamento diferenciado” em relação a outros detentos.
Na ocasião, Barroso lembrou que Genoino teria direito a pedir progressão para o regime aberto a partir do dia 24 de agosto – naquela época não havia sido considerado o total de dias remidos. Barroso havia afirmado que, como não há estabelecimento penal específico no Distrito Federal para detentos do regime aberto, o ex-deputado teria benefício de cumprir a pena em casa.
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Sapato de 675 anos é encontrado em ninho de abutre-barbudo
Fonte: conexaoplaneta.com.br
Com impressionantes quase 3 metros de envergadura das asas e com peso que pode passar dos 12 kg, o abutre-barbudo (Gypaetus barbatus) é uma ave observada em montanhas da Europa, Ásia e África. Também chamado de quebra-ossos, esse seu outro nome popular se origina de sua dieta: ele se alimenta quase exclusivamente de ossos, que engole inteiros ou em pedaços, quando os atira ao solo em voo, sobretudo para obter uma importante fonte de proteína, a medula óssea de outros animais.
Assim como outras espécies de aves, o abutre-barbudo também faz seu ninho com resíduos encontrados no meio ambiente, sejam eles naturais, como galhos, troncos e folhas, ou ainda, aqueles descartados pelos seres humanos. A diferença, no caso desses abutres, assim como gaviões e falcões, por exemplo, é que os ninhos são usados por diferentes indivíduos durante séculos, caso continuem sendo um refúgio seguro. Outra característica é que esses ninhos geralmente são construídos em abrigos rochosos ou cavernas de penhascos, locais com abrigo para as intempéries climáticas.
Mas a Gypaetus barbatus é atualmente a espécie de abutre a mais ameaçada da Europa, com apenas 309 casais reprodutores, 144 dos quais nos Pirineus, uma cordilheira de montanhas na fronteira entre a França e a Espanha. Por isso, durante quase uma década, entre 2008 e 2014, pesquisadores espanhóis se propuseram a estudar os locais onde essas aves costumavam nidificar até serem extintas entre 70 e 130 anos atrás no sul do país.
Durante a pesquisa, eles analisaram dezenas de ninhos e fizeram descobertas surpreendentes! Entre cascas de ovos, ossos de presas, foram identificados 226 itens feitos ou alterados por seres humanos, como um estilingue fabricado com capim, uma lança de madeira e muitos objetos que exames posteriores revelaram ter mais de seis séculos de existência, como um sapato… com estimados 675 anos!
Para determinar a idade do calçado e dos demais artefatos, os pesquisadores utilizaram processos empregados por arqueologistas e análises de carbono-14.

Na letra C, o sapato de 675 anos descoberto no ninho de um abutre-barbudo na Espanha
Fotos: Margalida, Antoni et al., Ecology (2025)
“Graças à solidez das estruturas dos ninhos do abutre-barbudo e suas localizações no Mediterrâneo ocidental, geralmente em locais protegidos, como cavernas e abrigos rochosos com condições de temperatura relativamente estáveis e baixa umidade, eles têm atuado como museus naturais,conservando material histórico em boas condições“, escrevem os autores do estudo, publicado recentemente na revista Ecology, da Ecological Society of America.
Para os pesquisadores, que também identificaram 2.117 ossos, 72 restos de couro, 11 de cabelo e 43 cascas de ovos, os achados não ajudam somente no entendimento histórico daquela região e da relação entre aves e seres humanos, mas também pode abrir um novo caminho para o melhor entendimento do comportamento dos abutres-barbudos e possíveis esforços de restauração de seus antigos habitats e possível reintrodução da espécie.

Um dos ninhos analisados pelos pesquisadores: bem protegidos,
eles são verdadeiros museus naturais da humanidade
Foto: Sergio Couto, Ecology (2025)
Foto de abertura: Antoni Margalida, Ecology (2025).
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Esposa de Mazinho, Meire Serafim destina mais de R$ 20 milhões em Emendas a ONG da Bahia
O investimento total é de R$ 2,2 milhões, com a proposta de promover autonomia econômica e geração de renda para chefes de família, especialmente mulheres negras, indígenas e ribeirinhas

Os documentos mostram que a parlamentar destinou os recursos de forma concentrada para a ONG baiana, que será responsável pela aplicação integral dos valores no estado. Foto: captada
A deputada federal Meire Serafim (União Brasil) destinou R$ 20,07 milhões em emendas parlamentares para a implementação de projetos em áreas estratégicas como saúde, esporte e inclusão produtiva no Acre. O detalhe que chama atenção é que, embora os recursos tenham como destino municípios acreanos, a execução ficará sob responsabilidade da APAS, Associação de Proteção e Amparo à Saúde, entidade privada sem fins lucrativos com sede em Salvador (BA).
A informação consta em três extratos de propostas registrados no sistema Transferegov, todos aprovados em setembro de 2025 pelos ministérios da Saúde, do Esporte e das Mulheres. Os documentos mostram que a parlamentar destinou os recursos de forma concentrada para a ONG baiana, que será responsável pela aplicação integral dos valores no estado.
As emendas da deputada contemplam três iniciativas, com execução prevista para até 2026: Saúde pública, combate à malária no Vale do Juruá, O maior repasse, de R$ 8,93 milhões, será aplicado em ações de vigilância epidemiológica e combate à malária na região do Juruá, responsável por mais de 90% dos casos da doença no Acre. O plano prevê a instalação de uma base operacional em Cruzeiro do Sul, capacitação de 396 agentes de saúde, uso de laboratórios móveis e distribuição de kits pedagógicos em escolas da rede pública.
O segundo projeto trata do Esporte – inclusão de jovens em cinco municípios, batizado de “Esporte Total”, aprovado pelo Ministério do Esporte com investimento de R$ 8,91 milhões. A meta é atender 4 mil jovens de 12 a 24 anos em modalidades como futebol, muay thai e jiu-jitsu, com impacto indireto estimado em 10 mil pessoas. O plano de aplicação prevê desde a compra de uniformes, tatames e kimonos até a locação de ônibus para transporte de alunos da zona rural.

Outro ponto que chama atenção é a concentração dos repasses. Juntas, as três propostas somam mais de R$ 20 milhões, sem contrapartida financeira da entidade executora. Foto: captada
A terceira proposta trata da inclusão produtiva de mulheres em Sena Madureira, chamado “Mãos que Transformam”, que será executado em Sena Madureira com o objetivo de capacitar 480 mulheres em situação de vulnerabilidade em cursos de beleza. O investimento total é de R$ 2,2 milhões, com a proposta de promover autonomia econômica e geração de renda para chefes de família, especialmente mulheres negras, indígenas e ribeirinhas.
Em todos os extratos, a APAS (Associação de Proteção e Amparo à Saúde) aparece como proponente e executora. Registrada em Salvador, a entidade não possui sede no Acre, mas ficará responsável por gerir os convênios, contratar equipes, adquirir materiais e garantir a execução das ações.
Outro ponto que chama atenção é a concentração dos repasses. Juntas, as três propostas somam mais de R$ 20 milhões, sem contrapartida financeira da entidade executora. Os valores serão inteiramente custeados pela União, via emendas parlamentares de Meire Serafim.
A vigência dos convênios varia entre três meses e mais de um ano, com previsão de término até 2026.
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Acre registra 22 mortes por Covid-19 em 2025 e acumula 77 óbitos desde 2023, aponta boletim da Sesacre
Acrelândia lidera incidência e Bujari tem maior taxa de letalidade; vacinação infantil segue baixa, com menos de 4% das crianças com dose de reforço

Na análise por cor/raça, em 2025, 68,4% dos casos confirmados foram em pessoas pardas, seguidas de amarelas (13,1%) e brancas (11,3%). Foto: captada
A Covid-19 segue como uma preocupação de saúde pública no Acre, com 4.016 casos confirmados e 22 mortes registradas até 27 de setembro de 2025. Os dados, divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) nesta quarta-feira (1º), mostram que desde 2023 o estado acumula 16.900 casos e 77 óbitos pela doença.
O município de Acrelândia apresenta a maior incidência de casos em 2025: 1.304 por 100 mil habitantes – quase três vezes a média estadual (449/100 mil). Já Bujari registra a maior taxa de letalidade (7%) e o maior coeficiente de mortalidade (28,8/100 mil). Rio Branco concentra o maior número absoluto de mortes (42 desde 2023).
O perfil das vítimas mostra que 67,5% tinham mais de 60 anos e 64,9% possuíam comorbidades como cardiopatias e diabetes. Entre os casos confirmados em 2025, 68,4% eram pessoas pardas.
A adesão vacinal em crianças preocupa: apenas 3,56% entre 6 meses e 4 anos receberam o reforço. Desde o início da pandemia, o Acre totaliza 175.384 casos confirmados entre 437.954 notificações.
Municípios com cenários mais críticos
- Bujari: Maior taxa de letalidade (7%) e mortalidade (28,8/100 mil hab.)
- Acrelândia: Maior incidência (1.304 casos/100 mil hab. em 2025)
- Rio Branco: Maior número absoluto de mortes (42 desde 2023)
Perfil das vítimas
- Faixa etária: 67,5% dos óbitos em maiores de 60 anos
- Comorbidades: 64,9% tinham cardiopatias, diabetes ou hipertensão
- Raça/cor: 68,4% dos casos em pessoas pardas
Vacinação infantil preocupa
Crianças (6 meses a 4 anos):
26,54% com primeira dose
12,89% com segunda dose
3,56% com reforço
Os números revelam a permanência da Covid-19 como problema de saúde pública no Acre, com bolsões de alta transmissão e baixa adesão vacinal em grupos específicos, exigindo manutenção de políticas de vigilância epidemiológica mesmo após o fim da emergência sanitária global.
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