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Acre

‘Furacão destruiu casa que eu fiz para minha mãe’, diz haitiano no Acre

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Myke Dorismend pensa em trazer família para morar com ele em Rio Branco.
Furacão Matthew já matou mais de 840 pessoas no Haiti.

 G1
Myke Richardson Dorismend, 27 anos, mora há 1 ano e 6 meses em Rio Branco, capital do Acre (Foto: Quésia Melo/G1)

Myke Richardson Dorismend, 27 anos, mora há 1 ano e 6 meses em Rio Branco, capital do Acre (Foto: Quésia Melo/G1)

O haitiano Myke Richardson Dorismend, de 27 anos, conta que está passando por dias de terror, após saber que a família foi atingida pela passagem do furacão Mathew na cidade de Les Cayes, um dos locais mais devastados no Haiti. “O furacão destruiu a casa que eu fiz para minha mãe. Sonhei em dar essa casa para ela e agora ela perdeu tudo”, diz o haitiano.

Dorismend conta que conseguiu contato apenas com a irmã e a mãe, na quinta-feira (6), mas não tem informações dos outros três irmãos. Aflito, ele pensa em trazer a família para morar com ele em Rio Branco, capital do Acre.

“Para mim, se eles viessem seria melhor. Meu irmão é muito trabalhador e a gente poderia se ajudar. Antigamente, o Haiti era um lugar bom, nós tínhamos tudo, mas agora é um país devastado. Vim para o Acre pois não tinha como conseguir dinheiro lá. Aqui R$ 13 equivale a 56 gourde, que é a moeda de lá”, fala.

O haitiano diz que agora a prioridade é saber se os irmãos estão bem. “Estou muito preocupado, não posso dizer se eles estão bem ou não, não tenho notícias. Espero logo poder ouvir voz deles. O que sei é que a situação está muito ruim, preciso trabalhar para mandar dinheiro para que eles comprem comida. Todos perderam tudo. As casas foram tomadas pela água e tudo foi destruído”, lamenta.

Dorismend mora no Acre há um ano e seis meses. Durante esse tempo, ele conta que conseguiu emprego e faz pequenos serviços em uma papelaria no Centro de Rio Branco. O haitiano diz que quase todo dinheiro que recebe é enviado para os familiares que não possuem emprego no Haiti. Segundo ele, a passagem do furacão Mathew deixou um rastro de destruição no país e piorou a situação de sua família.

Furacão Matthew
A passagem do furacão Matthew deixou pelo menos 842 mortos no Haiti, segundo as autoridades locais ouvidas pela agência Reuters. Há milhares de casas destruídas e muitos bairros seguem inundados na península do sudoeste do país.

O furação é o mais forte a atingir o Caribe desde 2007, e foi justamente no Haiti que o Matthew causou mais destruição. O país, que é o mais pobre das Américas, foi devastado por um terremoto em 2010 e ainda não tinha se recuperado completamente.

O vento de cerca de 230 km/h derrubou árvores, barrancos e pontes, além de destruir milhares de casas. Militares brasileiros estão ajudando os moradores desde terça-feira (4), quando o olho do furacão atingiu o Haiti.

Abrigo chegou a ter 900 imigrantes e foi desativado em março deste ano (Foto: Iryá Rodrigues/G1)

Abrigo chegou a ter 900 imigrantes e foi desativado
em março deste ano (Foto: Iryá Rodrigues/G1)

Abrigo de imigrantes no Acre
O abrigo para imigrantes montado no Acre, que funcionava na Chácara Aliança, em Rio Branco desde 2014, foi fechado em março deste ano. Inicialmente os imigrantes eram abrigados em um outro abrigo que funcionava no município acreano de Brasiléia, distante 232 quilômetros, mas foi desativado e transferido para a capital acreana.

Rota de imigração
Imigrantes chegavam ao Acre diariamente através da fronteira do Peru com a cidade de Assis Brasil, distante 342 km da capital. A maioria dos que faziam essa rota eram imigrantes haitianos que, desde 2010, passaram a deixar a terra natal após um forte terremoto devastar o país e deixar mais de 300 mil mortos. De acordo com dados do governo do estado, entre 2010 e maio de 2015, mais de 38,5 mil imigrantes entraram no Brasil pelo Acre.

Os imigrantes chegam ao Brasil em busca de uma vida melhor e com a esperança de poder ajudar os familiares. Para chegar até o Acre, eles saiam, quase sempre, da capital haitiana, Porto Príncipe, e égavam um ônibus até Santo Domingo, na República Dominicana, localizada na mesma ilha. Lá, compravam uma passagem de avião e iam até o Panamá. Da cidade do Panamá, seguiam de avião ou de ônibus para Quito, no Equador.

Por terra, iam até a cidade fronteiriça peruana de Tumbes e passavam por Piura, Lima, Cusco e Puerto Maldonado até chegar a Iñapari, cidade que faz fronteira com Assis Brasil (AC), por onde passavam até chegar em Brasiléia.

Emissão de vistos
O Acre passou a deixar de ser a principal rota para entrada de imigrantes haitianos no país desde que o Brasil ampliou a emissão de vistos pelas embaixadas em Porto Príncipe (Haiti), Quito (Equador) e Lima (Peru). Em 2015, houve uma queda de 96% no número de haitianos ilegais que chegaram ao Brasil pelo estado.

Segundo o Itamaraty, em 28 de setembro de 2015 foi inaugurado em Porto Príncipe, em parceria entre a Embaixada do Brasil no Haiti e a Organização Mundial para a Imigração, um novo centro de atendimento para demandas de vistos de haitianos que querem ir ao Brasil.

Ainda segundo o órgão, em 2015, a média diária de vistos para haitianos foi de aproximadamente 78. As emissões de vistos tinham prazos estipulados e seguiam as resoluções normativas do Conselho Nacional de Imigração (CNIg).

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Acre

Ministério Público do Acre emite nota sobre morte de ativista Moisés Alencastro

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Recebemos com extrema cautela a informação veiculada pela mídia acerca da hipótese de que o homicídio de Moisés Alencastro tenha decorrido de latrocínio, especialmente diante do cenário do crime tal como descrito nas próprias reportagens.

As lesões constatadas na vítima, notadamente múltiplas perfurações por arma branca e indícios de tentativa de degolamento, não se mostram, em um primeiro exame, compatíveis com a dinâmica típica desse tipo de delito patrimonial, sugerindo, ao contrário, violência exacerbada e desnecessária ao fim de subtração de bens.
Trata-se de padrão de agressão que, com frequência, revela desprezo pela condição da vítima e se associa a crimes praticados por motivação de ódio, fenômeno que infelizmente se repete em contextos diversos, como nos assassinatos de mulheres e na eliminação violenta de pessoas homossexuais. Típica ação de homofobia.
Moisés Alencastro era servidor público comprometido com o enfrentamento dessas formas de violência, atuando no âmbito do Ministério Público do Estado do Acre, junto ao Centro de Atendimento à Vítima, justamente na defesa da dignidade humana e da responsabilização penal adequada dos agressores.
Sua morte não pode ser tratada como mais um episódio banal de violência. Ela expõe, de forma dolorosa, a realidade que ainda vivemos e reforça a necessidade de avanços concretos na construção de uma sociedade mais tolerante, livre de toda discriminação, preconceito e homofobia , fundada no respeito à condição humana de todos.
Espera-se que os fatos sejam rigorosamente apurados, com a correta definição jurídica do crime e a responsabilização penal proporcional à gravidade da conduta, para que essa morte não permaneça impune — como o próprio Moisés sempre defendeu em sua atuação institucional.

Destacamos, ainda, a plena confiança no rápido e eficiente trabalho desempenhado pela Polícia Civil na elucidação do caso, inclusive, com a devida qualificação a ser dada ao crime. Desde o primeiro momento, a instituição tem empenhado esforços grandiosos para o enfrentamento deste delito, de modo a dar à sociedade a pronta resposta que se espera.

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Acre

Acidente entre moto e caminhonete deixa casal ferido em Sena Madureira

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Um acidente de trânsito envolvendo uma motocicleta e uma caminhonete deixou um casal ferido na tarde desta terça-feira (23), no município de Sena Madureira, no interior do Acre.

A colisão aconteceu na rua Augusto Vasconcelos, esquina com a rua Maranhão, nas proximidades da 4ª Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran). Conforme informações preliminares apuradas no local, o condutor da caminhonete teria avançado a via preferencial e atingido a motocicleta onde o casal trafegava.

Com o impacto, o condutor da moto, identificado inicialmente apenas como professor Fábio, foi arremessado e caiu dentro de um bueiro. A passageira, sua esposa — ainda não identificada oficialmente — caiu sobre a calçada e também ficou ferida.

Vídeos enviados à reportagem registram o momento exato da colisão e o atendimento prestado às vítimas logo após o acidente.

Policiais militares do setor de trânsito estiveram no local para isolar a área e controlar o fluxo de veículos, possibilitando o trabalho da perícia. O casal foi socorrido por uma equipe do Corpo de Bombeiros e encaminhado ao Hospital João Câncio Fernandes para atendimento médico.

Até o fechamento desta matéria, não havia informações oficiais sobre o estado de saúde das vítimas. As circunstâncias do acidente serão apuradas pelas autoridades competentes.

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Acre

Governo do Acre antecipa salário dos servidores ativos para quinta-feira (25)

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Pagamento estava previsto para o dia 27; aposentados já receberam nesta terça (23). Medida busca facilitar compras de fim de ano e movimentar economia local

O crédito em conta estará disponível no próprio dia 25 para os servidores que recebem pelo Banco do Brasil. Nos demais bancos, o valor será creditado no dia seguinte, 26. Foto: cedida 

O governo do Acre antecipou o pagamento dos servidores públicos ativos para esta quinta-feira (25), três dias antes da data original, que seria 27 de dezembro. A medida segue a antecipação já concedida aos aposentados, que receberam nesta terça-feira (23). A decisão foi anunciada pelas Secretarias de Administração (Sead) e da Fazenda (Sefaz).

O valor será creditado no dia 25 para quem recebe pelo Banco do Brasil. Para os demais bancos, o depósito ocorrerá na sexta-feira (26). O governador Gladson Cameli afirmou que o objetivo é ajudar os servidores a se organizarem para as compras de fim de ano e fortalecer a economia local.

— A medida ajuda os servidores a se organizarem, comprarem os presentes, honrarem seus compromissos e celebrarem este período com mais tranquilidade — disse Cameli.

Os contracheques já estão disponíveis para consulta no site contracheque.ac.gov.br, no Portal de Serviços do Estado e no aplicativo MeuAC. A antecipação deve movimentar o comércio e os serviços no estado, especialmente nos setores de alimentação, vestuário e presentes, em um período tradicionalmente movimentado pelas festas de final de ano.

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