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Filha de envolvido em morte de missionária Dorothy Stang tem quase R$ 1 milhão em multas por crimes ambientais no Acre
Patrícia Coutinho da Cunha foi multada três vezes e recebeu três embargos de área por desmatar a Floresta Estadual Antimary. Defesa alega que jovem está sendo injustiçada por ser filha de Amair Feijoli da Cunha, o Tato.

Família de Amair Feijoli, o Tato, se mudou para o Acre em 2020 e teriam adquirido terras em unidade de conservação ambiental – Foto: Reprodução/Rede Social
Por Aline Nascimento
A psicóloga Patrícia Coutinho da Cunha, filha de Amair Feijoli da Cunha, o Tato, apontado como responsável pela contratação dos pistoleiros que mataram a missionária norte-americana Dorothy Stang, em fevereiro de 2005, recebeu pelo menos três multas que juntas somam quase R$ 1 milhão, por desmatamento na Floresta Estadual Antimary (FEA), na BR-364 entre Sena Madureira e Bujari, interior do Acre.
Além das multas, Patrícia recebeu três embargos da área. As primeiras multas e embargos foram aplicados em janeiro deste ano, quando o Batalhão Ambiental e o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac); a segunda multa em fevereiro e, a mais recente, na quinta-feira (24) após nova operação contra crimes ambientais na região. A área desmatada ultrapassa os 193 hectares.
Nos mapas abaixo, aparecem a área completa da unidade de conservação e a área onde foi identificado o desmatamento. Na imagem à esquerda, aparece a Floresta Estadual Antimary, a Área de Manejo Florestal (AMF) e a Unidade de Produção Anual (UPA). Já na imagem à direita, é possível ver o que o desmatamento identificado pelos órgãos ambientais e pelo qual Patrícia já foi multada está dentro da floresta estadual.

Mapas com a área total da FEA (esq.) e local de desmatamento idetificado recentemente (dir.) – Foto: Reprodução
O pai da psicóloga, Amair Feijoli, é investigado pelos ministérios públicos estadual e federal do Acre por também desmatar uma área de 600 hectares, além de criar gado e ameaçar moradores da unidade de conservação ambiental. Ele também é alvo da Polícia Civil de Sena Madureira, do Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA), Imac e Secretaria de Meio Ambiente Estadual (Sema).
Amair foi condenado a 18 anos por intermediar a morte de Dorothy Stang. Segundo a Justiça do Pará, foi ele quem contratou os pistoleiros Rayfran e Clodoaldo Carlos Batista para assassinar a missionária a mando de Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, e Regivaldo Pereira Galvão.

Missionária Dorothy Stang foi assassinada em 2005 – Foto: Divulgação.
O fazendeiro e a família se mudaram para o Acre em 2020. Contudo, por causa do processo que responde pela morte da missionária, ele continua mantendo residência no Pará, onde também teria terras. A defesa da família nega as acusações e diz que tudo se trata de injustiça.
O advogado Ayres Neylor, que presenta a família, alegou que as multas aplicadas contra Patrícia são ilegais, que ela vai comprovar a inocência e ainda vai pedir indenização por danos morais e materiais. Naylor voltou a afirmar que as pessoas responsáveis pelas denúncias são as mesmas que invadiram a área.
Ainda segundo a defesa, Patrícia adquiriu uma terra na região em 2020, que pertencia a um pastor. Porém, a documentação é datada de mais de 100 anos e seria legalizada. Ele nega que a cliente tenha invadido a propriedade.
“Ela adquiriu, comprou e pagou uma área que está no Amazonas, no município de Boca do Acre. Até isso é um problema de geografia, o estado deixa muito a desejar e é muito lamentável tudo isso. Mas, a Patrícia vai tomar as providencias cabíveis para que a injustiça não impere em nome de interesse que a gente não conhece ainda. Vai tomar as providências dentro daquilo que a Justiça prevê e permite para que sejam ceifados esses atos que, em verdade, mancham o bom nome e a imagem da Patrícia”, defende.
Autuações
O G1 apurou que o Imac e o Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA) já detectaram uma área desmatada de 111 hectares este ano na localidade comprada por Patrícia. Além disso, a Polícia Civil e o MP-AC receberam informações de que a família tem aberto ilegalmente estradas de terra, quebrado pontes e, desde que se mudaram para a área, ameaçado e impedido moradores de recolher castanha no local.
Segundo as investigações, a fazendeira recebeu as seguintes autuações:
- 19 de janeiro – multa simples e embargo por desmate de uma área de 30,39 hectares no valor de R$ 151.950 mil;
- 20 de fevereiro – multa simples e embargo por desmate de área de 51,98 hectares no valor de de R$ 259,9 mil;
- 24 de junho – multa simples e embargo de por desmate de 111,59 hectares no valor de de R$ 557.963,50.
A defesa de Patrícia confirmou que ela já entrou com recursos contra as duas primeiras autuações. Já sobre as últimas multas Naylor afirmou que ainda não tiveram acesso. Porém, a defesa também deve recorrer.
Somadas, as autuações aplicadas por desmate ilegal na área chegam a quase R$ 1 milhão. Após a aplicação, os autuados têm 20 dias para recorrer junto ao Imac. Com o fim dos prazos e recursos, é dado mais dez dias para as alegações finais.

Polícia Ambiental e Imac faz operações contra crime ambiental na unidade de conservação ambiental na quinta (24) e sábado (26) – Foto: Arquivo/Batalhão de Policiamento Ambiental
A Floresta Estadual Antimary foi arrendada pela União em 22 de junho de 2005. O decreto foi publicado no decreto no Diário Oficial da União (DOU). Em 2014, a Secretaria de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis acre (Sedens), publicou um decreto dos Planos de Manejo das Florestas Estaduais do Rio Gregório, do Rio Liberdade, do Mogno e do Antimary.
A unidade de conservação ambiental permite a presença de moradores no seu interior. Em 2019, eram 50 moradores assentados regulamente, atualmente são 53 famílias que vivem do manejo florestal da coleta da castanha, açaí, agricultura, pecuária de corte, criação de aves, de porcos, carneiros e venda de frutas e verduras. Há ainda a presença de invasores na localidade.
Em janeiro, após denúncias de invasões, a Sema refez o cadastramento das 53 famílias que vivem na unidade, inclusive com instalação de pontos de GPS nas moradias, e notificou o MP-AC e a Procuradoria-Geral do Estado (PGE-AC) sobre os fatos.
A assessoria de comunicação da PGE-AC informou que há um processo em análise para tomar as medidas cabíveis.
Em nota, a Secretaria de Meio Ambiente do Acre (Sema) afirmou que ‘continua articulando as missões integradas de Meio Ambiente para coibir os crimes ambientais nas Unidades de Conservação (UCs) estaduais. Mediante a articulação da Sema, que preside o Comitê de Ações Integradas de Meio Ambiente, várias instituições vêm atuando nas missões, entre elas o Batalhão de Policiamento Ambiental, Polícia Civil, o Instituto de Meio Ambiente (Imac), Exército Brasileiro, Força Nacional e Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer)’.
A pasta destacou também que a Floresta Estadual do Antimary (FEA) sofre invasões ao longo dos anos e que, desde 2019, são feitas diversas ações de fiscalizações. Sobre a questão fundiária, a Sema acrescentou que ‘a PGE tem solicitado celeridade nos processos relacionados à Floresta Estadual do Antimary’. (Veja nota na íntegra abaixo).

Floresta Estadual do Antimary passa por fiscalizações e ações constantemente contra invasões de terras e desmatamento – Foto: Arquivo/Polícia Civil
Operações e fiscalizações
A operação do Imac e do Batalhão de Proteção Ambiental (BPA), na quinta-feira (24), não conseguiu flagrar nenhuma retirada e derrubada ilegal de madeira na localidade. Contudo, as equipes detectaram mais hectares desmatados, aplicaram uma nova autuação e embargo da área em nome de Patrícia Coutinho da Cunha, fizeram o boletim de ocorrência e entraram na delegacia de Sena Madureira, no interior.
“Não conseguimos flagrar o crime, não tinha ninguém praticando na hora, como a Polícia Civil pegou. Não tinha materialidade. Foi multada no administrativo e a parte criminal foi informada na delegacia de Sena Madureira, foi entregue um boletim de ocorrência comunicando o crime para investigação”, confirmou o comandante do BPA, major Kleison Albuquerque.

Foram achadas árvores derrubadas para abertura de estrada de terra, segundo a Polícia Civil – Foto: Arquivo/Polícia Civil
Com o material entregue pela polícia ambiental e o Imac, a Polícia Civil, que já planejava ir até a região após receber denúncias de ameaças, fez uma fiscalização na Floresta Estadual do Antimary na sexta (25). As equipes percorreram cerca de 60 quilômetros e encontraram um trator que estaria sendo usado para abrir um ramal ilegalmente, pontes quebradas e árvores, inclusive castanheiras, no chão.
A polícia conversou com uma pessoa no local, identificada apenas como Patrick. Segundo a Polícia Civil, o rapaz também é filho da Amair Feijoli e é conhecido na localidade como ‘fazendeiro’. Na conversa, Patrick falou para as equipes que comprou uma propriedade dentro de um projeto de assentamento (PA) e que teria o título da área datado de 1963.

Polícia Civil achou um trator que estaria sendo usado para abrir um ramal dentro da Floresta Estadual do Antimary – Foto: Arquivo/Polícia Civil
“Conversamos com alguns moradores, que informaram que essa pessoa destruiu algumas pontes e ameaçava algumas pessoas na região porque não poderia ficar no local, encontramos duas pontes cerradas na localidade e ainda um trator que estaria abrindo uma passagem, um ramal dentro da unidade de conservação”, contou o delegado responsável pelo caso, Marcos Frank.
Ainda segundo Frank, as investigações apontam que os dois filhos de Amair têm propriedade dentro da unidade de conservação. Ele disse que já foi aberto um inquérito policial para investigar grilagem de terras, desmatamento e ameaça.
“Ao que tudo indica, e o que apuramos, é que impede a movimentação das pessoas, que antes colhiam açaí e castanha na localidade e agora são impedidas por essa pessoa. Nossas funções são um pouco limitadas e clamamos a ajuda dos demais sistemas que compõem os órgãos ambientais para que nos socorra. Podemos fazer a parte criminal, mas existem outros elementos no que desrespeita as penalidades administrativas quem merece ser avaliadas”, pediu.

Imagem de satélite captada pelo Batalhão de Policiamento Ambiental mostra um novo desmate em área de 35 hectares – Foto: Reprodução
Flagrante
Com imagens de satélites capturadas na noite de sexta-feira (25), o Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA) percebeu que havia uma nova área desmatada na Floresta Estadual do Antimary (FEA). Em cinco dias, essas imagens mostraram que houve derrubada de árvores e abertura dentro da mata em 35 hectares.
O major Kleison Albuquerque destacou que as equipes do Batalhão de Policiamento Ambiental receberam recursos do Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW), com computadores, as imagens de satélites são processadas quase que em tempo real.
“Então, quando o satélite passa a gente já baixa a imagem e consegue acessar. Antes, a gente não tinha computador para fazer isso, não tinham capacidade. Antes não dava, era por denúncia, indo a pé e era difícil para caramba e por isso estamos pegando muita coisa”, complementou.
Com as informações, equipes do BPA e do Imac foram novamente até a localidade e prenderam duas pessoas e levaram para a delegacia de Sena Madureira. O boletim de ocorrência foi feito por causar danos a unidade de conservação ambiental.
Foi achado um pequeno acampamento, um facão e equipamentos de georreferencimento com a dupla. À Polícia Civil, os trabalhadores alegaram que faziam georreferenciamento da terra e foram liberados.
Os equipamentos ficaram apreendidos para apuração se há ligação com o desmate na região. Sobre a condução dos trabalhadores, o advogado Ayres Naylor afirmou que ‘não tinha crime nenhum. Foi abuso de autoridade’.
Nota da Sema na íntegra:
O governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), continua articulando as missões integradas de Meio Ambiente para coibir os crimes ambientais nas Unidades de Conservação (UCs) estaduais.
Mediante a articulação da Sema, que preside o Comitê de Ações Integradas de Meio Ambiente, várias instituições vêm atuando nas missões, entre elas o Batalhão de Policiamento Ambiental da Polícia Militar (BPA/PMAC), Polícia Civil, o Instituto de Meio Ambiente (Imac), Exército Brasileiro, Força Nacional e Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer).
A Floresta Estadual do Antimary (FEA) vem sofrendo pressão de invasões ao longo de vários anos. Desde o ano de 2019 vem sendo realizadas diversas ações de fiscalização. Importante destacar que o processo de invasão de florestas públicas tem sido extremante dinâmico com alta rotatividade de pessoas, via de regra com fins especulatórios.
As ocupações irregulares nas florestas têm sido investigadas e todas as informações são repassadas à Procuradoria Geral do Estado (PGE), Ministério Público Estadual (MPAC) e Ministério Público Federal (MPF). O Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma) tem apoiado as investigações, fornecendo imagens de satélite e dados georreferenciados sobre desmatamento e focos de calor.
Em relação a questão fundiária, de competência do Instituto de Terras do Acre (Iteracre), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra, bem como da Secretaria do Patrimônio da União – SPU, a PGE tem solicitado celeridade nos processos relacionados à Floresta Estadual do Antimary.
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Vice-governadora Mailza recebe reconhecimento pela parceria do governo e da SEASDH nos 30 anos do Projeto Cidadão
Cuidar de pessoas e garantir direitos às populações que vivem nos locais mais distantes do estado é o principal objetivo do Projeto Cidadão, iniciativa pioneira do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC). Nesta segunda-feira, 15, a vice-governadora e secretária de Assistência Social e Direitos Humanos, Mailza Assis, participou da solenidade que marcou os 30 anos do projeto no Acre.

Vice-governadora prestigiou solenidade e recebeu reconhecimento por parceria do governo e da SEASDH com o projeto. Foto: Neto Lucena/Secom
Durante a cerimônia, Mailza recebeu duas homenagens em reconhecimento à parceria estratégica do Poder Executivo com o Projeto Cidadão, uma pelo governo do Estado do Acre e outra pela Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), pela atuação do programa Juntos pelo Acre, especialmente por meio do Guarda-Roupa Social, integrado às ações do projeto.
“O Projeto Cidadão não é apenas uma ação institucional. Ele representa a presença do Estado onde, muitas vezes, só existia distância. Leva dignidade às comunidades mais longínquas, às periferias, às zonas rurais e aos povos tradicionais. Como vice-governadora e secretária de Assistência Social e Direitos Humanos, tenho orgulho de dizer que este projeto traduz aquilo em que acreditamos: um governo que cuida de pessoas, que olha nos olhos e que não deixa ninguém para trás”, afirmou.
Com três décadas de atuação, o Projeto Cidadão encerra 2025 com resultados históricos: 52.931 atendimentos realizados somente neste ano, um crescimento superior a 5.000% em relação a 2024.
Governo do Estado como parceiro estratégico
Ao longo da solenidade, diversas instituições foram homenageadas pela contribuição ao fortalecimento do Projeto Cidadão. O governo do Estado do Acre foi reconhecido como um dos principais parceiros da iniciativa, representado pela vice-governadora Mailza Assis, que também recebeu um exemplar da revista comemorativa dos 30 anos do projeto.
Ao lado do presidente do TJAC, desembargador Laudivon Nogueira, e do coordenador do Projeto Cidadão, desembargador Samoel Evangelista, Mailza recebeu revista comemorativa dos 30 anos do Projeto Cidadão. Foto: Neto Lucena/SecoMailza ressaltou que a atuação integrada entre o Judiciário e o Executivo tem sido fundamental para ampliar o alcance das ações e garantir serviços essenciais à população em situação de vulnerabilidade. “O Projeto Cidadão materializa a política pública com humanidade, sensibilidade e compromisso social. Ele expressa o que defendemos na gestão do governador Gladson Cameli: um Estado presente, que conhece a realidade das pessoas e trabalha para assegurar direitos com respeito e dignidade”, completou.
Reconhecimento institucional e homenagens
A solenidade foi marcada por homenagens a magistrados, servidores, coordenadores e instituições que contribuíram para a consolidação do Projeto Cidadão ao longo de seus 30 anos. O coordenador do projeto, desembargador Samoel Evangelista, entregou homenagem ao presidente do TJAC, desembargador Laudivon Nogueira, em reconhecimento ao apoio institucional ao programa.
Também foram homenageados desembargadores que atuaram na coordenação do projeto ao longo de sua história, servidores que estiveram na linha de frente das ações e equipes técnicas do Tribunal de Justiça responsáveis pelo suporte administrativo, logístico e financeiro que viabilizou a execução das atividades em todo o estado.
O presidente do Tribunal de Justiça do Acre, desembargador Laudivon Nogueira, destacou que o Projeto Cidadão é uma iniciativa que ultrapassa os limites do Judiciário e se consolida como uma política pública construída de forma coletiva.
“Celebramos uma história que não pertence apenas ao Tribunal de Justiça, mas a toda a sociedade acreana. O Projeto Cidadão atravessou o tempo porque sempre esteve ancorado no propósito de levar dignidade onde antes havia invisibilidade. A justiça se realiza plenamente quando alcança as pessoas em sua vida real, cotidiana, especialmente aquelas que enfrentam maiores dificuldades”, ressaltou o presidente.
Laudivon também enfatizou que o projeto nasceu como resposta a uma realidade social dura e, ao longo dos anos, tornou-se referência nacional. “O Projeto Cidadão nasceu em 1995 para garantir o primeiro direito, o direito de existir. Hoje, transformou-se em uma verdadeira caravana da cidadania, que percorre todo o Acre levando serviços essenciais e reafirmando o papel do Estado na promoção da justiça social”, acrescentou.
Projeto consolidado e reconhecido nacionalmente
O coordenador do Projeto Cidadão, desembargador Samoel Evangelista, destacou a trajetória de 30 anos da iniciativa e o reconhecimento alcançado ao longo do tempo. “São 30 anos de Projeto Cidadão, uma trajetória de legitimidade, solidez e sucesso. É uma construção coletiva que, ao longo dos anos, tem surpreendido pela sua capacidade de mobilização e execução. O projeto nasceu com um objetivo simples, que é servir ao próximo, e se consolidou como referência no Brasil e motivo de orgulho para o Acre”, afirmou.
Samoel Evangelista também ressaltou o papel do governo do Estado e das instituições parceiras para o êxito das ações. “O governo do Estado é um grande parceiro do Projeto Cidadão. Diversas secretarias e órgãos do Executivo estadual, assim como instituições federais, têm caminhado conosco para levar cidadania às comunidades mais distantes. Essa união de esforços é fundamental para que o projeto continue avançando e transformando vidas”, destacou.
O Projeto Cidadão foi criado em 1995 com o objetivo inicial de garantir o registro civil de crianças que viviam sem documentação. Com o passar dos anos, a iniciativa se expandiu e tornou-se uma verdadeira caravana da cidadania, levando serviços essenciais a comunidades indígenas, ribeirinhas, seringais, assentamentos, zonas rurais e periferias urbanas dos 22 municípios acreanos.
Somente em 2025, as ações do projeto alcançaram os municípios de Tarauacá, Feijó, Xapuri, Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Rio Branco, Manoel Urbano, Porto Acre, Plácido de Castro, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Santa Rosa do Purus, com duas edições realizadas na capital, voltadas à população em situação de rua e à zona rural.
Entre os serviços ofertados estão a emissão de documentos essenciais, orientação jurídica, atualização cadastral em programas sociais, regularização fundiária, concessão de crédito rural, atendimentos médicos e jurídicos, além da doação de roupas, em integração com políticas sociais do governo do Estado.
Resultados que reforçam a política de inclusão
Ao longo de seus 30 anos de existência (1995–2025), o Projeto Cidadão já contabiliza mais de 1,6 milhão de atendimentos, com o apoio de cerca de 60 instituições públicas e privadas.
A iniciativa também viabilizou o casamento civil gratuito de 1.448 casais, em 12 municípios do estado, garantindo não apenas o direito legal, mas também cidadania, inclusão e dignidade às famílias beneficiadas.
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Luzes, sorrisos e o clima de Natal em Assis Brasil
A magia do Natal já está presente em Assis Brasil, a decoração natalina montada pela Prefeitura Municipal atraiu moradores que aproveitaram o espaço para passear, registrar momentos especiais e celebrar o clima de fim de ano.
Com luzes coloridas, enfeites temáticos e símbolos tradicionais do Natal, o local se transformou em um ponto de encontro para famílias, crianças e amigos. Muitos visitantes não perderam a oportunidade de tirar fotos e guardar lembranças desse período marcado por união, esperança e renovação.
A iniciativa da Prefeitura reforça o espírito natalino na cidade, valorizando os espaços públicos e proporcionando momentos de lazer e alegria para a população. A decoração segue aberta para visitação, convidando todos a prestigiar e celebrar essa época tão especial.
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Defesa Civil Municipal realiza simulado de alerta de desastres naturais em todo o Acre
A Defesa Civil Municipal participou, neste sábado (13), de um simulado de alerta para desastres naturais e situações de emergência, que mobilizou toda a estrutura de resposta da Prefeitura de Rio Branco e do Governo do Estado do Acre. A ação teve como objetivo testar os sistemas de alerta, a capacidade operacional e a integração entre os órgãos envolvidos.
O alerta foi emitido de forma simultânea e chegou a todos os telefones celulares no estado. Apesar de se tratar de um exercício simulado, a mensagem surpreendeu parte da população. A estudante Isabela Araújo relatou que o aviso chamou a atenção pelo impacto imediato.

“Fiquei assustada no início, achei que pudesse ser algum desastre real”, afirmou Isabela. (Foto: Marcos Araújo/Secom)
“Eu estava em casa me arrumando e, de repente, o alerta apareceu no celular. Fiquei assustada no início, achei que pudesse ser algum desastre real”, afirmou.
Para o eletricista Claubanir Alves Maia, a iniciativa é positiva e necessária, especialmente para quem vive em áreas de risco. Segundo ele, “é muito importante ter esse tipo de alerta, principalmente para as pessoas que moram em periferias e áreas perigosas. O aviso chegou para todo mundo e é uma ação muito boa da Defesa Civil e do Estado”.
A partir do Centro de Comando da Defesa Civil Municipal, instalado no Corpo de Bombeiros da capital, o coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, tenente-coronel Cláudio Falcão, coordenou a mobilização das equipes. Diversas secretarias municipais participaram da ação, entre elas a Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos e a Secretaria Municipal de Cuidados com a Cidade, além do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil Estadual e da Defesa Civil Nacional.

“Esse simulado foi planejado anteriormente, com a participação das coordenadorias municipais de Defesa Civil”, destacou o coronel Batista (Foto: Marcos Araújo/Secom)
Durante o simulado, caminhões, embarcações e equipamentos foram deslocados de maneira ordenada e sincronizada. O comandante da Defesa Civil Estadual, coronel Carlos Batista, explicou que o exercício foi planejado com antecedência e envolveu os 22 municípios acreanos.
“Esse simulado foi planejado anteriormente, com a participação das coordenadorias municipais de Defesa Civil. O acionamento ocorreu por meio do Sistema de Interface de Divulgação de Alertas Públicos do Governo Federal, que já é um sistema validado”, destacou.
O coronel acrescentou ainda que, após o exercício, será elaborado um relatório para avaliar a eficiência do sistema. “Vamos entrar em contato com as coordenadorias municipais e com a população para verificar quem recebeu o alerta, quem não recebeu e os motivos, em parceria com a Anatel, para aprimorar ainda mais o serviço”, completou.

“Esse tipo de ação é essencial para testar as equipes e a preparação da população”, disse Rodrigo (Foto: Marcos Araújo/Secom)
Todo o tempo de resposta foi acompanhado por uma equipe da Defesa Civil Nacional. De acordo com o analista técnico Rodrigo Souto, o exercício foi fundamental para avaliar a capacidade de reação diante de cenários críticos.
“É um simulado muito amplo, envolvendo os 22 municípios do Acre, voltado para situações de chuvas intensas e vendavais. Esse tipo de ação é essencial para testar as equipes e a preparação da população”, afirmou.
O coordenador da Defesa Civil Municipal, tenente-coronel Cláudio Falcão, avaliou o resultado como positivo e destacou a importância do treinamento contínuo.

“Além do resgate, é fundamental garantir acolhimento e dignidade às famílias retiradas de áreas de risco”, explicou Falcão (Foto: Marcos Araújo/Secom)
“O simulado é essencial para aprimorar nossa capacidade operacional e testar toda a estrutura que a prefeitura dispõe para prestar socorro à população”, disse.
Falcão ressaltou ainda o papel da assistência social durante as operações de resposta.
“Além do resgate, é fundamental garantir acolhimento e dignidade às famílias retiradas de áreas de risco. A partir do momento em que essas famílias são abrigadas, passam a estar sob a tutela do município, o que exige responsabilidade e cuidado”, explicou.
Segundo o coordenador, após a conclusão do exercício, será realizada uma análise detalhada da operação.
“Vamos elaborar um relatório final para apresentar ao prefeito Tião Bocalom, destacando nossos pontos fortes e também os pontos que precisam ser aprimorados, para que possamos estar cada vez mais preparados para situações reais”, concluiu.
































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