Acre
FHC aponta ‘fadiga de material’ do PT, mas não vê descontrole da inflação
Ex-presidente discursou no Senado em ato pelos 20 anos do Plano Real.
Para ele, país está em um ‘compasso diferente’ da economia mundial.
G1

Fernando Henrique Cardoso em discurso na tribuna
do Senado durante sessão comemorativa dos 20
do Plano Real (Foto: Geraldo Magela/Ag. Senado)
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse nesta terça-feira (25) no Senado que há “fadiga de material” da administração do PT, mas ressalvou não poder afirmar que o governo não tem controle da inflação.
FHC participou como principal homenageado de uma sessão solene do Congresso Nacional em comemoração aos 20 anos do Plano Real, pelo qual foi responsável em 1994, quando era ministro da Fazenda – depois, se elegeu presidente por dois mandatos consecutivos.
“A partir de certo momento, há uma fadiga de material. Eu sofri essa fadiga quando estava no governo e agora tem fadiga de material. De novo o mesmo? Meu Deus, o país é um país novo, precisa de aeração, de sentir ventos novos”, afirmou, ao defender a pré-candidatura do senador Aécio Neves à Presidência da República.
Indagado sobre se tem preocupação com os rumos da economia, FHC disse que não pode ser “injusto”. “Eu me preocupo, mas não posso ser injusto e dizer que o governo não controla a inflação. Antes tinha 20%, 30% [de aumento da inflação] ao mês. Agora é 6% ao ano”, declarou, antes de discursar na tribuna do Senado.
Em discurso na mesma cerimônia, Aécio Neves apontou risco à estabilidade econômica e disse que o PT mergulhou o país na “desesperança”, ao que o líder da bancada petista no Senado, Humberto Costa (PE) respondeu: esesperança era quando o desemprego tinha taxa de dois dígitos, a inflação era altíssima e o dólar atingia a sua cotação mais alta”.
Embora tenha ressalvado que não poderia ser “injusto”, Fernando Henrique afirmou que o país está num “compasso diferente” da economia mundial.
“A política econômica é navegação. Em cada momento você vê o que tem que fazer. Não pode ter uma ideia fixa, mas tem certos rumos que tem de ser mantidos. Neste momento, o Brasil está um pouco num compasso diferente do compasso do mundo. Tem que ajustar de novo”, declarou.
‘Paralisação’ da administração
No discurso no Senado, Fernando Henrique Cardoso pregou a redução do número de partidos e de ministérios. Segundo ele, 30 partidos e 39 ministérios são a “receita para paralisação da administração”.
“É clamoroso que não podemos conviver com o sistema político eleitoral que gera fragmentação partidária. Com 30 partidos e 39 ministérios é a receita para a paralisação da administração. Não dá mais”, disse.
O ex-presidente também falou sobre o programa de concessões do governo federal. “Levaram muito tempo para descobrir que o Estado sozinho não dá conta de aeroporto, estrada, energia”.
Segundo ele, as agências reguladoras perderam a força e estão “infiltradas por interesses de todo tipo”. O ex-presidente, cuja gestão foi criticada pela privatização das empresas de telefonia, disse que o programa de concessões retoma o que sua gestão já havia feito.
“Agora se comemora outra vez: ‘meu Deus, é concessão’. E o que eu fiz com a telefonia? Não foi concessão? É a mesma coisa. Por que ter medo de dizer as coisas e de dizer a verdade ao país?”, questionou o ex-presidente.
Lula
Ao relembrar o lançamento do Plano Real, Fernando Henrique disse que “fez de tudo” para convencer o PT de que a nova moeda era “algo positivo”.
FHC disse ter chamado ao seu apartamento em Brasília Luiz Inácio Lula da Silva e o então deputado federal José Dirceu para tentar convencê-los da viabilidade do plano. Segundo o tucano, os dois questionaram se o PSDB teria um candidato “competitivo”.
“Eu respondi com sinceridade: ‘eu não creio’. O PSDB naquela altura cogitava até apoiar o próprio Lula”, contou. “Fracassei em convencer a liderança do principal partido de oposição naquele momento”. FHC foi eleito presidente da República em outubro daquele ano.
Fernando Henrique ainda comentou um artigo publicado nesta terça-feira pelo jornal “Valor Econômico” no qual Lula lembra que a inflação no país foi reduzida de 12,5% em 2002 para 5,9%. Segundo o tucano, o índice de 2002 se explica pela “medo” do mercado diante da possível eleição de Lula.
“O presidente Lula sempre faz uma comparação como se a história começasse com ele. Está bem, cada um tem seu modo de ser, mas ele diz que a inflação em 2002 era de 12% e agora é de 6%. Só que em 2002 a inflação era dele, era o medo do Lula. Nós derrubamos quando era 40% ao mês”, afirmou FHC.
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Acre
Produtores rurais bloqueiam estrada em Rio Branco contra ações do Ibama e ICMBio
Manifestantes alegam abusos em fiscalizações ambientais que resultaram em embargos de propriedades e apreensões de gado em diversas regiões do Acre
Insatisfeitos com o que classificam como abusos nas fiscalizações ambientais, produtores rurais bloquearam, na manhã desta quarta-feira (11), o trecho em frente à balança de pesagem da rodovia Transacreana, em Rio Branco (AC). A manifestação é uma resposta às recentes operações realizadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que vêm resultando no embargo de propriedades rurais e apreensão de rebanhos bovinos em diversas regiões do estado.
Os manifestantes afirmam que as ações dos órgãos ambientais estão prejudicando a atividade agropecuária e comprometendo o sustento de centenas de famílias. Segundo eles, as operações não se limitam à Reserva Extrativista Chico Mendes, mas se estendem a outras localidades, incluindo a região da Transacreana.
O protesto ocorre poucos dias após uma grande operação do ICMBio na Resex Chico Mendes, em Xapuri, no interior do Acre. A ação contou com apoio da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar e do Pelotão Florestal, além do uso de helicóptero e viaturas. Conforme informou o ICMBio, a operação foi motivada por denúncias de descumprimento dos acordos de uso sustentável da reserva.
Durante a fiscalização, foram identificadas supostas irregularidades como criação de gado acima do permitido, comercialização ilegal de lotes e grilagem de terras. Dois produtores tiveram seus rebanhos apreendidos. As ações, segundo os produtores, estariam sendo conduzidas de forma excessiva e sem diálogo com as comunidades afetadas.
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Acre
MP aciona Justiça para proteger Floresta do Antimary e Justiça impõe prazo ao Estado
Ação civil pública exige medidas urgentes do Governo do Acre e do Imac para restaurar e fiscalizar a unidade de conservação em Bujari; multa por descumprimento pode chegar a R$ 200 mil
O Ministério Público do Acre (MP/AC) ajuizou uma ação civil pública para assegurar a proteção e recuperação da Floresta Estadual do Antimary, situada no município de Bujari. A iniciativa tem como alvos o Governo do Estado do Acre e o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), acusados de omissão na fiscalização e preservação da unidade de conservação.
Entre os pedidos da ação estão a elaboração de um relatório técnico sobre as condições da floresta, a criação de mecanismos permanentes de fiscalização, a reestruturação ou reativação do Conselho Gestor da unidade e a apresentação de um plano para restaurar áreas degradadas.
O MP também solicitou que, no prazo de até 30 dias, sejam realizadas operações para coibir práticas ilegais dentro da floresta.
A Justiça acatou parcialmente os pedidos e determinou um prazo de 90 dias para o cumprimento das medidas. Em caso de descumprimento, foi estipulada multa diária de R$ 2 mil, limitada a R$ 200 mil.
Além das ações imediatas, o MP requer que o Estado destine recursos públicos para a execução permanente das medidas e implemente ações de compensação ambiental, com foco em projetos sustentáveis voltados à própria área de conservação.
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Acre
Rio Acre registra nível de 2,48 metros nesta quarta, informa Defesa Civil

Foto: Jardy Lopes
A Defesa Civil de Rio Branco divulgou na manhã desta quarta-feira, 11, o mais recente boletim sobre o nível do Rio Acre. De acordo com a medição realizada às 5h12, o rio está com 2,48 metros, valor bem abaixo da cota de alerta, estabelecida em 13,50 metros, e da cota de transbordamento, que é de 14 metros.
Ainda segundo o informe, não foi registrado volume de chuva nas últimas 24 horas na capital acreana.
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