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Farinha de Cruzeiro do Sul: um patrimônio do Brasil

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Por: Wesley Moraes

“Nego véi, pode faltar tudo, menos a nossa farinhazinha. A gente come no café, no almoço e na janta. É bom demais!” É assim que a dona de casa Maria Auxiliadora Araújo define de maneira bem humorada a presença marcante de um dos alimentos mais consumidos e apreciados pela população de Cruzeiro do Sul, a segunda cidade mais populosa do Acre e famosa nacionalmente pela produção da iguaria derivada da mandioca ou macaxeira, como também é conhecida na região.

Uma vez por semana, a dona de casa Maria Auxiliadora vem ao Mercado Municipal Beira-Rio, em Cruzeiro do Sul, abastecer o estoque de farinha. Alimento é praticamente um item obrigatório na mesa dos acreanos. Foto: Marcos Vicentti

No Mercado Municipal Beira-Rio, não importa a hora, o vai e vem de pessoas é constante. O local é uma das principais referências de compra e venda de farinha. O movimento começa antes mesmo do raiar do dia, quando os sacos do produto, que pesam 50 quilos, chegam em veículos ou embarcações das mais diversas comunidades rurais e ribeirinhas dos cinco municípios do Vale do Juruá para abastecer o comércio.

Rodeado de tonéis abarrotados de farinha e com a característica lata de um litro na mão, a medida mais utilizada para a venda em pequenas quantidades, o popular retalho, Eulisson Lima, o Siri, tenta chamar a atenção dos clientes ao dizer que possui o melhor produto da cidade. Do ponto herdado do pai, há uma década, ele tira o sustento da família. A depender do movimento, entre cinco e dez sacos são vendidos, diariamente.

Eulisson Lima, o Siri, vende farinha há dez anos no mercado. Foto: Marcos Vicentti

“Vem gente de todo canto comprar farinha aqui comigo. Tenho clientes até em São Paulo, que encomendam e levam. O produto que eu vendo é de excelente qualidade e o pessoal gosta muito. A farinha tradicional da branca é a que mais sai”, explica o comerciante.

A cada dois meses, Leonardo Correia renova o estoque de farinha dele e da irmã, que mora em Rio Branco. De uma só vez, ele fez a compra de 25 quilos do alimento. “Igual essa farinha não tem, tanto é que a minha irmã não compra farinha na capital porque muita gente vende lá dizendo que é de Cruzeiro do Sul e não é. Ela pede para eu comprar daqui e mandar para lá”, revela.

No restaurante do Evangelista, a farinha está entre as guarnições preferidas da clientela. Por semana, o estabelecimento utiliza cerca de 150 quilos do produto. Foto: Marcos Vicentti

No restaurante de Antônio Evangelista, a farofa não pode faltar entre as guarnições servidas juntamente com o churrasquinho. Por semana, cerca de 150 quilos do produto são consumidos no estabelecimento. “É praticamente um item obrigatório e os nossos clientes pedem muito. Todo bom acreano adora uma farinha, né?”, comenta.

Uma tradição secular

A farinha de Cruzeiro do Sul se aperfeiçoou após a chegada dos primeiros migrantes, principalmente cearenses, que fugiam da Grande Seca do Nordeste, entre os anos 1877 e 1880, quando o Brasil era um império e o atual território do Acre pertencia à Bolívia e ao Peru. Milhares de retirantes vieram para a Amazônia impulsionados pela promessa de uma vida próspera e farta a partir do trabalho de extração do látex das seringueiras. Mas a realidade da época era outra, repleta de dificuldades.

Produção de farinha é uma tradição e ainda é realizada de maneira familiar no extremo oeste do Brasil. Mandiocas são levadas em carros de boi para as casas de farinha. Foto: Marcos Vicentti

Os nordestinos trouxeram seus hábitos e costumes alimentares, entre eles a produção da farinha. A troca de conhecimentos com os indígenas locais, que já plantavam e consumiam mandioca, aliada à junção de novas técnicas e etapas ao modo de preparo, entre outras adaptações rudimentares, foram responsáveis pelas características inconfundíveis deste alimento produzido no extremo oeste do país.

“O que aconteceu no fim do século XIX foi a fusão das culturas indígena e nordestina. A mandioca já era um alimento bastante consumido pelos nossos indígenas, mas diferente dos nordestinos, eles não possuíam a técnica de produzir farinha. Foi um começo bastante complicado e com muitos ajustes, que acabaram dando certo e resultaram neste produto que conhecemos hoje”, acrescenta Joana Leite, pesquisadora da área de Ciência e Tecnologia de Alimentos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Sabor inconfundível da farinha de Cruzeiro do Sul produzida há mais de um século coloca o alimento entre os melhores do país. Foto: Marcos Vicentti

Após o fim do Primeiro Ciclo da Borracha, o principal produto da região entrou em decadência e novas alternativas econômicas ocuparam espaço, entre elas a fabricação de farinha. Com uma qualidade bem superior às demais, o alimento despontou e ganhou cada vez mais fama, espaço no mercado e caiu no paladar das pessoas ao longo dos anos.

O que torna a farinha de Cruzeiro do Sul tão saborosa e especial?

Por toda a sua história, a farinha de Cruzeiro do Sul se tornou um verdadeiro patrimônio nacional. Para chegar até a mesa dos consumidores, o alimento percorre um longo processo. Desde o plantio da mandioca até o produto pronto para consumo são, aproximadamente, nove meses. A mágica acontece nas chamadas casas de farinha, onde todo o processo de feitio é concentrado. Um trabalho familiar, que ultrapassa gerações.

Casal Marina Oliveira e Raimundo Batista herdaram dos pais o ofício de fazer farinha de excelente qualidade. Foto: Marcos Vicentti

No Ramal do Pentecoste, zona rural de Mâncio Lima e uma das maiores comunidades produtoras do Juruá, os casais Marina Oliveira e Raimundo Batista, e Mírian Oliveira e José Batista se ajudam na farinhada, como eles chamam a produção de farinha. As irmãs e os cunhados estabeleceram entre si uma forma bem peculiar para arcar com a mão de obra.

“Essa mandioca vai render uns sete sacos. Se trabalhar somente duas pessoas, fica muito cansativo e não damos conta do  serviço. Então, a gente chama eles [o casal] para nos ajudar a produzir a nossa farinha. Quando é a vez deles, a gente vem e ajuda com o nosso trabalho. É assim que a gente se paga”, exemplificou José Batista.

Um dos processos de fabricação é o descascamento da raízes de mandioca. Foto: Marcos Vicentti

Após ser arrancada do solo, a mandioca é logo levada para a casa de farinha, onde é colocada em um equipamento chamado bolador. Nesta etapa, são retiradas a maior parte das impurezas, como o excesso de terra e as folhas. Em seguida, a raízes são descascadas manualmente e postas em reservatórios de água misturada com cloro para serem lavadas e evitar contaminação.

Do lado de dentro da casa de farinha, a mandioca passa pela primeira trituração, é prensada para a retirada da manipueira (líquido tóxico presente na raiz), é triturada novamente, peneirada, torrada no forno, peneirada pela segunda vez e, finalmente, levada para a secagem. Todo o processo leva, em média, mais de 30 horas.

Mandioca é triturada neste equipamento. A cor amarelada das raízes é por conta da adição de açafrão plantado pelos próprios produtores da região. Foto: Marcos Vicentti

A casa de farinha e a área de terra de 12 hectares destinadas ao mandiocal são compartilhadas por seis famílias. Entre os mais de 20 tipos de mandiocas plantados na região, a preferência deles é pela Branquinha e a Manso Brava. “São as melhores da gente trabalhar e as que rendem mais na hora da farinhada. Aqui é uma produção 100% familiar, de onde a gente sobrevive”, justificou Raimundo Batista.

Mas, afinal, o que faz a farinha de Cruzeiro do Sul tão saborosa e especial? Marina não hesita ao responder. “O nosso diferencial é fazer as coisas com amor e carinho. Essa farinha não é feita de qualquer jeito, temos todo um cuidado na hora de fazer, para que não fique uma farinha ruim. Muita gente produz pensando em quantidade. Nós preferimos a qualidade”, disse.

Ao ser questionado sobre o mesmo assunto, o presidente da Cooperativa de Produtores de Farinha do Vale do Juruá (Cooperfarinha), Sebastião Nascimento, o Tiãozinho, prefere manter o mistério. “É um segredo só nosso”, resumiu.

Para o presidente da Cooperativa de Produtores de Farinha do Vale do Juruá (Cooperfarinha), Sebastião Nascimento, sabor inconfundível do alimento é um segredo. Foto: Marcos Vicentti

Para a pesquisadora Joana Leite, que acompanha a cadeia produtiva da mandioca desde 2000, o que torna a farinha de Cruzeiro do Sul única é o modo de preparo. “Temos esse produto no Brasil inteiro, mas os sabores, texturas e crocância são completamente diferentes, porque cada lugar faz do seu próprio jeito. Aqui no Acre, especialmente no Juruá, essa tradição de mais de um século, onde o processo de fabricação é praticamente o mesmo, e que é passado de pai para filho consolidou o modo de saber”, pontuou.

A primeira farinha do Brasil com registro de Identificação Geográfica

Em 2017, a farinha de Cruzeiro do Sul alcançou uma conquista histórica, ao se tornar o primeiro produto brasileiro derivado da mandioca a obter o selo de Identificação Geográfica (IG). Todas as qualidades do alimento foram reconhecidas por meio de marca registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), órgão federal ligado ao Ministério da Agricultura e Pecuária.

“O registro de Identificação Geográfica é concedido aos produtos que possuem notoriedade e fama junto aos seus consumidores. Dentro deste selo, temos a Identificação de Origem, que leva em consideração o ambiente onde os produtos são feitos, e a Indicação de Procedência, que é a tradicionalidade no modo de saber fazer, mesmo com o passar do tempo, como é o caso da farinha de Cruzeiro do Sul”, define Joana.

Farinha de Cruzeiro do Sul foi o primeiro produto derivado da mandioca do Brasil a obter o registro de Identificação Geográfica. Foto: Marcos Vicentti

Durante dez anos, várias instituições governamentais e não-governamentais realizaram estudos, pesquisas e ações juntamente com os produtores para atestar os diferenciais e a regionalidade da farinha. Além de Cruzeiro do Sul, a certificação abrange os municípios acreanos de Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Rodrigues Alves.

Há décadas, a farinha de Cruzeiro do Sul sofre com a pirataria. Produtos que sequer são feitos no Juruá se apropriam da fama e comercializam o alimento como se fosse da região. “Isso é muito ruim para nós e só traz prejuízo. Qualquer empresa faz uma embalagem, coloca o nome e vende como se fosse a nossa”, opina o produtor Manoel Nunes.

Detentora exclusiva do registro, apenas a Central de Cooperativas do Juruá está legalmente autorizada a utilizar a marca Farinha de Cruzeiro do Sul. “Essa foi uma grande conquista para nós no combate à pirataria. Já estamos verificando a possibilidade de acionar na justiça quem continuar usando o nome indevidamente”, admitiu a presidente da entidade, Maria José Maciel.

Produção da farinha conta com apoio do governo do Acre e Sebrae

Grande parte dos investimentos de padronização e automação das casas de farinha são provenientes de recursos públicos. A Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict) planeja continuar a expansão do projeto.

“Temos procurado estimular a industrialização no Acre e sabemos que as agroindústrias são fundamentais neste processo de geração de riqueza e criação de postos de trabalho. Estamos trabalhando na captação de novos recursos para que possamos montar mais casas de farinha automatizadas no Juruá em outras regiões do estado”, frisou Assurbanipal Mesquita, gestor da Seict.

Por meio do Mecanizar Mais, programa executado pela Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri), a cadeia da farinha terá mais acesso a equipamentos agrícolas, que são fundamentais para o aumento da produtividade da mandioca.

Cadeia produtiva da farinha conta com o apoio do governo do Acre. Foto: Marcos Vicentti

“Sabemos que a demanda por farinha é muito grande em nosso estado e a mecanização chega para potencializar a produção. Já temos 32 casas de farinha mapeadas na região do Juruá que a Seagri entrará com maquinário para ajudar os nossos produtores”, confirmou José Luís Tchê, titular da pasta.

A farinha de Cruzeiro do Sul terá espaço garantido e de destaque na 48ª edição da maior feira de negócios e entretenimento do estado. O público da Expoacre 2023 vai ter a oportunidade de acompanhar o processo de fabricação do alimento.

“A Expoacre é a nossa maior vitrine de negócios e, por toda sua importância, a farinha de Cruzeiro do Sul não poderia ficar de fora do evento. Sou filho do Juruá e sei o quanto esse produto ajuda no sustento de milhares de famílias e tanto contribui com a economia do estado”, afirmou o governador Gladson Cameli.

O projeto da Indicação Geográfica da farinha de Cruzeiro do Sul é acompanhado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Dois consultores da instituição realizam assessoramento técnico de 60 produtores locais. O início foi marcado pela desconfiança e resistência por quem estava a acostumado com o método tradicional há muitos anos.

Cerca de 60 Produtores contam com a consultoria de profissionais do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Foto: Marcos Vicentti

“Eu fiquei olhando aquele pessoal querendo ensinar fazer farinha para quem mexe com isso desde que se entende por gente. Mas acabei entendo que a ajuda do Sebrae está sendo muito importante para nós. Estamos aprendendo muito com eles”, constata Maria José.

Há um ano, Elias Neto presta consultoria aos produtores. “Nosso objetivo é promover, desenvolver e fomentar essa cadeia produtiva por meio de ações do Sebrae voltadas à gestão do empreendimento, assistência técnica desde o plantio até a unidade de beneficiamento e capacitações. Sabemos do potencial econômico da farinha e o nosso desafio é que a partir do selo de Identificação Geográfica, possamos auxiliar as famílias a agregarem mais valor ao produto”, defende.

Casas de farinhas estão se transformando em agroindústrias

Há um ano e meio, a primeira casa de farinhada automatizada começou a entrar em funcionamento na Comunidade Pentecoste. O espaço conta com equipamentos motorizados, cercamento, forro e tela para evitar a entradas de insetos e animais, piso em alvenaria, água encanada e se diferencia, principalmente, pela adoção de várias medidas sanitárias e de higiene durante o processo de produção.

Modelo de agroindústria de farinha na comunidade rural Pentecoste. Nova estrutura tem possibilitado mais produtividade e qualidade ao alimento. Foto: Marcos Vicentti

Com estes investimentos, o local foi transformado em agroindústria, assegurando mais qualidade ao alimento. A primeira delas pertence a Maria José. Mais conhecida como Véia, a produtora lembra das dificuldades que enfrentou durante a maior parte da vida em uma casa de farinha tradicional, onde o trabalho é manual e extremamente exaustivo.

“Era muito sofrido quando tinha farinhada grande. A gente começava a trabalhar uma hora da manhã e pegava direto até três horas da tarde. Ficar em pé durante horas pegando a quentura do forno não é vida para ninguém. Graças a Deus, hoje está bem melhor e mais rápido. Agora, começamos sete horas da manhã e, no mais tardar, duas da tarde está tudo terminado”, conta.

Automação dos processos de fabricação trouxe mais qualidade vida aos agricultores e aumentou a produtividade. Foto: Marcos Vicentti

A agroindústria não só proporcionou mais qualidade de vida aos trabalhadores, como fez dobrar a produtividade. De 25 sacos mensais, a capacidade agora é de 50 sacos, com potencial de elevar esse número. Outro detalhe muito importante: o padrão de sabor, textura e crocância ficou ainda melhor.

Nova realidade financeira e mais oportunidades de trabalho

Maria José também foi pioneira na venda com o selo de Identificação Geográfica. A farinha que ela produz obedece a todos os critérios obrigatórios de segurança alimentar e controle de qualidade exigidos para o uso da certificação. Atualmente, 95% de sua produção atende clientes em Curitiba (PR), Manaus (AM) e São Paulo (SP). Enquanto o saco de 50 quilos é comercializado localmente por R$ 220, a agricultora recebe R$ 500 pela mesma quantidade.

“Estou muito feliz e satisfeita com essa nova realidade. Agora, a nossa luta é que outros produtores também consigam vender sua farinha nesse valor. Só quem mexe com isso sabe o trabalho que dá e depois de tantos anos, eu estou vendo a gente ser reconhecido por toda dedicação de fazer uma das melhores farinhas do Brasil”, salientou.

Mecanização do processo e o selo de Identificação Geográfica (IG) têm proporcionado uma nova realidade financeira entre os produtores. Maria José já conseguiu novas áreas de terra e planeja a construção de uma nova casa e aquisição de veículo próprio. Foto: Marcos Vicentti

O aumentou da produção e o valor agregado estão mudando a realidade econômica da família. A renda mensal passou de R$ 5 mil para R$ 10 mil. Sonhos que anteriormente eram quase impossíveis de serem realizados, estão cada vez mais próximos de se tornarem realidade.

“Já comprei mais terras para aumentar o plantio de mandioca e em 2024, vamos fazer a nossa casa de alvenaria com piscina e comprar uma caminhonete”, revela a produtora, empolgada com a nova realidade financeira.

Com o aumento da demanda, Maria José e o esposo Manoel não estão mais dando conta sozinhos. Eles precisaram contratar mais pessoas para ajudar na produção. A agroindústria é responsável pela geração de cinco postos de trabalho. Há sete meses, parte da renda familiar das diaristas Alvilene Ramalho e Sara Santos é obtida com descasca da mandioca.

Ao lado de Maria José, Alvilene Ramalho(E) e Sara Santos(D) realizam a descasca da mandioca. Há sete meses, as diaristas complementam a renda familiar com a produção de farinha. Foto: Marcos Vicentti

“Antes daqui, eu só cuidava da minha casa. Quando a Véia me chamou, fiquei animada e gosto muito do que eu faço. O dinheiro que ganho aqui ajuda a pagar minhas continhas e comprar minha feira do mês”, expõe Alvilene.

“Consigo ganhar uma média de R$ 700, por mês. Esse dinheiro tem sido muito importante para sustentar os meus três filhos. Já me acostumei com esse serviço e quando não tem mandioca para descascar, a gente fica aperreada querendo trabalhar”, citou Sara.

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Relatório aponta avanço na igualdade social no Acre após 38,6 mil pessoas saírem da pobreza e 17 mil empregos formais serem gerados

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Em relatório divulgado pelo governo federal nesta segunda-feira, 29, que destacou as principais conquistas dos estados em 2025 por meio de ações integradas entre União e entes federativos, o Acre apresentou avanços significativos. No período, 38,6 mil pessoas deixaram a situação de pobreza, 29 mil adolescentes foram beneficiados pelo programa Pé-de-Meia e R$ 9,9 bilhões foram destinados ao orçamento do governo estadual e das prefeituras, montante 29% superior ao repassado em 2022.

Acre tem indicadores que apontam queda na desigualdade social. Foto: Alefson Oliveira/Secom

No recorte estadual, os dados também evidenciam investimentos importantes na Saúde. Foram R$ 17,7 milhões destinados ao Samu local e à retomada do programa Farmácia Popular, que voltou a oferecer medicamentos gratuitos e distribuir fraldas geriátricas. Em 2025, 12,2 mil acreanos foram atendidos, quase o dobro do registrado em 2022.

O programa Mais Médicos contribuiu para reduzir as filas de espera, com quase 250 profissionais atuando no estado. Em dois anos, 27,5 mil gestantes realizaram pré-natal pelo SUS e, em dois anos e meio, as mulheres acreanas passaram por 128 mil exames de prevenção e combate ao câncer.

Redução da pobreza

O avanço do emprego no Acre também contribuiu para a redução da desigualdade. Em 2025, o Brasil registrou o menor patamar de pobreza da história, e no estado 38,6 mil pessoas deixaram essa condição.

Atualmente, 122 mil famílias acreanas recebem o Bolsa Família, programa reconhecido mundialmente no combate à desigualdade e que prioriza o atendimento às mulheres. Paralelo a isso, desde 2023, foram gerados 17 mil empregos formais para a população local.

Com o apoio do programa Desenrola, 20 mil pessoas conseguiram renegociar dívidas e retomar o equilíbrio financeiro. Além disso, a previsão do governo federal é de que 42 mil contribuintes com renda de até R$ 5 mil sejam beneficiados pela política de Imposto de Renda Zero.

Editais beneficiam artistas locais. Foto: Luan Moura/FEM

Educação e Cultura

O programa Pé-de-Meia está incentivando 29 mil adolescentes acreanos a permanecerem na escola. Como reflexo desse esforço, o Brasil registrou em 2025 um recorde de estudantes da rede pública inscritos no Enem. Além disso, foram investidos R$ 26,6 milhões para garantir a alimentação escolar de 248 mil alunos da rede pública.

O Acre também contará com 102 novos empreendimentos educacionais viabilizados pelo Novo PAC, incluindo a instalação de um novo Instituto Federal.

Na área da cultura, a Lei Paulo Gustavo e a Política Nacional Aldir Blanc asseguraram R$ 58,8 milhões para apoiar trabalhadores e artistas acreanos.

Aumento de obras no estado também impacta na geração de emprego. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Desenvolvimento regional

Até 2027, três mil famílias acreanas devem realizar o sonho da casa própria por meio do programa Minha Casa, Minha Vida. Além disso, R$ 3 bilhões em crédito rural estão sendo destinados para impulsionar o agronegócio e fortalecer a agricultura familiar no estado.

Em 2024, o governo do Brasil transferiu R$ 9,9 bilhões para complementar o orçamento do governo estadual e das prefeituras do Acre, valor 29% superior ao repassado em 2022.

Com o Novo PAC, o investimento previsto para o Acre é de R$ 5,7 bilhões, voltados para acelerar áreas estratégicas como saúde, educação, cultura, sustentabilidade, transporte e infraestrutura. Até 2030, serão 250 novos empreendimentos em todo o estado.

Governador Gladson Camelí reforçou a importância da união nos esforços para o Acre. Foto: Diego Gurgel/Secom

Governar com união

O governador do Acre, Gladson Camelí, avaliou os indicadores como resultado de uma política de união que tem dado certo e proporcionado avanços em diversos setores do estado.

“Sempre digo que não se governa sozinho. É preciso contar com o apoio da nossa bancada, do governo federal, dos prefeitos e de todos aqueles que assumem o compromisso político e social de transformar a realidade do Acre para melhor. Recebo esses números como a coroação de ações integradas que são o diferencial da minha gestão. O povo está acima de qualquer divergência política e, por isso, todo investimento e ajuda que o nosso estado recebe eu agradeço, como democrata que tem como prioridade reduzir as desigualdades.”

Camelí também agradeceu à equipe de governo, destacando o papel das secretarias na execução dos recursos.

“Não adianta ter o recurso e não saber aplicar. Por isso, agradeço aos secretários e a toda a equipe governamental, que honra nosso compromisso e se dedica para que esse dinheiro seja revertido em melhorias reais na vida das pessoas. Nossa intenção é unir forças, governar com responsabilidade e consciência de que, juntos, conseguimos alcançar mais pessoas e fazer o Acre crescer.”

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Deputado Tadeu Hassem destina R$ 410 mil para ações preventivas contra chuvas em Brasiléia

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Com o objetivo de prevenir alagamentos e danos à infraestrutura urbana durante o período chuvoso, o deputado estadual do Acre, Tadeu Hassem, destinou, nesta segunda-feira, 29, R$ 410 mil para a Prefeitura de Brasiléia. O valor, que já está disponível na conta municipal, será destinado exclusivamente aos serviços de limpeza e desobstrução de bueiros e drenagem de ruas em todo o município.

A emenda aprovada prioriza a manutenção de bueiros e canais de escoamento, para assegurar o fluxo adequado das águas da chuva. Trata-se de uma ação preventiva, que visa reduzir os riscos de inundações tanto em vias públicas quanto em áreas residenciais. Com essa medida, o município estará mais preparado para períodos de chuva intensa, o que garante mais segurança e qualidade de vida à população.

Em declaração, o parlamentar ressaltou a importância do investimento e destacou sua confiança na administração municipal para a aplicação correta dos recursos.

“Sei que nosso prefeito, Carlinhos do Pelado, cuida bem do dinheiro público, e sei também que cada centavo investido retorna em qualidade de vida, segurança e dignidade à nossa população”, afirmou.

Este montante específico para a drenagem integra um conjunto mais amplo de investimentos realizados pelo mandato do deputado, sendo somado a um valor de R$ 5 milhões já investidos pelo parlamentar em áreas como saúde, educação e infraestrutura no município de Brasiléia.

A prefeitura fica responsável por executar os serviços, assegurando que a cidade esteja mais preparada para enfrentar o período chuvoso.

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Energisa reforça as orientações sobre os cuidados com energia elétrica no período de enchente 

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Distribuidora segue com monitoramento contínuo e reforçando orientações de segurança para a população 

Com o transbordamento de igarapés e rios, a Energisa acionou seu Plano de Contingência e mantém o monitoramento contínuo das áreas afetadas em articulação permanente com a Defesa Civil.

Dependendo do nível da água, a rede elétrica precisa ser desativada em locais pontuais e específicos para evitar riscos de acidentes. Sendo restabelecido assim que houver condições seguras. As equipes da Energisa seguem realizando inspeções nas áreas alagadas.

Nesse período a população deve redobrar os cuidados com energia elétrica. O coordenador da Energisa Acre, Jhony Poças faz um alerta.

“Durante enchentes, é fundamental redobrar os cuidados com a energia elétrica. Em casos de inundação em residências ou estabelecimentos, não deve haver contato com instalações elétricas, sendo indispensável desligar o disjuntor interno para evitar curtos-circuitos e choques elétricos”, comentou.

Também é recomendado retirar da tomada equipamentos eletroeletrônicos, não manusear bombas d’água e jamais se aproximar de fios partidos, especialmente em locais com presença de água.

Em qualquer situação de risco envolvendo a rede elétrica, como fios caídos ou água próxima ao medidor, a população deve acionar imediatamente a Energisa pelos canais de atendimento: 0800-647-7196, Gisa através do Whatsapp 68-99233-0341 ou pelo aplicativo Energisa On.

Cuidados com a energia elétrica

A população deve ficar alerta e redobrar os cuidados, tanto dentro de casa quanto na rua durante as chuvas e enchentes. Por isso é importante:

  • Fique longe de árvores;
  • Evite ficar próximo de estruturas altas como torres de telefone ou de energia elétrica;
  • Jamais se aproxime de fio partidos ou caídos.
  • Não mexa em bomba d’agua;
  • Não entre em áreas alagadas perto de postes, caixas de energia ou medidores.
  • Se a água entrar em casa, desligue o disjuntor geral, se for seguro.
  • Não toque em tomadas, fios ou aparelhos molhados.
  • Tire da tomada TVs, geladeiras, micro-ondas e outros eletrônicos.
  • Não tente ligar a energia sozinho depois da enchente. Espere pela equipe da Energisa.
  • Evite subir em telhados, muros ou lajes durante a enchente, principalmente perto de fios.

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