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Exclusivo: Justiça aceita denúncia contra ex-policial acusado de estuprar jovens; saiba mais
O acusado tem inquéritos abertos por conta de estupro de vulnerável, estupro, auto de prisão em flagrante crime do sistema nacional de armas e diversos ações penais sobre violência doméstica contra mulher

O acusado está preso no Pelotão Ambiental da PM desde o dia 22 de outubro de 2024/Foto: Reprodução
Redação ContilNet
Com informações do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) em relação ao órgão que aceitou a denúncia do Ministério Público do Estado (MPAC) contra o policial militar Deuziane Melo de Alencar. O agente é acusado de estupro de vulnerável. Ele teria torturado e estuprado uma jovem durante uma noite inteira, enquanto ela dormia, “não tendo a vítima o necessário discernimento para prática sexual”, é o que diz a denúncia do MPAC.
O recebimento da denúncia segue em segredo de Justiça. Após a reportagem divulgar o primeiro caso, outra vítima se pronunciou e disse que também foi vítima de abuso sexual pelo policial relatado anteriormente.
A Polícia Militar garante que “O ex-PM Deuziane Melo de Alencar não faz parte dos nossos quadros desde 14 de março de 2024”. Além disso, a corporação informou que ele ‘foi excluído justamente por não possuir requisitos éticos e morais para continuar nos nossos quadros’, afirma a instituição.
O acusado está preso no Pelotão Ambiental da PM desde o dia 22 de outubro de 2024, contudo, a corporação solicitou à juíza a transferência dele para outro lugar.
A reportagem tentou contato com a advogada Helane Christina, que representou o policial na audiência de custódia. Contudo, ela declarou que não faz mais parte da defesa de Deusiane. Questionada sobre quem seria o novo advogado do ex-PM, ela não soube responder. O espaço segue aberto para a defesa se pronunciar.

Deusiane Melo de Alencar, ex-Policial Militar, acusado de estupro de vulnerável, estupro, auto de prisão em flagrante por crime do sistema nacional de armas e diversas ações penais sobre violência doméstica contra mulher
Relato do primeiro caso
O ex-policial militar, identificado como Deusiane Melo de Alencar, atuando como motorista de aplicativo, há aproximadamente dois meses, ele torturou e estuprou durante uma noite inteira, segundo relato de uma mulher, que preferiu não se identificar. O ContilNet teve acesso exclusivo ao depoimento da vítima que publicou na íntegra a época.
“Tudo começou com um relacionamento abusivo”, inicia o depoimento. A vítima conta que, após um histórico de violências e ameaças, ela precisou pedir uma medida protetiva, contudo, o acusado nunca respeitou.
“A medida protetiva, que no caso foi pedido em novembro, do ano passado, já fez um ano… E aí, ocorreu o pior”, conta.
Ela revela que estava saindo de uma aula e ele invadiu a recepção do local, tomou o celular de sua mão e exigiu que ela conversasse com ele. Caso ela se recusasse, ele não devolveria o aparelho. Ninguém a ajudou. Ela, então, decidiu fugir, mesmo sem seu telefone, porém, ele a ameaçou e insistiu para subir em sua moto. Até que ela cedeu.
“Eu subi e ele disse: ‘Agora nós vamos em um bar, que eu quero beber e tu vai!’. Eu já estava chorando. E [ele disse] ‘vai entrar calada, vai sentar na cadeira e eu vou beber, o tempo que eu quiser. Ele parou em frente de um barzinho e mandou descer e entrar quieta. Eu disse que não iria entrar e só queria ir embora. Ele me parou, me puxou e me jogou no chão”, relata sobre a situação.
A vítima continua, afirmando que o agressor pegou seu celular à força para ver suas mensagens:
“Ele disse: ‘Agora, tu vai desbloquear esse celular, nem que eu arranque a tua mão e ponha a tua digital aqui’. Ele puxou a minha mão, colocou na digital no celular e desbloqueou”, declara.
Tortura por toda a noite
O acusado tem inquéritos abertos por conta de estupro de vulnerável, estupro, auto de prisão em flagrante crime do sistema nacional de armas e diversos ações penais sobre violência doméstica contra mulher.
“Começou a me agredir na rua mesmo e a me dar chute. Eu tentava levantar, ele me jogava no chão, de novo, na calçada ao lado do bar”, descreve as agressões que foram seguidas de ameaças.
Segundo o acusado, bastava “qualquer R$20” para ela ser agredida por supostos criminosos que deviam favores a ele, no bairro em que estavam. A vítima conta que não obteve ajuda e ela continua descrevendo, o que o seu agressor afirmava, enquanto a violentava:
“Ele dizia que fazia aquilo na frente de todo mundo mesmo que fazia no local público com câmera. Porque ele ‘queria ser preso, porque caso fosse preso, iria ele só assistir o vídeo dos faccionados me torturando do jeito que ele pediu”, disse.
Após essas primeiras agressões, ele exigiu que ela subisse na moto novamente e eles foram em direção à casa do casal. Com toda a família do ex-companheiro presente, ela atravessou a casa chorando e foi trancada no quarto do ex-policial militar.
“Ele continuou usando o celular gravando vídeo meu chorando e mandando para as pessoas. Mandou o vídeo para o meu namorado, para minha amiga. Uma dessas pessoas que ele mandou um vídeo meu chorando, chamou a polícia, mandou uma policial na casa dele, dizendo que ele estava me prendendo”, revela.
Porém, ele saiu e falou com os policiais – segundo ela, o agressor afirmou que não aconteceu nada, pois estava com sua família. Depois disso, ele voltou a agredir. Um colega do indivíduo chegou até a ligar para ele e falar com a vítima. Após, ela chorar no telefone, ele chegou a aconselhar o amigo e assim como todas as outras testemunhas das agressões, apenas desligou a ligação. Após isso, uma série de abusos sexuais começou:
“Ele tentava me enforcar, tentando me impedir de gritar, tirava o meu ar. Ele me xingando, disse que eu era ‘muito pu*a e já que eu era uma pu*a, eu ia chupar ele até ele go*ar’. Foi quando ele começou e me obrigou. Ele chegou até a gravar um vídeo, eu chorando e dizia assim : ‘Ajeita essa cara e para de chorar, que assim eu não go*o nunca!’. Foi assim que aconteceu, depois de ter feito tudo que ele queria, ele mandou eu dormir e disse que eu iria para casa no dia seguinte”, revela.
Impunidade e desespero
A vítima conta que após o estupro, passou a noite chorando e ele bebendo cerveja, a noite inteira. Na manhã, ele estava calmo e contou que fez tudo, “porque amava ela”.
“Para apagar o passado e voltar com ele, falando um monte de coisa, querendo me convencer a ficar, não ir embora e eu disse para ele que se ele me amasse, ele me deixaria ir. Ele disse que não queria me deixar em casa e que não queria que eu ficasse contra a minha vontade. Ele foi e buscou o café para mim, levou no quarto. Ainda não tinha deixado eu sair, foi no início da tarde que ele resolveu me liberar”, conclui.
Após chegar em casa e ser acolhida pela mãe, ela realizou mais um Boletim de Ocorrência, com a medida protetiva ainda em atividade. O B.O. foi anexado no inquérito. Ela não queria denunciar por medo de ser morta, porém, foi convencida pela mãe a realizar a denúncia. Entretanto, o dano psicológico para ela é irreversível:
“Me sinto tão horrível com as pessoas, suja, imunda e de pensar que ele pode fazer isso com outras pessoas também, fazer alguma coisa com a minha família, até comigo mesma. Precisei me mudar, mudei minha vida todinha, parei de fazer a aula que eu fazia, eu mudei para outro apartamento”, disse.
Ela conta que ele continuou a ameaçando por meio de outros números de telefone.
“Eu espero que com essa divulgação seja acelerado [o processo]. Eu não sei se ele está preso. Que ele possa pagar pelo que ele fez, porque ele já fez tanta coisa e não deu em nada até hoje. Uma demora, quero que tenha um fim”, finaliza.

Ex-policial militar, identificado como Deusiane Melo de Alencar – conhecido como Deddy Alencar, com diversas acusações de ameaças, violência doméstica, porte ilegal de armas e estupro. Foto: Reprodução/Redes Sociais
Relato da segunda vítima
“No dia 28 de Abril, duas primas minha me chamaram pra ir para um banho e junto, foi o Deusiane e outro rapaz. A gente foi pro banho, na volta fomos pra casa do rapaz, chegando lá eu já havia ingerido bebida alcoólica e o Deusiane passou a mão em mim. Eu me assustei e pedi pra ele não fazer aquilo novamente e me afastei”, começa a relembrar.
Já alcoolizada, a segunda vítima de Deuziane diz que foi preciso que suas irmãs dessem banho nela. Após o jantar, um outro rapaz lhe ofereceu bebida. Após beber muito, a vítima chegou na casa de sua prima às 01 da madrugada. Ela foi dormir e a sua última lembrança foi dos dois rapazes na frente de casa. Até que, ela acordou.
“Eu só lembro de acordar sem roupa e estar aquela confusão doida, quando me vi naquela situação comecei a perceber o que havia acontecido. Comecei a chorar muito e sentir muito nojo de mim. Pedi pra minha prima me levar no banheiro, fiquei desesperada e ele veio atrás da gente ameaçando e chamando a gente de puta e foi embora”, detalha.
Após fugir com a prima para a casa da mãe, por estar com medo, ela soube o que realmente aconteceu, quando sua amiga lhe contou:
“Ela me disse que estava no quarto com a minha prima e ouviu alguém andando na casa. Então, ela se levantou e foi na frente e viu que o Deusiane não estava na frente da casa. Foi na hora que ela se tocou e foi no quarto pra me ver e viu ele tendo relação sexual comigo desacordada. Ela comentou também que puxou ele de cima de mim e ele caiu no chão e já pegou a arma, apontando pra mim e pra minha prima”, finaliza.
A vítima entrou com a denúncia, que segue nos trâmites da justiça:
“Eu espero que a justiça seja feita e que ele pague por todos os crimes que já cometeu. Só a justiça pode parar esse homem e minha única esperança pra poder viver em paz é saber que ele não está fazendo outras vítimas”, declara.

A vítima conta que após o estupro, passou a noite chorando e ele bebendo cerveja, a noite inteira. Imagem: Ilustrativa
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Xapuri conquista Selo Diamante pela primeira vez no Programa Nacional de Transparência Pública

Prefeito Maxsuel Maia comemorou Selo Diamente de Transparência – Foto: Cedida
O município de Xapuri alcançou pela primeira vez o Selo Diamante no Programa Nacional de Transparência Pública (PNTP), iniciativa coordenada pela Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), em parceria com o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Tribunal de Contas do Mato Grosso (MT). O anúncio oficial foi feito nesta quinta-feira (04) durante o IV Congresso Internacional dos Tribunais de Contas, em Florianópolis.
A avaliação mede o nível de transparência dos órgãos públicos em todo o país, com base em critérios técnicos relacionados ao acesso à informação e à publicidade dos atos administrativos.
De acordo com o relatório oficial do PNTP 2025, a Prefeitura de Xapuri obteve índice de 95,56% no Índice de Transparência, com 100% dos itens essenciais atendidos, garantindo o mais alto nível da certificação: o Selo Diamante. O resultado coloca Xapuri entre os municípios mais transparentes do Acre e do Brasil, consolidando uma nova referência em governança pública no interior do estado.
Além do Executivo municipal, o Legislativo de Xapuri também apresentou excelente desempenho, alcançando o Selo Ouro, com índice de 93,25%, reforçando o ambiente institucional de transparência no município.
Ao comentar a conquista, o prefeito Maxsuel Maia destacou a importância do reconhecimento para a administração municipal.
“Recebemos com muita alegria o Selo Diamante de transparência na gestão pública. Fomos o município mais bem avaliado do Estado do Acre. Isso significa que a nossa prefeitura é eficiente e transparente, que não temos nada a esconder. Todos os nossos contratos, processos licitatórios, publicações e pagamentos estão à disposição da população e dos órgãos de controle. Parabéns a toda a nossa equipe e é assim que vamos seguir trabalhando, tratando a coisa pública com seriedade e transparência”, afirmou o gestor.
O anúncio oficial foi feito nesta quinta-feira (04) durante o IV Congresso Internacional dos Tribunais de Contas, em Florianópolis – Foto: Cedida
O controlador interno do município, Maurilho Silva, também ressaltou o caráter histórico do resultado e o trabalho contínuo de fortalecimento das práticas de governança.
“É um marco histórico que reflete o empenho contínuo da Prefeitura de Xapuri em consolidar uma gestão baseada na integridade, responsabilidade e inteiramente comprometida com o acesso amplo e qualificado às informações públicas, por determinação constitucional e legal. A Controladoria-Geral do Município, como órgão avaliador prévio da transparência pública municipal, reafirma seu compromisso com a excelência no controle interno, aprimorando práticas, fortalecendo mecanismos de governança e assegurando à sociedade xapuriense padrões elevados de transparência ativa e passiva”, destacou.
A conquista do Selo Diamante é resultado de uma evolução consistente nos últimos anos. Em 2023, Xapuri registrava 35,44% no índice de transparência. Em 2024, o percentual avançou para 45,70%. Já em 2025, o município deu um salto expressivo, atingindo 95,56%, o que revela um crescimento técnico, estrutural e institucional significativo em apenas dois anos.

No cenário estadual, apenas um número restrito de prefeituras conseguiu alcançar o patamar máximo do Selo Diamante em 2025. A maioria dos municípios acreanos ficou nos níveis Ouro e Prata, enquanto alguns permanecem nos níveis Intermediário e Básico, o que reforça ainda mais a relevância do desempenho alcançado por Xapuri.
O Selo Diamante é concedido apenas aos órgãos que atendem plenamente aos requisitos da Lei de Acesso à Informação (LAI), com portais atualizados, dados completos de receitas e despesas, contratos, licitações, estrutura administrativa, remuneração de servidores, entre outros indicadores essenciais ao controle social.
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MP do Amazonas aciona três PMs por esquema de “funcionários fantasmas” em Boca do Acre
Prejuízo aos cofres públicos chega a quase R$ 2 milhões; ex-comandante da 5ª CIPM é acusado de falsificar escalas e operar “rachadinha”.

O Ministério Público do Amazonas (MPAM) ingressou, nesta quarta-feira (3), com uma ação civil pública por improbidade administrativa contra três policiais militares — entre eles um ex-comandante da 5ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) — suspeitos de integrar um esquema de “funcionários fantasmas” no município de Boca do Acre. O prejuízo estimado aos cofres públicos é de R$ 1.968.379,57, valor referente a pagamentos indevidos entre 2018 e 2024.
A ação, assinada pelo promotor de Justiça Marcos Patrick Sena Leite, é um desdobramento da Operação Joeira, deflagrada em novembro pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). As investigações revelam que dois dos policiais recebiam salários normalmente enquanto residiam em Manaus e exerciam atividades particulares, embora estivessem oficialmente lotados em Boca do Acre.
Para sustentar a fraude, o então comandante da 5ª CIPM teria falsificado escalas de serviço, registrando a presença dos subordinados no quartel. Em acordo de colaboração premiada, os próprios policiais admitiram que eram “fantasmas” e que participavam de um esquema de “rachadinha” envolvendo o superior hierárquico.
“O caso revela um esquema estruturado que drenou quase R$ 2 milhões do erário, exigindo resposta firme e responsabilização”, declarou o promotor.
Na ação, o MPAM solicita o ressarcimento integral do dano, indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 500 mil, indisponibilidade de bens, afastamento cautelar, perda dos cargos e suspensão dos direitos políticos dos investigados.
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Perícia médica federal realiza mutirão com mais de 18 mil vagas neste fim de semana
Ação acontece em 92 agências da Previdência; Acre terá 230 atendimentos e Amazonas, 280. INSS informa que cerca de 13 mil agendamentos já foram feitos.
A perícia médica federal realiza, neste fim de semana — sábado (6) e domingo (7) —, um mutirão de atendimentos em 92 agências da Previdência Social em todo o país, oferecendo 18.868 vagas para segurados que aguardam avaliação pericial.
No Amazonas, estarão disponíveis 280 vagas. No Acre, o mutirão contará com 230 atendimentos, sendo 80 em Cruzeiro do Sul e 150 em Rio Branco.
Segundo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), aproximadamente 13 mil atendimentos já foram agendados, restando cerca de seis mil vagas abertas.
Os serviços serão realizados presencialmente e também por teleatendimento, por meio da Perícia Conectada — modalidade criada para ampliar o acesso em regiões com déficit de profissionais.
Segurados interessados podem agendar pelo telefone 135, disponível de segunda a sábado, das 7h às 22h, ou pelo aplicativo e site Meu INSS.

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