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Ex-funcionária que fez alerta diz que não teria poder de barrar voo da Chapecoense

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‘A única autoridade é a direção geral de Aeronáutica Civil. Eles são a instituição que fiscaliza e autoriza todos os voos na Bolívia’, disse Celia Castedo.

G1

A ex-funcionária da Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares de Navegação Aérea da Bolívia (Aasana) Celia Castedo Monasterio, que assinou o plano de voo do avião da LaMia que caiu na Colômbia, falou pela primeira vez depois da tragédia com o voo da Chapecoense.

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Na entrevista, ela disse não se sentir responsável pela tragédia. “Em nenhum momento me senti responsável por algo que não fiz, não sou autoridade, por isso não me sinto responsável”.

Embora no documento apareçam o carimbo e a assinatura de Celia Castedo, ela diz que não tinha poder de autorizar ou impedir a decolagem do voo da LaMia. “Não temos essa autoridade. Só recebemos o plano de voo”, disse.

“A única autoridade é a direção geral de Aeronáutica Civil. Eles são a instituição que fiscaliza e autoriza todos os voos na Bolívia”, acrescentou.

‘Em nenhum momento me senti responsável por algo que não fiz, não sou autoridade, por isso não me sinto responsável’, disse Celia Castedo (Foto: Reprodução/Jornal Hoje)

Celia Castedo, que é acusada de homicídio culposo na Bolívia e pediu asilo no Brasil, diz que dois superiores diretos dela pediram para modificar o relatório, que apontou problemas no voo

A técnica aeroportuária trabalhava há 30 anos no aeroporto de Santa Cruz de la Sierra, ponto de partida do voo da LaMia.

Em 2 de dezembro, o Jornal Hoje revelou o plano de voo feito pelo piloto. Nele, Célia Castedo fez cinco observações questionando o documento. Entre elas, o fato de o tempo de voo ser idêntico ao da autonomia da aeronave, ou seja, sem margem de segurança.

“Das cinco observações, a que me chamou mais atenção e a qual reforcei três vezes foi a autonomia do voo. O combustível era exatamente para o tempo da rota. Mas, é claro, a parte de informação suplementar é de conhecimento unicamente da empresa aérea, a parte operacional e o comando é do piloto ou do despachante do voo. Essa parte a linha aérea é a única que pode fazer alguma modificação”, afirmou.

Na entrevista, Celia ainda fez uma grave denúncia. Questionada se ela foi orientada a adulterar o relatório que tinha feito, ela respondeu que sim e falou que a orientação veio da chefia da Aasana, órgão em que ela trabalhava.

“Sim. No dia seguinte me pediram por telefone, verbalmente, que mandasse por uma rede interna da instituição (Aasana) um informe rápido sobre o que se passou no meu contato, no recebimento do plano de voo, e que explicasse, de forma clara, como eu o recebi e o que aconteceu com a pessoa. Ou seja, que esclarecesse quando eles receberam no sistema o meu informe, imediatamente me chamaram dizendo que modificasse o meu informe. No mesmo instante respondi que não faria de novo o informe”.

A investigação das autoridades colombianas apontou que a principal causa do acidente foi falta de combustível e que a Bolívia omitiu informações sobre o voo.

Para o governo boliviano, Celia Castedo deixou o pais ilegalmente, utilizando a fronteira que liga Puerto Súarez a Corumbá, no Mato Grosso do Sul. A boliviana teve o registro de refugiada aceito pelo governo brasileiro e aguarda o pedido de asilo, que tramita no Ministério da Justiça, em Brasília.

Celia diz que decidiu vir para o Brasil depois de ser ameaçada em seu país. “No dia seguinte ao acidente, recebi ameaças escritas, ameaças de morte, me responsabilizando pelo acidente”.

“Pedi refúgio ao Brasil porque na Bolívia perdi todos os meus direitos, me acusaram diretamente e não me deram prazo para provar minha inocência porque num só dia me processaram 2 vezes”.

Entrevista

Celia concedeu uma entrevista exclusiva ao canal SporTV, que foi reproduzida pelo Jornal Hoje. A reportagem é de Fred Justo, Allan Caldas, Douglas Antunes e Marcos Thomas. Por questões de segurança, a pedido da família, a reportagem não divulgou a cidade brasileira na qual Celia está.

Foram quase 20 dias negociando a quebra de um silêncio. Logo após o acidente, Célia Castedo se refugiou no Brasil.

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Polícia Federal apreende 613 kg de cocaína em galpão de empresa de fachada em Blumenau

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Droga estava escondida em bunker subterrâneo e seria enviada à Europa; um homem foi preso e investigação aponta ligação com cidadãos britânicos procurados internacionalmente

Cocaína estava armazenada em um bunker de empresa de fachada em Blumenau. Fot: captada 

A Polícia Federal (PF) apreendeu 613 quilos de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). A ação contou com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina e resultou na prisão de um homem suspeito de integrar a organização criminosa.

A droga estava escondida em um bunker no subsolo de um galpão pertencente a uma empresa de exportação de ligas metálicas, que funcionava como fachada para o esquema. Segundo as investigações, o local era usado para o preparo e armazenamento da cocaína antes do envio para a Europa.

Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca em um endereço residencial em Florianópolis ligado ao suspeito, onde foram apreendidos veículos, embarcações, joias e documentos. O inquérito aponta a existência de uma estrutura criminosa internacional com base em Santa Catarina, que contava com suporte logístico de brasileiros e liderança de cidadãos britânicos com histórico de tráfico na Inglaterra e procurados internacionalmente.

A investigação continua para identificar outros integrantes do esquema, que já tinha rotas estabelecidas para o narcotráfico transatlântico.

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Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal

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Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada 

O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.

O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.

Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).

As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.

Assinatura eletrônica

O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.

A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.

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Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho

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Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada 

Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.

Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.

O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.

Veja vídeo:

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