Brasil
Evento no Rio debate impactos desiguais das mudanças climáticas
O seminário “Racismo Ambiental: o que isso tem a ver com o seu quintal?”, que debate os impactos desiguais das mudanças climáticas, começou nesta terça-feira (4) no Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O evento é promovido pela organização não governamental ActionAid, em parceria com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o Centro Brasileiro de Justiça Climática (CBJC), e com o apoio da Fundação Heinrich Böll e do Projeto SETA (Sistema de Educação por uma Transformação Antirracista).
A mesa de abertura teve a participação do gerente-executivo regional da EBC, Acácio Jacinto, que apresentou a visão da empresa sobre os temas centrais do seminário. Ele disse que a empresa tem desempenhado um papel fundamental na promoção de uma comunicação pública que informa, conscientiza e mobiliza a sociedade.
“Em relação à justiça climática, é intrínseco no nosso papel de serviço público informar com precisão, educar com profundidade e engajar com empatia. Racismo ambiental é uma injustiça histórica que precisa ser enfrentada com urgência. E compreendemos que ele se comunidades de cor e de baixa renda são desproporcionalmente expostos aos riscos ambientais, e têm menos acesso à recursos para mitigação e adaptação”, disse o gerente executivo.
O dia teve mais duas mesas de debates. A primeira delas, com o nome “Território de Partilha: produção de dados nas quebradas”, contou com a presença de Kayo Moura (LabJaca), Fran Paula (CONAQ), Naira Santa Rita e Matheus Pereira (Instituto DuClima), e foi mediada por Maurício Dutra (Redes da Maré).
Naiara Ritam falou das experiências e missões do Instituto DuClima, que ela diz ter nascido depois de sobreviver às fortes chuvas que atingiram o Morro da Oficina, em Petrópolis, em 2022. Na época, mais de 200 pessoas morreram. O evento climático extremo aprofundou o engajamento dela no combate ao racismo ambiental, para ajudar outras famílias a não passarem pelo mesmo problema. Um dos eixos de trabalho é a produção de dados a partir da perspectiva dos territórios.
“Quem traz a demanda é a sociedade civil. Isso é diferente da situação em que o acadêmico ou o pesquisador vai até o território, analisa na perspectiva dele, e decodifica aquilo. A gente muda essa narrativa, inverte a lógica, e faz com que a população traga esses indicadores. E a partir disso, tem uma visão muito mais estratégica e assertiva. Quem conhece mais o território do que quem mora ali há anos?”, disse Naiara.
A outra mesa de debate trouxe o tema “Repensando uma educação ambiental antirracista: infância, juventude e clima”. E teve a participação de Thaís Brianezi (ECA/USP), Thuérzia Souza (Projeto Meninas em Movimento – CMC), Carolina Silva (ActionAid). Mediação: Luciana Ribeiro (SETA).
A jovem ativista Thuérzia Souza, de 16 anos, apresentou as principais conquistas voltadas para a educação de meninas em Cabo Santo Agostinho, na região metropolitana do Recife. Os projetos têm como base a educação pública inclusiva e de qualidade. E um dos eixos de trabalho inclui a formação política de meninas da região, para que sejam capazes de lutar efetivamente contra as desigualdades de raça, gênero e classe.
“Em uma das campanhas, fizemos visitas às escolas para falar da importância de tirar o título de eleitor e de votar. É muito importante ver as meninas escolherem prefeito e vereadores que tragam políticas públicas voltadas para elas”, disse Thuérzia. “A gente quer candidatos que olhem para a gente, que pensem na juventude e em como ela está vulnerável. Em como ela precisa de cultura, escola, faculdade e estabilidade financeira”.
O seminário “Racismo Ambiental” conclui a programação nesta quinta-feira (5) com mais quatro mesas de debates, que acontecem entre 9h30 e 17h. Os temas são: “Território de Partilha: Defensoras da terra e do clima: extrativismo e cuidado”; “Mudanças Climáticas, Mobilidade Urbana e Ocupação das Cidades”; “Políticas públicas de enfrentamento ao racismo ambiental, para questões climáticas, ambientais e agrárias”; e “Entre o rural e o urbano: a produção espacial do racismo ambiental”.
Fonte: EBC GERAL
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Brasil
Mega-Sena sorteia nesta quinta-feira prêmio acumulado em R$ 38 milhões

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
As seis dezenas do concurso 2.860 da Mega-Sena serão sorteadas a partir das 20h (horário de Brasília), no Espaço da Sorte, localizado na Avenida Paulista, nº 750, em São Paulo.
O sorteio terá transmissão ao vivo pelo canal da Caixa no YouTube e no Facebook das Loterias Caixa.
O prêmio da faixa principal está acumulado em R$ 38 milhões. Por se tratar de um concurso com final zero, ele recebe um adicional das arrecadações dos cinco concursos anteriores, conforme regra da modalidade.
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet.
O jogo simples, com seis números marcados, custa R$ 5.
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Brasil
Dólar ultrapassa os R$ 5,70 à espera de juros nos EUA e no Brasil

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Na véspera das decisões sobre os juros básicos no Brasil e nos Estados Unidos, o mercado financeiro teve um dia turbulento. O dólar ultrapassou os R$ 5,70, e a bolsa fechou estável após desacelerar ao longo do dia.
O dólar comercial encerrou esta terça-feira (6) vendido a R$ 5,71, com alta de R$ 0,021 (+0,37%). A cotação chegou a subir para R$ 5,73 pouco antes das 11h, mas reduziu a alta ao longo da tarde.
Após recuar por oito pregões seguidos no fim de abril, a moeda norte-americana acumula alta de 0,6% em maio. Em 2025, a divisa cai 7,6%.
O mercado de ações teve um dia volátil. Após alternar altas e baixas, o índice Ibovespa, da B3, fechou aos 133.516 pontos, com alta de apenas 0,02%.
A bolsa brasileira descolou-se das bolsas norte-americanas, que caíram nesta terça. Uma explicação está no fato de que a cotação do petróleo subiu 3,17% no mercado internacional, com a expectativa de maior demanda na Europa e na China. Isso fez as ações da Petrobras, com maior peso do Ibovespa, recuperarem-se da queda de ontem.
Um dia após atingirem o menor valor desde agosto de 2023, os papéis ordinários (com voto em assembleia de acionistas) da Petrobras subiram 1,57%, para R$ 32,27. As ações preferenciais (com preferência na distribuição de dividendos) subiram 1,65%, para R$ 30,15.
O mercado financeiro global está de olho nas reuniões desta quarta-feira (7) do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) e do Comitê de Política Monetária (Copom) no Brasil. Movimentos de proteção cambial por parte de investidores globais fizeram o dólar subir perante o real e moedas da Colômbia e da Ásia.
A indefinição da guerra comercial entre Estados Unidos e China também provocou instabilidade no mercado financeiro. Nesta terça, o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bassent, afirmou que os Estados Unidos negociam com 17 países, mas resultados concretos das conversas ainda não foram divulgados.
*Com informações da Reuters
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Brasil
Dino e Mendonça divergem no STF: “Não admito que me chamem de ladrão”

Foto: Reprodução STF
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino e André Mendonça, tiveram discussão durante sessão plenária nesta quarta-feira (07) a respeito de uma regra do Código Penal que estabelece o aumento de pena em crimes contra a honra de servidores públicos.
Ao proferir voto, Mendonça defendeu que em casos de difamação e injúria, não há motivos para diferenciar um cidadão comum de um servidor público: “Nos chamar e a qualquer servidor de louco, irresponsável, incompetente, na minha visão, não há algo específico para eu impor uma pena superior por eu ser servidor público”, afirmou.
O ministro Cristiano Zanin pediu a palavra e ponderou que a crítica é legítima, desde que não se torne uma ofensa criminal.
O presidente do STF e relator da ação, Luís Roberto Barroso, endossou Zanin com um exemplo prático: “Quando você diz que alguém é ladrão, está implícito crime”.
A partir desse momento, Mendonça e Dino iniciaram um debate.
Mendonça afirmou que chamar alguém de ladrão é opinião. A fala provocou reação imediata do ministro Flávio Dino: “Ministro André, ainda assim, para mim, é uma ofensa grave. Não admito que ninguém me chame de ladrão. Porque essa tese da moral flexível que inventaram é a tese que degrada o serviço público e desmoraliza o Estado”.
Mendonça ironizou: “Se o cidadão não puder chamar um político de ladrão…”.
Dino retrucou: “E ministro do Supremo, pode?”. Mendonça respondeu: “Eu não sou distinto dos demais…”
Ao final, Dino afirmou: “Se um advogado subisse nessa tribuna e dissesse que Vossa Excelência é ladrão, ficaria curioso sobre a reação de Vossa Excelência”.
Calúnia
Hoje, o Código Penal prevê três tipos de crime contra a honra: calúnia, difamação e injúria. Para Mendonça, o aumento de pena deve ser aplicado somente em caso de calúnia – que é imputar a alguém o cometimento de crime. Ele seguiu o entendimento do relator, ministro Barroso.
Em voto, Mendonça defendeu que, para os outros crimes, a pena deve ser a mesma que a de cidadãos fora do funcionalismo público, prezando pela igualdade de tratamento.
Já o ministro Flávio Dino argumentou que a favor do aumento da pena em todos os crimes contra honra de servidores públicos. Segundo ele, ataques a servidores afetam não só a pessoa atacada, mas também o cargo que ela ocupa.
Até o momento, quatro ministros entenderam que o aumento de pena é válido a todos crimes contra a honra: Flávio Dino, Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes.
Já dois ministros consideram que a regra deve valer apenas para o caso de calúnia: Luís Roberto Barroso e André Mendonça.
Ainda falta o voto de cinco ministros. A sessão será retomada na quinta-feira (8).
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