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“Eu acordo todos os dias querendo fazer o bem para as pessoas”, diz ex-prefeita Fernanda Hassem, a nova “embaixadora” do governo para o Alto Acre

Fernanda Hassem – Foto: Sérgio Vale
Por Jorge Natal
A convidada do Papo de Domingo é a ex-prefeita de Brasiléia, Fernanda Hassem (Progressistas), de 43 anos. Ao jornalista Jorge Natal, ela falou sobre o desafio de ter sido a segunda prefeita eleita, bem como ser reeleita com a maior votação da história do município (quase 60% dos votos válidos). Comentou também sobre os desafios de seus mandatos e destacou que o desenvolvimento chegou à região. “Organizamos a Casa, colocamos os serviços essenciais em dia, fizemos obras estruturantes e agora o atual prefeito, o Carlinhos do Pelado, vai criar oportunidades de trabalho”, assim resumiu a ex-alcaldesa.
Ela lembrou os desafios e as dificuldades, principalmente porque recebeu o município completamente destruído (o prefeito anterior e alguns secretários haviam sido afastados por corrupção), ao mesmo tempo em que teve que enfrentar as consequências de uma grande inundação. “De onze itens que fazem uma prefeitura ficar inadimplente, tínhamos nove”, relatou Fernanda, que pertence a uma tradicional família, cujo avô, José Hassem, foi vereador na primeira legislatura e o terceiro prefeito do município. Ela foi prefeita aos 34 anos e já tinha exercido um mandato de vereadora, eleição na qual foi a mais votada.

Comprometendo-se em fazer o segundo mandato melhor que o primeiro, enfatizou a importância da mulher na política e também dos problemas causados pela pandemia. “Naquele momento salvar vidas era a nossa prioridade”, lembrou a ex-prefeita. “Eu vivi muitos desafios, a começar por ser mulher. Peguei o município impedido de receber recursos e firmar parcerias, além de dívidas com prestadores de serviços e fornecedores”, explicou. “Tornei-me mais forte como mulher, como gestora e como ser humano”, completou, acrescentando que recebeu a prefeitura com mais de R$ 25 milhões em dívidas.
Adversidades e agruras à parte, ela, por sete anos, foi considerada a melhor prefeita do Acre e recebeu prêmios por colocar o município entre os melhores do estado quando o assunto é saúde e educação. “Eu entrei para a vida pública e comecei a trabalhar muito jovem. Não tinha isso como objetivo para a minha vida. No entanto, descobri que é a forma mais direta e apropriada para melhorar a vida das pessoas, declarou Fernanda Hassem, para quem a política é para servir.
Recentemente, foi nomeada como coordenadora regional para assuntos do governo estadual na região do Alto Acre. “Essa expressão embaixadora é apenas uma forma carinhosa dos meus amigos progressistas. Vou fazer o que for possível para ajudar a nossa gente. Eu acordo todos os dias querendo fazer o bem para as pessoas”, destacou Fernanda Hassem. Veja os principais trechos desta rápida entrevista:
A senhora foi reeleita prefeita com quase 60% votos válidos. Explique isso.
Fernanda Hassem – A reeleição é sempre um desafio gigantesco porque o parâmetro é para si próprio. Acredito que tenha sido o reconhecimento de um trabalho. Por causa da pandemia, os recursos foram travados. Foram muito difíceis aqueles dois primeiros anos, mas nos unimos para que Brasiléia não fosse um local onde estava morrendo gente. Tivemos muito cuidado com o comodismo e as vaidades. Eu prestei contas e a minha equipe deu o seu melhor. Estou muito tranquila com relação a isso. Eu deixei projetos no valor de R$ 46 milhões para o meu sucessor. Nós urbanizamos o maior bairro periférico da cidade, o Nazaré, onde moram mais de trezentas famílias. Saí da prefeitura de cabeça erguida e com a sensação de dever cumprido.
Qual foi e qual é a sua relação política com o governador Gladson Cameli?
Fernanda Hassem – Sempre foi muito respeitosa e fraterna. Ele sempre honrou com os compromissos assumidos, portanto, foi um parceiro da minha gestão e porque não dizer de Brasiléia. Esse foi um dos motivos para eu ter vindo para o Progressistas. Integrar o Progressistas é uma honraria e uma alegria para mim.
Por que alguns dirigentes do Progressistas estão dizendo que a senhora é a “embaixadora” do Alto Acre?
Fernanda Hassem – Isso para mim é uma surpresa e, com certeza, é uma forma carinhosa dos meus companheiros de partido. Recentemente, eu fui nomeada pela Segov (Secretaria de Estado de Governo) para cuidar de assuntos políticos e institucionais do Alto Acre. Nos meus mandatos, eu sempre lutei muito por esta região. Apenas os deputados estaduais Manoel Moraes e o Tadeu Hassem são os nossos representantes no parlamento.
É possível fazer política com ética? O que são propósitos políticos?
Fernanda Hassem – Ética e causa não podem andar separados. A ética é inerente à pessoa e faz parte do próprio caráter dela. Já tentaram manchar a minha honra inúmeras vezes. Sabe por que nunca funcionou? Porque eu nunca respondi com ataques e dei como resposta o trabalho. Eu fui muito julgada e, apesar disso, nunca desconstruí ninguém. No tocante aos propósitos, a política só tem sentido se for assim, ou seja, é para servir às pessoas.
A região do Alto Acre já teve representantes no Congresso Nacional. A senhora será candidata nas próximas eleições?
Fernanda Hassem – Seria muito prepotente eu achar que posso ser candidata a este ou àquele cargo. Eu faço parte de um partido e de um grupo político aqui em Brasiléia. Serão estas instâncias que decidirão o nosso destino político. É verdade que a região se ressente dessa representação, porém isso é um processo natural. Também é verdadeiro afirmar que existe essa motivação para aumentar a nossa representação no parlamento, como já tivemos no passado. Quanto à minha pessoa, existe sim essa expectativa e confiança da população do Alto Acre. Eu vou colocar o meu nome à disposição do partido e da população. A história e o tempo mostram o trabalho das pessoas. Eu acredito demais na lei da semeadura.
Qual é a mensagem que a senhora manda para o aniversário de sessenta anos do Progressistas?
Fernanda Hassem – Eu faço parte dessa família. Eu desejo que sigamos firme como uma rocha. E também muita sabedoria para conduzir o destino dos acreanos. Somos o maior partido do Acre. Isso é resultado de muita unidade e de política com grandeza. Parabéns aos dirigentes, destacadamente ao nosso presidente e governador Gladson Cameli, que é o regente dessa orquestra, o nosso líder maior.

Fernanda Hassem ao lado da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva e do ministro da Integração, Waldez Góes, durante a enchente que atingiu Brasiléia, em 2024 – Foto/Reprodução
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Cortes no orçamento das universidades federais ameaçam funcionamento da UFAC em 2026; redução será de quase R$ 400 milhões
Por Dell Pinheiro
As universidades federais brasileiras enfrentarão um novo cenário de restrição financeira em 2026, com a redução de quase R$ 400 milhões no orçamento discricionário aprovada pelo Congresso Nacional. Entre as instituições impactadas está a Universidade Federal do Acre (UFAC), que já lida com limitações orçamentárias e vê agravadas as dificuldades para manter atividades essenciais.
O orçamento discricionário é responsável por custear despesas básicas do funcionamento universitário, como pagamento de água, energia elétrica, segurança patrimonial, limpeza, manutenção de prédios e apoio a atividades acadêmicas. Com o corte, a UFAC poderá ter comprometida a rotina dos campi de Rio Branco e Cruzeiro do Sul, afetando diretamente o ensino, a pesquisa e as ações de extensão desenvolvidas junto à comunidade acreana.
Uma das áreas mais sensíveis é a assistência estudantil. Programas de auxílio permanência, moradia, alimentação e transporte, fundamentais para estudantes em situação de vulnerabilidade social, correm risco de sofrer redução. Na UFAC, esses auxílios são considerados estratégicos para garantir o acesso e a permanência de alunos do interior do estado, de comunidades indígenas, ribeirinhas e de baixa renda.
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) manifestou preocupação com o cenário e alertou que o orçamento previsto para 2026 será inferior ao de 2025. Segundo a entidade, a queda ocorre em um contexto de inflação acumulada e de reajustes contratuais, o que reduz ainda mais a capacidade das universidades de manter seus compromissos financeiros.
Para a UFAC, os cortes representam um desafio adicional em um Estado onde a universidade federal desempenha papel central na formação de profissionais, na produção científica e no desenvolvimento regional. Gestores e a comunidade acadêmica alertam que a manutenção do ensino público, gratuito e de qualidade depende de um financiamento compatível com as demandas reais das instituições.
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VÍDEO: Segundo envolvido no assassinato de Moisés Alencastro é preso pela DHPP em Rio Branco
Nataniel Oliveira teve prisão preventiva decretada pela Justiça; outro suspeito já havia sido preso e confessado o crime
A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) prendeu, no fim da tarde desta quinta-feira (25), Nataniel Oliveira de Lima, apontado como o segundo envolvido no assassinato do colunista Moisés Alencastro, ocorrido no último domingo (22), em Rio Branco.
A prisão aconteceu em uma residência localizada na Rua Sete de Setembro, no bairro Eldorado, durante uma ação de investigadores da especializada. Contra Nataniel havia um mandado de prisão preventiva expedido pela Vara Estadual das Garantias, após representação feita pelo delegado Alcino Ferreira Júnior. No mesmo endereço, a polícia também cumpriu um mandado de busca e apreensão.
Ainda na madrugada desta quinta-feira, a DHPP já havia prendido Antônio de Souza Morães, de 22 anos, que confessou a autoria do crime. No entanto, os detalhes sobre a dinâmica e a motivação do homicídio não foram divulgados oficialmente.
Moisés Alencastro, que era servidor do Ministério Público do Acre e atuava como colunista, foi morto dentro do próprio apartamento, localizado no bairro Morada do Sol. O caso causou grande repercussão no meio jornalístico e institucional do estado.
Segundo a Polícia Civil, a principal linha de investigação aponta para um crime de natureza passional. As investigações continuam para esclarecer completamente as circunstâncias do assassinato e a participação de cada envolvido.
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PAA: Nova portaria libera R$ 4 milhões para compra direta de alimentos de produtores acreanos
Por Wanglézio Braga
O Governo Federal destinou até R$ 4 milhões para o Acre executar a modalidade Compra com Doação Simultânea (CDS) do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), voltada à compra de produtos da agricultura familiar para doação a povos indígenas em situação de insegurança alimentar. A medida foi oficializada por portaria do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, publicada no Diário Oficial da União (DOU) do dia 23, e terá vigência inicial de 12 meses, com possibilidade de prorrogação.
Pela regra, o Estado deverá priorizar a compra direta de alimentos produzidos pelos próprios povos indígenas. Caso a oferta não seja suficiente, a aquisição poderá ocorrer junto a outras comunidades tradicionais e, em último caso, a agricultores familiares em geral. Os alimentos, in natura ou industrializados, deverão respeitar os hábitos alimentares locais e serão distribuídos diretamente nas aldeias ou em equipamentos públicos instalados nos territórios indígenas.
O pagamento aos fornecedores será feito diretamente pelo Governo Federal, por meio do MDS, garantindo mais segurança ao produtor e evitando atrasos. Para ter acesso aos recursos, o Acre precisa confirmar o interesse no programa em até 30 dias após a publicação da portaria, aceitando as metas no sistema do PAA. Caso o prazo não seja cumprido, o recurso poderá ser remanejado para outros estados.
O Estado terá até 90 dias para cadastrar a proposta no sistema e iniciar as operações, após aprovação do plano operacional e emissão dos cartões dos beneficiários fornecedores.














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