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Entenda o que é o distritão, modelo eleitoral que será analisado pela Câmara
O cientista político Cristiano Noronha explicou as vantagens e desvantagens do sistema, que teve texto aprovado em Comissão Especial da Câmara

Câmara dos Deputados, em Brasília – Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Amanda Garcia, da CNN Rádio
Nesta semana, o texto da Proposta de Emenda Constitucional 125/11, que propõe a adoção do modelo eleitoral conhecido como distritão, foi aprovado em Comissão Especial da Câmara.
Em entrevista nesta quarta-feira (11), o cientista político Cristiano Noronha, da Arko Advice, explicou o que está em jogo – e quais as vantagens e desvantagens do sistema.
“É uma mudança bastante significativa que haveria no nosso sistema”, avaliou.
Hoje, está em vigor um sistema proporcional, em que o candidato é eleito a partir do quociente eleitoral. “Por exemplo, vamos supor que o Distrito Federal tenha 800 mil eleitores e 8 vagas para deputado, para o parlamentar ser eleito, precisa de pelo menos 100 mil votos, o cálculo é feito a partir dos eleitores (800 mil) divididos pelo número de vagas (8), e assim temos o quociente.”
Em outro cenário explicado pelo cientista político, um “partido A” que conseguiu 200 mil votos, com quociente de 100 mil votos, teria direito a duas vagas, que seriam distribuídas para os dois candidatos mais votados.
Com o voto distrital, no entanto, o estado seria considerado um distrito e seria eleito o candidato mais votado. “Algo semelhante à eleição de senador, que acaba sendo o candidato mais votado que consegue assumir esse cargo.”
O cálculo do quociente, segundo o cientista, serviria para determinação dos suplentes.
Cristiano avalia que uma diferença entre o sistema atual e o distritão está no “aproveitamento do voto”. Sem o quociente eleitoral, aqueles que votaram em determinado candidato que não recebeu o maior número de votos, teriam o voto “desperdiçado”, no sentido de que ele não contaria para eleger outros candidatos, como acontece com o sistema proporcional.
Hoje, no mundo, o distritão é utilizado em quatro países: Afeganistão, Kuwait, Emirados Árabes e Vanuatu.
Vantagens e desvantagens
Para o cientista político, entre as desvantagens do projeto está o enfraquecimento dos partidos: “Obviamente, as pessoas mais conhecidas, celebridades e até quem tem mais recursos, teriam mais chances de serem eleitos.” Isso, então, afetaria a “fidelidade partidária”, já que “quando um senador muda de partido, não sofre penalidade, e o voto pertenceria ao eleito e não à legenda.”
Mas existe uma vantagem, para Noronha, “vai ser eleito quem tem mais voto, acaba com a ideia dos puxadores de voto, como o ‘efeito Enéas [Carneiro]’, que teve votação altamente expressiva e pelo sistema que temos, acabou puxando candidatos que foram eleitos com menos de 300 votos, atingiu um altíssimo quociente eleitoral. No caso do distritão, isso não aconteceria.”
Votação
Para a PEC passar, são necessários 308 votos na Câmara e, posteriormente, 49 votos no Senado. “Não é uma votação simples, é similar à questão do voto impresso, é um assunto polêmico, que tem resistência de partidos”.
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Polícia Federal apreende 613 kg de cocaína em galpão de empresa de fachada em Blumenau
Droga estava escondida em bunker subterrâneo e seria enviada à Europa; um homem foi preso e investigação aponta ligação com cidadãos britânicos procurados internacionalmente

Cocaína estava armazenada em um bunker de empresa de fachada em Blumenau. Fot: captada
A Polícia Federal (PF) apreendeu 613 quilos de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). A ação contou com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina e resultou na prisão de um homem suspeito de integrar a organização criminosa.
A droga estava escondida em um bunker no subsolo de um galpão pertencente a uma empresa de exportação de ligas metálicas, que funcionava como fachada para o esquema. Segundo as investigações, o local era usado para o preparo e armazenamento da cocaína antes do envio para a Europa.
Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca em um endereço residencial em Florianópolis ligado ao suspeito, onde foram apreendidos veículos, embarcações, joias e documentos. O inquérito aponta a existência de uma estrutura criminosa internacional com base em Santa Catarina, que contava com suporte logístico de brasileiros e liderança de cidadãos britânicos com histórico de tráfico na Inglaterra e procurados internacionalmente.
A investigação continua para identificar outros integrantes do esquema, que já tinha rotas estabelecidas para o narcotráfico transatlântico.
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Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal
Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada
O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.
O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.
Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).
As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.
Assinatura eletrônica
O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.
A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.
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Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho
Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada
Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.
Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.
O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.

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