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Cotidiano

Entenda como o Vasco chegou à execução de R$ 93,5 milhões e o que fará para ficar ativo

Conheça a estratégia do clube para reverter a decisão e pagar as dívidas sem fechar as portas

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Direção do presidente Jorge Salgado tenta resolver pendências trabalhistas – Foto: João Pedro Isidro/Vasco

Por Hector Werlang — Rio de Janeiro

A execução de R$ 93,5 milhões em dívidas trabalhistas decretada pela Justiça na terça-feira foi o capítulo mais recente de uma história antiga e que ainda tem futuro incerto. Porém, ao mesmo tempo em que recorreu da decisão que, no entender da direção, pretende encerrar as atividades do clube, o Vasco iniciou um trabalho que julga poder resolver o problema: a elaboração de um novo plano para, grosso modo, substituir o extinto Ato Trabalhista.

Trata-se do Regime Centralizado de Execuções, uma possibilidade prevista na recente lei que instituiu o clube-empresa no Brasil. A legislação garante aos clubes o direito de centralizar as cobranças trabalhistas e cíveis para, ao evitar penhoras individuais, pagar seus credores em até seis anos.

– O Vasco tem, sim, viabilidade. Não à toa a gestão trabalha na elaboração de um plano que dê previsibilidade aos pagamentos no longo prazo. Isso já está em andamento. Desta forma, o Vasco honrará os seus compromissos com os diferentes credores – explicou o CEO Luiz Mello

No dia 10 de agosto, o Vasco enviou requerimento à presidência do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região solicitando a instauração do Regime Centralizado de Execuções. Caso seja deferido, o clube detalhará o plano em até 60 dias. A premissa básica é destinar 20% da sua receita mensal para quitar a dívida.

CEO do Vasco, Luiz Mello garante que o clube tem viabilidade – Foto: Marcelo Baltar

 A situação, porém, não é tão simples. Por isso, a reportagem lista em formato de FAQs (acrônimo da expressão inglesa “Frequently Asked Questions”, que em tradução pode significar “Respostas para Perguntas Frequentes”) alguns questionamentos sobre o caso.

O que é o Ato Trabalhista?

É a centralização de todos as dívidas trabalhistas do Vasco. Ex-funcionários que tiveram ganho de causa na Justiça do Trabalho e cujos processos estão em fase de execução (cobrança) foram reunidos no Ato para receber o que têm direito. Desta forma, essas ações ficavam sob um único juiz, que determinava quem iria receber de acordo com uma série de critérios. A medida evitava, portanto, execuções em séries que bloqueariam diversas receitas do clube.

Quanto o Vasco pagava?

O Ato Trabalhista mais recente do Vasco pretendia quitar uma dívida de R$ 125 milhões em seis anos. Ele foi concedido pelo TRT-1 em fevereiro de 2019, ainda na gestão de Alexandre Campello, e reunia 494 processos. O clube pagava R$ 2 milhões por mês, dinheiro dos direitos de transmissão. O contrato com a Globo era a garantia do Ato, e a empresa fazia o depósito mensal em juízo do valor.

Por que o Vasco saiu do ato?

Uma das contrapartidas para o Ato seguir em vigor era manter salários em dia, assim como o pagamento de FGTS, INSS e rescisões trabalhistas. O Vasco não conseguiu fazê-lo, inclusive após a demissão de 186 funcionários em março – as rescisões foram negociadas posteriormente. Houve parecer favorável do Ministério Público do Trabalho pela revogação do plano. Além disso, a nova gestão do TRT-1 mudou de entendimento e passou a rever a concessão do benefício. Tanto que decidiu cancelá-lo em maio em decisão do desembargador Jorge Fernando Gonçalves da Fonte.

Ato Trabalhista foi concedido na gestão Campello, mas clube não pagou o combinado – Foto: Marcelo Baltar

A decisão atingiu apenas o clube de São Januário?

Não. O Botafogo foi outro clube que teve o Ato cancelado. Além do futebol, empresas também foram afetadas, em especial as do ramo de transportes. Cerca de 30 Atos já foram cancelados em 2021.

Sem a existência do Ato, como os credores vão cobrar o que têm a receber do Vasco?

Uma Comissão de Credores foi constituída para representar as pessoas que tiveram ganho de causa e ainda não receberam do Vasco. Este foi o passo seguinte à instauração do Regime Especial de Execução Forçada (Reef) determinado por Fernando Reis de Abreu, gestor de centralização do TRT-1. O Reef nada mais é do que a reunião de todas as dívidas e a cobrança de uma única vez. Foi essa comissão, por exemplo, que solicitou a execução de R$ 93,5 milhões posteriormente aceita pelo magistrado.

Jogo entre Vasco e Botafogo, clube que também teve seu Ato Trabalhista cancelado – Foto: Alexandre Durão

A execução dos R$ 93,5 milhões foi a primeira decisão contra o Vasco?

Não. Ainda com o Ato em vigor, o Vasco foi obrigado a pagar imediatamente R$ 8 milhões referentes a quatro parcelas (abril, maio, junho e julho) que haviam sido adiadas por conta da pandemia. Decisão tomada por Mery Bucker Caminha, da Coordenadoria de Apoio à Execução do TRT-1, em dezembro de 2020. Posteriormente, em fevereiro de 2021, o clube conseguiu efeito suspensivo e evitou a cobrança. O mérito ainda não foi analisado.

Como o Vasco reagiu à exclusão do Ato?

O Vasco entrou com recurso. O efeito suspensivo foi negado, em 4 de julho, pela desembargadora Tânia da Silva Garcia, do Órgão Especial do TRT-1, mas o mérito do pedido ainda não foi analisado.

O Vasco também entrou com recurso contra a instauração do Reef. Ele ainda não foi analisado. O clube solicita a suspensão da execução de R$ 93 milhões até que o pedido para instauração do novo plano de pagamento das dívidas trabalhistas seja apreciado.

– O que precisa ficar claro é que a atual decisão não resolve a situação. Ela inviabiliza o Vasco. Ao comprometer as receitas, o Vasco não opera. Se ele não operar, não joga. Se não jogar, não tem direito, por exemplo, ao contrato de direitos de transmissão. Por isso, recorremos e estamos trabalhando na elaboração de um plano de pagamentos – completou Luiz Mello.

Como a Justiça pretende ter acesso aos R$ 93,5 milhões?

De imediato, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 24 milhões do contrato do Vasco com a Globo – era a garantia do Ato. Além disso, definiu uma série de outras penhoras:

  • 30% do que o clube ainda for receber do Grupo Globo.
  • Contas do Vasco limitado a R$ 900 mil por mês.
  • 30% dos créditos do Vasco junto à CBF por premiações e classificações em torneios.
  • 30% dos créditos do Vasco relacionados ao programa de sócio-torcedor.
  • 30% dos créditos da VascoTV.
  • 30% do valor que o Vasco tem a receber junto à Record TV por direitos de transmissão.
  • 30% do patrocínio do Vasco junto ao Banco BMG, TIM, Havan e Ambev.

Como o site Esporte News Mundo publicou – a reportagem confirmou -, a Comissão de Credores fez mais pedidos de bloqueio à Justiça para alcançar o valor. Nesta quinta-feira, Fernando Reis de Abreu, gestor de centralização do TRT-1 determinou mais bloqueios:

  • 30% das receitas da Kappa, fornecedora de material esportivo do Vasco.
  • 30% das receitas da Konami, responsável pelos jogos eletrônicos com uso das marcas do Vasco.
  • 30% dos créditos do Mercado Bitcoin, parceiro do Vasco Token.
  • 30% da parte do Vasco na venda de Marrony pelo Atlético-MG ao Midtjylland, da Dinamarca.
  • 30% dos créditos repassados pela Caixa Econômica Federal devido a loterias ao Vasco.
  • 30% dos créditos do Vasco oriundos da Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD).
  • 30% dos créditos do Vasco na Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj).

O magistrado negou o pedido de reter 70% dos créditos que o Vasco receberia em transações internacionais via Banco Central e o bloqueio do registro de novos atletas na CBF.

Juiz bloqueou 30% das receitas vindas da fornecedora de uniforme – Foto: Reprodução

O que o Vasco vai fazer a partir de agora?

Além dos recursos, o Vasco deposita suas fichas no requerimento do Regime Centralizado de Execuções. Ele foi enviado no dia 10 de agosto a Edith Maria Corrêa Tourinho, desembargadora do TRT-1. Ainda não houve resposta.

No pedido, o Vasco lembrou que no dia 9 de agosto foi publicada no Diário Oficial da União a lei que institui a Sociedade Anônima do Futebol e dispõe, entre outras normas, do tratamento dos passivos das entidades de práticas desportivas e regime tributário específico.

Neste sentido, o Vasco entende ter o direito de optar pelo pagamento de suas obrigações trabalhistas por meio do concurso de credores – algo semelhante ao antigo Ato Trabalhista. Compromete-se a destinar 20% da receita mensal para quitar os débitos por seis anos.

A lei estabelece que se, ao final desses seis anos o clube comprovar que pagou pelo menos 60% das dívidas, o regime é prorrogado por mais quatro anos.

No requerimento, o Vasco afirmou ainda que irá adotar comportamento semelhante em relação às execuções cíveis: apresentará requerimento para ter outro plano ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

Troca de acusações

Na nota oficial na qual apontou que a decisão de executar R$ 93,5 milhões inviabiliza o clube, o Vasco elevou o tom contra o juiz Fernando Reis de Abreu, gestor de centralização do TRT-1. Afirmou que o magistrado teve comportamento diferente em relação ao Botafogo. Define a decisão como açodada.

O Vasco também recebeu com estranheza a determinação do Reef apenas quatro dias após ter celebrado o acordo com o Ministério Público do Trabalho, no qual encerrou a ação pelas demissões em massa e garantiu as condições para manter salários em dia.

Na decisão desta quinta, revelada pelo Esporte News Mundo, o juiz se manifestou. Sem citar a nota do Vasco, escreveu que “tem a consciência de que não pode esquecer os trabalhadores ativos, como se não existissem” e que “não interessa ao Judiciário a extinção da empresa, estando dentro do poder-dever deste Juiz Gestor da Centralização bloquear apenas percentual razoável das receitas”.

Qual é o total da dívida trabalhista do Vasco?

É uma conta difícil de fazer. O Ato Trabalhista que foi cancelado reunia as ações judiciais até fevereiro de 2020. Porém, o Vasco continuou tendo dificuldade de manter pagamentos em dia e, em novas reclamatórias trabalhistas, foi condenado. Uma auditoria feita pela nova administração identificou em 2020 novos passivos, adicionando R$ 36 milhões em dívidas até então desconhecidas.

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Casos de Covid-19 aumentam nas regiões Norte e Nordeste

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A atualização destaca haver tendência de aumento dos casos de SRAG por covid-19 em nove estados, todos nas regiões Norte ou Nordeste: Acre, Amazonas, Pará, Amapá, Rondônia, Tocantins, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe

Coleta de secreção nasal para exame de Covid-19: casos da doença aumentam no Brasil. Foto: Marcelo Camargo/ABr

Pelo menos 287 pessoas morreram por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) causada por Covid-19 apenas neste mês de janeiro, no Brasil. O total de casos graves com diagnóstico confirmado da doença se aproxima de 900. Os dados são do Boletim Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e se referem às notificações feitas ao Ministério da Saúde até o dia 25 de janeiro.

O termo síndrome respiratória aguda grave se refere ao agravamento de sintomas gripais com o comprometimento da função pulmonar. A maioria dos casos acontece após uma infecção viral. Por enquanto, quase 52% dos casos registrado este ano, com resultado positivo para algum vírus, foram provocados por Covid-19. Mas o coronavírus causou 78,7% das infecções que levaram a óbito.

Os dados dessa última atualização reforçam um alerta que já têm sido feito há algumas semanas sobre o aumento das infecções pelo coronavírus. O boletim, inclusive, considera a possibilidade de que uma nova variante mais transmissível possa estar se espalhando.

A atualização destaca haver tendência de aumento dos casos de SRAG por covid-19 em nove estados, todos nas regiões Norte ou Nordeste: Acre, Amazonas, Pará, Amapá, Rondônia, Tocantins, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe. A incidência de casos graves é maior entre as crianças pequenas e os idosos, e a mortalidade ocorre majoritariamente em idosos. Mas o levantamento alerta que no Amazonas e em Rondônia tem sido observado um aumento de SRAG também entre jovens e adultos.

De acordo com a pesquisadora Tatiana Portela, as recomendações de praxe permanecem: “Em caso de sintomas gripais, o ideal é ficar em casa em isolamento, evitando transmitir esse vírus para outras pessoas, mas, se não for possível fazer esse isolamento, o recomendado é sair de casa utilizando uma boa máscara. E claro, é muito importante que todas as pessoas estejam em dia com a vacinação contra a covid-19.”

O esquema atual de vacinação no Sistema Único de Saúde (SUS) preconiza duas ou três doses (a depender do imunizante) para todas as crianças de 6 meses a menos de 5 anos. Além disso, idosos e pessoas imunocomprometidas devem receber uma nova dose a cada seis meses. Já as grávidas devem receber uma dose durante a gestação, e as pessoas que fazem parte de algum grupo vulnerável, como indígenas e quilombolas e pessoas com deficiência ou comorbidade, devem tomar um reforço anual.

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Polícia faz duas apreensões de drogas e prende cinco pessoas em Tarauacá

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Os três homens foram presos na ação, eles foram levados para a delegacia juntamente com todo o material apreendido, para os devidos procedimentos legais

A PM, prendeu Rafael V. de Melo, por tráfico de pedra de crack e oxidado. o mesmo tem passagens por furtos, roubos e tráfico. Uma indígena que estaria comprando drogas do traficante também foi presa. Foto: cedida 

Duas apreensões de drogas foram realizadas pela Polícia Militar nesta quinta-feira, 30, em Tarauacá e cinco pessoas foram presos, sendo quatro por tráfico. Uma indígena foi detida ao ser flagrado comprando droga.

A primeira apreensão aconteceu na rua Lauriete Borges, bairro Triângulo, quando a PM percebeu uma movimentação estranha em um estabelecimento comercial. Um homem que estava no local demonstrou nervosismo ao notar a presença policial e tentou se esconder nos fundos, onde foi flagrado escondendo entorpecentes.

No total, três homens foram presos na ação e admitiram estar envolvidos na venda de drogas há cerca de um ano na região. Eles foram levados para a delegacia juntamente com todo o material apreendido, para os devidos procedimentos legais.

Já na rua Benjamin Constant, a Polícia Militar, por meio do Serviço de Inteligência, prendeu em flagrante Rafael Vasconcelos de Melo, por tráfico de pedra de crack e oxidado. Segundo a PM, ele já tem diversas passagens por furtos, roubos e tráfico. Uma indígena que estaria comprando drogas do traficante também foi presa.

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Prefeito Olavinho Boiadeiro se reúne com autoridades é Sebrae para planejar eventos festivos de 2025 em Acrelândia

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O encontro teve como pauta o planejamento de eventos festivos para 2025, como a tradicional ExpoAcrelândia e a novidade Festa do Empreendedor

O planejamento das festividades promete ser um marco para a cidade, com foco na inovação e no incentivo ao desenvolvimento econômico e cultural. Foto: assessoria

O Prefeito de Acrelândia, Olavinho Boiadeiro, recebeu em seu gabinete nesta semana o Presidente da Câmara Municipal, Dr. Vitor Martineli, o presidente da Associação Comercial de Acrelândia (ACEAC), Jarder, o representante da Federacre, Pedro, o consultor do SEBRAE, Clóvis, e a Secretária de Administração, Luciana. O encontro teve como objetivo principal o planejamento de grandes eventos festivos para o ano de 2025, destacando a tradicional ExpoAcrelândia e a nova atração: a Festa do Empreendedor.

Com uma agenda voltada para a celebração e promoção do município, o encontro reforçou o compromisso da Prefeitura em apoiar eventos que fomentem o comércio local e celebrem o empreendedorismo em Acrelândia. A parceria entre o executivo municipal e a ACEAC e Sebrae segue sólida, com perspectivas de fortalecer ainda mais as ações que beneficiam a população e movimentam a economia local.

O compromisso de promover eventos que integrem a comunidade e incentivem o empreendedorismo segue sendo uma prioridade para o município.

A reunião reafirmou a parceria estratégica entre o executivo municipal e a ACEAC, que continua consolidando o apoio necessário para a realização de grandes celebrações e o fortalecimento da economia local. Foto: assessoria 

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