Brasil
Economistas veem com preocupação indicação de Haddad para a Fazenda

Fernando Haddad (PT) foi escolhido pelo presidente Lula para o Ministério da Fazenda
PT/DIVULGAÇÃO
Especialistas dizem que ex-prefeito de SP não tem experiência suficiente para assumir pasta que cuidará da economia nacional
A escolha de Fernando Haddad para chefiar o Ministério da Fazenda no governo do presidente da República eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é vista com cautela por economistas, que consideram o perfil de Haddad mais político e dizem que ele não possui experiência que justifique a indicação para cuidar da pasta que vai formular e executar a política econômica nacional.
“O ideal é que ocupe aquela pasta uma pessoa com formação na área, o que requer muito conhecimento. É um ministério complexo. É importante que a pessoa tenha conhecimento para poder discutir com os demais ministros, conduzir a questão econômica, conversar com assessores e entender do que eles estão falando. Não nos parece ser o caso do Haddad, pela falta de formação na área e exercício ao longo da vida laboral dele nesta área”, afirma Antônio da Luz, economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul).
Para o especialista, Haddad deve incorporar o discurso de descontrole fiscal adotado pelo governo de transição, que tem criticado a política do teto de gastos, norma que proíbe o aumento de despesas públicas acima da inflação. De acordo com Antônio da Luz, isso pode comprometer a economia do país.
“O fim do respeito à âncora fiscal vai aumentar o endividamento. Com isso, será necessário aumentar a quantidade de dinheiro que vai ser usado para pagar juros, ou então teremos que aumentar a carga tributária. O descontrole fiscal é algo que preocupa demais, pois ele pode terminar estourando a inflação. Tudo isso trava o crescimento econômico.”
Outro ponto de preocupação relacionado ao governo de transição são alguns integrantes do grupo técnico de economia, que devem orientar Haddad no comando da Fazenda. Um deles é o ex-ministro Nelson Barbosa, que ficou à frente da Fazenda entre 2015 e 2016, anos em que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caiu 3,8% e 3,6%, respectivamente. “Ele está cercado de pessoas que trouxeram a maior recessão da história do Brasil”, frisa o economista-chefe da Farsul.
Dessa forma, de acordo com Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da Órama, é fundamental saber quem serão os demais membros do Ministério da Fazenda. “O ministro é apenas uma vitrine, a pessoa que vai trabalhar politicamente. A equipe é muito importante para tocar projetos. Tem pelo menos três grandes cargos: o BNDES, a Secretaria do Tesouro Nacional e a Secretaria de Política Econômica. Esses nomes serão mais determinantes, pois estarão no dia a dia formulando as políticas econômicas.”
Ex-economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Roberto Luis Troster acrescenta que, apesar de Haddad ter mestrado em economia pela Universidade de São Paulo, ele vai ter que mostrar trabalho. “Por mais que tenha mestrado na melhor faculdade de economia do Brasil, só o currículo não resolve.”
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Polícia Federal apreende 613 kg de cocaína em galpão de empresa de fachada em Blumenau
Droga estava escondida em bunker subterrâneo e seria enviada à Europa; um homem foi preso e investigação aponta ligação com cidadãos britânicos procurados internacionalmente

Cocaína estava armazenada em um bunker de empresa de fachada em Blumenau. Fot: captada
A Polícia Federal (PF) apreendeu 613 quilos de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). A ação contou com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina e resultou na prisão de um homem suspeito de integrar a organização criminosa.
A droga estava escondida em um bunker no subsolo de um galpão pertencente a uma empresa de exportação de ligas metálicas, que funcionava como fachada para o esquema. Segundo as investigações, o local era usado para o preparo e armazenamento da cocaína antes do envio para a Europa.
Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca em um endereço residencial em Florianópolis ligado ao suspeito, onde foram apreendidos veículos, embarcações, joias e documentos. O inquérito aponta a existência de uma estrutura criminosa internacional com base em Santa Catarina, que contava com suporte logístico de brasileiros e liderança de cidadãos britânicos com histórico de tráfico na Inglaterra e procurados internacionalmente.
A investigação continua para identificar outros integrantes do esquema, que já tinha rotas estabelecidas para o narcotráfico transatlântico.
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Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal
Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada
O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.
O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.
Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).
As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.
Assinatura eletrônica
O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.
A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.
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Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho
Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada
Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.
Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.
O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.

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