Acre
Economia solidária e relações comerciais foram destaques na Xapuri Rural Show
Um dos principais atrativos da feira agropecuária Xapuri Rural Show, que foi realizada neste fim de semana no Polo Moveleiro do município, foram os pontos de venda da economia solidária e dos expositores do ramo da agropecuária.
Ao todo foram 14 expositores, 16 feirantes da economia solidaria e mais dez pontos de vendas de produtos, totalizando 40 empreendimentos dentro da feira, além dos vendedores ambulantes.
O governo do Acre, por meio das secretarias de Empreendedorismo e Turismo (Seet), de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict) e de Produção e Agronegócio (Sepa) realizaram a montagem e disponibilização dos espaços da economia solidária e das tendas do evento.

Assurbanipal Mesquita frisou a importância desses eventos para a economia local. Foto: Ascom/Seet
“A participação no evento foi um esforço conjunto das secretarias do Estado, para apoiar e incentivar a realização de eventos como este, que movimentam a cidade e aquecem a economia local”, explanou o titular da Seict, Assurbanipal Mesquita.

A feirante veio do município de Capixaba para vender seus produtos. Foto: Ascom/Seet
Ofertando alimentos e produtos oriundos da produção local, os feirantes tiveram um bom fluxo de vendas durante a realização da feira. A produtora rural Lucrecia de Souza foi uma das vendedoras da economia solidária. Ela contou que saiu de Capixaba pra vender derivados de leite fabricados em sua propriedade.
“Eu gosto de trabalhar na economia solidária, porque alavanca muito as nossas vendas, sendo um ganho a mais para nós. Quando sabemos que terá uma feira, já nos preparamos para participar”, relatou.

A moradora da zona rural de Xapuri Claudete Rodrigues, agradeceu a participação na economia solidária. Foto: Fhaidy Acosta
Moradora da zona rural de Xapuri, Claudete Rodrigues relatou que trabalha com a produção de alimentos em sua residência e que sempre que há festividades aproveita para vender seus produtos: “Fui convidada a participar e vi uma boa oportunidade para vender as comidas que já comercializo em minha chácara”, explicou.

A gestor da Sepa destacou o fortalecimento do agronegócio no município. Foto: Ascom/Seet
O titular da Sepa, Edivan Azevedo, enfatiza que o município desponta como um dos principais em produção rural e essa exposição veio fortalecer o agronegócio como um todo. “A feira de Xapuri superou nossas expectativas tanto pela organização o trabalho feito pelo sindicato, e também pela participação dos empreendedores dos expositores em especial a presença dos produtores rurais que frequentaram os três dias da feira, aproveitaram para fazer negócios. Também ocorreu uma maior interação do produtor com entes privados e públicos que possuem assistência técnica e assessoria para prestar como o Senar, Sebrae e a Sepa”, conclui o gestor.

Os expositores relataram os benefícios do evento para a comunidade com relação às vendas. Foto: Fhaidy Acosta.
Sobre o movimento na área agropecuária, os expositores relataram os benefícios do evento para a comunidade com relação às vendas. “O interessante é que a feira movimentou toda a cidade, não só a parte de agropecuária. Então o dinheiro começa a girar e ficar aqui, seja nos supermercados, na área de confecções, alimentos e beleza”, afirmou a expositora e representante da empresa Arroba Agropecuária, Ane Gabrielle Lima.

Os expositores de outros estados também participaram da Xapuri rural Show. Foto: Fhaidy Acosta
“Trouxemos um cocho com energia solar e automatizado para expor, estamos vindo para o Acre agora e tivemos a oportunidade de participar da feira, que foi muito bacana; fizemos muitos contatos”, disse o expositor Marcelo Enderli.

O responsável pela vistoria dos animais elogio a organização do evento. Foto: Fhaidy Acosta
“O evento foi muito bem organizado, a diretoria está de parabéns, e os produtores que trouxeram animais seguiram à risca as normas de bem-estar animal”, atestou o médico veterinário responsável pelo evento, Guilherme Viana.

A feira foi promovida pelo Sindicato Rural de Xapuri. Foto: Fhaidy Acosta
“As vendas foram boas, dentro da nossa expectativa, e as agropecuárias foram bem movimentadas. Ainda vamos fazer um levantamento do quanto foi alcançado em volume de recursos. Com relação ao público, as pessoas vinham nos falar que estavam encantados, que parecia a Expoacre. Eu acredito que foi muito bom isso acontecer em Xapuri, vimos que foi um balcão de negócios”, destaca a presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Xapuri, Audilena Novais.
A programação da Xapuri Rural Show contou reuniões de negócios, shows, rodeio, ciclismo e motocross, entre outras atrações. No espaço, expositores da economia solidária, venderam alimentos, artesanato e plantas. Além de bares, restaurantes e lanchonetes, com um leque completo de opções. Já os expositores do segmento da pecuária tiveram espaços disponibilizados desde o pequeno ao grande produtor rural.
Além do governo do Estado, entre os parceiros da iniciativa estão o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), prefeituras de Xapuri e Epitaciolândia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Federação das Indústrias do Acre, Federação da Agricultura e Pecuária do Estado Acre (Faeac) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/AC), entre outros.
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Acre
Sebrae e Funtac promovem 3º Encontro da Rede de Sementes do Acre

Evento acontece nos dias 8 e 9 de dezembro, no Sesc Cruzeiro do Sul
Nos dias 8 e 9 de dezembro, o Sebrae e a Funtac realizam o 3º Encontro da Rede de Sementes do Acre, em Cruzeiro do Sul. O evento objetiva a promoção do conhecimento, inovações, tecnologias e mercado, voltados para a bioeconomia de sementes florestais no Acre.
O evento acontecerá no Hotel Sesc de Cruzeiro do Sul e a programação inclui palestras e minicursos, com temas como: Restauração florestal no Acre; Coleta e comercialização de sementes nativas; e Armazenamento de sementes florestais da Amazônia.
“Este encontro é um espaço estratégico para fortalecer a bioeconomia no Acre, promover a troca de conhecimentos e ampliar as oportunidades de mercado para o público que atua neste segmento”, destacou o gestor de bioeconomia do Sebrae, Francinei Santos, ministrará a palestra “Estratégias de mercado na Rede de Sementes”, no dia 8.
Criada em 2023, a Rede de Sementes do Acre atua na estruturação da cadeia produtiva de sementes florestais nativas, com foco na restauração de ecossistemas, na conservação de espécies ameaçadas e no fortalecimento da comercialização sustentável, em parceria com instituições públicas, privadas e a sociedade civil.
A edição do Encontro em Rio Branco acontecerá nos dias 11 e 12 de dezembro. O evento conta com apoio do Ministério do Meio Ambiente, por meio do projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia, Banco Mundial, GEF, Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO), Conservação Internacional Brasil, FGV Europe e Secretaria de Estado do Meio Ambiente.

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Acre
Justiça determina que governo do Acre nomeie 20 policiais penais em Sena Madureira
De acordo com o MPAC, há insuficiência grave de policiais penais na UPEM, o que impede o cumprimento mínimo da Lei de Execução Penal (LEP)

Para o MP, há direito subjetivo à nomeação dos aprovados dentro das vagas, conforme entendimento do STF (Tema 784). Foto: captada
Saimo Martins
A Vara Cível da Comarca de Sena Madureira determinou que o Governo do Acre convoque e nomeie, em até 30 dias, pelo menos 20 aprovados no concurso da Polícia Penal (Edital 001/2023 – SEAD/IAPEN) para atuarem na Unidade Penitenciária Evaristo de Moraes (UPEM). A decisão, assinada pelo juiz Caique Cirano de Paula, atende a pedido de tutela de urgência ajuizado pelo Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) em Ação Civil Pública.
A medida foi tomada após uma série de inspeções do Ministério Público, através do promotor Júlio César Medeiros, da Defensoria Pública e do próprio Judiciário apontarem um cenário crítico na unidade prisional, marcado por déficit de servidores, violações de direitos básicos e risco iminente à segurança.
Déficit de servidores e violações de direitos básicos
De acordo com o MPAC, há insuficiência grave de policiais penais na UPEM, o que impede o cumprimento mínimo da Lei de Execução Penal (LEP). Entre as violações identificadas estão a irregularidade no banho de sol — que chega a ocorrer apenas uma vez por mês — precariedade no fornecimento de água, problemas na qualidade da alimentação, ausência de equipe de saúde adequada e inexistência de Grupo de Intervenção, único caso no Estado.
Relatórios da Defensoria Pública e do Juízo da Execução Penal reforçaram a grave situação, caracterizada pelo Ministério Público como expressão local do Estado de Coisas Inconstitucional reconhecido pelo STF no sistema prisional brasileiro.
Concurso com vagas abertas e aprovados sem nomeação
O concurso da Polícia Penal previa 261 vagas, e 308 candidatos concluíram o curso de formação. No entanto, apenas 170 foram convocados até agora. Para o MP, há direito subjetivo à nomeação dos aprovados dentro das vagas, conforme entendimento do STF (Tema 784).
O diretor da unidade informou que seriam necessários, no mínimo, 30 novos servidores, sendo 16 para formação do Grupo de Intervenção e 12 para reforçar a equipe educacional.
Decisão determina ações imediatas
Na decisão, o juiz afirma que não há violação ao princípio da separação dos poderes, uma vez que o Judiciário apenas determina o cumprimento de obrigações legais já previstas. O magistrado destacou a urgência diante do risco à integridade física de internos e servidores, além das violações massivas de direitos fundamentais.
Segundo ele, o Ofício nº 7.499/SMCRI00, expedido pelo Juízo da Execução Penal e que estabeleceu prazos curtos para regularização do banho de sol, atendimento em saúde e fornecimento de água potável, evidencia a gravidade da situação. O juiz ressaltou que a normalização dessas atividades depende diretamente de efetivo de segurança suficiente para garantir a movimentação dos presos e a ordem interna. Ele apontou que a privação crônica de banho de sol, a ausência de assistência à saúde e as falhas no fornecimento de água elevam o risco de instabilidade interna a níveis perigosos. A falta de um Grupo de Intervenção, conforme observou o Ministério Público, transforma a UPEM em uma “bomba-relógio”, ameaçando a segurança de servidores, internos e da população. O magistrado concluiu que, diante do histórico de violência, rebeliões e evasões no sistema prisional acreano, o Poder Judiciário, provocado pelo Ministério Público e apoiado em recente atuação da Defensoria Pública, não pode se omitir frente à evidente falha do Poder Executivo na implementação das políticas penitenciárias necessárias.
O Estado deverá adotar uma série de medidas no prazo de 30 dias, conforme determinação judicial. Entre elas está a nomeação de pelo menos 20 policiais penais aprovados e formados no concurso, para atuação imediata na Unidade Penitenciária Evaristo de Moraes (UPEM). Também deverá ser criado e capacitado um Grupo de Intervenção, composto por no mínimo 16 policiais penais.
A decisão determina ainda que as vagas de estudo oferecidas aos internos sejam ampliadas de 40 para 80, além da obrigatoriedade de garantir banho de sol diário com duração mínima de duas horas, conforme prevê a Lei de Execução Penal (LEP). Outro ponto imposto é a regularização do fornecimento de água potável, que deverá ocorrer pelo menos três vezes ao dia, com horários fixos divulgados em todos os blocos da unidade.
O magistrado ainda determinou que o Estado realize a manutenção preventiva do sistema de bombeamento de água, assegurando uma reserva técnica para situações emergenciais. Em caso de descumprimento das medidas, foi fixada multa diária de R$ 10 mil, limitada a 30 dias.
“Realize a manutenção preventiva do sistema de bombeamento de água, a fim de garantir o fornecimento de água potável, no mínimo, três vezes ao dia aos internos, em horários fixos, com fixação do cronograma de liberação de água sendo afixado em todos os blocos, com manutenção de reserva técnica de água para situações emergenciais. Fixo, a título de astreintes, multa diária no montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais), limitada a 30 (trinta) dias”, diz a decisão.
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Acre tem 152 obras federais paradas, com R$ 1,2 bilhão paralisados durante governo Lula, aponta TCU
Dados atualizados até abril de 2025 mostram que saúde e educação concentram maior número de obras interrompidas; causas das paralisações não são detalhadas no painel do tribunal

O Ministério das Cidades reúne 31 obras suspensas, impactando projetos de habitação e urbanização. O DNIT contabiliza 12 interrupções em frentes relacionadas à malha viária e logística estadual. Foto: captada
O Acre convive com 152 obras federais paralisadas, que somam cerca de R$ 1,2 bilhão em investimentos represados, segundo dados do Tribunal de Contas da União (TCU) atualizados até abril de 2025. As áreas de saúde e educação são as mais afetadas, com 50 e 32 obras interrompidas, respectivamente.
O levantamento, foi consultado na última quarta-feira (3), não detalha os motivos das paralisações, mas revela um cenário crítico para a infraestrutura e os serviços públicos no estado. No Ministério da Saúde, as obras paradas incluem unidades básicas, estruturas intermediárias e equipamentos que, se concluídos, ajudariam a desafogar o sistema hospitalar e ampliar o acesso à população.
Já o Ministério da Educação tem paralisadas 32 obras, como escolas, creches e outros equipamentos essenciais para regiões com carência de vagas e infraestrutura limitada.
Outros órgãos também aparecem com números expressivos: o Ministério das Cidades tem 31 obras suspensas (habitação e urbanização), e o DNIT contabiliza 12 paralisias que afetam a malha viária e a logística estadual. Completam a lista o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (11 obras), Ministério do Esporte (9), Funasa (3), Ministério da Agricultura e Pecuária (2), além do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos e o Ministério do Turismo, com 1 obra cada.
A falta de detalhamento sobre as causas — que podem incluir entraves administrativos, questões jurídicas, falhas de execução ou falta de repasse de recursos — dificulta a análise e a busca por soluções para retomar investimentos essenciais ao desenvolvimento do estado.

A leitura das informações revela que os setores de saúde e educação, pilares essenciais do atendimento direto à população, concentram o maior número de obras interrompidas no estado. Foto: captada
O Ministério da Educação, com 32 obras que incluem escolas, creches e outros equipamentos educacionais. A interrupção desses projetos impacta diretamente a expansão da oferta de ensino e o atendimento a crianças e jovens em regiões onde a carência por infraestrutura permanece elevada.
O levantamento do TCU também aponta paralisações em outras pastas relevantes. O Ministério das Cidades acumula 31 obras interrompidas, incluindo projetos de urbanização e habitação. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) aparece com 12 obras, afetando frentes ligadas à malha viária e logística do estado.
Distribuição por pasta ministerial
- Saúde: 50 obras paralisadas (unidades básicas, estruturas intermediárias)
- Educação: 32 obras (escolas, creches, equipamentos de suporte)
- Cidades: 31 obras (habitação e urbanização)
- DNIT: 12 obras (malha viária e logística)
- Integração Regional: 11 obras
- Esporte: 9 obras
Impactos diretos
- Saúde: Sistema hospitalar não é desafogado
- Educação: Déficit de vagas e infraestrutura permanece
- Logística: Transporte de insumos e atendimento a municípios isolados comprometido
Falta de transparência
- Causas: Painel não detalha motivos das paralisações
- Entraves: Dificuldade em identificar problemas administrativos, jurídicos ou financeiros
Apesar do impacto econômico e social gerado pela interrupção dos investimentos, o painel do TCU não detalha os motivos que levaram cada projeto à condição de paralisação, deixando abertas questões sobre problemas contratuais, falhas de execução, falta de repasses ou entraves administrativos.
As paralisações refletem um problema crônico na execução de obras públicas no Acre, estado historicamente dependente de investimentos federais. A falta de explicações oficiais sobre as causas das interrupções dificulta a busca por soluções e prolonga o sofrimento da população que aguarda por serviços essenciais.







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