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Documentos mostram racha no PCC e afastamento de um dos líderes da cúpula

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Ameaças de morte e mudanças na cúpula da facção aconteceram após morte de Gegê do Mangue e Paca; um dos suspeitos de participar do crime foi dado como morto e fugiu

Andrezinho da Baixada e Daniel Vinícius Canônico, o Cego ou Judeu: um decretado e o outro afastado da cúpula da facção por causa das mortes de Gegê do Mangue e Paca (FOTO: REPRODUÇÃO)

JORNAL EL PAÍS - JOSMAR JOZINO (PONTE)

Os assassinatos de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e de Fabiano Alves de Souza, o Paca, em fevereiro de 2018, em Fortaleza, no Ceará, causaram uma “baixa” na alta cúpula do PCC (Primeiro Comando da Capital), segundo documentos obtidos com exclusividade pela Ponte.

O preso Daniel Vinícius Canônico, também conhecido como Cego ou Judeu, foi ameaçado de morte e afastado da sintonia final geral da maior facção criminosa do país.

Segundo o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) do MPE (Ministério Público Estadual), de Presidente Prudente, Cego foi afastado porque defendeu as mortes dos assassinos de Gegê do Mangue e de Paca.

A princípio, a ordem do PCC era realmente para matar os autores do duplo homicídio. Posteriormente, porém, eles foram perdoados por Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como líder máximo da organização.

Gakiya explicou que Cego foi contra o perdão e, por isso, acabou afastado da sintonia final geral. Além disso, acrescenta o promotor, o PCC ameaçava matar Cego durante resgate de presos na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, cujo plano foi descoberto e frustrado pela Polícia.

A Polícia Civil do Ceará apurou que Wagner Ferreira da Silva, o Cabelo Duro, planejou e participou das execuções de Gegê e de Paca, e agiu a mando de Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, braço direito de Marcola e foragido da Justiça desde 1999.

Cabelo Duro não teve tempo de ser beneficiado com o perdão do PCC. Ele foi morto no Tatuapé, zona leste de São Paulo, com tiros de fuzil uma semana após as mortes de Gegê e de Paca.

Já André Luís da Costa Lopes, o Andrezinho da Baixada, também acusado de envolvimento no duplo homicídio no Ceará, teve mais sorte do que o amigo Cabelo Duro.

Mas o medo de ser executado, e com requintes de crueldade, continua atormentando Andrezinho da Baixada e a família dele, apesar do perdão do PCC.

No dia 13 de março deste ano, quatro homens portando armamentos de grosso calibre, invadiram a casa da mãe dele, no Guarujá, Litoral Sul de São Paulo.

Ela estava sozinha na residência. Os criminosos ficaram 20 minutos no imóvel e reviraram tudo. Eles disseram que retornariam e que iriam matar André. A mãe dele prestou queixa à polícia.

André alega que também chegou a receber ameaças, inclusive por mensagens em seu telefone celular. Uma delas dizia que ele “deu sorte”, mas que “iria ser encontrado, seria cobrado e viraria picadinho”. Os prints, obtidos com exclusividade pela Ponte, mostram que André recebeu mensagens de texto e de áudio.

Um ano atrás, em 25 de outubro de 2018, André, mesmo com a prisão decretada pela Justiça do Ceará, foi ao 2º DP do Guarujá, onde disse não ter tido envolvimento nas mortes de Gegê e de Paca. Ele não ficou detido porque era véspera de eleição e só poderia ser preso em flagrante.

No dia seguinte André foi a um cartório na mesma cidade e fez uma declaração para provar que estava vivo e para prometer que vai colaborar com a polícia.

Declaração de vida de Andrezinho registrada em cartório.
Declaração de vida de Andrezinho registrada em cartório.

Os advogados dele entraram com vários recursos de habeas corpus na Justiça, pedindo a revogação da prisão preventiva dele.

A defesa de André sustenta que ele não está foragido, mas escondido por medo de ser morto e chega até a propor que ele use tornozeleira eletrônica, pois, se for preso, com certeza será morto na cadeia.

André e os parceiros Erick Machado dos Santos, o Neguinho Rick da Baixada, e Tiago Lourenço de Sá de Lima, o Tiririca, também envolvidos nas mortes de Gegê e Paca, continuam foragidos.

Duas das casas que constam na denúncia da Polícia Civil do Ceará.
Duas das casas que constam na denúncia da Polícia Civil do Ceará.

Os três foram dados como mortos. Todos eles, entretanto, são representados por advogados particulares em audiências na Justiça do Ceará, no processo que apura as mortes de Rogério Jeremias de Simone e de Fabiano Alves de Souza.

Segundo a Polícia Civil do Ceará, Gegê e Paca foram mortos porque desviaram dinheiro do PCC e levavam uma vida de luxo em Fortaleza, com aquisição de imóveis milionários (veja aqui a relação de alguns desses imóveis e respectivos valores) e veículos importados caríssimos.

Ambos foram acusados de gastar R$ 500 mil apenas com passeios de buggy. Além disso, segundo a Polícia Civil cearense, eles estariam traficando drogas não para o PCC, mas para lucro pessoal. Cabelo Duro tinha essas provas em computadores e notebooks.

Imóvel de Gegê do Mangue.
Imóvel de Gegê do Mangue.REPRODUÇÃO

Cego, por sua vez, não chegou a ser expulso do PCC. Recolhido em um presídio federal, ele continua nos quadros da facção, mas, segundo Lincoln Gakiya, não faz mais parte da sintonia final geral.

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Sinjac busca parceria com o governo para instalação de sede administrativa da entidade

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O presidente do Sinjac destacou ainda que, ao longo do ano, pretende visitar outros órgãos estaduais e instituições em busca de novas parcerias

O encontro teve como objetivo discutir uma parceria entre o Sinjac e o governo do Estado para viabilizar a instalação da sede administrativa da entidade. Foto: cedida

Com assessoria

O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Acre (Sinjac), Luiz Cordeiro, acompanhado do 1º secretário, Kennedy Luis, e Antônio Muniz da comissão de Ética, reuniu-se na manhã desta quinta-feira (30) com o presidente da Fundação Elias Mansour (FEM), Minoru Kinpara. O encontro teve como objetivo discutir uma parceria entre o Sinjac e o governo do Estado para viabilizar a instalação da sede administrativa da entidade.

De acordo com Cordeiro, a iniciativa marca o início de um novo ciclo para o sindicato, que busca estreitar relações institucionais e fortalecer a categoria. “Nosso primeiro passo é garantir um espaço adequado para o funcionamento da sede administrativa, facilitando o acesso dos nossos filiados aos serviços do sindicato”, afirmou.

O presidente do Sinjac destacou ainda que, ao longo do ano, pretende visitar outros órgãos estaduais e instituições em busca de novas parcerias. “O mundo mudou, e o sindicalismo também precisa se reinventar. Temos visto grandes empresas se unindo para oferecer o melhor e, nós, que representamos a classe trabalhadora, não podemos ficar para trás. Aqui no Acre, estamos adotando uma política de união, na qual todos ganham, pois só assim alcançaremos nossos objetivos”, concluiu.

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Suspeito preso por levar 11 fuzis para a Penha foi liberado da prisão pela Justiça 12 dias antes

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Leandro Rodrigues da Silva, de 38 anos, tinha sido preso pela Polícia Rodoviária Federal no dia 15 de janeiro com 30 kg de drogas, mas foi solto na audiência de custódia no dia 18.

Fuzis seriam levados para o Complexo da Penha. Foto: Divulgação

Leandro Rodrigues da Silva, de 38 anos, foi preso pela Polícia Federal, na madrugada desta quinta-feira (30), dirigindo um carro que levava 11 fuzis, de calibres 5,56 e 7,62, para o Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio.

A prisão de Leandro aconteceu 12 dias depois dele ser liberado em uma audiência de custódia, em Campos dos Goitacazes, no Norte Fluminense. Ele havia sido preso por tráfico de drogas.

Morador da Zona Oeste do Rio, com ensino médio completo e se apresentando como motorista de aplicativo, Leandro foi preso no dia 15 de janeiro por policiais rodoviários federais, quando dirigia um Ford Fiesta, no quilômetro 203, da BR-101, em Casimiro de Abreu, no Norte Fluminense.

No veículo, os policiais rodoviários encontraram:
  • 31,5 kg de maconha distribuídos em 41 tabletes em um saco preto;
  • 1.439 frascos de líquido de cheirinho de loló;
  • Dois galões de líquido semelhante a cheirinho de loló;
  • 2 pacotes com pinos transparentes vazios;
  • R$ 1.874 em dinheiro.

Levado para a 121ª DP (Casimiro de Abreu), Leandro mudou a versão de que tinha pegado a droga em Casimiro de Abreu. Ele contou que o carro foi abastecido na Linha Vermelha e seguia para Macaé. Em nenhum momento, segundo o Ministério Público, alegou estar fazendo uma corrida de aplicativo ou falou em entregador ou destinatário.

Leandro ficou preso por dois dias e, às 10h09 do dia 18 de janeiro, foi levado para a audiência de custódia. Na ocasião, o juiz Iago Saúde Izoton decidiu pela soltura de Leandro contrariando o MP, que pediu a conversão da prisão em flagrante para preventiva.

Em suas alegações, o magistrado informou que “a prisão preventiva se revela excepcional”:

“Na espécie, a despeito de a quantidade de droga apreendida com o custodiado não poder ser considerada pequena, é certo que a quantidade de droga não pode ser analisada isoladamente das demais circunstâncias que constam nos autos… não se vê anotação prévia por qualquer delito pendendo em desfavor do custodiado. Some-se a isso o fato de o custodiado não ter sido preso na posse de arma de fogo e de munições”.

A partir daí, o magistrado determinou que Leandro se apresentasse diante do juiz todo dia 10 de cada mês. Após a decisão do juiz, a promotora Luíza Klöppel, do Ministério Público estadual recorreu.

O MP apontou a gravidade do caso envolvendo o transporte da droga e o risco de que Leandro voltasse a delinquir.

Os 11 fuzis apreendidos pela PF tinha a marca de uma caveira semelhante ao personagem Justiceiro — Foto: Divulgação

12 dias depois da liberdade, os fuzis

Na noite de quarta-feira (29), os policiais federais da Delegacia de Repressão à Entorpecentes (DRE) iniciaram uma vigilância na serra, na altura do município de Paulo de Frontin em busca de uma moto que transportava material ilícito.

Ao encontrarem a BMW, presenciaram o momento em que o ocupante repassou duas malas ao motorista de um Nissan preto. O veículo foi seguido pelos policiais até um posto de gasolina onde foi feita a abordagem.

O motorista do carro era Leandro Rodrigues da Silva. O da moto, Gutenberg Samuel de Oliveira. Ambos foram presos e os veículos apreendidos.

O carregamento tinha 8 fuzis, de calibre 5.56 e 3 fuzis calibre 7.62, além dos veículos utilizados no transporte das armas. Todas as armas com a marca de uma caveira semelhante ao personagem Justiceiro, da Marvel.

De acordo com as investigações preliminares, o arsenal teria como destino os complexos da Penha e do Alemão, onde está baseada a chefia da facção Comando Vermelho.

A PM aprendeu, em 2023, 13 fuzis com o selo de uma caveira semelhante ao personagem Justiceiro, dos quadrinhos da Marvel — Foto: Reprodução

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Argentina corta taxas e Brasil volta a ter maior juro real do mundo

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País comandado por Javier Milei caiu da primeira para a terceira posição, após seu Banco Central reduzir suas taxas de juros em 3 pontos percentuais. Topo agora está com Brasil e Rússia.

Presidente da Argentina, Javier Milei. Foto: Ciro De Luca/ Reuters

O Brasil passou a ter o maior juro real do mundo. Na noite de quinta-feira (30), o Banco Central da Argentina, antiga líder do ranking, promoveu um novo corte em sua taxa básica de juros e tirou o país da primeira posição.

A autoridade monetária reduziu suas taxas de 32% para 29% ao ano. Segundo a instituição, essa redução é consequência da “consolidação observada nas expectativas de menor inflação.”

A Argentina encerrou 2024 com uma inflação anual de 117,8%. Apesar de ainda estar bastante alta, houve uma forte desaceleração em relação aos 211,4% registrados em 2023.

Com a taxa de juro real é calculada, entre outros pontos, pela taxa de juros nominal do país descontada a inflação prevista para os próximos 12 meses, o juro real argentino caiu para 6,14%. O país passou, então, para a terceira colocação no ranking.

Quem assume a ponta é antigo vice-líder, o Brasil. Nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu aumentar mais uma vez a Selic em 1 ponto percentual, levando o juro nominal a 13,25% ao ano, e o juro real a 9,18%.

Na segunda posição vem a Rússia, com uma taxa de juros real de 8,91%.

Veja abaixo os principais resultados da lista de 40 países.

Ranking de juros reais
Taxas de juros atuais descontadas a inflação projetada para os próximos 12 meses

Alta da Selic

Na última quarta-feira (29), o Copom anunciou sua decisão de elevar a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, para a casa de 13,25% ao ano.

Na decisão anterior, em dezembro, a autoridade monetária já havia elevado a taxa básica em 1 ponto percentual, para a casa de 12,25% ao ano. A decisão marca a quarta alta seguida da Selic.

Juros nominais

Considerando os juros nominais (sem descontar a inflação), a taxa brasileira permaneceu na 4ª posição.

Veja abaixo:

  1. Turquia: 45,00%
  2. Argentina: 29,00%
  3. Rússia: 21,00%
  4. Brasil: 13,25%
  5. México: 10,00%
  6. Colômbia: 9,50%
  7. África do Sul: 7,75%
  8. Hungria: 6,50%
  9. Índia: 6,50%
  10. Filipinas: 5,75%
  11. Indonésia: 5,75%
  12. Polônia: 5,75%
  13. Chile: 5,00%
  14. Hong Kong: 4,75%
  15. Reino Unido: 4,75%
  16. Estados Unidos: 4,50%
  17. Israel: 4,50%
  18. Austrália: 4,35%
  19. Nova Zelândia: 4,25%
  20. República Checa: 4,00%
  21. Canadá: 3,25%
  22. Alemanha: 3,15%
  23. Áustria: 3,15%
  24. Espanha: 3,15%
  25. Grécia: 3,15%
  26. Holanda: 3,15%
  27. Portugal: 3,15%
  28. Bélgica: 3,15%
  29. França: 3,15%
  30. Itália: 3,15%
  31. China: 3,10%
  32. Coreia do Sul: 3,00%
  33. Malásia: 3,00%
  34. Cingapura: 2,98%
  35. Dinamarca: 2,60%
  36. Suécia: 2,50%
  37. Tailândia: 2,25%
  38. Taiwan: 2,00%
  39. Suíça: 0,50%
  40. Japão: 0,50%

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