Acre
Do Acre para a China e da China para o Acre
Por Assurbanipal Mesquita*
A China, desde a década de 80, por iniciativa do seu líder Deng Xiaoping, que enfrentou todo o regime conservador, vem passando por uma intensa reinvenção que se materializa como uma forte transformação cultural e econômica, que cada vez mais se acelera e vem de fato melhorando a qualidade de vida de sua população. Os chineses hoje não acumulam somente o título de uma das maiores populações do mundo, mas, como uma das maiores economias, um dos melhores ambientes de produção industrial e inovação, caminhando para alcançar níveis de qualidade de vida muito atrativo para as pessoas.

No campo dos negócios, a China é o país que concentra a maior produção industrial, com uma indústria que se desenvolveu baseada na criação de várias Zonas de Processamento e Exportações, criadas para atrair indústrias estrangeiras e gerar empregos. Tal estratégia capacita e fomenta milhares de indústrias chinesas, que hoje conseguem fabricar produtos e soluções para todos os segmentos que pudermos pensar, com ótimo nível de tecnologia, elevada capacidade de produção e níveis de inovação inacreditáveis.
Assim, neste aspecto, a China é o maior fornecedor de todo tipo de produto acabado, bem como de equipamentos, maquinário, tecnologia e soluções para quem quer fazer, montar, ampliar ou operar um negócio, atendendo a todos os segmentos como agricultura, indústria, comércio, serviços e tecnologia. O que qualquer empreendedor necessitar, a China pode fornecer, e essa á a grande oportunidade.
Para fortalecer ainda mais os laços econômicos com outras nações e também projetar sua influência em escala global, a China vem implementando um projeto denominado de “Cinturão e Rota” (Belt and Road Initiative-BRI), algo equivalente à antiga “Rota da Seda”, que vem sendo implementada com projetos de infraestrutura, objetivando integração do país às diversas regiões do mundo, na intenção de solidificar sua posição como ator chave na arena internacional.
Dentro desta estratégia, a China vem implantando o Porto de Chancay, localizado a 70 km da cidade de Lima, no Peru. Será o principal porto entre a Ásia e a América do Latina. O investimento bilionário tem previsão para iniciar suas operações no final deste ano. A obra tem se conectado com a nossa estrada interoceânica.
Assim, com a implantação deste importante Porto, se abrirão grandes possibilidades de ampliar o fluxo de negócios da Ásia com o Brasil, com perspectivas de redução do tempo de frete. No meio deste caminho estamos nós, o Acre, que através de nosso corredor interoceânico pode ser um importante elo logístico entre o Brasil e o Pacífico.
Atualmente, no comércio exterior, a China ainda não é o maior parceiro do nosso estado, mas podemos registrar que no campo das exportações já acontecem alguns negócios, como a nossa soja exportável e a carne suína, além de alguns produtos industrializados que são importados.
Ampliar os negócios do Brasil com a China pelo Acre tem sido uma estratégia que o governo Gladson Cameli tem apoiado, juntamente com a Assembleia Legislativa e as instituições empresariais, como as federações e o Sebrae.
Assim, todos tem trabalhado na busca de ampliar os negócios em comércio exterior incluindo também a China como parceiro.
Podemos destacar algumas iniciativas que vêm acontecendo, como a agenda do próprio governador Gladson Cameli em divulgar o Acre em eventos globais, o trabalho do fortalecimento e a promoção do nosso corredor interoceânico, a retomada das obras do anel viário e ponte de Brasileia, a ampliação da equipe de agentes sanitários por parte do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o credenciamento de nossa proteína bovina e suína para comercializar com a China, a reestruturação da nossa Zona de Processamento de Exportações, e o estímulo e apoio aos empresários para exportar e importar.
Com relação ao estímulo para os empresários, foi realizada a Missão Acre para China que aconteceu no período de 14 à 29 de abril, que contou com a participação de 38 pessoas entre empresários, representação da Assembleia Legislativa e representação do governo do Estado do Acre.
Esta missão já vinha sendo pensada a mais de quatro anos, tendo sido postergada na época da pandemia, mas que por um esforço das federações empresariais, do SEBRAE/AC e dos próprios empresários, com apoio do governo do Estado do Acre e da Assembleia Legislativa, ela foi realizada.
Durante esses dias, os membros da comitiva acreana puderam participar da maior feira de negócios da Ásia, que é a Canton Fair, que acontece anualmente na cidade de Guangzhou, próximo a Hong Kong. Esta feira é uma amostra de todos os produtos, equipamentos, máquinas e soluções que a indústria chinesa possui em diversos segmentos e para atender a todos os setores econômicos.
Além da visita na feira, a comitiva pode participar também de encontros com empresários, autoridades e visitas em indústrias de acordo com seus interesses específicos.
Foram dias intensos, mas de grande aprendizado para todos, pois os acreanos tiverem primeiro que aprender a superar algumas situações, como enfrentar mais de 60 horas de translado aéreo, a diferença drástica do fuso horário, a dificuldade de comunicação, a necessidade de adaptação cultural e alimentar, adaptar-se ao formato de relacionamento, e conseguir seu principal objetivo, que é o conhecimento de como fazer negócios com empresas chinesas.
Apesar dos desafios, em avaliação preliminar desta missão, estamos com a certeza de que foi uma iniciativa muito promissora, pois todos se saíram muito bem. Presentes nas atividades, alguns fecharam negociações, mas todos certamente adquiriram a capacidade e o conhecimento e a certeza de que é possível e simples realizar negócios com chineses e fortalecer seus negócios ou criando novos negócios.
Assim, estamos retornando para casa com a sensação do dever cumprido e, neste sentido, quero agradecer e parabenizar a todas as entidades que apoiaram esta missão, como a Fecomércio, a Federacre, a Fieac, a Faeac, a ACISA, a ACECS, o SEBRAE (como principal apoiador), ao governo do Estado do Acre e à Assembleia Legislativa, e, em especial, a todos os empresários que se dedicaram a investir tempo e dinheiro, nesta importante agenda.
Agora vamos colher os frutos dos desdobramentos desta missão e que tenham todos excelentes negócios, pois nosso estado precisa de mais negócios, o que se desdobra em mais empregos para nossa população.
Assurbanípal Mesquita é engenheiro eletricista, coordenador da Câmara Técnica do Comércio Exterior do Fórum de Inovação e Desenvolvimento, atual secretário de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia do governo do Acre.
Fonte: Governo AC
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Justiça determina que governo do Acre nomeie 20 policiais penais em Sena Madureira
De acordo com o MPAC, há insuficiência grave de policiais penais na UPEM, o que impede o cumprimento mínimo da Lei de Execução Penal (LEP)

Para o MP, há direito subjetivo à nomeação dos aprovados dentro das vagas, conforme entendimento do STF (Tema 784). Foto: captada
Saimo Martins
A Vara Cível da Comarca de Sena Madureira determinou que o Governo do Acre convoque e nomeie, em até 30 dias, pelo menos 20 aprovados no concurso da Polícia Penal (Edital 001/2023 – SEAD/IAPEN) para atuarem na Unidade Penitenciária Evaristo de Moraes (UPEM). A decisão, assinada pelo juiz Caique Cirano de Paula, atende a pedido de tutela de urgência ajuizado pelo Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) em Ação Civil Pública.
A medida foi tomada após uma série de inspeções do Ministério Público, através do promotor Júlio César Medeiros, da Defensoria Pública e do próprio Judiciário apontarem um cenário crítico na unidade prisional, marcado por déficit de servidores, violações de direitos básicos e risco iminente à segurança.
Déficit de servidores e violações de direitos básicos
De acordo com o MPAC, há insuficiência grave de policiais penais na UPEM, o que impede o cumprimento mínimo da Lei de Execução Penal (LEP). Entre as violações identificadas estão a irregularidade no banho de sol — que chega a ocorrer apenas uma vez por mês — precariedade no fornecimento de água, problemas na qualidade da alimentação, ausência de equipe de saúde adequada e inexistência de Grupo de Intervenção, único caso no Estado.
Relatórios da Defensoria Pública e do Juízo da Execução Penal reforçaram a grave situação, caracterizada pelo Ministério Público como expressão local do Estado de Coisas Inconstitucional reconhecido pelo STF no sistema prisional brasileiro.
Concurso com vagas abertas e aprovados sem nomeação
O concurso da Polícia Penal previa 261 vagas, e 308 candidatos concluíram o curso de formação. No entanto, apenas 170 foram convocados até agora. Para o MP, há direito subjetivo à nomeação dos aprovados dentro das vagas, conforme entendimento do STF (Tema 784).
O diretor da unidade informou que seriam necessários, no mínimo, 30 novos servidores, sendo 16 para formação do Grupo de Intervenção e 12 para reforçar a equipe educacional.
Decisão determina ações imediatas
Na decisão, o juiz afirma que não há violação ao princípio da separação dos poderes, uma vez que o Judiciário apenas determina o cumprimento de obrigações legais já previstas. O magistrado destacou a urgência diante do risco à integridade física de internos e servidores, além das violações massivas de direitos fundamentais.
Segundo ele, o Ofício nº 7.499/SMCRI00, expedido pelo Juízo da Execução Penal e que estabeleceu prazos curtos para regularização do banho de sol, atendimento em saúde e fornecimento de água potável, evidencia a gravidade da situação. O juiz ressaltou que a normalização dessas atividades depende diretamente de efetivo de segurança suficiente para garantir a movimentação dos presos e a ordem interna. Ele apontou que a privação crônica de banho de sol, a ausência de assistência à saúde e as falhas no fornecimento de água elevam o risco de instabilidade interna a níveis perigosos. A falta de um Grupo de Intervenção, conforme observou o Ministério Público, transforma a UPEM em uma “bomba-relógio”, ameaçando a segurança de servidores, internos e da população. O magistrado concluiu que, diante do histórico de violência, rebeliões e evasões no sistema prisional acreano, o Poder Judiciário, provocado pelo Ministério Público e apoiado em recente atuação da Defensoria Pública, não pode se omitir frente à evidente falha do Poder Executivo na implementação das políticas penitenciárias necessárias.
O Estado deverá adotar uma série de medidas no prazo de 30 dias, conforme determinação judicial. Entre elas está a nomeação de pelo menos 20 policiais penais aprovados e formados no concurso, para atuação imediata na Unidade Penitenciária Evaristo de Moraes (UPEM). Também deverá ser criado e capacitado um Grupo de Intervenção, composto por no mínimo 16 policiais penais.
A decisão determina ainda que as vagas de estudo oferecidas aos internos sejam ampliadas de 40 para 80, além da obrigatoriedade de garantir banho de sol diário com duração mínima de duas horas, conforme prevê a Lei de Execução Penal (LEP). Outro ponto imposto é a regularização do fornecimento de água potável, que deverá ocorrer pelo menos três vezes ao dia, com horários fixos divulgados em todos os blocos da unidade.
O magistrado ainda determinou que o Estado realize a manutenção preventiva do sistema de bombeamento de água, assegurando uma reserva técnica para situações emergenciais. Em caso de descumprimento das medidas, foi fixada multa diária de R$ 10 mil, limitada a 30 dias.
“Realize a manutenção preventiva do sistema de bombeamento de água, a fim de garantir o fornecimento de água potável, no mínimo, três vezes ao dia aos internos, em horários fixos, com fixação do cronograma de liberação de água sendo afixado em todos os blocos, com manutenção de reserva técnica de água para situações emergenciais. Fixo, a título de astreintes, multa diária no montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais), limitada a 30 (trinta) dias”, diz a decisão.
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Acre tem 152 obras federais paradas, com R$ 1,2 bilhão paralisados durante governo Lula, aponta TCU
Dados atualizados até abril de 2025 mostram que saúde e educação concentram maior número de obras interrompidas; causas das paralisações não são detalhadas no painel do tribunal

O Ministério das Cidades reúne 31 obras suspensas, impactando projetos de habitação e urbanização. O DNIT contabiliza 12 interrupções em frentes relacionadas à malha viária e logística estadual. Foto: captada
O Acre convive com 152 obras federais paralisadas, que somam cerca de R$ 1,2 bilhão em investimentos represados, segundo dados do Tribunal de Contas da União (TCU) atualizados até abril de 2025. As áreas de saúde e educação são as mais afetadas, com 50 e 32 obras interrompidas, respectivamente.
O levantamento, foi consultado na última quarta-feira (3), não detalha os motivos das paralisações, mas revela um cenário crítico para a infraestrutura e os serviços públicos no estado. No Ministério da Saúde, as obras paradas incluem unidades básicas, estruturas intermediárias e equipamentos que, se concluídos, ajudariam a desafogar o sistema hospitalar e ampliar o acesso à população.
Já o Ministério da Educação tem paralisadas 32 obras, como escolas, creches e outros equipamentos essenciais para regiões com carência de vagas e infraestrutura limitada.
Outros órgãos também aparecem com números expressivos: o Ministério das Cidades tem 31 obras suspensas (habitação e urbanização), e o DNIT contabiliza 12 paralisias que afetam a malha viária e a logística estadual. Completam a lista o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (11 obras), Ministério do Esporte (9), Funasa (3), Ministério da Agricultura e Pecuária (2), além do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos e o Ministério do Turismo, com 1 obra cada.
A falta de detalhamento sobre as causas — que podem incluir entraves administrativos, questões jurídicas, falhas de execução ou falta de repasse de recursos — dificulta a análise e a busca por soluções para retomar investimentos essenciais ao desenvolvimento do estado.

A leitura das informações revela que os setores de saúde e educação, pilares essenciais do atendimento direto à população, concentram o maior número de obras interrompidas no estado. Foto: captada
O Ministério da Educação, com 32 obras que incluem escolas, creches e outros equipamentos educacionais. A interrupção desses projetos impacta diretamente a expansão da oferta de ensino e o atendimento a crianças e jovens em regiões onde a carência por infraestrutura permanece elevada.
O levantamento do TCU também aponta paralisações em outras pastas relevantes. O Ministério das Cidades acumula 31 obras interrompidas, incluindo projetos de urbanização e habitação. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) aparece com 12 obras, afetando frentes ligadas à malha viária e logística do estado.
Distribuição por pasta ministerial
- Saúde: 50 obras paralisadas (unidades básicas, estruturas intermediárias)
- Educação: 32 obras (escolas, creches, equipamentos de suporte)
- Cidades: 31 obras (habitação e urbanização)
- DNIT: 12 obras (malha viária e logística)
- Integração Regional: 11 obras
- Esporte: 9 obras
Impactos diretos
- Saúde: Sistema hospitalar não é desafogado
- Educação: Déficit de vagas e infraestrutura permanece
- Logística: Transporte de insumos e atendimento a municípios isolados comprometido
Falta de transparência
- Causas: Painel não detalha motivos das paralisações
- Entraves: Dificuldade em identificar problemas administrativos, jurídicos ou financeiros
Apesar do impacto econômico e social gerado pela interrupção dos investimentos, o painel do TCU não detalha os motivos que levaram cada projeto à condição de paralisação, deixando abertas questões sobre problemas contratuais, falhas de execução, falta de repasses ou entraves administrativos.
As paralisações refletem um problema crônico na execução de obras públicas no Acre, estado historicamente dependente de investimentos federais. A falta de explicações oficiais sobre as causas das interrupções dificulta a busca por soluções e prolonga o sofrimento da população que aguarda por serviços essenciais.
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Prefeito de Rio Branco anuncia Natal com árvore maior, drone show e iluminação em LED em todas as regionais
Tião Bocalom apresentou as novidades do “Acender das Luzes do Natal de Vida, Esperança e Dignidade 2025” e garantiu decoração em bairros e programação cultural intensa, com Festival de Drones marcado para 20 de dezembro

Bocalom também adiantou que o município prepara atividades especiais para o Réveillon, mantendo o padrão dos anos anteriores. Foto: captada
O prefeito Tião Bocalom apresentou, em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (5) na Praça da Revolução, as principais novidades da decoração e programação natalina de Rio Branco para 2025. Com o tema “Natal de Vida, Esperança e Dignidade”, o evento trará iluminação em LED e uma árvore de Natal 4 metros maior que a do ano passado.
— Agora trabalhando com muito LED. A nossa árvore de Natal esse ano tem 4 metros a mais do que o ano passado. A população vai ver, vai ficar muito bonito — afirmou Bocalom.
A iluminação não se restringirá ao Centro: todas as dez regionais da cidade receberão itens decorativos reutilizados de anos anteriores, e avenidas importantes serão embelezadas com novos equipamentos. O prefeito relacionou o investimento ao espírito natalino e ao compromisso da gestão com a população.
A programação cultural prevê cantatas, corais locais, artistas regionais e, como ponto alto, o Festival de Drones, marcado para o dia 20 de dezembro.
— Eu prefiro gastar o dinheiro com o Festival de Drones, que tem o quê? 3, 4 anos que o mundo conheceu esse trabalho, do que gastar com um artista só que sempre está vindo aqui para o Acre levando o nosso dinheiro embora — declarou Bocalom.
As luzes natalinas permanecerão acesas até 10 de janeiro, e o município prepara também atividades especiais para o Réveillon. Sobre o transporte público durante o período festivo, o prefeito adiantou que a gestão divulgará em breve os detalhes para garantir mobilidade e segurança.

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