Brasil
Distribuidoras de gás de cozinha têm que explicar por que não reduziram preços
Senacon notifica o sindicato das empresas para assegurar que a precificação seja transparente e justa com o consumidor
A Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) notificou distribuidoras de gás de cozinha de todo o país para darem explicações sobre os preços praticados. O órgão, ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, pretende esclarecer por que as distribuidoras e revendedores de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) não estão repassando as quedas de preços aos consumidores.
A notificação, enviada pela Senacon na terça-feira (6), é uma resposta aos dados divulgados pelo Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás e Biocombustíveis), que indicaram a manutenção dos preços de venda ao consumidor, mesmo com a redução dos valores anunciada, e já praticada, pela Petrobras.
“Normalmente, a atenção do noticiário volta-se sempre para gasolina e diesel. Entretanto, para a população mais pobre, o preço extorsivo do gás de cozinha é muito prejudicial. Existem pessoas que, não tendo condições de pagar pelo gás, estão utilizando lenha, colocando sua vida e de seus familiares em risco. Não podemos aceitar que a redução não tenha chegado às casas das pessoas”, disse Wadih Damous, secretário nacional do Consumidor, justificando a relevância da ação.
O objetivo da Senacon, segundo o próprio órgão, é assegurar que as distribuidoras atuem de forma justa e transparente com os consumidores. A notificação foi encaminhada ao Sindigás (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo) que, a partir do recebimento, tem prazo de 48 horas para prestar esclarecimentos à secretaria.
As informações serão analisadas pelo órgão, que vai investigar a existência de distorções significativas entre os diferentes elos da cadeia de fornecimento e buscar irregularidades nos processos de precificação.
Combustíveis a preço justo
A Senacon também divulgou, em 30 de maio, o relatório detalhado do “Mutirão do Preço Justo”, realizado no dia 24 do mesmo mês, ação que contou com a participação de Procons de todo o país. A iniciativa tinha a proposta de pesquisar e analisar os preços dos combustíveis em todo o Brasil, logo após o anúncio de redução dos valores, feito pela Petrobras.
O diagnóstico apresentado pela secretaria revelou dados importantes sobre a formação dos preços e mostrou a necessidade de implementar medidas que garantam maior transparência e competitividade no setor.
A Senacon firmou o compromisso de atuar de maneira permanente no tema dos combustíveis, em conjunto com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e a ANP (Agência Nacional do Petróleo). As entidades trabalham em conjunto para a realização de um Acordo de Cooperação Técnica, para monitorar e contribuir com a elaboração de uma política pública no setor dos combustíveis no Brasil.
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Brasil
Mutirão do Serasa de negociação de dívidas com bancos está disponível nos Correios

- Serasa e mais de 50 bancos se unem para reduzir a maior causa de endividamento do país.
- Mutirão emergencial Desbanca Serasa oferece descontos de até 97%.
- 35 milhões de brasileiros somam 65 milhões de dívidas contraídas com bancos.
- Ação entre Serasa e bancos disponibiliza 400 milhões de ofertas para negociação até 30 de junho.
- Cartão de crédito é o principal motivo de dívidas com o sistema bancário.
- Uso de Pix para pagar dívidas bancárias possibilita nome limpo na hora.
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Velha guarda do PT acreano se reúne para debater “reconstrução do estado” e futuro partidário
Ex-governadores Jorge Viana e Binho Marques, além de outras lideranças históricas, discutem estratégias para retomar o projeto da “Florestania” em encontro em Rio Branco
Em um clima de nostalgia e projeção política, a velha guarda do Partido dos Trabalhadores do Acre – que governou o estado por 20 anos consecutivos – se reuniu nesta segunda-feira (16) na residência do ex-governador Jorge Viana, atual presidente da ApexBrasil. O encontro contou com figuras emblemáticas do petismo acreano, como o ex-prefeito de Rio Branco Raimundo Angelim, o ex-deputado federal Nilson Mourão, o ex-governador Binho Marques e o vereador André Kamai.
Com um café da manhã servido de fundo, o grupo debateu o que Viana classificou como “os tempos difíceis que o Acre vive” e traçou estratégias para “reconstruir o estado e retomar vitórias como na época da Florestania”. O ex-governador destacou o caráter afetivo e político do encontro:
“Foi momento de reencontro, escuta e partilha. Pude abraçar velhos amigos, trocar ideias, ouvir cada companheiro presente. Também senti a ausência de tantos que não puderam vir, mas telefonei para outros”, relatou Viana.
O encontro marca o reaproximação das principais lideranças do PT acreano em um momento crucial, quando o partido busca se reorganizar após sucessivas derrotas eleitorais. O objetivo declarado é construir unidade interna e preparar as bases para um projeto político que retome o ideário da “Florestania”, marca do governo petista no estado.
Com 2026 no horizonte, o PT sinaliza que pretende reocupar espaço político no Acre, possivelmente com nomes experientes de seu quadro histórico. O encontro desta segunda-feira foi o primeiro passo concreto nessa direção.
“Como já fizemos no passado. Minha passagem na prefeitura, no governo e no senado deixou um legado de realizações e profundas mudanças no no Acre. Graças a Deus, conseguimos transformar sonhos em realidade e fazer nossa terra viver tempos de prosperidade”, disse.
Viana ainda diz ter esperança de seguirem todos juntos. “Com coragem, trabalho e compromisso de lutar novas mudanças e transformações na vida do povo acreano outra vez”, finalizou.
Viana é um dos fundadores da “florestania”, ou “governo da floresta”. O termo, criado por um grupo de políticos que compôs a Frente Popular do Acre (FPA) no fim da década de 1990, esteve no centro de seguidas administrações petistas, de 1999 a 2018.
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Fachin critiza ativismo judicial do STF e defende respeito ao Legislativo
Ministro que assumirá a presidência da Corte em setembro afirma que invasão da seara do Congresso gera “repulsa” e desequilíbrio institucional; declaração ocorre em meio a polêmicas sobre judicialização da política

O ministro Edson Fachin afirmou que “não é legítimo o Supremo invadir a seara do legislador”. Foto: STF/Assessoria
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, futuro presidente da Corte a partir de setembro, afirmou nesta segunda-feira (16) que não é legítimo o STF “invadir a seara do legislador”. A declaração, feita durante o lançamento de um livro em comemoração aos seus dez anos no tribunal, foi interpretada como uma crítica velada ao ativismo judicial que tem marcado a atuação do Supremo nos últimos anos.
“O Supremo não tem feito outra coisa a não ser invadir a seara do legislador, que é o Congresso, e tem causado grande repulsa nas pessoas que se preocupam com o equilíbrio institucional”, disse Fachin, segundo relato do comentarista Cláudio Humberto, do Jornal Gente (Rádio Bandeirantes). A fala surge em um momento de tensão entre os Poderes, com o STF frequentemente no centro de decisões que impactam diretamente a agenda política.
Indicado ao STF pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e associado à chamada “bancada da esquerda” na Corte, Fachin tem histórico de ativismo político, o que torna sua declaração ainda mais significativa. Analistas questionam se o discurso representa uma autocrítica, um posicionamento isolado ou uma tentativa de moderar a imagem do tribunal diante das crescentes críticas.
O paradoxo Fachin
Perfil: Integrante da chamada “bancada da esquerda”, indicado por Dilma Rousseff em 2015
Discurso: Crítica à judicialização da política contrasta com sua trajetória de decisões progressistas
Timing: Declaração ocorre três meses antes de assumir a presidência do STF
Análise do contexto
Especialistas ouvidos pelo Jornal Gente destacam a ambiguidade do posicionamento:
Autocrítica? Fachin já votou por decisões que ampliaram competências do STF
Sinalização política? Discurso pode buscar reduzir tensões com o Congresso
Preparação para a presidência? Tentativa de reposicionar a Corte como árbitro, não ator político
“O STF tornou-se protagonista em detrimento do Legislativo, e isso desequilibra o jogo democrático”, avaliou o comentarista Cláudio Humberto, questionando se a fala representa genuíno mea culpa ou estratégia de imagem.
Impacto institucional
A declaração chega em momento sensível:
- STF tem 57 processos com potencial para legislar sobre temas em tramitação no Congresso
- Taxa de rejeição à Corte atingiu 41% em pesquisa recente do Datafolha
- Fachin herdará casos explosivos como investigações sobre orçamento secreto e reformas estruturais
Para Cláudio Humberto, a ambiguidade da fala deixa dúvidas: “Não ficou claro se a intenção era criticar [o STF] ou um aceno aos críticos”. O comentarista reforçou que o protagonismo político do Supremo “não faz bem à democracia”, ecoando um debate que ganha força entre juristas e parlamentares.
O episódio reacende a discussão sobre os limites da atuação do Judiciário e o risco de judicialização excessiva, tema que deve dominar os debates institucionais nos próximos meses, especialmente com a iminente ascensão de Fachin à presidência do STF.
Com informações de Cláudio Humberto/Jornal Gente (Rádio Bandeirantes)
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