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Cotidiano

Dia Mundial de Combate ao Tráfico de Pessoa: relatório aponta Acre como rota internacional

Alvo agora são meninas de até 18 de idade, com o registro de 86 denúncias em três anos; Acre é uma das rotas

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Tráfico de Pessoas, um crime cruel e quase invisível na sociedade. Foto: Reprodução

POR TIÃO MAIA

No Dia Mundial de Combate ao Tráfico de Pessoa, lembrado em todo o planeta neste 30 de julho, e no momento em que o Acre entrou para lista da comunidade internacional como uma das rotas internacionais utilizadas pelos chamados “coiotes”, os praticantes desta irregularidade, um relatório divulgado na quinta-feira (29) trouxe ainda mais preocupações para as autoridades responsáveis pelo policiamento nas fronteiras do Estado com a Bolívia e Peru. Afinal, é após passar por esses dois países que os traficantes de pessoas ingressam no território brasileiro, através do Acre, buscando o destino final – isso, quando não fazem a rota contrária, passando pelo Acre e ingressando no coração da América do Sul para, a partir dali, buscar países como os Estados Unidos ou os do continente europeu.

No relatório divulgado por entidades ligadas ao movimento internacional de Direitos Humanos, pelo menos 86 denúncias de tráfico de pessoas envolvendo meninas de até 18 anos foram feitas entre 2017 e 2020 no Brasil. A pesquisa se refere a denúncias feitas ao Disque 100, de Direitos Humanos. É o que aponta o Relatório Nacional de Dados sobre Tráfico de Pessoas 2017-2020.

O dado chama atenção por ser acima da média global apresentada pelo relatório do UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime da ONU). Enquanto a média nacional foi de 40%, os dados mundiais registram 34% de vítimas no mesmo período.

O 30 de julho como Dia Internacional de Combate ao Tráfico de Pessoas foi criado para chamar a atenção em relação a este tipo de crime. Segundo a ONU, quase um terço das vítimas desse tipo de crime são crianças, e 71% das pessoas traficadas são meninas e mulheres.

No período analisado, ao todo, o Disque 100 recebeu 176 denúncias de tráfico interno — dentro do país —, e 79 de tráfico internacional, sendo 86 meninas (até 18 anos) e 64 mulheres (58,8% do total de denúncias), e 17 meninos e 10 homens (50,19% do total). Desses números, há prevalência na modalidade exploração sexual (83), adoção ilegal (43), e trabalho em condições análogas a de escravo (23).

Considerada a terceira maior atividade ilícita do mundo, perdendo apenas para tráfico de drogas e o de armas, o tráfico de pessoas é quando a vítima é agenciada, aliciada, recrutada, transportada, transferida, comprada, alojada ou acolhida mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, estabelecem os informes de órgãos de segurança como a Polícia Federal, com base em informes internacionais.

De acordo com a Polícia Federal, os criminoso utilizam esses artifícios para remoção de órgãos, tecidos ou partes do corpo da vítima, trabalho em condições análogas a de escravo, submeter a qualquer tipo de servidão, adoção ilegal ou exploração sexual. A pena é de reclusão de 4 a 8 anos, e multa.

O relatório é o primeiro documento com informações coletadas a partir da Lei de 2016, sobre prevenção e repressão ao crime, e que amplia as finalidades de exploração decorrentes do tráfico. Até então, o tráfico de pessoas no Brasil estava ligado apenas à prostituição e à exploração sexual.

Na Central de Atendimento à Mulher —Ligue 180—, foram contabilizadas 388 denúncias de tráfico de pessoas, sendo 237 referentes à exploração sexual, 121 ao trabalho análogo ao da escravidão, 17 para fins de adoção e 13 para remoção de órgãos.

As mulheres também somaram maioria como possíveis vítimas atendidas no sistema de saúde, ou seja, nos hospitais e postos. Segundo o Ministério da Saúde, foram 456 pessoas identificadas pelo sexo feminino ante 154 homens. Os números de 2020 ainda não estão completos, e os dados foram contabilizados até setembro do ano passado.

O relatório reúne dados de diversos órgãos como a Polícia Federal, o Ministério da Cidadania, que comanda os Creas (Centro de Referência Especializado em Atendimento Social) e Ministério da Saúde, e cada um tem sua metodologia de preenchimento de dados. O relatório aponta também que somente em operações da PF, foram resgatadas 203 pessoas vítimas de tráfico interno e internacional no período analisado, sendo 32 crianças e adolescentes (até 18 anos), 129 homens e 42 mulheres.

De acordo com o órgão, o número de inquéritos por modalidade de tráfico interno e internacional aumentou bastante entre 2017 para 2020, de 15 para 218 investigações, com ênfase no trabalho em condições análogas de escravo (de 8 para 67), seguido por remoção de órgãos (3 para 44), servidão (0 a 36), exploração sexual (2 para 36) e adoção ilegal (2 para 35).

Houve também mais condenações. De acordo com o Depen (Departamento Penitenciário Nacional), no que se refere ao tráfico interno, cinco pessoas, todos identificados como homens, foram sentenciadas em 2017, e 38 em 2020. No que se refere ao tráfico internacional, há uma participação maior de mulheres: foram 31 condenadas, ante os 56 homens nos últimos três anos. Segundo o Depen, casos de tráfico internacional estariam relacionados à exploração sexual e, seguindo essa lógica, mais mulheres atuariam no crime para esse fim, o que levaria à hipótese de que possíveis vítimas de tráfico ascenderam a um novo rol dentro da organização criminosa.

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Câmara de Epitaciolândia debate criação de rede de proteção para crianças e adolescentes

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Vereador Antônio Rosiclei destaca necessidade de atenção especial ao ambiente escolar durante reunião promovida pelo MPAC

O presidente destacou que é fundamental garantir a segurança nas escolas, uma vez que não se pode prever as reações ou pensamentos de cada aluno. Foto: cedida 

O presidente da Câmara Municipal de Epitaciolândia, vereador Antônio Rosiclei (Solidariedade), participou ativamente da reunião promovida pelo Ministério Público do Acre (MPAC) no dia 15 de julho, em Brasiléia, que discutiu a implementação da rede de proteção municipal para crianças e adolescentes. O encontro, realizado no auditório da Unidade Ministerial, reuniu representantes de diversos órgãos comprometidos com a garantia dos direitos dessa população.

Durante o evento, presidente Rosiclei enfatizou a importância da vigilância atenta no ambiente escolar. “Precisamos estar atentos aos sinais de violência que muitas vezes surgem nas escolas. A segurança dos nossos jovens e a integração entre todos os órgãos são fundamentais para construir uma rede de proteção eficaz”, declarou o parlamentar.

A reunião contou com a participação de importantes atores do sistema de garantia de direitos, incluindo representantes do Instituto Socioeducativo (ISE), do Poder Executivo Municipal, do Legislativo e de outras instituições dedicadas à proteção infanto-juvenil. A iniciativa marca um avanço nas políticas públicas locais de cuidado e prevenção à violência contra crianças e adolescentes no município.

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Prefeitura de Rio Branco sanciona pacote de novas leis voltadas à proteção social, inclusão e desenvolvimento urbano

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Outras medidas também buscam promover inclusão e valorização de categorias profissionais. A Lei Municipal nº 2.578/2025, de autoria do vereador Moacir Júnior, institui o Dia Municipal do Motoboy, em reconhecimento ao trabalho essencial desses profissionais.

Prefeito sanciona novas leis municipais com foco em inclusão, saúde, educação e valorização social em Rio Branco. Foto: David Ragel/Secom

A Prefeitura de Rio Branco realizou, nessa segunda-feira (14), uma cerimônia oficial de sanção de um conjunto de novas leis municipais. Fruto da cooperação entre o Executivo e o Legislativo, os dispositivos legais abordam áreas essenciais como proteção social, saúde, educação, inclusão, cultura e valorização profissional. A solenidade destacou o compromisso da gestão municipal com o bem-estar da população e o fortalecimento das políticas públicas.

O vereador Joabe Lira, presidente da Câmara Municipal de Rio Branco, falou da importância da sanção dessas leis para o município. Segundo ele, algumas delas já estão em execução pela Prefeitura.

“Na realidade, isso já tem sido executado no município, mas agora está sendo regulamentado. Com certeza vai trazer cada vez mais benefícios para a população de Rio Branco.”

Entre as leis sancionadas está a Lei Municipal nº 2.583/2025, que proíbe a contratação de shows e artistas, além da realização de eventos destinados ao público infantojuvenil ou familiar que envolvam conteúdo sexual explícito. A medida visa garantir um ambiente seguro e adequado ao desenvolvimento de crianças e adolescentes.

Com certeza vai trazer cada vez mais benefícios para a população de Rio Branco”, disse Joabe Lira. Foto: David Ragel/Secom

Na área da educação e sustentabilidade, a Lei Municipal nº 2.584/2025 institui o Programa de Hortas e Fazendinhas nas Escolas Municipais. A iniciativa tem como objetivo promover a alimentação saudável e o contato direto dos alunos com a natureza e o cultivo de alimentos, incentivando práticas sustentáveis desde a infância.

Duas legislações também foram direcionadas ao enfrentamento dos impactos de desastres naturais. A Lei Complementar nº 346/2025, de iniciativa do Executivo, concede isenção e remissão de tributos como IPTU e a Taxa de Resíduos Sólidos (TRS) a imóveis atingidos por enchentes e deslizamentos. Já a Lei Municipal nº 2.577/2025, de autoria do vereador Felipe Tchê, cria o Programa Municipal de Atenção e Orientação às Mães Atípicas, oferecendo suporte e acolhimento a mulheres que cuidam de filhos com deficiência ou condições especiais.

Outras medidas também buscam promover inclusão e valorização de categorias profissionais. A Lei Municipal nº 2.578/2025, de autoria do vereador Moacir Júnior, institui o Dia Municipal do Motoboy, em reconhecimento ao trabalho essencial desses profissionais. No campo da acessibilidade, a Lei nº 2.579/2025, proposta pelo vereador Neném Almeida, determina a disponibilização de diplomas e certificados em braile para pessoas com deficiência visual.

“Essas leis refletem o empenho da atual gestão em construir uma cidade mais inclusiva”, destacou o prefeito. Foto: David Ragel/Secom

A saúde da mulher também foi contemplada com a Lei nº 2.582/2025, de autoria do vereador João Paulo, que estabelece a Semana Municipal de Cuidados com a Mulher na Menopausa ou em Climatério. A proposta visa promover ações educativas e de saúde para um público muitas vezes negligenciado nas políticas públicas.

As leis foram elaboradas com apoio da Secretaria Especial de Assuntos Jurídicos e Atos Oficiais (Sejur). Segundo o prefeito Tião Bocalom, essas leis refletem o empenho da atual gestão em construir uma cidade mais inclusiva, justa e preparada para enfrentar os desafios sociais e urbanos.

“Desde quando a gente assumiu a Prefeitura, nós sempre procuramos fazer tudo dentro daquilo que manda a lei. Aquilo que não existia lei que regulamentasse, nós estamos procurando fazer. E os nossos vereadores estão contribuindo muito. A nossa base tem uma contribuição muito grande na organização dessa legislação para o nosso município. E aqui hoje, com o maior prazer, nós estamos sancionando leis que, inclusive, a grande maioria delas — apenas uma é de nossa iniciativa — as demais são de iniciativa dos nossos vereadores.”

Veja vídeo reportagem:

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Epitaciolândia cria programa de prevenção e combate à violência doméstica

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Epitaciolândia cria programa de prevenção e combate à violência doméstica

A Prefeitura de Epitaciolândia publicou nesta quarta-feira, 16, a Lei nº 540, que institui o Programa de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e Intrafamiliar, batizado como “Lei Rocicléia de Souza Souza”. A iniciativa visa implementar políticas públicas voltadas ao enfrentamento da violência contra a mulher.

O programa tem como objetivo promover a prevenção, proteção e acolhimento às mulheres vítimas de violência doméstica, além de desenvolver ações de conscientização da sociedade e de reeducação para homens autores desse tipo de agressão. Entre as medidas previstas, está a criação de grupos reflexivos que incentivem a responsabilização e transformação de comportamentos violentos.

A gestão municipal, sob comando do prefeito Sérgio Lopes (PL), reforça ainda a importância da articulação entre órgãos públicos, como Ministério Público, Poder Judiciário e forças de segurança, para garantir o adequado encaminhamento e acompanhamento dos casos.

Além da prevenção e acolhimento, o programa prevê atendimento psicossocial tanto para as vítimas quanto para os agressores, buscando reduzir a reincidência da violência e promover relacionamentos familiares mais saudáveis.

A lei destaca que o programa será conduzido por uma equipe técnica multidisciplinar, com psicólogos, assistentes sociais e especialistas em violência de gênero, coordenada pela Secretaria Municipal de Assistência Social. Também estão previstas campanhas educativas, capacitação de servidores públicos e ampliação dos canais de denúncia.

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