Brasil
Desmatamento na Amazônia afeta fenômeno ‘rios voadores’ e pode alterar clima em outras regiões brasileiras
Pesquisadores explicam que ação do homem vem causando ‘efeito cascata’ no meio ambiente. ‘Rios voadores’ são massas de ar úmido que levam chuvas ao restante do Brasil.

‘Rios voadores’ perdem força e alteram clima em todo o Brasil, segundo especialistas, por conta do aumento das queimadas na Amazônia. — Foto: Gerard Moss/Divulgação
Por Rebeca Beatriz
Com o aumento do desmatamento na Amazônia, que cresceu 24% no primeiro semestre de 2020 e bateu o recorde dos últimos dez anos, o fenômeno amazônico “rios voadores” vem sofrendo alterações no comportamento, segundo especialistas. O fenômeno leva umidade da bacia amazônica a outras regiões do país, mas, com a quantidade de floresta devastada, pesquisadores alertam para “efeito cascata”’ que pode gerar mudanças no clima desses lugares.
Meteorologistas e ambientalistas consultados pela reportagem explicaram que os rios voadores são a massa de ar úmido que viaja da Amazônia para todo o Brasil, responsável pela formação das chuvas, amenizando a sensação de calor. A floresta amazônica funciona basicamente como uma bomba de água natural, que abastece o restante do Brasil.
O meteorologista e mestre em Clima e Ambiente pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Bruno Takeshi Tanaka Portela, conta que o aumento do desmatamento vem, ao longo dos anos, fazendo com que esse fenômeno se enfraqueça, já que depende das florestas da Região Norte para acontecer.
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“Os rios voadores começam a perder quantidade de água e, consequentemente, afetam as chuvas. Como parte das mudanças climáticas envolvem o desmatamento, é um efeito cascata. Sem árvore para ajudar na transpiração, menos água na atmosfera. Menos chuva, mais seca”, explicou.
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De acordo com pesquisas científicas, durante o fenômeno “rios voadores”, as árvores da floresta amazônica devolvem a água das chuvas para a atmosfera em forma de vapor d’água, que é transportado e cai em forma de chuva nas outras regiões.
Como exemplo, o meteorologista disse que uma árvore de 10 metros de diâmetro bombeia para a atmosfera mais de 300 litros de água em forma de vapor, em um único dia. Uma árvore que tem o dobro do tamanho é capaz de bombear mais de 1.000 litros por dia.
Estima-se que existem aproximadamente 400 bilhões de árvores na Amazônia, de acordo com um estudo publicado pelo Inpa, em 2013. Conforme o Ministério do Meio Ambiente, a Amazônia é o maior bioma do Brasil: num território de 4,196.943 milhões de km2 (IBGE, 2004), crescem 2.500 espécies de árvores (ou um-terço de toda a madeira tropical do mundo) e 30 mil espécies de plantas (das 100 mil da América do Sul).
Porém, o número tende a ser reduzido por conta da devastação das florestas, prejudicando o meio ambiente. O geógrafo e ambientalista Carlos Durigan explicou que, basicamente, quando se perdem as florestas, perde-se uma das fontes de gerar umidade no ar, que, com o acúmulo, vai gerar chuva em outras regiões, efeito nocivo para a natureza.
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“Acontece o aquecimento do planeta, que traz consequências como extremos climáticos: verões muito quentes e secos, invernos muito frios, períodos chuvosos mais intensos. O desmatamento vai influenciando e gerando mais problemas ambientais” , resumiu.
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Os pesquisadores alertam, ainda, que, com os rios voadores afetados, além dos problemas climáticos, há a perda de um ecossistema vital para a humanidade. As mudanças resultam numa influência negativa sobre o cultivo para as atividades agrícolas e pecuárias, afetando também a produtividade da agricultura, pecuária e a produção de alimentos para as pessoas.

Fonte: Projeto Rios Voadores — Foto: G1
Desmatamento na Amazônia
No primeiro trimestre de 2020, os alertas de desmatamento na floresta Amazônica bateram o recorde histórico, em comparação ao mesmo período dos últimos quatro anos, de acordo com o sistema Deter-B, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Entre janeiro e março de 2020 foram emitidos alertas para 796,08 km² da Amazônia, aumento de 51,45% em relação ao mesmo período de 2019, quando houve alerta para 525,63 km². Em 2018 foram 685,48 km²; em 2017 foram 233,64 km² e em 2016 foram 643,83 km².

Árvores caídas em área desmatada da Amazônia em Itaituba, no Pará — Foto: Ricardo Moraes/Reuters/Arquivo
Esse número foi o maior em dez anos, de acordo com Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), órgão não vinculado ao governo. O município de Lábrea, distante 701 quilômetros de Manaus, no Amazonas está entre os cinco municípios em todo o País que mais desmataram, com 23 km² de floresta devastada.
No primeiro semestre deste ano, Amazônia teve um aumento de 24% nos alertas de desmatamento medidos pelo sistema do Imazon. Ao todo, segundo os dados, são 2.544 km² com sinais de desmatamento, o segundo maior valor acumulado em um semestre desde 2010, de acordo com os dados.
Vento levou fumaças da Amazônia
Assim como o fenômeno dos ‘rios voadores’, que começa na Amazônia, mas tem efeitos sobre todo o país, as mudanças climáticas alteradas pela ação do homem já vem, ao longo dos anos, impactando diretamente o Brasil e até o mundo. Em agosto do ano passado, o céu em São Paulo ficou encoberto por nuvens e o “dia virou noite”.
Especialistas apontaram, na época, que o fenômeno estava relacionado à chegada de uma frente fria e também de partículas oriundas da fumaça produzida em incêndios florestais na Amazônia. Um mês depois, cidades do Sul e do Sudeste do país foram tomadas por uma nuvem de fumaça, que se originou, segundo especialistas, das queimadas que aconteciam na região amazônica.
Naquele mesmo período, as queimadas na Amazônia avançavam de forma expressiva. Em agosto de 2019, o indíce registrado foi quase três vezes maior que o registrado nos primeiros sete meses do ano. Os mais de 5,3 mil focos acalçaram proporções que tiveram impacto em todo o país.
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Campanha de vacinação contra a gripe começa nesta segunda-feira

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Começa nesta segunda-feira (7) a campanha nacional de vacinação contra a influenza. A meta é imunizar 90% dos chamados grupos prioritários, que incluem crianças de 6 meses a menores de 6 anos, idosos e gestantes. Também podem receber a dose:
– trabalhadores da saúde;
– puérperas;
– professores dos ensinos básico e superior;
– povos indígenas;
– pessoas em situação de rua;
– profissionais das forças de segurança e de salvamento;
– profissionais das Forças Armadas;
– pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade);
– pessoas com deficiência permanente;
– caminhoneiros;
– trabalhadores do transporte rodoviário coletivo (urbano e de longo curso);
– trabalhadores portuários
– funcionários do sistema de privação de liberdade;
– e população privada de liberdade, incluindo adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas (com idade entre 12 e 21 anos).
Proteção
De acordo com o Ministério da Saúde, o imunizante distribuído na rede pública protege contra um total de três vírus do tipo influenza e garante uma redução do risco de casos graves e óbitos provocados pela doença.
Em 2025, a dose contém as seguintes cepas: H1N1, H3N2 e B. A administração, de acordo com o ministério, pode ser feita junto com outras vacinas do Calendário Nacional de Vacinação.
Doses
Para a vacinação deste ano, a pasta adquiriu um total de 73, 6 milhões de doses. No primeiro semestre, 67,6 milhões de doses devem ser distribuídas para as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. No segundo semestre, 5,9 milhões serão enviadas para o Norte.
Inverno amazônico
A campanha, este ano, será realizada em dois momentos:
– primeiro semestre (março/abril): nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul
– segundo semestre (setembro): na Região Norte, alinhando-se ao período de maior circulação viral na região, o chamado inverno amazônico.
Eficácia e segurança
Ainda de acordo com a pasta, a vacina contra a gripe é capaz de evitar entre 60% e 70% dos casos graves e dos óbitos relacionados à doença.
O imunizante é contraindicado para crianças menores de 6 meses e pessoas com histórico de anafilaxia (reação alérgica) grave após doses anteriores.
Cobertura
Em 2024, a cobertura vacinal contra a gripe entre os públicos prioritários foi de 48,89% na Região Norte e 55,19% nas demais regiões.
“O Ministério da Saúde reforça a importância da vacinação e conta com a participação de toda a população. Vacinar-se é um ato de cuidado próprio e coletivo. As vacinas são seguras, eficazes e gratuitas.”
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Pé-de-Meia: alunos nascidos em novembro e dezembro recebem 1ª parcela

Foto: MEC/Divulgação
O Ministério da Educação (MEC) paga nesta segunda-feira (7) valor do Pé-de-Meia aos beneficiários que nasceram em novembro e dezembro. O valor de R$ 200 corresponde ao incentivo-matrícula, a primeira parcela do ano do programa na edição 2025.
Este é o sexto e último dia de depósitos escalonados, conforme o mês de nascimento dos estudantes do ensino médio da rede pública.
O programa tem o objetivo de incentivar o estudante de baixa renda da rede pública a permanecer na escola e concluir o ensino médio.
Depósitos
A Caixa Econômica Federal confirma que, neste mês, serão disponibilizadas cerca de 3,9 milhões de parcelas, sendo 1,3 milhão para novos estudantes, ou seja, que ingressaram no primeiro ano do ensino médio público em 2025.
Neste mês, ainda serão pagas também parcelas remanescentes de 2024 dos incentivos conclusão e de participação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), bem como do incentivo-frequência para os estudantes que tinham pendências.
A parcela única anual no valor de R$ 200 já poderá ser sacada, se o estudante quiser. Não é necessário esperar a formatura no ensino médio para usufruir dos recursos financeiros.
A instituição avisa que não é preciso ir à agência bancária para abrir a conta. O dinheiro do incentivo do Pé-de-Meia cai direto na conta bancária aberta pelo banco público em nome do beneficiário.
Outras informações relativas ao dia de pagamento do benefício podem ser consultadas também no app Caixa Tem.
Quem pode participar
O estudante não precisa fazer cadastro para entrar no Pé-de-Meia.
Para ser incluído, basta:
- estar matriculado no ensino médio regular das redes públicas de ensino e ter 14 e 24 anos de idade ou estar matriculado na educação de jovens adultos (EJA) das redes públicas, com idade entre 19 e 24 anos;
- possuir Cadastro de Pessoa Física (CPF) regular;
- ser parte de uma família inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal (CadÚnico) até 7 de fevereiro de 2025, com renda média por pessoa de até meio salário mínimo.
Quem atender aos requisitos é incluído automaticamente na chamada Poupança do ensino médio.
As regras valem para os novos alunos que começaram o ensino médio em 2025 e para aqueles que já participavam desde o primeiro ano do Pé-de-Meia. Os estudantes que passaram de série em 2024 e, neste ano, cursam a segunda ou a terceira série do ensino médio tiveram a inclusão renovada.
Saiba se tem direito
Para quem cumpre os critérios, a entrada no Pé-de-Meia ocorre de forma automática, ou seja, o Ministério da Educação não faz contato com beneficiários.
Caso o aluno ou o responsável pelo estudante menor de 18 anos tenha dúvidas sobre estar ou não na lista de participantes do programa, pode consultar o aplicativo Jornada do Estudante do MEC para conferir se tem direito a receber os benefícios e os status de pagamentos (rejeitados ou aprovados).
A ferramenta pode ser baixada de graça em smartphones e tablets e o login é feito com o próprio CPF do estudante na conta no portal único de serviços digitais do governo federal, o Gov.br. A conta pode ser de nível de segurança bronze.
O app também ajuda a entender quais possíveis critérios não foram atendidos para que o estudante fosse considerado inelegível.
Calendário
A Portaria nº 143/2025 do MEC estabelece o calendário de pagamento de todos os incentivos financeiros do programa Pé-de-Meia em 2025, até o início de 2026.
Além dos depósitos relativos ao incentivo-matrícula, ainda estão programados os pagamentos das bolsas de incentivo-frequência dos estudantes nas aulas, e participação no Enem. Os pagamentos seguem um cronograma que varia conforme o mês de nascimento do estudante.
Os estudantes que participarem do Pé-de-Meia durante os três anos podem ter depósitos que somam até R$ 9,2 mil por aluno ao fim do ensino médio.
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Petrobras recebe licença para operação de unidade de fauna em Oiapoque, no Amapá
A Petrobras recebeu na sexta-feira (4) licença da Secretaria de Meio Ambiente do Amapá (Sema) para operação da Unidade de Atendimento e Reabilitação de Fauna, no município de Oiapoque, na fronteira com a Guiana Francesa.
De acordo com a petrolífera, a instalação funciona como um “hospital” para fauna e conta com ambulatório, salas de estabilização, atendimento, centro cirúrgico e outros espaços dedicados a atender aves, mamíferos marinhos, tartarugas, golfinhos e peixes-boi.
A construção da unidade em Oiapoque é parte do processo de licenciamento ambiental do projeto de perfuração que a Petrobras pretende iniciar em águas profundas do Amapá, na Margem Equatorial brasileira.
Com a perfuração, a Petrobras pretende investigar a existência de petróleo na costa do estado.
A visita de técnicos do Ibama está prevista para acontecer a partir desta segunda-feira (7).
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