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Crise na Venezuela: ‘Parte da esquerda não aprende as lições da história’, diz Mujica
Em entrevista à BBC, o ex-presidente do Uruguai diz que a Venezuela se tornou parte da estratégia geopolítica dos EUA e que pode se tornar palco de uma guerra; ele defendeu novas eleições gerais e reconheceu que a crise naquele país prejudica a esquerda como um todo na América Latina.

Jose Mujica no Festival de Veneza — Foto: Reuters/Tony Gentile
Por BBC
O ex-presidente uruguaio José “Pepe” Mujica defende que, para evitar que a crise na Venezuela desemboque para uma guerra, é preciso haver eleições gerais no país, com um forte monitoramento internacional que garanta a participação de todas as correntes políticas.
Em entrevista à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, Mujica afirmou crer que os Estados Unidos estão dispostos a intervir na Venezuela para viabilizar uma vantagem geopolítica em relação à China. A intenção do governo americano seria impedir que o gigante asiático controle o petróleo do país da América do Sul.
Embora o ex-guerrilheiro tupamaro tenha mantido uma relação próxima como o ex-presidente da Venenzuela Hugo Chávez, que morreu em 2013, ele evita se posicionar sobre Nicolás Maduro.
Mujica reconhece, porém, que “o regime venezuelano” prejudicou a esquerda na América Latina. “Parte da esquerda não aprende as lições da história”, criticou.
Na entrevista, Mujica evitou arriscar palpite sobre as intenções do líder da oposição, Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino da Venezuela com o apoio de países como Estados Unidos, Canadá e Brasil.
Nesta semana, o Uruguai vai realizar uma reunião inaugural do Grupo Internacional de Contato sobre Venezuela, com a presença de representantes da União Europeia e de nações da América Latina. O grupo foi criado para tentar encontrar uma solução para a crise venezuelana.

Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, não reconhecida por Nicolás Maduro, se declara presidente interino do país — Foto: Federico Parra/ AFP
Leia os principais trechos da entrevista de Mujica à BBC News Mundo:
BBC – O senhor tem defendido que haja eleições gerais na Venezuela. Por quê?
José Mujica – Porque o pior dos resultados seria um mal menor.
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Estou convencido e tenho elementos para dizer que, em última instância, se os Estados Unidos não virem outro remédio, ele vai intervir. O tema central para mim é evitar a guerra.
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A política norte-americana em relação à Venezuela nos tempos de Obama era apostar que (o governo da Venezuela) se desgastasse sozinho. Mas a política atual mudou. Decidiram frear o desenvolvimento da China. E isso tem que ser visto pelo contexto geopolítico. Por isso, foram tomadas essas medidas econômicas em relação à China.
E eu sei que as pessoas que rodeiam Trump têm assustado os diplomatas de carreira dos Estados Unidos, por causa da posição intervencionista. Por isso, se o grande império não vai aceitar de braços cruzados que o petróleo venezuelano seja administrado pela China, estamos diante de uma possibilidade de guerra.
Não julgo as intenções do presidente autoproclamado. Mas estou convencido de que, com essa polarização, é impossível fazer eleições dentro da Venezuela sem uma forte intervenção de monitoramento do processo, e se as Nações Unidas lavam as mãos… Em vez de tanta declaração, tanto cerco, tanta ameaça, (era preciso) garantir um processo eleitoral em que todos pudessem participar.
BBC – Mas Maduro até agora rechaçou qualquer possibilidade disso…
José Mujica – Mas, o que estão oferecendo ao regime venezuelano? Renda-se e depois veremos. E ainda há um importante personagem do governo americano dizendo que vão levá-lo (Maduro) a Guantánamo.
Então, se você quer evitar uma guerra, tem que criar alternativas. Porque, pelo andar das coisas, estão obrigando a (começar) uma guerra. Você pode ir à guerra por convicção ou por não ter mais remédio além disso. Ninguém vai se render para simplesmente ser encarcerado.
A dificuldade é conseguir ver essa realidade a fundo ante essa nuvem de declarações que oculta o essencial, que é o tema da guerra. Nesta área da América, sabe-se quando uma guerra começa, mas não quando termina.

Maduro anunciou reforços na Forças Armadas — Foto: Reuters
BBC – Há quem diga, entre a oposição na Venezuela, que faz tempo que há uma guerra no país: tem repressão, presos políticos, tortura…
José Mujica – Há uma guerra sem tiros. Mas não é esse o pano de fundo do assunto. Porque presos políticos, violações de direitos humanos, falta de garantias jurídicas existem em vários países pelo mundo. Os Estados Unidos hoje negociam com os talibãs. Temos a Arábia Saudita, etc, etc. Se vamos romper relações a julgar por essas questões, pobre mundo. Temos que romper com meia humanidade.
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Não é isso o essencial. Que piada! Os Estados Unidos suportaram por quase um século a realidade em Cuba. Mas não aceitam a realidade da Venezuela. Por quê? Para mim, é mais uma evidência que salta aos olhos. Mas a realidade é a realidade.
Essa vontade política existe e vão levá-la às últimas consequências. Portanto, é preciso pensar numa alternativa capaz de garantir, pelo menos, a paz.
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BBC – O senhor tem se mostrado disposto a oferecer uma espécie de mediação. Tem falado concretamente sobre isso com alguém?
José Mujica – Não falei com ninguém. Nada disso é legítimo do ponto de vista legal, porque existe um intervencionismo brutal. Não me lembro de governos que tenham se autoproclamado. Mas me parece que a discussão jurídica não é o mais relevante aqui. A grande potência está disposta a intervir. A Venezuela pode se tornar marco de uma luta geopolítica. O (que poderia permitir menor impacto) são eleições com garantias para que subsistam todas as correntes políticas e o diálogo.
BBC – Mas as eleições também podem gerar polarização se ninguém estiver disposto a ceder. Seriam eleições entre Maduro e Guaidó? Ou outros candidatos?
José Mujica – Não, todas as correntes políticas. Nisso que se chama de oposição, existem várias vertentes. Inclusive, tem um chavismo opositor. Todos têm que se expressar. E terão que ser formadas coalizões. Mas é um jogo de democracia mais ou menos liberal que permita fugir ao perigo dos tiros.
Naturalmente, é possível que surja um governo opositor ao que tem sido a política de Maduro e todo o resto. Não tenho dúvida disso. Mas é melhor que isso tenha um respaldo eleitoral e que haja um jogo democrático.

Polícia dispersa manifestação de opositores a Maduro em Caracas, em imagem de arquivo — Foto: REUTERS/Andres Martinez Casares
BBC – O senhor fala em regime de Maduro. Então, para o senhor trata-se de uma ditadura?
José Mujica – Não vou entrar nessa questão, porque se quero negociar, não posso insultar. Tenho que reconhecer a realidade. Também não vou insultar o senhor presidente autoproclamado. Para encontrar uma saída, é preciso ter a delicadeza necessária.
Entendo perfeitamente, por exemplo, a atitude do México (o governo mexicano declarou apoio a Maduro). O México vai enxergar o mundo através dos cristais de sua história. O México nunca avalizou qualquer tipo de intervencionismo. Perdeu metade do território e 12 mil soldados aos Estados Unidos, e essas coisas estão latentes na cultura do país. Pode ser que algumas pessoas não compreendam, não sabem o que é uma guerra.
BBC – Ao mesmo tempo em que a crise na Venezuela se aprofundou, vários governos de esquerda na América Latina perderam voto popular. Há uma conexão? O que acontece na Venezuela prejudica a esquerda latino-americana?
José Mujica – Sim, claro que sim.
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Há uma velha confusão entre socializar e estatizar que desemboca na burocracia, uma doença humana que fez até Roma padecer. E existe uma parcela da esquerda latino-americana e mundial que não aprende as lições da história.
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Isso não significa que seja preciso abandonar a bandeira da luta pela redução da desigualdade. O crescimento substancial joga a favor da economia transnacional e do mundo financeiro, e as classes médias estão congeladas e em perigo no mundo todo. A luta pela igualdade se justifica mais que nunca. Não pela igualdade absoluta, mas para reduzir os abismos.
Eu não acredito que o México tenha despertado de repente e retornado à esquerda. No México, houve um voto de protesto ao que havia na política. As pessoas estão votando contra o que há, porque existe uma insatisfação enorme nas classes médias. Isso está complicando tudo.
BBC – Um ex-chanceler do México afirmou que o Uruguai está prisioneiro dos negócios que fez com a Venezuela e que o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, Luis Almagro, surgiu que o Uruguai esclareça esses negócios…
José Mujica – Essa é uma infâmia a mais que se diz, porque eventualmente essas coisas ventilaram na Justiça e houve uma decisão da Justiça. Se questionam a Justiça uruguaia, que falem com a Justiça uruguaia.
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O Uruguai assumiu uma posição que não é nem de apoio nem de condenação. O Uruguai está assustado com a possibilidade de uma guerra.
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O Uruguai é um país insignificante. Tem 3 milhões de habitantes. Mas amanhã vai receber representantes de diversos governos, porque essa preocupação existe. A causa da paz está acima de qualquer outra causa.
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TV Brasil Celebra 2026 com clássicos do samba
Este artigo aborda tv brasil celebra 2026 com clássicos do samba de forma detalhada e completa, explorando os principais aspectos relacionados ao tema.
O Especial de Ano Novo da TV Brasil para 2026
A TV Brasil preparou um grandioso Especial de Ano Novo para celebrar a chegada de 2026, com foco na rica cultura do samba. A emissora pública irá embalar a virada com as vibrantes emoções do "Trem do Samba", uma tradicional e icônica manifestação cultural carioca que, no ano anterior, celebrou três décadas de existência. O especial será transmitido na quarta-feira, 31 de dezembro de 2025, a partir das 23h, oferecendo aos telespectadores uma retrospectiva musical com os clássicos atemporais do gênero que marcam a identidade brasileira.
A programação cuidadosamente selecionada apresentará performances de personalidades de destaque no cenário do samba. Entre os nomes confirmados estão a veneranda cantora Leci Brandão, conhecida por sua voz potente e suas letras engajadas, e o bamba Marquinhos de Oswaldo Cruz, figura central e idealizador do próprio Trem do Samba. O especial também contará com a participação da lendária Velha Guarda da Portela, um tesouro vivo da escola de samba, e do talentoso compositor Marcelinho Moreira, que prestará uma emocionante homenagem ao saudoso Arlindo Cruz, um dos maiores ícones do samba brasileiro.
O repertório do Especial de Ano Novo é um verdadeiro banquete para os amantes do samba, trazendo sucessos que transcenderam gerações. Leci Brandão interpretará clássicos como "Zé do Caroço", "Isso é Fundo de Quintal", "Valeu Demais" e "Supera". Já a homenagem a Arlindo Cruz incluirá obras autorais marcantes do bamba, como "O Bem", "Meu Lugar", "Fim da Tristeza", "A Pureza da Flor", "O Que é o Amor", "Alto Lá", "Samba de Arerê" e "O Show Tem Que Continuar", garantindo momentos de pura emoção e nostalgia para o público.
Com uma duração de três horas, o especial compila os shows que a TV Brasil exibiu com exclusividade, ao vivo, na noite de sábado, 6 de dezembro do ano anterior. As performances foram captadas diretamente do palco Mestre Monarco, o principal do evento Trem do Samba, que anualmente acontece em Oswaldo Cruz, na zona norte do Rio de Janeiro. A jornalista e apresentadora Bia Aparecida conduziu a transmissão original, que também esteve disponível no aplicativo TV Brasil Play e no canal do YouTube da emissora, ampliando o acesso à celebração do samba. O evento em si comemora o Dia Nacional do Samba, celebrado em 2 de dezembro, e busca resgatar a história e valorizar nomes consagrados que marcaram época na cultura popular, como Candeia, Tia Doca, Monarco e Manacéia, perpetuando a essência e a resistência do samba.
Trem do Samba: Tradição e Significado Cultural
O Trem do Samba, que completou três décadas como uma das mais vibrantes manifestações da cultura carioca, transcende a mera celebração musical para se firmar como um pilar fundamental na preservação da memória e identidade do gênero. Enraizado nas tradições do Rio de Janeiro, o evento anual é um testemunho vivo da riqueza cultural brasileira, servindo como ponto de encontro para gerações de sambistas e entusiastas, além de reforçar a importância histórica do bairro de Oswaldo Cruz na formação do samba.
Sua gênese remonta a uma época de repressão, quando figuras lendárias como Paulo da Portela e outros astros do início do século 20 utilizavam as viagens de trem para fugir da perseguição policial ao gênero musical. Essa inspiração histórica é a espinha dorsal do Trem do Samba, que se dedica a resgatar a trajetória do samba e homenagear grandes nomes que moldaram sua essência. Personalidades como Candeia, Tia Doca, Monarco e Manacéia, cujas contribuições são inestimáveis, são reverenciadas, garantindo que suas obras e histórias permaneçam vivas na consciência coletiva.
Realizado anualmente em Oswaldo Cruz, na zona norte do Rio de Janeiro – local de grande simbolismo para a história do samba –, o evento culmina com a celebração do Dia Nacional do Samba, em 2 de dezembro. Idealizado e organizado por figuras como o compositor Marquinhos de Oswaldo Cruz, o Trem do Samba não é apenas uma festa grandiosa, mas um movimento contínuo de valorização, educação e resistência cultural, reafirmando o samba como um patrimônio imaterial de inquestionável valor e relevância para a identidade nacional brasileira.
Grandes Nomes e Sucessos do Samba no Palco
A celebração do samba na TV Brasil para 2026 destaca um elenco estelar de grandes nomes que abrilhantaram o palco Mestre Monarco, principal do tradicional Trem do Samba, em Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro. A programação especial, parte das comemorações dos 30 anos do evento e do Dia Nacional do Samba, reuniu ícones da música brasileira para performances inesquecíveis, transmitidas com exclusividade pelo canal público. A curadoria da emissora garantiu a presença de artistas que representam a riqueza e a diversidade do gênero, trazendo à tona clássicos atemporais e homenagens emocionantes que rememoram a história e a força do samba.
Entre os talentos que subiram ao palco, a veterana Leci Brandão, uma das vozes mais respeitadas do samba e figura essencial na luta por representatividade, encantou o público com sua interpretação singular. Em seu repertório, sucessos marcantes como "Zé do Caroço", "Isso é Fundo de Quintal", "Valeu Demais" e "Supera" ecoaram, reafirmando seu status de diva do samba. A artista, conhecida por sua profunda conexão com as raízes do gênero e sua luta social, entregou uma performance vibrante que celebrou a essência e a atemporalidade de suas composições, demonstrando a vitalidade do samba contemporâneo.
Outro ponto alto da noite foi a emocionante homenagem ao saudoso Arlindo Cruz, conduzida pelo compositor Marcelinho Moreira. Moreira apresentou uma coletânea de obras autorais emblemáticas do bamba, incluindo "O bem", "Meu Lugar", "Fim da Tristeza", "A pureza da flor", "O que é o amor", "Alto lá", "Samba de Arerê" e o hino "O show tem que continuar". A Velha Guarda da Portela, guardiã de uma das mais ricas tradições do samba e patrimônio cultural, também marcou presença, ao lado de Marquinhos de Oswaldo Cruz, idealizador do Trem do Samba. Essas apresentações, com três horas de duração, foram gravadas em dezembro durante o evento em Oswaldo Cruz e prometem reviver a atmosfera contagiante da festa em território carioca.
A Essência do Samba: Resgate e Homenagens
A programação especial da TV Brasil, que celebra a virada de 2026 com clássicos do samba, tem sua essência profundamente enraizada no resgate histórico e na valorização da cultura popular brasileira. O Trem do Samba, uma manifestação cultural com três décadas de existência, é o catalisador dessa iniciativa. Sua concepção remonta à inspiração nas viagens de trem realizadas por figuras lendárias como Paulo da Portela, que, no início do século XX, utilizavam esses deslocamentos para fugir da repressão policial que cercava o gênero musical. Mais do que um evento festivo, o especial da TV Brasil e o Trem do Samba configuram um poderoso ato de memória e resistência, celebrando a jornada e a resiliência de um ritmo que se tornou um pilar fundamental da identidade nacional.
O especial da TV Brasil concretiza essa essência do samba através de um repertório diversificado de homenagens. A programação destaca a atuação de nomes consagrados da música brasileira, como a veterana Leci Brandão e o bamba Marquinhos de Oswaldo Cruz, idealizador do Trem do Samba, que garantem a autenticidade e a vitalidade do gênero. A profundidade cultural é intensificada pela participação da Velha Guarda da Portela, um símbolo vivo da tradição e da linhagem do samba, e pela performance do compositor Marcelinho Moreira, que presta um emocionante tributo ao saudoso Arlindo Cruz, interpretando sucessos que marcaram gerações e reforçando o legado do "Dia Nacional do Samba".
A iniciativa transcende a mera celebração contemporânea do samba, dedicando-se a imortalizar o legado de grandes mestres que pavimentaram o seu caminho. Figuras icônicas como Candeia, Tia Doca, Monarco e Manacéia, cujas histórias e contribuições são inestimáveis para a cultura popular brasileira, são reverenciadas, assegurando que suas memórias e influências permaneçam vivas e relevantes. O repertório musical, que abrange clássicos atemporais como "Zé do Caroço", "Isso é Fundo de Quintal", "O Bem" e "Meu Lugar", tanto em novas interpretações quanto nas vozes originais, reforça o compromisso de manter acesa a chama do samba, estabelecendo uma ponte vital entre o passado, o presente e o futuro desse ritmo intrínseco à alma brasileira.
Como Acompanhar o Show: Plataformas e Acesso
O aguardado especial de virada de ano "TV Brasil Celebra 2026 com clássicos do samba" poderá ser acompanhado por diversas plataformas, garantindo acesso amplo a todo o público brasileiro. A transmissão principal acontecerá nesta quarta-feira, dia 31, a partir das 23h (horário de Brasília), diretamente pelo canal aberto da TV Brasil. Além da sintonização convencional em televisores, os espectadores que possuem pacotes de TV por assinatura ou parabólicas também poderão sintonizar a emissora para desfrutar das três horas de shows memoráveis. Esta cobertura multiplataforma visa democratizar o acesso à rica programação cultural da virada.
Para aqueles que preferem a flexibilidade do consumo digital ou que não puderem acompanhar a transmissão ao vivo pela televisão, a TV Brasil oferece robustas opções online. O conteúdo estará disponível, em tempo real e posteriormente sob demanda, através do aplicativo TV Brasil Play. Gratuito e facilmente baixável, o app é compatível com os sistemas operacionais Android e iOS, permitindo que smartphones e tablets se transformem em portais para o samba. Adicionalmente, o especial poderá ser assistido diretamente pelo site oficial do TV Brasil Play, acessível via qualquer navegador web, e também pelo canal oficial da TV Brasil no YouTube, oferecendo mais uma importante via de acesso digital.
Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br
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Governo devolve R$ 2,8 bilhões a aposentados por descontos indevidos
O governo federal ressarciu R$ 2.820.799.182,93 às vítimas de descontos irregulares de mensalidades cobradas por associações, sindicatos, entidades de classe e organizações em benefícios previdenciários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O valor foi divulgado nesta segunda-feira (29), no último balanço realizado pelo instituto, com base nos dados registrados até 26 de dezembro.
Notícias relacionadas:
- Governo prorroga até 2026 prazo para pedido de ressarcimento do INSS.
- Mais de 2 milhões aderiram a acordo de ressarcimento do INSS.
O total ressarcido atende 4.137.951 solicitações de contestação apresentadas por aposentados e pensionistas que questionaram os descontos irregulares.
Pedidos abertos
De acordo com o balanço do INSS, ao todo foram abertos 6.362.898 pedidos de contestação de descontos indevidos. Deste total, 6.231.376 são contestações de beneficiários que não reconheceram os descontos feitos pelas entidades associativas.
Apenas em 131.522 pedidos abertos houve reconhecimento da autorização para os respectivos descontos de mensalidades.
Ao todo, 44 entidades foram contestadas pelo governo federal a prestar informações sobre os descontos em benefícios do INSS. Do total de pedidos de apuração, as entidades responderam com documentação a 1.592.421 pedidos.
Canais de atendimento
De acordo com o balanço, o canal de atendimento mais buscado pelos beneficiários e pensionistas para contestar os descontos foi o Meu INSS (aplicativo e site): com 3.440.069 pedidos ou 54,1% do total.
Em segunda posição, está a central telefônica 135, com 419.924 pedidos (6,6%), seguida pelo atendimento prestado em agências dos Correios (2.259.424 pedidos, 35,5%). Por fim, estão os pedidos abertos de ofício: 243.239 (3,8%).
Prazo
Em novembro, o governo federal prorrogou o prazo de contestação para 14 de fevereiro de 2026. Vale lembrar que a adesão ao acordo de ressarcimento administrativo pelo governo federal vale para descontos realizados entre março de 2020 e março de 2025. O acordo evita a necessidade de ação judicial.
Como contestar
Quem ainda não contestou os descontos poderá fazê-lo de três formas:
- Aplicativo ou site Meu INSS, clicando em serviço Consultar Descontos de Entidades Associativas;
- Central 135: ligação telefônica gratuita, de segunda a sábado, das 7h às 22h; e
- Correios: mais de 5 mil agências oferecem atendimento assistido e gratuito.
No aplicativo Meu INSS é preciso fazer login na conta Gov.br.
Ao clicar em “Não autorizei o desconto”, o beneficiário registra a contestação, e a entidade tem até 15 dias úteis para responder.
Caso não apresente uma resposta, o sistema abre automaticamente a opção para os aposentados e pensionistas fazerem a adesão ao acordo de ressarcimento.
Relembre o caso
Os descontos das mensalidades associativas diretamente dos benefícios previdenciários estão suspensos desde 23 de abril, quando a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram a Operação Sem Desconto, que tornou pública a existência de um esquema que lesou milhões de beneficiários do INSS de todo o Brasil.
As fraudes e os criminosos envolvidos também estão sob investigação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), no Congresso Nacional, no momento, em recesso parlamentar.
Clique aqui e leia mais notícias da Agência Brasil sobre o assunto.
Fonte: Conteúdo republicado de AGENCIA BRASIL - NOTÍCIAS
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Lula não deveria concorrer à reeleição em 2026, avalia The Economist

Para a revista britânica The Economist, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deveria disputar a reeleição em 2026. Em editorial publicado na terça-feira (30), o periódico destaca a idade do petista, que completou 80 anos em outubro, e argumenta que os brasileiros “merecem opções melhores”.
Lula tem 80 anos. Apesar de todo o seu talento político, é simplesmente arriscado demais para o Brasil ter alguém tão idoso servindo mais quatro anos no cargo máximo. Carisma não é escudo contra o declínio cognitivo
The Economist
A publicação traça um paralelo entre Lula e o ex-presidente dos Estados Unidos Joe Biden, que em 2024 desistiu de chefiar a Casa Branca por mais quatro anos em meio à campanha eleitoral. Na ocasião, a candidata escolhida para substituir o Democrata no pleito, Kamala Harris, terminou derrotada por Donald Trump.
“Lula tem apenas um ano a menos do que Joe Biden tinha no ponto equivalente do ciclo eleitoral de 2024 nos Estados Unidos — que terminou de forma desastrosa. Ele parece estar em condição muito melhor do que Biden estava, mas já teve problemas de saúde”, ressalta o Economist.
De acordo com a publicação, apesar de a economia brasileira ter apresentado bons resultados, as políticas econômicas do governo Lula são “medíocres”.
“Elas se concentram sobretudo em transferências aos pobres, acompanhadas de medidas de aumento de arrecadação que se tornam cada vez menos amigáveis aos negócios, embora ele tenha agradado aos empregadores com uma reforma para simplificar os impostos.”
Na avaliação do Economist, Lula “poliria seu legado” ao abandonar a disputa pelo Planalto no próximo ano, permitindo assim uma “disputa adequada em busca de um novo campeão da centro-esquerda”.
Flávio Bolsonaro é “impopular” e “ineficaz”, diz Economist
Ao avaliar a corrida eleitoral pela Presidência da República em 2026, a revista classifica o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), primogênito do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como “impopular” e “ineficaz”. A pré-candidatura de Flávio ao Planalto foi confirmada em carta escrita à mão pelo pai no início deste mês.
Ainda segundo o Economist, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a quem o periódico chama de “ponderado” e “democrata”, é o nome mais proeminente da direita numa eventual disputa contra Lula no ano que se aproxima.
“Bolsonaro talvez ainda perceba que Flávio não tem chance e transfira seu apoio para Tarcísio de Freitas. De qualquer forma, Tarcísio deveria ter a coragem de entrar na disputa. Diferentemente dos Bolsonaros, ele é ponderado e democrata. Diferentemente de Lula, tem apenas 50 anos.”
O artigo de terça-feira também reforça a ideia de que em 2025 as instituições democráticas brasileiras se mostraram “robustas” e que o país seguiu o devido processo legal ao condenar Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão pela trama golpista após as eleições de 2022.
“Se forem sábios, [os partidos da direita] abandonarão Flávio e se unirão em torno de um candidato capaz de ir além da polarização dos anos Lula-Bolsonaro. Uma figura de centro-direita que corte a burocracia, mas não as florestas tropicais; que seja duro contra o crime, mas não despreze as liberdades civis; e que respeite o Estado de Direito, poderia tanto vencer quanto governar bem. O Brasil tem tudo a ganhar em 2026 — e o resultado é preocupantemente incerto”, conclui o Economist.


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