Cotidiano
‘Coração destruído’, diz professora que perdeu a mãe e o pai para Covid-19 em menos de uma semana no AC; irmão segue internado
A professora Elisangela Anástacio perdeu a mãe no último dia 6 e o pai na madrugada desta quinta-feira (11); O irmão segue internado em tratamento contra a doença sem saber das mortes. Mãe morreu à espera de uma vaga na UTI.

Maria das Graças Prado de Souza morreu no último dia 6 com Covid-19 e Edmilton Prado nesta quinta-feira (11) — Foto: Arquivo da família
Por Aline Nascimento
A professora Elisangela Anastácio, de 47 anos, tenta juntar forças para superar as mortes da mãe Maria das Graças Prado de Souza, de 71 anos, no último dia 6, e do pai Edmilton Daniel de Souza, de 81 anos, na madrugada desta quinta-feira (11) para a Covid-19. O irmão dela também está internado com a doença no hospital de campanha de Rio Branco.
Além deles, a filha de Elisangela, Raniella de Souza Anastácio, de 28 anos, também se infectou com o novo coronavírus, ficou internada, mas já recebeu alta médica.
O pai da professora, Edmilton Daniel de Souza, de 81 anos, estava em estado gravíssimo na UTI do Into-AC. Ele não chegou a saber da morte da esposa. Em um dos leitos da enfermaria na mesma unidade de saúde, Elyton Prado de Souza, de 41 anos, luta contra a Covid-19 também sem saber da morte dos pais.
Diante do sofrimento e espera, Elisangela passou a tomar remédios para dormir, tem crises de ansiedade e não sabe como será a vida sem a mãe. Ela, o filho e o marido não se infectaram com a doença.
“Nossa mãe era o alicerce da família, era aquela que sempre foi protetora, que nunca passava dois dias sem ligar para o filho. Os filhos almoçavam na casa dela, tomavam café com ela. No bairro Aeroporto Velho, onde morava, era muito querida, houve muitas homenagens para ela. Era uma pessoa muito boa. Se você perguntar quem era dona Maria e seu Edmilton no bairro, todo mundo diz quem eram, moravam há 50 anos lá. Os vizinhos comerciantes estenderam um pano preto em luto”, lamentou.
Além de conviver com o luto, Elisangela sofre a cada boletim médico divulgado. Com o coração acelerado e dolorido, a professora conta que ouvia as informações e se agarrava à esperança de que logo todos pudessem sair do hospital.
“É duro você ver sua família nessa situação. É muito difícil, fica um trauma em nossa cabeça, hoje tenho muito medo da Covid. Fui no médico agora para passar remédio, tomo remédio para dormir, tenho crise de ansiedade. Quando vai chegando às 18 horas, que é quando sai o boletim, o coração fica acelerado”, destacou.

Elyton Prado também está internado no Into-AC sem saber da morte da mãe e da internação na UTI do pai — Foto: Arquivo da família
Idosa morreu à espera de UTI
A mãe de Elisangela foi a primeira a testar positivo para a doença. Mesmo antes de saber do resultado, a filha da professora foi até a casa da avó fazer comida e ajudar. Ela acredita que foi nesse dia que a jovem se infectou.
Maria das Graças morava na mesma casa com o marido Edmilton Prado e com o filho Elyton Prado. Vinte e quatro dias após receber o resultado positivo, Maria das Graças passou a ter febre novamente e a família descobriu, em exames feitos no pronto-socorro, que ela estava com metade do pulmão comprometido.
“Minha mãe não tinha nenhuma comorbidade e o caso dela foi bem atípico porque quando ela morreu estava com 24 dias de Covid. Ela pegou Covid e desenvolveu uma pneumonia que afetou 15% do pulmão. Levei ela em um médico particular, tomou a medicação, tratou e com sete dias fizemos uma nova tomografia para saber se tinha acabado a pneumonia, que tinha zerado e ficamos tranquilos”, relembrou.
Enquanto a mãe era internada, Elisangela cuidava também da filha de 28 anos que também dava entrada no hospital para tratar a Covid. Dias depois, o pai e a o irmão dela também se internaram. No dia último dia 6, Maria das Graças não resistiu e morreu após sete dias de internação à espera de um leito de UTI.
“Começou o tratamento, mas só que a cada dia, no lugar dela melhorar só piorava. Quando foi na terça-feira [2] ela piorou e precisava de uma UTI, mas não tinha. Comprei um remédio que a médica pediu, que era uma esperança, e custava mais de R$ 4 mil. É uma medicação que está em teste e disse que fazia qualquer coisa pela minha mãe. Com três dias, que era para fazer efeitos, ela morreu”, contou entre lágrimas.

Elisangela Anastácio (à esquerda), teve a mãe (no centro), a filha (à direita), o pai e o irmão infectados pela Covid-19 — Foto: Arquivo da família
Espera
Dois dias após a morte da avó, na segunda-feira (8), a filha da professora recebeu alta e está em casa com a família. Também sem comorbidade, a jovem teve 80% do pulmão comprometido e precisa fazer fisioterapia.
“Minha filha pegou alta depois de 12 dias internada. Não foi para UTI, mas teve comprometimento de 80 a 90% do pulmão, ficou muito mal. Está se recuperando em casa, está bem e vai para a fisioterapia”, falou.
Agora, segundo Elisangela, os dias são de espera e incertezas sem saber quando os demais familiares vão se recuperar.
“Meu pai adquiriu uma bactéria lá. O índice de infecção dele estava alta. Meu irmão não foi para a UTI, mas ficou mal e foi para o oxigênio. Já está melhor, tem uma perspectiva de alta, graças a Deus. O coração fica destruído. Estou preocupada com meu irmão porque ele não sabe, nem meu pai”, finalizou.
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Acre registra 4.754 adesões a acordo do INSS para devolução de descontos indevidos
Estado está entre os cinco com maior participação na Região Norte; reembolsos começaram nesta quinta e seguem até novembro

O reembolso dos valores começou nesta quinta (24) e será feito de forma escalonada, respeitando a ordem de adesão. Os pagamentos serão liberados em lotes diários de até 100 mil pessoas. Foto: captada
O Acre contabiliza, até o momento, 4.754 adesões ao acordo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que garante a devolução de valores descontados indevidamente de aposentados e pensionistas. O estado aparece entre os cinco com maior número de participantes na Região Norte, atrás apenas de Tocantins, Amazonas e Pará – este último liderando com mais de 35 mil solicitações.
O acordo foi estabelecido após a Operação Sem Desconto, deflagrada em abril pela Polícia Federal (PF) e Controladoria-Geral da União (CGU), que revelou fraudes em descontos aplicados em benefícios previdenciários. As cobranças irregulares eram feitas em nome de associações, sindicatos e clubes sem autorização dos beneficiários.
Reembolsos em andamento
Os pagamentos começaram nesta quinta-feira (24) e serão feitos em lotes diários, com prioridade para quem aderiu primeiro. Mais de um milhão de pessoas em todo o país já formalizaram a participação, sendo os maiores volumes em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro (cada um com mais de 90 mil registros). Roraima tem o menor número: 1.960.
No Acre, os interessados ainda podem aderir até 14 de novembro, gratuitamente, pelo aplicativo Meu INSS ou nas agências dos Correios. A Central 135 não realiza o procedimento. A expectativa é que mais de 2 milhões de brasileiros sejam reembolsados sem ação judicial, referente a descontos irregulares entre março de 2020 e março de 2025.
O INSS reforça que o processo é simples e seguro, garantindo a restituição dos valores retidos indevidamente.
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Prefeito de Assis Brasil articula 1ª ExpoFronteira durante visita às instalações da Expoacre 2025
Jerry Correia e secretário estadual discutem parceria para evento que deve fortalecer agronegócio e economia na região de fronteira

Acompanhado do secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia do Acre, Assurbanipal Mesquita, o gestor discutiu detalhes da organização do evento estadual e avançou nos preparativos para a 1ª ExpoFronteira. Foto: captada
O prefeito de Assis Brasil, Jerry Correia, visitou nesta quinta-feira as instalações do Parque de Exposições que sediará a Expoacre 2025, em Rio Branco. Acompanhado do secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia do Acre, Assurbanipal Mesquita, o gestor discutiu detalhes da organização do evento estadual e avançou nos preparativos para a 1ª ExpoFronteira, que será realizada em seu município.

Assis Brasil prepara 1ª ExpoFronteira com apoio do Governo do Estado. Foto: captada
A feira, que tem como objetivo impulsionar a economia local e fortalecer o agronegócio e o empreendedorismo na região de fronteira, contará com o apoio do Governo do Estado.
— Essa parceria é fundamental para levar desenvolvimento e oportunidades a Assis Brasil, valorizando nossos produtores rurais, comerciantes e empresários — destacou o prefeito.
A ExpoFronteira deve movimentar o comércio e a produção local, consolidando a região como um polo de negócios e integração econômica na fronteira. Mais detalhes sobre datas e programação serão divulgados em breve.
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Policiais apreendem 3 kg de maconha em abordagem na BR-317, na divisa do Acre com o Amazonas
Condutor de Renault KWID foi preso em flagrante após policiais detectarem nervosismo e odor da droga durante operação no Km 90 da rodovia

Apreensão de drogas na BR-317 expõe rota do narcotráfico na região Norte. Foto: captada
Policiais militares prenderam em flagrante, na noite de quarta-feira (23), um homem transportando aproximadamente 3,010 kg de maconha na BR-317, trecho que divide o Acre e o Amazonas. A ação ocorreu durante uma operação de rotina do Caquetá, quando o suspeito, que dirigia um Renault KWID branco, foi abordado no Km 90 da rodovia.
Durante a verificação de documentos, os agentes perceberam o nervosismo do condutor e um forte odor de maconha vindo do veículo. Uma busca minuciosa revelou três tabletes da substância esverdeada no bagageiro do carro.
O homem foi levado à Delegacia de Flagrantes (Defla), junto com o veículo e a droga apreendida, para os procedimentos legais. A apreensão reforça preocupações sobre o uso de rodovias federais como corredores do tráfico de entorpecentes na região Norte, pressionando autoridades por maior fiscalização nas fronteiras.

O suspeito dirigia um Renault Kwid branco, com placas QWO-4D71, e seguia no sentido Rio Branco/Boca do Acre. Foto: captada
Apesar de não possuir antecedentes criminais, o motorista afirmou que a droga seria para consumo pessoal. Mesmo assim, ele recebeu voz de prisão e foi conduzido à Delegacia de Flagrantes (Defla), onde ficou à disposição da Justiça. O material apreendido também foi entregue às autoridades para os devidos procedimentos legais.
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