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Brasil

Consumo das famílias “salvou” PIB de 2012

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Para analista, o fato permitiu a manutenção do emprego, que segue com altos níveis de ocupação

Jornal do BrasilCarolina Mazzi

dinheiroO Produto Interno Bruto (PIB) de 2012, que registrou leve alta de 0,9%, só não foi pior porque as famílias brasileiras não param de consumir. Nos últimos doze meses, o crescimento foi de 3,1%, o nono ano consecutivo de avanço. O fato possibilitou a manutenção do emprego, que segue com altos níveis de ocupação, segundo Fernando Sarti, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

“O consumo interno segurou a economia, manteve o nível de emprego e o aumento da renda, que por sua vez incentiva o próprio consumo novamente, em um circuito virtuoso importante”, analisa. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O padrão da economia segue como nos outros anos, com o consumo das famílias crescendo, a massa salarial em alta, e desemprego cada vez menor. O modelo do governo continua“, afirmou o gerente de Contas Nacionais do IBGE, Roberto Olinto.

O resultado foi baseado, segundo Olinto, na elevação de 6,7% da massa salarial real, e do crescimento nominal de 14% do saldo de operações de crédito para pessoas físicas.

Porém, os outros setores que contribuem fortemente no cálculo do PIB tiveram desempenho ruim. O nível de investimento, por exemplo, foi a “maior decepção de 2012”, segundo Sarti. No período, este setor, que é medido através da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), registrou queda de 4%. “Isso mostra como o desempenho da indústria foi fraco. São alguns setores, principalmente os que dependem fortemente da exportação e demandam por investimento, como por exemplo, o setor de Máquinas e Equipamentos, que foi muito prejudicado”, afirmou.

Mantega: “famílias não foram afetadas”

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, corroborou as afirmações de Sarti, ao afirmar que a população brasileira pouco sofreu com o baixo crescimento, já que o consumo das famílias e as taxas de ocupação se mantiveram altas. “A crise internacional não bateu na porta da família brasileira. Em 2012, tivemos um excelente resultado de emprego. Criamos 1,3 milhão de postos de trabalho, a massa salarial cresceu 6%, o que não é pouca coisa, e o aumento real da renda foi de 4%”, afirmou.

“Foi um PIB fraco, abaixo das nossas expectativas, porém em trajetória de aceleração, que vai continuar em 2013. Acreditamos no crescimento que estabelecemos para o país”, disse Mantega. “Temos dados dos primeiros meses deste ano que mostram que essa trajetória de aceleração está se mantendo”.

O ministro acrescentou ainda que o desempenho fraco também se deve aos efeitos da crise financeira internacional. “Em momentos de crise é inevitável que a economia desacelere. A maioria dos países teve crescimento fraco ou desaceleração do crescimento no ano passado”.

2013 será melhor

Há motivos para otimismo em 2013, segundo Fernando Sarti. “Este ano, o consumo das famílias vai contribuir, mas não será tão fundamental como antes. O que esperamos é uma retomada do investimento. As medidas anunciadas nos últimos meses vão acabar atraindo novos investimentos”, acredita.

Os marcos regulatórios, o pré-sal, as parcerias público-privadas e as obras de infra-estrutura contribuíram para um investimento de 10 a 15 % maior, calcula o economista. Além disso, há uma “expectativa de melhor” no setor externo, com a recuperação da economia americana e o crescimento da China. “Com o câmbio mais elevado também, nossos produtos ficam mais competitivos, diminuindo as importações, que também ajudaram a inibir nossa indústria”, analisa.

Para a Europa, no entanto, tudo permanece como está. “Não vejo salvação a curto prazo”, finalizou o especialista.

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Papa Leão XIV divulga nova orientação para sexo no casamento

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Papa Leão na FAO em Roma • 16/10/2025 REUTERS/Remo Casilli

Em um novo decreto assinado pelo papa Leão XIV, o Vaticano divulgou orientações para fiéis sobre a prática sexual no casamento, reconhecendo que o sexo não se limita apenas à procriação, mas contribui para “enriquecer e fortalecer” a “união exclusiva do matrimônio”.

A questão está intimamente ligada à finalidade unitiva da sexualidade, que não se limita a assegurar a procriação, mas contribui para enriquecer e fortalecer a união única e exclusiva e o sentimento de pertencimento mútuo.

O documento assinado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé cita o Código de Direito Canônico e diz que uma visão integral da caridade conjugal é aquela que “não nega sua fecundidade”, ainda que deva “naturalmente permanecer aberta à comunicação de vida”.

O texto também prevê o conceito de consentimento livre” e “pertencimento mútuo”, assegurando a mesma dignidade e direitos ao casal.

“Um cônjuge é suficiente”

No decreto publicano em italiano, o Vaticano orientou 1,4 bilhão de católicos do mundo a buscarem o casamento com uma única pessoa para a vida toda e a não manterem relações sexuais múltiplas, estabelecendo que o casamento é um vínculo perpétuo e “exclusivo”.

Criticando a prática da poligamia na África, inclusive entre membros da Igreja, o decreto reiterou a crença de que o casamento é um compromisso para toda a vida entre um homem e uma mulher.

“Sobre a unidade do matrimônio – o matrimônio entendido, isto é, como uma união única e exclusiva entre um homem e uma mulher – encontra-se, ao contrário, um desenvolvimento de reflexão menos extenso do que sobre o tema da indissolubilidade, tanto no Magistério quanto nos manuais dedicados ao assunto”, diz o documento.

“Embora cada união conjugal seja uma realidade única, encarnada dentro das limitações humanas, todo matrimônio autêntico é uma unidade composta por duas pessoas, que requer uma relação tão íntima e abrangente que não pode ser compartilhada com outros”, enfatizou a Santa Sé.

 

Fonte: CNN

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PF afasta delegado e policial em operação contra esquema de ouro ilegal no Amapá

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Operação Cartucho de Midas apreende mais de R$ 1 milhão, € 25 mil e prende suspeito com arma restrita; movimentações acima de R$ 4,5 milhões reforçam indícios de lavagem de dinheiro.

Como resultado da ação, o delegado Charles Corrêa e o policial Daniel Lima das Neves foram afastados cautelarmente de suas funções. Em um dos endereços alvo, a PF apreendeu mais de R$ 1 milhão em espécie e cerca de € 25 mil. Uma pessoa foi presa em flagrante por posse de arma de uso restrito.

As investigações tiveram início após a identificação de movimentações bancárias suspeitas, incompatíveis com os rendimentos declarados pelos investigados. Segundo a PF, empresários e agentes públicos atuantes na região de fronteira estariam envolvidos na ocultação de recursos provenientes do comércio ilegal de ouro.

A corporação identificou ainda que joalherias de diversos estados transferiam valores para um posto de combustíveis em Oiapoque. O estabelecimento, por sua vez, repassava o dinheiro a um agente público local, reforçando os indícios de lavagem de capitais.

A PF também apurou movimentações superiores a R$ 4,5 milhões feitas por servidores públicos sem justificativa econômica. Para disfarçar a origem ilícita dos recursos, teriam sido usadas empresas de fachada.

Os investigados podem responder pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e peculato — somadas, as penas ultrapassam 60 anos de prisão.

A operação contou com apoio da Corregedoria-Geral da Polícia Civil do Amapá no cumprimento das medidas judiciais.

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Roraima suspende novas licenças para extração de ouro após recomendação do MPF

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Medida vale por prazo indeterminado e ocorre diante do uso ilegal de mercúrio em garimpos, inclusive licenciados; Femarh terá de revisar autorizações já emitidas.

No mês de fevereiro deste ano, o Estado do Amazonas exportou US$ 11 milhões em ouro para a Alemanha. (Foto: Shuttestock)

 

Atendendo a uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Roraima (Femarh) suspendeu, por prazo indeterminado, a emissão de novas licenças ambientais para extração de ouro em todo o estado. A decisão decorre de um inquérito civil que apura os impactos socioambientais do uso de mercúrio no garimpo na Amazônia.

Segundo o MPF, o mercúrio — substância altamente tóxica — vem sendo empregado inclusive em garimpos com licença ambiental, sem fiscalização adequada sobre o método de beneficiamento do minério. O órgão ressalta que todo o mercúrio utilizado nessas atividades é ilegal, uma vez que o Ibama não autoriza sua importação para fins minerários.

A recomendação determina que a Femarh passe a exigir dos empreendimentos a especificação da técnica de separação do ouro e documentos que comprovem o uso de tecnologia apropriada. Também orienta a revisão das licenças já concedidas e a suspensão daquelas que mencionem o uso do metal tóxico.

Em nota, a Femarh informou que não autorizará novas atividades de extração enquanto não houver estudos técnicos que garantam métodos alternativos ao uso do mercúrio.

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