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Conheça a choca-do-acre, ave rara que só é encontrada na Serra do Divisor

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Ela é pequena e leve, medindo cerca de 16cm e com aproximadamente 23g. Os machos têm cor cinza-azulada, enquanto que as fêmeas possuem peito e ventre alaranjados. Essa é a choca-do-acre, um animal raro que só pode ser encontrado no extremo sudoeste do estado, mais precisamente no Parque Nacional da Serra do Divisor, uma área de proteção integral considerada um dos últimos santuários intocados da Amazônia brasileira.

Conhecida cientificamente como Thamnophilus divisorius, a ave é considerada nova pelos estudiosos, tendo sido descrita pela primeira vez em 2004. Ela habita áreas de bosques, a cerca de 500m de altitude, e adora comer insetos, especialmente grilos e lagartas.

“A choca-do-acre torna-se única para nossa região por conta da sua distribuição geográfica, sendo considerada uma espécie endêmica”, explicou a mestra em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais pela Universidade Federal do Acre (Ufac), Maíra Santos. O endemismo é um conceito da biologia para se referir a animais encontrados apenas em uma região.

“Observadores de aves (birdwatching) de outros estados do Brasil e até mesmo de outros países, incluem o parque como um dos pontos turísticos para a observação e registros sonoros e fotográficos de aves, movimentando assim a economia local com o ecoturismo”.

Diferente dos machos, que são totalmente escuros, as fêmeas da choca-do-acre possuem peito e ventre alaranjados / Foto: Ricardo Plácido

De acordo com o biólogo Ricardo Plácido, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), a choca-do-acre só é encontrada na Serra do Divisor por causa da geografia do local.

“As elevadas altitudes, com montanhas acima de 400 metros, associadas ao tipo de vegetação mais baixa e de solo bem drenado, propiciam um ambiente favorável para a espécie. Além disso, ela evoluiu naquele ambiente serrano de floresta submontana da Serra do Divisor, que seria ‘a franja da Cordilheira dos Andes’, digamos assim”.

Ameaça

A União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) diz que o estado de conservação da choca-do-acre é pouco preocupante, ou seja, não é um animal ameaçado de extinção. No entanto, a pesquisadora Maíra Santos acredita que esse status pode mudar por conta de pressões que o parque sofre atualmente.

Uma delas é o Projeto de Lei de número 6.024, apresentado no ano passado na Câmara pela deputada federal Mara Rocha (PSDB-AC), que extingue o Parque Nacional da Serra do Divisor e transforma o território em Área de Proteção Ambiental (APA), o que possibilitaria a presença humana na região e a exploração dos recursos naturais.

A proposta diz que o PNSD é a única região do Acre que possui rochas que podem ser extraídas e utilizadas na construção civil, “de maneira a fomentar o desenvolvimento econômico do estado e baratear as obras públicas que o povo tanto necessita”.

Parque Nacional da Serra do Divisor é um dos últimos santuários intocados da Amazônia brasileira e está ameaçado por um projeto de lei de uma deputada do Acre / Foto: Marcos Vicentti

Além disso, o PL entende que a mudança de classificação vai ajudar a alavancar a construção de mais uma estrada para o Peru, que cortará o parque ao meio. A obra é uma demanda dos setores produtivos e comerciais do estado e tem o apoio do governo local e federal.

Maíra vê com preocupação tanto a reclassificação quanto a rodovia. “Essa mudança juntamente com a abertura de estradas, facilita a exploração da fauna e flora, podendo assim levar a choca-do-acre à extinção rapidamente, por conta da distribuição restrita somente ao Parque e do baixo número de indivíduos dessa espécie”, alerta.

“Atualmente, só há registros da choca-do-acre no Parque Nacional da Serra do Divisor e no Peru, não havendo registros na literatura dessa espécie em outros locais. Daí a extrema importância da proteção do parque para a biodiversidade”, finaliza a bióloga.

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Polícia Federal apreende 613 kg de cocaína em galpão de empresa de fachada em Blumenau

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Droga estava escondida em bunker subterrâneo e seria enviada à Europa; um homem foi preso e investigação aponta ligação com cidadãos britânicos procurados internacionalmente

Cocaína estava armazenada em um bunker de empresa de fachada em Blumenau. Fot: captada 

A Polícia Federal (PF) apreendeu 613 quilos de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). A ação contou com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina e resultou na prisão de um homem suspeito de integrar a organização criminosa.

A droga estava escondida em um bunker no subsolo de um galpão pertencente a uma empresa de exportação de ligas metálicas, que funcionava como fachada para o esquema. Segundo as investigações, o local era usado para o preparo e armazenamento da cocaína antes do envio para a Europa.

Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca em um endereço residencial em Florianópolis ligado ao suspeito, onde foram apreendidos veículos, embarcações, joias e documentos. O inquérito aponta a existência de uma estrutura criminosa internacional com base em Santa Catarina, que contava com suporte logístico de brasileiros e liderança de cidadãos britânicos com histórico de tráfico na Inglaterra e procurados internacionalmente.

A investigação continua para identificar outros integrantes do esquema, que já tinha rotas estabelecidas para o narcotráfico transatlântico.

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Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal

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Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada 

O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.

O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.

Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).

As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.

Assinatura eletrônica

O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.

A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.

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Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho

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Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada 

Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.

Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.

O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.

Veja vídeo:

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