Brasil
‘Como se fosse o juízo final’: sírios contam sobre desespero após terremoto
Assolado pela guerra, país precisa encontrar forças para resgatar as vítimas do abalo sísmico que teve epicentro na Turquia

Sírios tentam resgatar pessoas presas nos escombros de prédio após terremoto
RAMI AL SAYED/AFP – 6.2.2023
Em um hospital no noroeste da Síria, Usama Abdelhamid não consegue conter as lágrimas: o prédio onde mora com a família desabou no meio da noite.
Este morador da cidade de Azmarin, na fronteira com a Turquia, sobreviveu milagrosamente ao violento terremoto de magnitude 7,8 que abalou a área entre o sudeste da Turquia e o norte da Síria na manhã desta segunda-feira (6), causando pelo menos 2.600 mortes no total.
“Estávamos dormindo quando sentimos um forte tremor de terra”, contou à AFP.
“Corremos para a porta de nosso apartamento, no 3º andar. Quando a abrimos, todo o prédio desabou”, disse, após ser atendido no hospital Al Rahma, na cidade de Darkush, na província de Idlib.
Abdelhamid e a família ficaram debaixo dos escombros de um prédio de quatro andares, mas o filho conseguiu sair e gritar por ajuda. Logo eles foram socorridos por pessoas que estavam no entorno, contou o morador, emocionado. Nenhum dos vizinhos resistiu ao desabamento.
O hospital onde foi atendido está superlotado. Ambulâncias chegam com feridos a todo momento, sobretudo com crianças, relatou um correspondente da AFP. Pelo menos 30 corpos sem vida foram levados à unidade.
Em um dos quartos, vários feridos repousam sobre as camas. Alguns com bandagens na cabeça, outros com fraturas ou hematomas. Em outra ala, uma menina chora ao receber uma injeção e, em seguida, sua mão é engessada. Um menino com a cabeça enfaixada se senta próximo a ela.
“A situação é muito grave, muitas pessoas continuam debaixo dos escombros de prédios residenciais”, diz o cirurgião Majid Ibrahim.
Nas áreas controlados pelos rebeldes que lutam contra o regime de Damasco, foram registradas pelo menos 380 mortes.
Mohamed Barakat, pai de quatro filhos, ocupa um dos leitos do hospital com ferimentos no rosto e uma fratura na perna, após ter sido atingido por um muro. “Saímos da casa porque a planta é baixa e antiga. Mas as paredes dos prédios vizinhos começaram a cair sobre nós quando estávamos na rua”, conta.
Na cidade de Sarmada, ao norte de Idlib, um condomínio de edifícios desabou. Entre os restos mortais estão colchões e cobertores. Um fotógrafo da AFP presenciou equipes de resgate tentando desenterrar os escombros para encontrar sobreviventes, enquanto veículos pesados removiam grandes blocos.
“Juízo final”
A Síria é um país em guerra há quase 12 anos e está dividido em áreas controladas pelo governo e regiões sob comando dos rebeldes.
Assim que Anas Habache, de 37 anos, começou a sentir o tremor, foi procurar o filho e gritou para a esposa, grávida, correr até a porta do apartamento, no 3º e último andar de um prédio em Aleppo.
“Descemos as escadas como loucos e, quando chegamos à rua, vimos dezenas de famílias assustadas”, contou. “Alguns estavam rezando de joelhos, outros choravam, como se fosse o dia do juízo final”, acrescentou, dizendo nunca ter sentido nada igual nos últimos anos de guerra.
“Isso foi muito pior do que as bombas e as balas”, finalizou.
Comentários
Brasil
Polícia Federal apreende 613 kg de cocaína em galpão de empresa de fachada em Blumenau
Droga estava escondida em bunker subterrâneo e seria enviada à Europa; um homem foi preso e investigação aponta ligação com cidadãos britânicos procurados internacionalmente

Cocaína estava armazenada em um bunker de empresa de fachada em Blumenau. Fot: captada
A Polícia Federal (PF) apreendeu 613 quilos de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). A ação contou com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina e resultou na prisão de um homem suspeito de integrar a organização criminosa.
A droga estava escondida em um bunker no subsolo de um galpão pertencente a uma empresa de exportação de ligas metálicas, que funcionava como fachada para o esquema. Segundo as investigações, o local era usado para o preparo e armazenamento da cocaína antes do envio para a Europa.
Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca em um endereço residencial em Florianópolis ligado ao suspeito, onde foram apreendidos veículos, embarcações, joias e documentos. O inquérito aponta a existência de uma estrutura criminosa internacional com base em Santa Catarina, que contava com suporte logístico de brasileiros e liderança de cidadãos britânicos com histórico de tráfico na Inglaterra e procurados internacionalmente.
A investigação continua para identificar outros integrantes do esquema, que já tinha rotas estabelecidas para o narcotráfico transatlântico.
Comentários
Brasil
Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal
Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada
O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.
O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.
Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).
As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.
Assinatura eletrônica
O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.
A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.
Comentários
Brasil
Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho
Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada
Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.
Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.
O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.

Você precisa fazer login para comentar.