Cotidiano
Com 23 aldeias indígenas afetadas pela cheia dos rios, governo do Acre cria força-tarefa para atender e amenizar impactos nas comunidades
Uma reunião na manhã deste domingo, 25, definiu ações para amenizar os impactos nas comunidades indígenas do estado. Segundo dados do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Alto Rio Purus, são 23 aldeias afetadas pela cheia dos rios Iaco, Purus e igarapés da região.
São 395 famílias indígenas afetadas, incluindo as etnias Jaminawa, Kaxarari, Huni Kui e Manchineri. Na reunião, dados foram apresentados pelos distritos para que o Estado pudesse pensar em estratégias para atender as comunidades que estão sofrendo com o isolamento. No atual cenário, a Terra Indígena Mamoadate, que atualmente abrange Sena Madureira e Assis Brasil, é uma das mais afetadas.

Aldeias indígenas perderam plantio e estão sofrendo com a cheia dos rios. Foto: Apiwtxa
Além da Secretaria Extraordinária de Povos Indígenas do Estado (Sepi), participaram da reunião, representantes dos Dseis, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Casa Civil, Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), Secretaria de Meio Ambiente (Sema) e também Comunicação.
Alysson Bestene, secretário de Estado de Governo, encabeçou a reunião, destacando que o trabalho nessas comunidades precisa ser feito com a união dos governos municipais, estadual e federal.
“Todo esse alinhamento é para atender a comunidades indígenas em todo o estado. A gente já tem aqui na capital um abrigo próprio que o governo do Estado preparou para atender a comunidade indígena de Rio Branco, lá já estão algumas famílias dos povos indígenas, e agora estamos alinhando para atender essa comunidade na aldeia”, disse Bestene.
O encontro teve como objetivo definir as prioridades nesse primeiro momento e também estabelecer o papel de cada órgão nesse trabalho de mitigação dos eventos extremos, além de ouvir lideranças indígenas.
“A gente sabe da necessidade que essas comunidades passam com esses agravos ambientais. Principalmente no que diz respeito à alimentação diante de suas produções que são atingidas. Esse trabalho conjunto é para dividir tarefas e atender as comunidades”, garantiu.

Governo define estratégias e monta força-tarefa para chegar até comunidades indígenas. Foto: Apiwtxa
Pedido de sobrevoo e mantimentos
Francisca Arara, titular da Sepi, destacou que a união das forças é fundamental para que a ajuda chegue com rapidez e ao maior número de atingidos nessas reuniões.
“O papel do Estado é assumir esse compromisso junto com o governo federal, porque aquilo que é de nossa responsabilidade, a gente não vai, em nenhum momento, medir esforço para apoiar. Nós estamos fazendo os encaminhados para que a gente possa fazer sobrevoos para visitar essas terras e fazer uma força-tarefa”, disse.
As prioridades nesse primeiro momento, segundo Francisca, são alimentação, água potável e kits de higiene. “A gente está com um plano de adaptação específico dos povos indígenas para a gente dar continuidade, porque não é só agora”, pontuou.
Política transversal
Junior Manchineri, coordenador regional da Fundação Nacional dos Povos Indígenas, destacou a importância desse encontro e dos órgãos que têm tomado à frente para alinhar estratégias e assumir responsabilidades no atendimento às comunidades indígenas.
“Estamos com órgãos do Estado, do governo federal e com diálogo com os municípios, estabelecendo um fluxo de atendimento para que a gente possa assistir às comunidades indígenas da melhor forma possível. Essa reunião trouxe essa perspectiva de pontuarmos aquilo que a Funai pode oferecer, o que o distrito pode oferecer e que o governo do Estado pode fazer para somar forças e estabelecer uma política efetiva para os povos indígenas que estão sofrendo com a alagação.”
Na oportunidade, também foi definido que os Dseis devem ficar responsáveis por reunir todos os dados referentes às comunidades indígenas para sustentar a tomada de decisões pelo governo estadual. A secretária de Comunicação, Nayara Lessa, também reforçou que o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, já sinalizou ao governador Gladson Cameli, que está atento à situação no Acre.

Reunião definiu como cada órgão deve contribuir para o atendimento dessas aldeias. Foto: Neto Lucena/Secom
Aldeia debaixo d’água
A Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (OPIRJ) informou em nota, no sábado, 24, que a situação estava crítica na região, inclusive, pedindo apoio dos órgãos estaduais e federais.
“A situação na região do Juruá é de extrema urgência, com comunidades indígenas enfrentando enchentes devastadoras devido a um período prolongado de chuvas intensas. Lideranças das comunidades Kuntanawa, Ashaninka e Noke Koi relatam o avanço preocupante das águas, ameaçando aldeias inteiras e colocando em risco a vida, a segurança e a subsistência de centenas de famílias”, disse Francisco Piyãko, coordenador da OPIRJ e Liderança do Povo Ashaninka, que também acompanhou a reunião deste domingo de forma on-line.
A situação mais crítica no Juruá está na Aldeia Apiwtxa, na Terra Indígena Kampa do Rio Amônia, em Marechal Thaumaturgo. Famílias já foram acolhidas em outras áreas mais seguras e roçados atingidos. Wewito Piyãko, presidente da Associação do Povo Ashaninka, Apiwtxa, relatou a situação alarmante.
“Na Apiwtxa, muita chuva, o rio Amônia já está muito cheio e todas as famílias já estão em alerta… Para nós da aldeia, já estamos preocupados porque na fronteira, lá na comunidade peruana também está chovendo muito ainda e o rio já está cheio. Já tivemos 27 roçados alagados e algumas famílias já deslocadas para áreas mais altas.”
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Ações do Detran alcançam mais de 25 mil pessoas no Carnaval
As atividades preventivas e de segurança realizadas pelo Detran durante eventos como o Carnaval são de extrema importância para garantir a segurança de todos os usuários das vias: pedestres, motoristas e passageiros

Carnaval da Família é uma realização do governo do Acre, Prefeitura de Rio Branco e Acisa. Foto: Dhárcules Pinheiro/Secom
Durante o Carnaval, o Departamento Estadual de Trânsito do Acre (Detran/AC) intensificou suas ações de orientação e segurança no trânsito em Rio Branco, Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima. Na capital, as atividades tiveram foco especial na Praça da Revolução, no centro da cidade. Já em Cruzeiro do Sul o mesmo trabalho foi realizado na Praça Orleir Cameli, onde foram realizadas as principais festividades.
De acordo a Coordenação de Educação de Trânsito, foram mais de 25 mil abordagens realizadas entre os dias 28 de fevereiro e 4 de março, e que tiveram como objetivo garantir a segurança dos foliões e a fluidez do tráfego.
Ações de orientação e segurança
O Detran promoveu as campanhas educativas com o tema ‘Desacelere. Seu Bem Maior é a Vida’, alertando sobre os riscos da combinação de álcool e direção e incentivando o uso de transportes alternativos.

Bruno aprovou a atuação do Detran e Polícia Militar. Foto: Eduardo Gomes/Detran
Morador da região da Transacrena, o produtor rural Bruno Leitão reconheceu a importância das ações educativas e de fiscalização. “É certo eles fazerem a blitz porque ajuda muito, né? O pessoal está ingerindo bebida alcoólica, e é muito importante, né, ter uma blitz para o pessoal ficar mais atento, né?”, disse.
A fiscalização foi intensificada nas vias de acesso aos locais de festa e nas principais ruas e avenidas com o objetivo de coibir infrações como dirigir sob efeito de álcool, excesso de velocidade e outras condutas que colocam em risco a segurança no trânsito.
Agentes do Detran e do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (BPTran) estiveram presentes nos locais das festividades, orientaram e auxiliaram os foliões na travessia e no monitoramento do trânsito.
As atividades preventivas e de segurança realizadas pelo Detran durante eventos como o Carnaval são de extrema importância para garantir a segurança de todos os usuários das vias: pedestres, motoristas e passageiros. O aumento do consumo de álcool e a concentração de pessoas nas ruas durante o período carnavalesco elevam o risco de acidentes de trânsito.
“Mobilizamos nossas equipes de Educação e Fiscalização na capital e cidades do interior para atuar durante todas noites de Carnaval, mas o trabalho começou duas semanas antes. Contamos com o apoio irrestrito da Polícia Militar, por meio do BPTran, que diuturnamente garantiu a segurança dos foliões e realizou a Operação Lei Seca, retirando das vias aquelas pessoas que ainda insistem em associar álcool e direção. Nossa missão foi cumprida, levando conscientização para salvar vidas no trânsito”, destacou a presidente do Detran/AC, Taynara Martins.
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Recém-nascido com problemas respiratórios é resgatado por bombeiros na zona rural de Mâncio Lima
Bombeiros e enfermeira do Samu percorrem mais de 30 quilômetros para resgatar recém-nascido e a mãe dele nessa segunda-feira (3) na zona rural de Mâncio Lima

Bombeiros e enfermeira do Samu resgataram recém-nascido. Foto: Arquivo/Corpo de Bombeiros do Acre
Bombeiros da cidade de Mâncio Lima, interior do Acre, percorreram mais de 30 quilômetros na lama e e em estradas inundadas para resgatarem um recém-nascido com problemas para respirar. O resgate ocorreu nessa segunda-feira (3) no Ramal dos Bandeirantes, que fica na zona rural da cidade.
A mãe, uma adolescente de 14 anos, teve o filho na noite de domingo (2) no sétimo mês de gestação. O parto foi realizado com ajuda de uma parteira da região. Por volta das 7h de segunda, o Corpo de Bombeiros recebeu um chamado da irmã da adolescente pedindo socorro.
A sargento Edinara Silva de Souza estava na equipe enviada para a localidade. Ela conta que bombeiros que estavam de folga foram chamados para ajudar na ocorrência. “Solicitamos o apoio do Samu porque a irmã dela disse que a criança estava com dificuldades para respirar e era de sete meses. Montamos toda logística e fomos”, relembrou.
Uma técnica de enfermagem do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) acompanhou os bombeiros. Para a missão, as equipes utilizaram dois quadriciclos para chegar até a casa da adolescente.
“No percurso, encontramos uma caminhonete com uma enfermeira de Rodrigues Alves que acompanhava essa mãe. O veículo deles atolou e foram com a gente, mas atolamos e tivemos muitas dificuldades”, disse.
A sargento explicou que o quadro do bebê era estável. “A mão estava bem também, só sangrando um pouco. Trouxemos a criança, a mãe e a mãe da adolescente. Demoramos cerca de uma hora para voltar, foi mais rápida a volta. O Samu levou elas para o hospital de Mâncio Lima”, concluiu.
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Acre aparece entre estados com nível de Síndrome Respiratória Aguda Grave em alerta, aponta levantamento
O estado que merece mais atenção é Goiás, onde o aumento atingiu uma incidência mais alta e está associado a um início de temporada do vírus sincicial respiratório (VSR)

Acre é um dos nove estados que apresentaram nível de atividade de Respiratória Aguda Grave (SRAG) em alerta, risco ou alto risco. Foto: Shutterstock
O Acre é um dos nove estados que apresentaram nível de atividade Respiratória Aguda Grave (SRAG) em alerta, risco ou alto risco entre 16 e 22 de fevereiro. Os dados são do Boletim InfoGripe, divulgado no último dia 28, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A pesquisa aponta que há um aumento de casos de SRAG entre crianças e adolescentes de até 14 anos, especialmente nas regiões Norte, Centro-Oeste e no estado de Sergipe.
Conforme o estudo, além do Acre, oito das 27 unidades federativas apresentam nível de atividade de síndromes em alerta, risco ou alto risco. São elas:
- Amazonas
- Distrito Federal
- Goiás
- Pará
- Rondônia
- Roraima
- Sergipe
- Tocantins
Dentre esses nove estados, sete também têm sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo, últimas seis semanas. O Acre também aparece neste levantamento. Os demais são:
- Distrito Federal
- Goiás
- Pará
- Roraima
- Sergipe
- Tocantins.
A pesquisadora Programa de Computação Científica da Fiocruz e do Boletim InfoGripe, Tatiana Portella, destacou que não há incidência alta ou muito alta de Covid-19 no período do Carnaval. Contudo, em caso de sintomas de síndrome gripal, como coriza, dor de garganta, febre ou tosse, a recomendação é deve evitar festas e aglomerações para não transmitir o vírus para outras pessoas.
“Outra opção é curtir o Carnaval usando uma boa máscara e priorizando ambientes abertos”, afirma Portella.
Ela falou também sobre o crescimento de casos de síndromes gripais em crianças e adolescentes nesta época do ano. Tatiana afirmou que esse aumento já ocorreu em anos anteriores, mas que não há motivos para grandes preocupações. O estado que merece mais atenção é Goiás, onde o aumento atingiu uma incidência mais alta e está associado a um início de temporada do vírus sincicial respiratório (VSR).
“Em relação à Covid-19, não há, no momento, nenhuma área de alto risco. O que observamos agora é uma tendência de estabilidade ou oscilação no número de novos casos, principalmente em alguns estados das regiões Norte, Nordeste e Mato Grosso”, disse.
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