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Cientista político acreano analisa os rumos da eleição municipal

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A Tribuna

O cientista político Nilson Euclides da Silva, com uma extensa experiência nas área de Ciência Política e Sociologia, com ênfase em partidos políticos e governos faz uma pertinente análise da próxima eleição municipal no estado e dos rumos da política acreana, depois da derrocada do PT, que ele não identifica como um partido que tenha feito um governo de esquerda no Acre, apontando, entretanto, o vice-governador Rocha com o um expoente da extrema direita

Nilson Euclides da Silva é graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Acre (1999), com mestrado Ciências Sociais – Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2002) e doutorado em Ciências Sociais – Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2009). Euclides trabalha atualmente, como professor titular da Universidade Federal do Acre (Ufac), Ele nessa entrevista analisa temas como democracia, poder, sociedade, políticas sociais e segurança pública, comportamento político, espaços decisórios e partidos políticos. Confira a entrevista do cientista político.

A TRIBUNA – Esta será a primeira eleição em pelo menos 20 anos em que não devemos ter no Acre uma disputa direta entre esquerda, representada pelo PT e a direita pela hegemonia política. O senhor concorda com essa afirmação? O que é isso representará a partir de agora na política acreana?

Nilson Euclides – Primero eu discordo que o grupo político liderado pelo PT, e que governou por quase vinte anos o estado do Acre tenha sido um governo de esquerda. A inclusão de uma agenda ambiental, o discurso de inclusão e algumas políticas públicas não fizeram dos governos petistas governos de esquerda. Se considerarmos os dois últimos mandatos de Sebastião Viana – PT, a guinada do centro para a direita encontrou resistências até dentro do próprio PT. Logo essa ideia de que tivemos governos de esquerda nos últimos vinte anos no Acre, e que essa esquerda está sendo substituída por um governo de direita só é verdadeira quando afirmamos que o grupo político que venceu as últimas eleições estaduais esse sim é de direita, e diria que em alguns casos com traços da extrema direita. Esta última afirmação não vale para o governador, mas cai bem para o vice.

A Tribuna: A base de partidos o que levou à vitória de Gladson Cameli na eleição para governador mostra-se rachada e, em grande parte, se engalfinha em candidaturas conflitantes, tanto na capital como no interior. O que o senhor acredita que isso pode representar? Qual a importância eleitoral desse rompimento da base, ou o senhor acredita que ela pode ser remontada e permanecer para 2022?

Nilson Euclides – O problema começou com a indicação do nome do Major Rocha como vice na chapa do Gladson Cameli. Não vejo o Vice governador como um homem com capacidade de agregar. Pelo contrário à sua personalidade é caracterizada pelo conflito e pela obediência dos seus pares a sua pessoa. Essa personalidade que é característica do próprio vice governador, provavelmente foi ampliada pela vida na caserna. Soma-se a isso temos um governador que exerce uma liderança que nem sempre é clara no que quer dizer ou fazer. Por outro lado, a base que elegeu Gladson Cameli nunca foi capaz de construir um grupo coeso em torno de um projeto de poder como fizeram os Vianas. São pessoas que se juntaram para vencer uma eleição para depois cada um procurar tirar as vantagens do mandato obtido. A manutenção dessa base para 2022 passa pelo resultado das eleições desse ano.

“Eu discordo que o grupo político liderado pelo PT, e que governou por quase vinte anos o estado do Acre tenha sido um governo de esquerda. A inclusão de uma agenda ambiental, o discurso de inclusão e algumas políticas públicas não fizeram dos governos petistas governos de esquerda”.

A Tribuna: O PT está lançando candidatura em vários municípios, mas sem o que tinha antes. O senhor acredita que pode aparecer, a curto ou médio prazo, outra força dos campos mais à esquerda no Acre, ou o PT tem a resiliência necessária para reverter essa situação de baixa na política em que se encontra hoje?

Nilson Euclides – Acho que é um erro apostar na morte do PT como um partido eleitoralmente viável no Acre. Creio que isso somente será possível se tivermos uma sucessão de governos de direita muito bons e bem avaliados. Falo de resultados excepcionais na economia, no controle da violência, na saúde, infraestrutura e educação. Depois de quase dois anos de governo Cameli eu não apostaria nisso.

A Tribuna: O senhor acredita que a popularidade do governador Gladson Cameli contatada nas pesquisas deve se manter? E essa sua popularidade pode ser transferida para os candidatos que ele apoiará nas eleições municipais?

Nilson Euclides: Não gosto de fazer esse tipo de previsão. Acho equivocado se fazer projeção de popularidade de pessoas que dependem das ações futuras para se manterem eleitoralmente viáveis. Com relação a apoio e transferência de popularidade ela pode acontecer, mas nem sempre com a eficácia esperada por aqueles que apoiam e por quem é apoiado. As eleições no Acre têm exemplos bem interessantes em quem apostou nesse processo de transferência de popularidade e de votos. O resultado nem sempre foi o esperado.

A Tribuna: A prefeita Socorro Neri foi eleita com vinculação direta com a esquerda, mas ao longo de sua atuação, depois que assumiu como prefeita, se distanciou, especialmente do PT, que rompeu com sua administração. Hoje ela é apoiada pelo governador Gladson Cameli. Esta transição ajuda ou atrapalha a prefeita em sua tentativa de reeleição?

Nilson Euclides: Como disse anteriormente a prefeita não foi vice de um prefeito de esquerda, portanto discutir o perfil ideológico da prefeita é perda de tempo. O Governador sabe muito bem quem ele está apoiando. Penso que a aproximação dela com o grupo do governador, e mesmo a disposição de Gladson em apoiar a sua reeleição tem a ver com o cálculo político que ele está fazendo. Se a prefeita for reeleita ela consolida sua liderança como representante da “centro direita”, e pode pensar em um futuro político mais promissor. Consequentemente, se a reeleição de Socorro Neri acontecer o governador poderá ter mais controle sobre o vice e os descontentes do seu partido e da base. Se a sua candidata perder para o candidato do vice governador isso pode fragmentar ainda mais a sua base e a sua liderança.

A Tribuna: O presidente Bolsonaro teve votação recorde no Acre. Nesta eleição, vários candidatos tentam não só se colar na imagem do presidente, como defendem posições ditas de direita. O senhor acredita que essa deve ser a tendência política no Acre e no Brasil, essa inclinação para a direita?

Nilson Euclides: Alguns analistas afirmam que o bolsonarismo é algo que se sustenta enquanto presidente mantiver os grupos que o apoiam motivados com um discurso radicalizado e de extrema direita, principalmente aqueles que atuam nas redes sociais. Eu não penso que seja apenas isso que sustenta figuras como Bolsonaro e Trump. Entendo que eles são importantes, mas penso que existem outros elementos históricos, políticos, ideológicos, culturais e até racionais que sustentam esse tipo de liderança. Volto ao que disse na pergunta anterior sobre a sobrevivência política do PT no Acre. Teremos que ter um governo Bolsonaro com resultados excepcionais na economia, na saúde, na educação, na segurança e no combate a corrupção para que a direita e a extrema direita, mantenham os resultados eleitorais alcançado principalmente aqueles que atuam nas redes sociais. Eu não penso que seja apenas isso que sustenta figuras como Bolsonaro e Trump. Entendo que eles são importantes, mas penso que existem outros elementos históricos, políticos, ideológicos, culturais e até racionais que sustentam esse tipo de liderança. Volto ao que disse na pergunta anterior sobre a sobrevivência política do PT no Acre. Teremos que ter um governo Bolsonaro com resultados excepcionais na economia, na saúde, na educação, na segurança e no combate a corrupção para que a direita e a extrema direita, mantenha os resultados eleitorais alcançados em 2018. Eu não apostaria nisso.

“Se a reeleição de Socorro Nery acontecer, o governador poderá ter mais controle sobre o vice e os descontentes do seu partido e de base”.

A Tribuna – Qual a influência da pandemia na votação municipal deste ano? O senhor acredita que candidatos que defenderam medidas mais restritivas de isolamento possam ser prejudicados? E qual a perspectiva que esta situação de pandemia vivida agora em 2020 terá na eleição de 2022?

Nilson Euclides – Os gestores que apostaram na gravidade do problema de saúde pública que a pandemia trouxe agiram com responsabilidade. O governador e a prefeita tomaram decisões que evitaram que o número de família acreanas enlutadas com a perda de entes querido fosse bem maior. Acho até que a decisão de seguir as orientações da OMS os aproximou politicamente. Creio que a exemplo de outros estados e capitais, a construção dos hospitais de campanha e, principalmente o isolamento social tiveram o apoio da população. Na medida em que se prolongou o isolamento social a aceitação diminuiu. A ajuda emergencial fermentou a popularidade do presidente, mesmo que ele não tenha sido o responsável pela iniciativa que sabemos foi do congresso nacional. Em um estado pobre como o Acre, sem essa ajuda as consequências eleitorais para o governador e para a prefeita poderiam ter sido mais negativas. Ou seja, o presidente não foi julgado pela sua atitude irresponsável e criminosa em relação a pandemia. A população sentiu na tragédia da doença e da morte o que é uma política de transferência de renda. A população aprovou, mas esquece que o governo que ela elegeu não comunga dessas ideias. Por quanto tempo essa avaliação positiva dura sem a manutenção dessa política de transferência de renda? Afinal, a recuperação econômica e o fim da pandemia não ocorrerão instantaneamente. Em 2022 as coisas ficarão mais claras.

“Os gestores que apostaram na gravidade do problema de saúde público que a pandemia trouxe agiram com responsabilidade. O governador e a prefeita tomaram decisões que evitaram que o número de famílias acreanas enlutadas com a perda de entes querido fosse bem maior”.

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Bombeiros encerram buscas por diarista desaparecido no Rio Purus, no Acre

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Paulo do Graça foi visto pela última vez em uma canoa; embarcação foi encontrada abandonada, mas vítima não foi localizada.

A comunidade local, que acompanha o caso com apreensão, lamenta o desaparecimento de Paulo, conhecido por sua dedicação ao trabalho e simpatia. Foto: cedida 

O Corpo de Bombeiros encerrou as buscas pelo corpo de Paulo do Graça, diarista que desapareceu nas águas do Rio Purus, em Sena Madureira, no Acre, na última segunda-feira (24). As operações, que incluíram buscas subaquáticas e superficiais, não obtiveram sucesso em localizar a vítima.

De acordo com relatos de moradores, Paulo foi visto pela última vez saindo do porto da comunidade Silêncio em uma canoa. No dia seguinte, o barco foi encontrado abandonado nas proximidades do seringal Regeneração, aumentando as preocupações sobre o seu paradeiro.

As equipes de resgate trabalharam por dias na região, mas as condições do rio e a falta de pistas concretas dificultaram as operações. A comunidade local, que acompanha o caso com apreensão, lamenta o desaparecimento de Paulo, conhecido por sua dedicação ao trabalho e simpatia.

O Corpo de Bombeiros informou que, por enquanto, as buscas estão suspensas, mas podem ser retomadas caso novas informações surjam. Enquanto isso, familiares e amigos aguardam por respostas sobre o destino do diarista.

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Juiz da execução penal pode mandar monitorar conversa de advogado e preso

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As conversas gravadas mostram que a advogada mencionou que “quem a enviou foi o pessoal de fora”, com referências à organização criminosa, e que ela usou códigos e mensagens cifradas

A defesa impetrou Habeas Corpus para sustentar que o juiz da execução penal não tem competência para autorizar as escutas e que elas representam prova ilegal por violarem as prerrogativas da advocacia. Foto: internet 

O juiz da execução penal é competente para iniciar procedimentos de ofício, ou a pedido de autoridades como o Ministério Público, sempre que houver interesse na manutenção da segurança e da ordem no estabelecimento prisional.

Com esse entendimento, a 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça negou provimento a recurso em Habeas Corpus ajuizado por uma advogada que teve suas conversas com um preso monitoradas pela Justiça de Goiás.

As escutas foram feitas no parlatório da unidade prisional, a pedido do MP, por indícios de que as atividades do preso, membro de uma organização criminosa, estavam sendo facilitadas pela advogada.

A defesa impetrou Habeas Corpus para sustentar que o juiz da execução penal não tem competência para autorizar as escutas e que elas representam prova ilegal por violarem as prerrogativas da advocacia relacionadas ao sigilo entre advogado e cliente.

Juiz da execução penal é competente

No entanto, a relatora do recurso, ministra Daniela Teixeira, observou que o Tribunal de Justiça de Goiás identificou motivos suficientes para justificar o monitoramento das conversas entre advogada e preso.

Isso porque ela não possuía vínculo formal com ele, como procuração para atuar em seu nome nos processos. E não foi designada pela família do detento.

As conversas gravadas mostram que a advogada mencionou que “quem a enviou foi o pessoal de fora”, com referências à organização criminosa, e que ela usou códigos e mensagens cifradas.

“A inviolabilidade do sigilo profissional pode ser mitigada em situações excepcionais, como quando há indícios da prática de crimes por parte do advogado”, explicou a ministra Daniela ao citar a jurisprudência do STJ sobre o tema.

Além disso, ela apontou que o juízo da execução penal é competente para iniciar procedimentos de ofício, ou a pedido de autoridades como o MP, sempre que houver interesse na manutenção da segurança e da ordem no estabelecimento prisional.

“No caso em questão, o pedido do Gaeco foi motivado por indícios de que as atividades de um dos presos, líder da organização criminosa, estavam sendo facilitadas pela advogada”, concluiu ela. A votação foi unânime.

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Briga generalizada entre menores viraliza nas redes durante festa de Carnaval em Cobija

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Confronto ocorreu na Praça do Estudante durante tradicional jogo com balões e água; vídeos mostram momento de descontrole

O vídeo, no entanto, continua a viralizar, gerando debates sobre a segurança durante as festas de Carnaval e a necessidade de maior supervisão em eventos públicos que envolvem jovens. Foto: captada 

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra uma briga descontrolada entre menores de idade durante as comemorações de Carnaval na Praça do Estudante, em Cobija, Bolívia, nesta segunda-feira. O confronto aconteceu enquanto os jovens participavam de um jogo tradicional boliviano que envolve balões e água, comum durante a festividade.

Nas imagens, é possível ver o momento em que a briga se inicia, com empurrões, socos e correria, deixando os espectadores em choque. Apesar da natureza lúdica da atividade, a situação rapidamente escalou para a violência, chamando a atenção de moradores e autoridades locais.

Até o momento, não há informações sobre feridos ou intervenção policial no local. O vídeo, no entanto, continua a viralizar, gerando debates sobre a segurança durante as festas de Carnaval e a necessidade de maior supervisão em eventos públicos que envolvem jovens. As celebrações, que costumam ser marcadas por alegria e diversão, foram manchadas pelo episódio de descontrole.

Veja vídeo com TV Unitel:

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