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Caso Jonhliane: Durante julgamento, ex de Ícaro Pinto diz que ele quis ‘voltar para prestar socorro’

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Caso Jonhliane: Júri começa nesta terça-feira (17) em Rio Branco  — Foto: Iryá Rodrigues/g1

Caso Jonhliane: Júri começa nesta terça-feira (17) em Rio Branco — Foto: Iryá Rodrigues/g1

Por Iryá Rodrigues e Tácita Muniz

Começou, nesta terça-feira (17), o julgamento de Ícaro José da Silva Pinto e Alan Araujo de Lima, os dois acusados de participação na morte de Jonhliane Paiva Sousa em um acidente de trânsito ocorrido em agosto de 2020. Logo no início da manhã, alguns amigos e familiares chegaram a ficar na entrada da Cidade da Justiça com cartazes pedindo a condenação da dupla.

O Ministério Público denunciou os dois, inicialmente por homicídio qualificado, porém, um habeas corpus derrubou a qualificadora e os dois agora respondem por homicídio simples. Além disso, Ícaro responde ainda por omissão de socorro e embriaguez ao volante.

Quinta testemunha a ser ouvida, Hatsue Said Tanaka, ex-namorada de Ícaro Pinto, negou que eles eram namorados e disse que ainda estavam se conhecendo. Ao ser indagada sobre ter viajado com Ícaro, mesmo eles não estando juntos há muito tempo, Hatsue disse que foi, pois viu que ele estava sendo verdadeiro e que não teve a intenção de matar Jonhliane.

“Ele sentiu arrependimento, sentiu dor por tirar a vida de uma pessoa. Foi um acidente, uma fatalidade, não foi intencional. Ele teve a intenção de voltar para prestar socorro.”

Com cartazes, família pede justiça pela morte da jovem  — Foto: Iryá Rodrigues /g1

Com cartazes, família pede justiça pela morte da jovem — Foto: Iryá Rodrigues /g1

As defesas trabalham em linhas diferentes. Para os advogados de Ícaro, o tempo em que ele está preso está acima do esperado e alega erros na condução das investigações. Já para a defesa de Alan, o desafio é mostrar que não houve racha e que ele estava apenas no local e na hora errados.

O promotor do caso, Efrain Enrique Filho, disse que vai pedir a condenação dos dois e espera convencer os jurados de que houve dolo eventual.

“A gente denunciou como crime qualificado, todavia o entendimento jurisprudencial no sentido que domina é que esses homicídios no trânsito são homicídios simples, infelizmente. Por mais que a gente encontre na doutrina a possibilidade de incluir qualificadoras, como assim fez o MP, de tentar dar uma definição um pouco mais pesada, proporcional, acabou que o STJ [Superior Tribunal de Justiça], começou pelo Tribunal de Justiça, não acatou então a nossa qualificadora, portanto, hoje respondem por homicídio simples na modalidade dolo eventual. E, é claro, que vou pedir a condenação dos dois, sem sombra de dúvida. É assim que a gente vai insistir, é assim que a gente acha mais justo”, disse.

O irmão da vítima, Johnata Paiva, que acompanhava o júri disse que espera a condenação dos acusados e que ainda não conseguiu perdoá-los.

“O que a gente espera em uma palavra é justiça. Nós esperamos que os réus que cometeram esse crime, esse homicídio, sejam de fato condenados, que esse júri popular possa representar a sociedade, a voz do povo. Não perdoamos eles, foram irresponsáveis, inconsequentes e merecem a pena que o júri popular vai conceder. A gente espera justiça por ela, que está morta”, disse.

Perito foi o primeiro a ser ouvido no júri do Caso Jonhliane — Foto: Iryá Rodrigues/g1

Perito foi o primeiro a ser ouvido no júri do Caso Jonhliane — Foto: Iryá Rodrigues/g1

Serão ouvidos na 2ª Vara do Tribunal o Júri e Auditoria Militar da Comarca de Rio Branco testemunhas e acusados. Nas seguintes ordens:

  • Testemunhas de acusação;
  • Testemunhas de defesa;
  • Réus;
  • Debates entre acusação e defesa, réplica e tréplica;
  • Votação

 

Acusados de causar acidente que matou jovem no AC começam a ser julgados

Vítima foi arremessada a mais de 70 metros

O primeiro a ser ouvido foi o perito João Tiago Marinheiro, responsável pelo laudo do acidente, que explicou detalhadamente os pontos que foram analisados no documento.

Pela análise das primeiras imagens, em frente ao Horto Florestal, segundo ele, a moto estava a 23,54km/h, a BMW em 46,44 km/h e o fusca em 30,74 km/h. Já em frente ao Damásio, cerca de 11 metros antes da colisão, a moto estava a 46,12km/h, já a BMW estava a 151,77 km/h e o fusca em 87,91km/h.

No momento da colisão foi calculada somente a velocidade da BMW, porque o fusca não teve interação com a motocicleta, conforme explicou o perito. Já com relação à motocicleta, não foi possível calcular, porque foi absorvida pela velocidade da BMW, que, no momento em que bateu na jovem, estava a 155,23 km/h, segundo o documento. A velocidade máxima da via é 40km/h.

A vítima, segundo o perito, foi arremessada a mais de 70 metros e a moto arrastada por mais de 100 metros.

Ao ser perguntado pela defesa de Alan se houve a disputa de velocidade entre os motoristas, o perito disse que pela parte técnica existiu que os dois saíram do mesmo ponto (do ponto a ou ponto b), a uma velocidade acima do permitido, o que, segundo ele, caracteriza uma competição.

Raimunda de Paiva conta que vida nunca mais foi a mesma  — Foto: Arquivo pessoal

Raimunda de Paiva conta que vida nunca mais foi a mesma — Foto: Arquivo pessoal

‘Falha nas investigações’, diz defesa

Ícaro dirigia a BMW que atropelou e matou Jonhliane e Alan conduzia o outro veículo envolvido no suposto racha, segundo o que consta no processo. O acidente ocorreu no dia 6 de agosto de 2020 em Rio Branco.

Ao g1, o advogado de Ícaro, Luiz Carlos Neto, alega que o crime não pode ser tratado como homicídio doloso, já que, segundo a defesa, foi um acidente.

“Veja que foi tão absurdo inicialmente, que era um homicídio doloso com qualificadora, então tivemos que recorrer ao STJ para, pelo menos, corrigir esse aspecto, que não tinha qualificadora. Isso é uma coisa grave porque o crime pelo dolo eventual a pena mínima é de 6 anos, o crime qualificado a pena mínima seria 12 anos. Se tratarmos assim um acidente de trânsito o que vamos fazer com sequestradores, homicidas, traficantes, os crimes graves de estupro, extorsão mediante sequestro com morte”, questiona.

O advogado alega ainda que houve falhas graves nas investigações da Polícia Civil.

Banca de advogados do caso Jonhliane, em Rio Branco — Foto: Iryá Rodrigues/g1

Banca de advogados do caso Jonhliane, em Rio Branco — Foto: Iryá Rodrigues/g1

‘Não houve racha’, alega defesa de Alan

“Ele está preso esse tempo todo, o que acho isso um absurdo, em um acidente de trânsito que ceifou uma vida. Ele tem arrependimento, chora copiosamente todos os dias na prisão. Acho que toda a investigação teve erro. Até estranho o fato de o delegado não ter sido apontado como testemunha do MP, ele que devia estar aqui para ter responsabilidade, que são todos enviesados para uma investigação parcial”, destaca.

Já a advogada de Alan, Helane Christina Silva, alega que condená-lo pelo crime seria uma injustiça. Para ela, está mais do que claro que não houve racha.

“Na verdade, dentro dos autos, está mais do que provado, tanto pela perícia, como pelas próprias testemunhas que não houve racha em momento algum. Infelizmente, houve uma venda individual pelo delegado, pela acusação, de que o Alan era culpado e trabalhou isso colocando um racha. A população acreditou, hoje a defesa está trabalhando para que esses sete jurados que estão ali façam a verdadeira justiça não só pela Jonhliane , mas por um inocente que está preso há quase 2 anos. As próprias imagens estão a nossa favor, os carros estavam em lado opostos, os dois saíram da festa sem conversar, falam que o racha foi de forma tácita. Inclusive, existe uma quebra de sigilo telefônico que o promotor pediu e ele mesmo pediu para tirar, não há ligação para o Alan, não existe nenhuma amizade entre eles”, alega.

Carlos Venicius, que também faz a defesa de Alan, disse ainda que condenar o réu seria uma injustiça.

“Nos compadecemos da perda da família, mas esperamos que os jurados que sentam ali, de forma imparcial, analisem as provas do processo e não façam mais uma vítima dessa tragédia. Uma tragédia como essa não pode ter um filho chamado injustiça, que seria a condenação do Alan”, completa.

Irmã de Jonhliane Paiva com cartaz em frente à Cidade da Justiça antes do júri começar  — Foto: Eldérico Silva/Rede Amazônica Acre

Irmã de Jonhliane Paiva com cartaz em frente à Cidade da Justiça antes do júri começar — Foto: Eldérico Silva/Rede Amazônica Acre

‘Esperamos condenação’

Uma das advogadas que representa a família de Jonhliane, Gicielle Rodrigues afirmou que acredita que a Justiça vai ser feita e que a sociedade vai dar uma resposta a altura do dano provocado.

“Não se pode comparar o caso Jonhliane Paiva aos casos que envolvem vítimas de trânsito, pois o diferencial consiste no fato de que as circunstâncias apontam para a presença do dolo eventual, situação que os tribunais superiores tratam como crime de homicídio doloso diante da realização de manobras arriscadas, emprego excessivo de velocidade em vias movimentadas e disputas ilegais como racha. É inadmissível que esse tipo de situação volte a acontecer, hoje perdemos a Jonhliane amanhã pode ser qualquer outro cidadão trabalhador de bem, temos fé na Justiça, temos fé que a sociedade dará uma resposta a altura do dano provocado, e esperamos pela condenação.”

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Adolescente de 16 anos é morto na frente da namorada no bairro Taquari

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Foto: Davi Sahid/ ac24horas

José Ribeiro da Silva, de 16 anos, foi agredido e morto com um golpe de faca em via pública na noite desta segunda-feira (3), na Rua do Passeio, no bairro Taquari, no Segundo Distrito de Rio Branco.

Segundo informações da Polícia, José estava com sua namorada, identificada como Juliane, em frente a uma residência quando dois criminosos não identificados se aproximaram em uma motocicleta, pararam e começaram a agredi-lo com golpes de capacete. Em seguida, um dos agressores, insatisfeito, sacou uma faca e desferiu um golpe na lateral esquerda do abdômen da vítima. Após a ação, os criminosos fugiram.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado, e tanto uma ambulância básica quanto uma de suporte avançado foram enviadas ao local. José recebeu os primeiros atendimentos, mas não resistiu ao ferimento e morreu dentro da viatura do SAMU.

O corpo de Ribeiro foi levado pela própria ambulância do SAMU ao Instituto Médico Legal (IML) para os exames cadavericos.

A área foi isolada por Policiais Militares do 2° Batalhão para a realização da perícia criminal. Em seguida, os Policiais colheram informações e realizaram patrulhamento na região em busca dos criminosos, mas eles não foram encontrados.

O caso segue sob investigação dos Agentes de Polícia Civil da Equipe de Pronto Emprego (EPE) e, posteriormente, ficará sob a responsabilidade da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

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Chacina em Porto Velho: Seis pessoas assassinadas em assentamento

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Na tarde desta segunda-feira (3), a Polícia Militar classificou a chacina ocorrida no assentamento Tiago Campim dos Santos, na zona rural de Porto Velho, como uma ação coordenada e premeditada. Os corpos de seis pessoas foram encontrados, todos com múltiplos ferimentos; cinco deles pertenciam à mesma família, enquanto uma vítima ainda não foi identificada. Entre os mortos estão Patrícia Krostrycki, sua filha Lorraine Krostrycki da Silva, o genro Rafael Garcia de Oliveira, além dos irmãos Thiago e Luan Krostrycki.

Ao chegarem ao local, os policiais relataram que a região é marcada pela presença de movimentos sociais, como a Liga dos Camponeses Pobres (LCP) e os Sem Terra, e possui um histórico de crimes violentos. As características das lesões nos corpos e a forma como foram dispostos indicam a atuação de um grupo organizado.

No local, foram encontradas duas motocicletas abandonadas, que podem estar relacionadas aos autores do crime. A Polícia Civil já iniciou investigações, coletando depoimentos de moradores e analisando câmeras de segurança para elucidar o caso. A comunidade vive um clima de medo e insegurança, pedindo justiça e medidas que garantam a proteção dos assentados. Organizações de direitos humanos também expressam preocupação com a crescente violência na região.

 

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Bombeiros encerram buscas por diarista desaparecido no Rio Purus, no Acre

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Paulo do Graça foi visto pela última vez em uma canoa; embarcação foi encontrada abandonada, mas vítima não foi localizada.

A comunidade local, que acompanha o caso com apreensão, lamenta o desaparecimento de Paulo, conhecido por sua dedicação ao trabalho e simpatia. Foto: cedida 

O Corpo de Bombeiros encerrou as buscas pelo corpo de Paulo do Graça, diarista que desapareceu nas águas do Rio Purus, em Sena Madureira, no Acre, na última segunda-feira (24). As operações, que incluíram buscas subaquáticas e superficiais, não obtiveram sucesso em localizar a vítima.

De acordo com relatos de moradores, Paulo foi visto pela última vez saindo do porto da comunidade Silêncio em uma canoa. No dia seguinte, o barco foi encontrado abandonado nas proximidades do seringal Regeneração, aumentando as preocupações sobre o seu paradeiro.

As equipes de resgate trabalharam por dias na região, mas as condições do rio e a falta de pistas concretas dificultaram as operações. A comunidade local, que acompanha o caso com apreensão, lamenta o desaparecimento de Paulo, conhecido por sua dedicação ao trabalho e simpatia.

O Corpo de Bombeiros informou que, por enquanto, as buscas estão suspensas, mas podem ser retomadas caso novas informações surjam. Enquanto isso, familiares e amigos aguardam por respostas sobre o destino do diarista.

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