Extra
Caminhos do Acre: a variante que virou estrada
“Quando chegamos aqui há 40 anos, usávamos o terçado para andar na estrada, por causa do mato. Agora o asfalto tá chegando e isso é bom”.
A afirmação acima, da produtora rural Maria Isabel de Oliveira, diz muito sobre a importância da pavimentação da estrada da variante em Xapuri, sonho dos moradores do município que já soma mais de três décadas de expectativas e que na gestão Gladson Cameli deixou de ser sonho para se tornar realidade.

Estrada da Variante está sendo construída com recursos de emendas e vai mudar a vida da comunidade. Foto: Pedro Devani/Secom
Natural de Minas Gerais, Maria Isabel não é de muita conversa solta e demonstra, ao falar, um pouco de ceticismo com a obra, fruto de tantos anos de espera. Ela veio para o Acre antes de completar 15 anos e aqui casou com um peão de fazenda, morou em alguns lugares até se fixar nas terras onde mora há 40 anos, a dois quilômetros da Br-317 e, ainda, dentro das terras da Fazenda Paraná.
“Viver aqui é muito bom. Criei meus três filhos aqui. Um é do Corpo de Bombeiros e as gêmeas são da Polícia Civil. Já fui tentar morar pra estrada de Brasileia, mas voltei. Depois que meu marido morreu, raramente saio daqui, mas meu filho vem todo dia”, conta Maria Isabel, lembrando que vive do gado.

Maria Isabel mora na estrada da Variante há mais de 40 anos e está feliz com o asfalto. Foto: Marcus Vicentti/Secom
“Só saio daqui pro cemitério”, diz Maria Isabel, que sobre o asfalto é mais reticente no falar: “O asfalto é uma ótima coisa e acabou o problema de sair da fazenda, mas eu saio pouco”.

Asfalto na Variante deixou de ser sonho para se tornar realidade. Foto: Marcos Vicentti/Secom
Já para Andreina de Lima Souza, natural de Xapuri e há pouco mais de um ano morando em uma colônia na Variante, onde seu marido é o caseiro, não esconde a alegria com o asfalto na porta de casa. Segundo ela, no inverno, ninguém saia de casa para a cidade, mesmo morando tão perto.
“O asfalto melhorou muito a nossa situação. No inverno a gente só saia de moto e se não tivesse chovido. Agora eu posso ir com frequência à cidade visitar minha família, fazer as compras sem risco de atolar”, conta Andreina, que gosta de morar na Variante por ser “uma área muito tranquila, graças a Deus”.

Andreina de Lima agora pode ir e vir à cidade sem medo de não conseguir voltar. Foto: Marcos Vicentti/Secom
A obra e seus benefícios
A pavimentação da Variante é uma das obras estratégicas do mandato do governador Gladson Cameli, que firmou compromisso com a comunidade para sua execução.
A nova Variante, mesmo ainda não estando concluída, como se observa pelos depoimentos de moradores, já está transformando a realidade local.

Facilidade de acesso e garantia de escoamento da produção estão garantidos com a nova Variante. Foto: Pedro Devani/Secom
A obra contempla a implantação e a pavimentação de 17,5 quilômetros da Rodovia AC-380, do entroncamento até a BR-317, com um investimento de R$ 24 milhões, fruto de emenda parlamentar do senador Márcio Bittar.
“A pavimentação da variante é uma prova de como a união gera bons frutos. A obra está gerando trabalho e renda e tira do isolamento os moradores da região que sonham com o asfalto há mais de 30 anos” destaca o governador Gladson Cameli.

Governador Gladson tem priorizado obras estruturantes para os municípios acreanos. Foto: José Caminha/Secom
Cameli, aliás, tem mantido um permanente diálogo com as duas empresas que atuam na construção. “Esse diálogo é fundamental para que a obra avance e melhore a infraestrutura do município, movimentando a economia”.
Prioridades da gestão
A importância econômica das obras da Variante não pode ser subestimada. De acordo com o presidente do Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária do Acre (Deracre), Sócrates Guimarães, o asfaltamento não facilita apenas o acesso de produtores rurais à cidade, como também os caminhos para o escoamento eficiente da produção agrícola e para a pecuária, fortalecendo a economia local.

Acesso a Xapuri pela variante garante escoamento da produção. Foto: Marcos Vicentti/Secom
“Essa obra é um sonho da população de Xapuri e um compromisso do governador Gladson Cameli e do senador Márcio Bittar em garantir o acesso dos produtores rurais dessa região, como também de fortalecer a economia acreana”, enfatiza Sócrates Guimarães.
Avanços
Os trabalhos na estrada da Variante estão sendo executados pelo consórcio Laranjeiras, formado pelas empresas MSM – Pedra Norte e Marts Transportes. De acordo com o encarregado da obra em campo, Evilmar Chagas, 80% da obra já está concluída.

Construção das galerias avança e garante qualidade da obra. Foto: Marcos Vicentti/Secom
“Falta concluir as obras de arte de galeria e uma parte do asfalto. Mas até junho de 2024 estará pronta e a estrada completamente asfaltada”, diz Chagas que hoje trabalha com 12 operários em campo, preparando as galerias para que a parte do aterro e sub base na área dos cinco igarapés que cortam a estrada possam ser concluídas.

Qualidade do serviço é garantida por fiscalização do Deracre. Foto: Marcos Vicentti/Secom
No momento, estão sendo construídas três galerias de grande porte, duas de médio e uma de pequeno porte. As galerias são importantes porque evitam pontos de alagamento na estrada na cheia dos igarapés que vêm de muitas fazendas da região e desaguam no Rio Acre, que fica próximo à variante.
- Foto: Marcos Vicente/Secom
- Foto: Marcos Vicente/Secom
- Foto: Marcos Vicente/Secom
- Foto: Marcos Vicente/Secom
- Foto: Marcos Vicente/Secom
- Foto: Marcos Vicente/Secom
- Foto: Marcos Vicente/Secom
- Foto: Marcos Vicente/Secom
Comentários
Extra
Samu recebe 13 trotes em duas horas e profissionais são alvo de ofensas em Rio Branco
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) recebeu 13 ligações falsas em um intervalo de aproximadamente duas horas, na tarde deste sábado (27), em Rio Branco. Todas as chamadas foram classificadas como trotes e, além de não relatarem ocorrências reais, continham xingamentos e ofensas direcionadas aos profissionais que estavam de plantão.
Segundo informações apuradas pela reportagem, durante as ligações os atendentes e médicas plantonistas tentaram, sem sucesso, identificar se havia alguma situação real de emergência. Em resposta, recebiam apenas palavras de baixo calão e ataques verbais.
De acordo com os relatos, as vozes dos autores dos trotes aparentavam ser de adolescentes. Eles repetidamente perguntavam se o número era do Samu e, logo em seguida, passavam a ofender os profissionais responsáveis pelo atendimento.
Apesar de existir uma lei estadual que trata do tema, o Acre ainda não dispõe de mecanismos eficazes para punir quem realiza trotes contra serviços públicos essenciais. A legislação chegou a ser aprovada e sancionada, mas não produziu efeitos práticos durante sua aplicação.

Ocorrências deixaram de ser atendidas, o que pode ter resultado em pessoas ficando sem socorro médico – Foto/ilustrativa
Os trotes continuam sendo registrados também contra a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros, gerando prejuízos diretos à população e sobrecarregando os serviços de emergência.
Durante o período em que as ligações falsas ocorreram, outras ocorrências deixaram de ser atendidas, o que pode ter resultado em pessoas ficando sem socorro médico, inclusive em situações que poderiam demandar ambulâncias de suporte básico ou avançado.
A coordenação do Samu reforça o apelo para que a população utilize o serviço com responsabilidade, acionando o 192 apenas em casos reais de urgência e emergência. A instituição destaca que parte da demora nos atendimentos está diretamente relacionada ao volume de trotes, que congestionam as linhas e impedem que chamadas legítimas sejam atendidas com agilidade.
Comentários
Extra
Correios preveem 15 mil demissões voluntárias e fechar mil agências
Plano foi apresentado para reduzir déficits da estatal
Com o objetivo de reduzir os déficits registrados desde 2022, os Correios divulgaram nesta segunda-feira (29) um plano de reestruturação da companhia com previsão de fechar 16% das agências da estatal, o que representa cerca de mil das 6 mil unidades próprias em todo o país.
A estatal espera economizar R$ 2,1 bilhões com o fechamento de unidades. Considerando outros pontos de atendimento realizados por parceria, são 10 mil unidades que prestam serviços para os Correios no Brasil. Como a empresa pública tem a obrigação de cobrir todo o território nacional, o presidente da estatal, Emmanoel Rondon, destacou que o fechamento dessas agências será realizado sem violar o princípio da universalização do serviço postal.
“A gente vai fazer a ponderação entre resultado [financeiro das agências] e o cumprimento da universalização para a gente não ferir a universalização ao fecharmos pontos de venda da empresa”, explicou o presidente dos Correios em coletiva de imprensa, em Brasília (DF).
Demissão Voluntária
O plano dos Correios prevê ainda cortes de despesas da ordem de R$ 5 bilhões até 2028, com venda de imóveis e dois planos de demissão voluntária (PDVs) previstos para reduzir o número de funcionários em 15 mil até 2027.
“A gente tem 90% das despesas com perfil de despesa fixa. Isso gera uma rigidez para a gente fazer alguma correção de rota quando a dinâmica de mercado assim exige”, disse.
O plano de reestruturação era esperado devido aos sucessivos resultados negativos que a estatal vem acumulando desde 2022, com um déficit estrutural de R$ 4 bilhões anuais “por causa do cumprimento da regra de universalização”, segundo justificou o presidente Rondon.
Neste 2025, a estatal registra um saldo negativo de R$ 6 bilhões nos nove primeiros meses do ano e está com um patrimônio líquido negativo de R$ 10,4 bilhões.
Empréstimo e abertura de capital
A companhia informou ainda que tomou um empréstimo de R$ 12 bilhõescom bancos para reforçar o caixa da companhia, assinado na última sexta-feira (26). Porém, a direção dos Correios ainda trabalha para encontrar outros R$ 8 bilhões necessários para equilibrar as contas em 2026.
A estatal estuda ainda, a partir de 2027, uma mudança societária nos Correios. Atualmente, a companhia é 100% pública, mas avalia a possibilidade de abrir seu capital transformando-a, por exemplo, em uma companhia de economia mista, como é hoje a Petrobras e o Banco do Brasil.
Corte de pessoal e benefícios
O plano apresentado pelos Correios prevê medidas para serem implementadas entre 2026 e 2027, incluindo os PDVs, sendo um no próximo ano e outro em 2027.
Outros alvos da direção dos Correios são os planos de saúde e de previdência dos servidores, que devem ter cortes nos aportes feitos pela estatal.
“O plano [de saúde] tem que ser completamente revisto e a gente tem que mudar a lógica dele porque hoje ele onera bastante. Ele tem uma cobertura boa para o empregado, mas, ao mesmo tempo, financeiramente insustentável para a empresa”, justificou o presidente.
Com as demissões voluntárias e os cortes de benefícios, os Correios esperam reduzir as despesas com pessoal em R$ 2,1 bilhões anuais. Além disso, o plano estima vender imóveis da companhia para gerar R$ 1,5 bilhão em receita.
“Esse plano vai além da recuperação financeira. Ele reafirma os Correios como um ativo estratégico do estado brasileiro, essencial para integrar o território nacional, garantir acesso igualitário a serviços logísticos e assegurar eficiência operacional em cada região do país, especialmente onde ninguém mais chega”, concluiu o presidente dos Correios.
Crise no setor postal
Os Correios enfrentam uma crise financeira que, segundo a direção da companhia, vem desde 2016, motivada pelas mudanças no mercado postal em razão da digitalização das comunicações, que substituiu as cartas, reduzindo a principal fonte de receita.
A estatal também atribui dificuldades financeiras a entrada de novos competidores no comércio eletrônico como um dos motivos da atual crise do setor.
“É uma dinâmica de mercado que aconteceu no mundo inteiro e algumas empresas de correios conseguiram se adaptar. Várias dessas empresas ainda registram prejuízos. Um exemplo é a empresa americana de correios que está reportando prejuízo da ordem de US$ 9 bilhões”, comparou Emmanoel.
O presidente da estatal brasileira se referiu a empresa pública dos Estados Unidos (EUA) United States Postal Service (USPS), que também anunciou recentemente medidas para enfrentar os déficits financeiros.
Comentários
Extra
TJ do Acre reduz pena de “Chico Doido” de 22 para 12 anos pelo assassinato de dirigente do PSOL em Xapuri
Câmara Criminal do TJ reconhece atenuante de confissão e mantém regime fechado. Crime ocorreu em 2019 após disputa por terra na reserva Chico Mendes

Josimar da Silva Barroso (47), mais conhecido como “Tripinha”, teria sido morto com um tiro de espingarda no peito – Foto: Arquivo familiar
A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) reduziu de 22 para 12 anos de prisão a pena de Francisco da Silva Barroso, conhecido como “Chico Doido”, condenado pelo assassinato de Josimar da Silva Conde, o “Tripinha”, então presidente municipal do PSOL em Xapuri. A decisão atendeu a um recurso da defesa que solicitou o reconhecimento da atenuante de confissão.
A relatora do processo, desembargadora Denise Castelo Bonfim, manteve as qualificadoras do crime — motivo fútil e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima —, mas entendeu que a confissão do réu deveria ser considerada para a redução da pena. O regime de cumprimento permanece em fechado.

Na época a equipe do CIOPAER resgatou o corpo e levou para ser entregue no Instituto Médico Legal (IML), na Capital. Foto: arquivo
O crime ocorreu no dia 20 de novembro de 2019, por volta das 15h, no Seringal Simitumba, colocação Campo Verde, área de difícil acesso dentro da Reserva Extrativista Chico Mendes, na zona rural de Xapuri. Segundo as investigações, Josimar foi morto com um disparo de espingarda após uma discussão relacionada à demarcação de terras na região.
Na ocasião, a vítima teria ido ao local para tratar da divisão das terras e foi recebida pelo acusado em sua residência. De acordo com o relato do caseiro, ambos conversavam quando ele ouviu um disparo. Em seguida, viu Francisco correr em direção à mata. A vítima foi encontrada baleada na região do peito e do ombro e morreu no local.

Na época a equipe do CIOPAER resgatou o corpo e levou para ser entregue no Instituto Médico Legal (IML), na Capital. Foto: arquivo
O caseiro caminhou por cerca de cinco horas até conseguir chegar a uma estrada e, posteriormente, à cidade, onde avisou a esposa da vítima, que acionou as autoridades. Uma operação foi montada pelas forças de segurança do Estado para o resgate do corpo, autorizado pelo delegado de Xapuri à época, Alex Danny.
A retirada do corpo foi coordenada pelo agente investigador Eurico Feitosa, que também participou do levantamento inicial do local do crime. Conforme o relatório policial, o corpo foi encontrado a aproximadamente 30 metros da residência, indicando que o disparo foi feito de dentro da casa para fora, no momento em que a vítima deixava o local.
Cinco dias depois, uma operação conjunta do Bope e da Polícia Civil prendeu o suspeito, que foi localizado na casa de uma irmã, em uma propriedade rural próxima à cidade. Ele foi detido em posse da arma utilizada no crime.
À polícia, Francisco alegou ter agido em legítima defesa, afirmando que a vítima teria chegado armada à sua casa. Na época, a defesa também questionou a legalidade da prisão, alegando que o prazo de flagrante havia expirado e que não existia mandado de prisão preventiva expedido pela Comarca de Xapuri.
O caso teve grande repercussão no estado e voltou ao centro do debate com a recente decisão judicial que reduziu a pena do condenado.

O detento Francisco da Silva Barroso, condenado a 22 anos de prisão pelo assassinato do presidente do PSOL em Xapuri, Josimar da Silva Conde, teve a pena reduzida. Foto: arquivo
O homicídio que teria ocorrido por volta das 15 horas de uma quarta-feira, dia 20 de novembro de 2019, em uma localidade de difícil acesso na zona rural de Xapuri.
Segundo foi levantado na época, a vítima teria ido ao local para tratar da divisão de terras na localidade e foi convidado por seu algoz, identificado como Francisco, ou “Chico Doido”, e ficaram conversando na casa. Foi quando o caseiro ouviu um disparo de espingarda e depois viu o acusado correndo para dentro da mata.
O caseiro contou que viu a vítima baleada na região do peito e ombro, indo a óbito no local. Depois, andou cerca de cinco horas no ramal de difícil acesso até chegar na estrada e depois, ir de carro até a cidade para avisar a esposa da vítima, que depois acionou as autoridades.

O presidente do PSOL de Xapuri Josemar Conde, foi assassinado na tarde de 20 de novembro de 2019, após ser atingido com um tiro de espingarda calibre 28. Foto: arquivo
- Na época a equipe do CIOPAER resgatou o corpo e levou para ser entregue no Instituto Médico Legal (IML), na Capital. Foto: arquivo
















Você precisa fazer login para comentar.