Brasil
Buracos, acidentes e abandono: BR-364 entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul desafia motoristas
Equipe da Rede Amazônica percorreu mais de 600 km e registrou os desafios de trafegar pela rodovia

Motoristas enfrentam desafios ao trafegar pela BR-364. Foto: Reprodução Rede Amazônica
Uma rodovia perigosa. O progresso desejado há anos dura pouco tempo pela BR-364. Durante dois dias, a equipe de reportagem da Rede Amazônica percorreu mais de 630 quilômetros do trecho entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul. Em praticamente toda a sua extensão, a rodovia apresenta problemas e atrasa a viagem de quem se arrisca a trafegar pela região. Mesmo com as manutenções, a estrada parece abandonada.
O repórter Jardel Angelim e cinegrafista José Rodinei saíram da capital logo ao amanhecer do dia.
Os buracos já começam no caminho até o aeroporto internacional e se intensificam no município do Bujari. Desse ponto até cruzeiro do sul são 618 km. Em alguns trechos, a lama já tomou de conta do asfalto. Com o período de chuvas, há pontos que ficam até escorregadios.
Além de atrasar a viagem, os buracos são um problema para os veículos. O aposentado Ademar Júnior viajava de Sena Madureira para Rio Branco. Ele não conseguiu desviar de uma das erosões e o carro acabou quebrando a barra de direção.
“Nós estávamos vindo ali, aí bateu no buraco. Você vê aí, ó, tá cheio de buraco, acabou a roda do carro. Ficamos no prejuízo, ficaram no retorno do mecânico pra poder seguir viagem,” lamentou.
Depois de muitos problemas na estrada, antes de Sena Madureira, foi possível encontrar trechos recém-reformados. Apesar do asfalto novo, a sinalização ainda não foi feita.
Quem também passa por prejuízos são os ônibus que fazem as linhas intermunicipais. A equipe encontrou dois veículos que saíram de Cruzeiro do Sul com destino a Rio Branco, às 19h do dia anterior. A previsão de chegada era de 7h, mas por causa das condições da BR, eles só desembarcaram por volta de 11h. Um atraso de 4 horas.
“A situação ainda está precária, a buraqueira é terrível, questão de horário atrasa muito, passageiros reclamam e está um caos, na verdade. Ônibus quebra, mola quebra, aí a gente acaba prejudicando as viagens do passageiro, né?,” diz o motorista Wheneson Dias.
Não precisa rodar muito para encontrar outros veículos quebrados na estrada. Dessa vez, com o pneu furado por conta dos impactos.
“É de três meses de inverno, já começa a buraqueira já e vai ficando cada dia mais ruim. Quando terminar o inverno, se não recuperar, vai ter local que a pessoa não passa direito,” afirma o empresário Admar de Souza.

Equipe da Rede Amazônica flagrou acidente ao logo da rodovia. Foto: Geisy Negreiros/ Rede Amazônica
Trecho cede quase um metro perto de Sena Madureira
Antes de chegar em Sena Madureira, um trecho da estrada acabou cedendo quase um metro. Os veículos precisam passar praticamente por meia pista. O local foi sinalizado, mas ainda sem previsão de conserto.
No caminho, a equipe encontrou a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Acre, que acompanha o trabalho dos transportes rodoviários e faz fiscalizações constantes nas Brs. As equipes estavam paradas no km-17 da 364 de Sena a Rio Branco.
O objetivo é encontrar motoristas que fazem transportes clandestinos. Com a estrada nessas condições, os cuidados para evitar acidentes devem ser redobrados e, segundo os agentes, os clandestinos não têm os cuidados, habilidades, e treinamentos necessários nesse tipo de transporte. A fiscalização ocorre em toda a extensão da BR até Cruzeiro do Sul.
“O transporte clandestino não passa de aventureiros, né? Então eles se aventuram aí colocando em vida a própria vida do condutor, né?, principalmente dos passageiros, então é muito, mais ainda perigoso essa estrada, as condições dela no momento,” avalia Júlio Figueiredo, agente de fiscalização da Ageac.
Sena Madureira e ponte do Rio Caeté
Poucos quilômetros depois, a equipe chegou em Sena Madureira, a quarta maior cidade do Acre em número de população, com 41.349 pessoas, segundo o último censo do IBGE.
Dez quilômetros à frente, a ponte sobre o rio Caeté, condenada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), está funcionando parcialmente. Uma balsa foi instalada no local no final do mês de janeiro para a travessia de veículos pesados. Os veículos leves e ônibus continuam passando pela ponte na operação pare e siga.
O problema é que as aguas do rio aumentaram de nível nessa época de inverno amazônico. diante disso, os rebocadores e a própria balsa não conseguem chegar as rampas de acesso e acabam encalhando. o resultado é que a embarcação está parada há mais de 10 dias e os veículos pesados voltaram a passar pela ponte.

BR-364 entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul Tarauacá. Foto: Reprodução Rede Amazônica
Nossa equipe flagrou caminhões carregados passando pela estrutura. Por conta de problemas geológicos, uma das colunas deslocou quase três metros, colocando em risco toda a sua estrutura. Segundo o Dnit, uma nova ponte deve ser construída até 2026.
Trecho crítico antes de Manoel Urbano
Seguindo viagem, parte da estrada recebeu manutenção em um trecho de menos de 5 km. Logo depois vem uma sequência de buracos e erosões. Em termos de tamanho, essa é uma das regiões com maior extensão de problemas. A velocidade de trafegabilidade precisa ser reduzida.
Nesse ponto, a BR também cedeu. O local foi interditado e funciona apenas meia pista. Antes de Manoel Urbano, essa é uma das áreas mais críticas.
O serralheiro Damião Isidro Furtado trafega pela BR desde 2014. Ele diz que nunca viu a rodovia funcionando em perfeito estado. Sempre há problemas e os serviços que são feitos não duram muito tempo. Mas, para ele, em 2025 o caso está mais grave.
“Rapaz, a situação não fica muito boa não, muito buraco, tem que ter atenção dobrada, se não, perigoso acontecer um acidente“, disse.
De fato, foi possível ver o resultado desse perigo logo em seguida. Um caminhão guindaste acabou tombando na estrada quando o motorista tentava desviar dos buracos. O veículo trafegava sentido Sena Madureira e ficou à margem da BR. O condutor ficou apenas com escoriações e o caminhão precisou ser resgatado por máquinas pesadas.

Ônibus que trafegam pela BR também enfrentam prejuízos. Foto: Reprodução Rede Amazônica
Mais alguns quilômetros, passamos pelo município de Manoel Urbano, o terceiro saindo de Rio Branco pela BR-364.
Não precisa viajar muito e mais perigo à vista. Outra cratera se abriu deixando a rodovia mais estreita, bem próxima de um posto de saúde e uma escola municipal.
Manoel Urbano a Feijó: sem equipes trabalhando
Os motoristas também sofrem para trafegar de Manoel Urbano a Feijó.
Em alguns pontos, os motoristas precisam guiar os veículos de um lado a outro da via, invadindo a contramão e colocando em risco a vida de outras pessoas.
Logo após a ponte do Jurupari, esse aqui é um dos únicos trechos antes de Feijó que recebeu manutenção e que ainda está com o tráfego seguro. Uma placa indica que essa recuperação deve faz parte do lote 6 das obras e deve custar mais de R$ 170 milhões. O prazo de conclusão é até fevereiro de 2028.
Até esse ponto da viagem, desde Rio Branco, a equipe não presenciou nenhuma equipe trabalhando na rodovia. Nenhuma máquina ou operário foi visto fazendo a manutenção.
O motorista Jean Carlos saiu da capital com destino a Cruzeiro do Sul. Ele conta que até ano passado conseguia chegar ao Juruá no mesmo dia. Agora, devido às condições da estrada, precisa dormir em Feijó.
Ele faz esse percurso semanalmente. Para piorar, por conta dos buracos, o caminhão acabou quebrando. Ele vai atrasar ainda mais até o destino, mas por sorte a empresa que ele trabalha conseguiu enviar um mecânico para fazer a manutenção.
“Nós fazemos esse trajeto aí, saindo de Rio Branco, 4h, 18h tarde chega em Cruzeiro. Hoje não. hoje nós saímos no mesmo horário e tá chegando em Feijó, que é a metade da viagem. Então tá difícil. Não tem ninguém prestando serviço na estrada, né? Porque vocês estão andando nela, vocês estão vendo. Devido a estrada aí, muita mudança de marcha, marcha pesada, aí queimou o disco. Vamos ver, estamos trocando, estamos com mecânica aí. despesa total,” pontua.

BR-364 entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul tem buracos ao longo da rodovia. Foto: Reprodução Rede Amazônica
Após longas horas de viagem, antes de Feijó, o sol já ia se despedindo. A noite começava a chegar junto com a possibilidade de chuva, o que deixa o trajeto ainda mais perigoso, somada às condições da BR. Por volta de 17h30, passamos pelo município de Feijó, a capital nacional do açaí.
Tarauacá: trechos perigosos
Continuando a viagem até Tarauacá são mais 46 km, aproximadamente. O caminho não apresenta novidades e continua cheio de contratempos. Como já estava escurecendo, nossa equipe decidiu pernoitar no município para evitar os riscos de viajar à noite.
No dia seguinte, acompanhamos a situação da ponte sobre o Rio Tarauacá que desde sua construção apresenta problemas em uma das cabeceiras, que cedeu por conta das enchentes do rio. Para que os veículos continuassem passando, um serviço paliativo foi feito e só é possível passar uma mão por vez. O governo federal começou as obras para aumentar o tamanho dessa cabeceira.
As obras iniciaram em setembro de 2023. o prazo para a conclusão inicial era maio de 2025. mas os serviços ainda estão nas bases de sustentação. Quando finalizada, a ponte vai passar de 300 para 370 metros de extensão. O investimento é de aproximadamente R$ 12 milhões.
Laércio Borges é operador de máquinas e mora bem próximo da ponte, às margens da 364. Ele acredita que a extensão do tabuleiro deveria ser maior e teme que novos problemas voltem a ocorrer.
“Se eles tivessem feito como era para fazer, hoje não estava dando esse problema, como está dando hoje, mas querendo deus, vai concluir, para chegar os 70 metros, mas não era para ser só os 70, era para ser os 400 metros, aí não tinha tanto perigo. Também porque o rio é onde a ponte, estão fazendo na cabeça dela, onde o rio passou,” afirma.
O município de Tarauacá passou a ser o 3º maior do Acre em número de população, com 43.464 pessoas, de acordo com o último censo do IBGE.

BR-364 entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul. Foto: Reprodução Rede Amazônica
Tarauacá a Cruzeiro do Sul: menos problemas
Mais 230 km pela frente fica a cidade de Cruzeiro do Sul. Esse trajeto é o que possui menos problemas, mas ainda há estragos na via. A maior parte possui uma trafegabilidade relativamente mais tranquila. É nessa região que fica a terra indígena Katukina, com aldeias ao longo da BR, além de escolas e unidades de saúde.
Após dois dias de viagem, a equipe encontrou trabalhadores na estrada. O grupo informou que eles realizam o tapa buraco entre Feijó e Cruzeiro do Sul. Quando a equipe passou, não haviam máquinas em operação.
Mais alguns quilômetros com uma trafegabilidade em parte tranquila, a equipe chegou em Cruzeiro do Sul. Mais à frente, a ponte aguardada pela população de Rodrigues Alves ainda não tem previsão de construção. A travessia entre os municípios ocorre por meio de balsa.
A equipe finalizou a viagem chegando em Cruzeiro do Sul, após quase dois dias de percurso, entre algumas paradas e empecilhos pelo caminho. Essa é a segunda maior cidade do estado em número de população, com quase 90 mil habitantes. O município e toda a região do Juruá recebem um volume elevado de pessoas de todo o estado. Essa área do Acre é considerada uma das que possuem maior potencial turístico.
Com a BR-364 nesse cenário, poucas pessoas se arriscam a fazer essa viagem, o que acaba prejudicando também o abastecimento dos municípios dessa regional, uma vez que os produtos chegam em menor escala e, geralmente, com preços mais elevados.
O que diz o Dnit
O superintendente do DNIT no Acre, Ricardo Araújo, informou que nesse momento há manutenção de Sena Madureira e Feijó e de Feijó até o rio liberdade. Esse foi um dos trechos mais afetados pelas chuvas. Nessa região o DNIT garante que há oito equipes trabalhando.
“Em dezembro nós tínhamos deixado esse trecho sem nenhum buraco, mas devido a fragilidade do solo que tem ali, as fortes chuvas tem dado problema. Então a gente já adotou, desde o ano passado, já para alguns segmentos, um macadame hidráulico. Nós já fizemos ali do Caeté para frente 8 quilômetros, já fizemos no massipira até a altura, até a ponte do massipira antes, são mais 8 quilômetros. De Feijó para a direção de Tarauacá nós temos aproximadamente 4 quilômetros e vamos fazer mais 4 ainda esse ano agora com o contrato antigo,” explicou.
Para 2025 já existem três trechos licitados entre Feijó e Sena Madureira, um percurso de 60 a 70 km será feito de forma definitiva esse ano, com pedras sobre o solo.
Entre Sena e Feijó há, em média, 100 erosões. O superintendente explicou que os bueiros nesses locais danificaram a pista, devido à fragilidade do solo, mas todos serão consertados em breve. Uma nova licitação será feita para reformar 50 desses pontos críticos.

BR-364 entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul. Foto: Reprodução Rede Amazônica
Sobre a ausência de máquinas trabalhando na 364 durante os dias em que a equipe passou pela rodovia, o Dnit informou que este ano os recursos ainda não chegaram como deveriam e a partir do mês de abril é que os serviços devem ser intensificados.
“Estamos pedindo aqui, ajeitando, fazendo esse tapa o buraco emergencial, que é só que a gente está com esse problema das chuvas e do recurso, mas a gente tem sinalizado e tem dado tanto cuidado e a gente vai implementar com um grande suporte que nós vamos ter, que já foi aprovado, já está licitado, já ganhou, a empresa chega até o final de abril, duas balanças para ser colocadas nessa estrada. As balanças a gente vai também restringir o peso dessas estradas, a gente pega carretas aqui com 50 toneladas acima do peso, não tem estrada que resista também a esse tipo de pavimento. Então ele estoura o pavimento, ele acaba, então não aguenta, ele estoura e vai fragilizando. Por isso também uma das causas dessas grandes erosões,” informa.
Para quem precisa trafegar na região, a alegação é que fica difícil compreender os investimentos olhando para as condições da estrada, com todos os prejuízos aparentes, com veículos danificados, acidentes e atrasos na viagem. A BR que já custou bilhões aos cofres públicos continua sem receber o progresso que a região acreana busca há anos.
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Maioria dos trabalhadores de Rio Branco vive sob forte pressão financeira, aponta pesquisa
Os dados revelam uma realidade complexa. Enquanto a maior parte dos lares (25,5%) tem três moradores, seguidos por 24% com duas pessoas e 20,5% com quatro, uma fatia significativa de 17% abriga cinco ou mais indivíduos

Para 36,5% da população, a renda obtida pelo núcleo doméstico é declarada insuficiente para cobrir as necessidades básicas. Foto: captada
Ascom Fecomércio/AC
A combinação de baixa renda, avanço da informalidade e alto nível de endividamento está empurrando a maior parte dos trabalhadores de Rio Branco para um cenário de forte restrição orçamentária. A conclusão é da pesquisa do Instituto DataControl, encomendada pela Fecomércio/AC e divulgada nesta quinta-feira, 4.
Segundo o estudo, realizado com 200 pessoas economicamente ativas no final de novembro de 2025, 61,5% sobrevivem com até R$ 1.518 por mês, enquanto 51,5% possuem dívidas parceladas, das quais metade compromete mais de 20% da renda familiar. O aperto é tão grande que 27,5% recorrem a “bicos” para completar o orçamento, 16,5% buscam empréstimos e 10% deixam de pagar alguma conta considerada menos essencial. Apenas 41% conseguem poupar qualquer valor ao final do mês.
O levantamento mostra que 83,3% exercem alguma atividade remunerada, mas nem sempre em condições estáveis. Apenas 35,5% têm vínculo formal. Outros 17% trabalham sem contrato, sendo 11,5% realizando bicos e 5,5% atuando como empresários. Há ainda 12,5% de aposentados. Esse cenário de precariedade se reflete no fato de que 38% dos entrevistados não declaram um emprego fixo.
A taxa de desemprego atinge 16,7% da população e revela profunda desmotivação. 44,4% dos desempregados não procuram mais uma vaga, enquanto 31,9% buscam trabalho há mais de dois anos e 17,4% sequer lembram desde quando estão sem emprego. O estudo também aponta que 19,5% trocaram de emprego no último ano, reforçando o cenário de instabilidade.
Para o assessor da Fecomércio-AC, Egídio Garó, os dados reforçam uma tendência já percebida no setor produtivo. “Estamos diante de um mercado de trabalho que emprega, mas ainda não garante estabilidade financeira para grande parte das famílias. A renda é baixa, o endividamento é alto e a margem para poupar é mínima”, afirmou.
Os dados revelam uma realidade complexa. Enquanto a maior parte dos lares (25,5%) tem três moradores, seguidos por 24% com duas pessoas e 20,5% com quatro, uma fatia significativa de 17% abriga cinco ou mais indivíduos, o que intensifica a demanda por recursos. Contudo, essa carga muitas vezes não é distribuída de forma proporcional. Em 44,4% das famílias, o sustento recai sobre os ombros de uma única pessoa, e em 39,5%, apenas dois membros arcam com todas as despesas.
É neste cenário que a percepção de insuficiência se cristaliza. Para 36,5% da população, a renda obtida pelo núcleo doméstico é declarada insuficiente para cobrir as necessidades básicas. “Isso evidencia um descompasso estrutural entre o tamanho das responsabilidades e a capacidade financeira disponível para suportá-las”, detalhou o assessor da Fecomércio-AC, Egídio Garó.
A gestão das dívidas e a capacidade de planejamento financeiro revelam um cenário de constante tensão. O estudo aponta que 33,3% gastaram mais com compromissos, enquanto 37,5% mantiveram o nível de desembolso. Para mais da metade (54%) dos entrevistados, as parcelas mensais já representam uma dificuldade clara para o equilíbrio das contas. Ainda que a maioria (57,5%) declare realizar algum tipo de planejamento de gastos, a prática não é suficiente para evitar os apertos.
Quando o orçamento estoura, uma esmagadora maioria de 77,5% depende da negociação de prazos de até 30 dias para se reerguer, e 9,5% necessitam de mais de 45 dias, indicando uma fragilidade significativa na capacidade de absorção de choques.
A pesquisa também detalhou o perfil do mercado de trabalho de Rio Branco. 53% dos trabalhadores são mulheres, e 61,5% estão na faixa etária economicamente mais ativa, entre 16 e 44 anos. Em termos de formação, 37% concluíram o ensino médio, enquanto 16% possuem diploma de nível superior. A estrutura ocupacional é liderada pelo setor de serviços (21,5%), seguido pelo comércio (19%) e pelo setor público (16,5%).
A mobilidade urbana também pesa no bolso e no tempo dos trabalhadores. 29,5% consideram grande a distância entre casa e trabalho, enquanto 27,5% usam transporte coletivo, 18,5% a moto e 15% o carro próprio.
Egídio Garó explicou que os números são um alerta claro para a necessidade de mais oportunidades de emprego formal e de melhor remuneração em Rio Branco.
“A alta proporção de pessoas com a renda comprometida e sentindo a insuficiência de seus ganhos demonstra que a recuperação econômica precisa chegar com mais força ao bolso do trabalhador”, concluiu.
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Nota pública sobre atendimentos da Secretaria de Agricultura, Cageacre e Emater
A medida é temporária e visa garantir a continuidade dos serviços públicos enquanto são realizados ajustes administrativos e estruturais nas sedes dos órgãos

O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri), da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e da Companhia de Armazéns Gerais e Entrepostos do Acre (Cageacre), informa que as instituições listadas abaixo estarão com atendimentos presenciais nos seguintes locais:
- Emater – pontos de atendimento na Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict), localizada no Hotel Pinheiro – Rua Rui Barbosa, 450, Centro – Rio Branco – AC;
- Cageacre – Rua Estado do Acre, número 16, no Bairro da Base; pontos de atendimento no Mercado dos Colonos, localizado na Rua Estado do Acre, número 16, no bairro da Base, Centro – Rio Branco – AC;
- Seagri – ponto de atendimento no novo prédio da Secretaria de Educação, situado na Avenida Nações Unidas, 1955, em frente ao 7º Batalhão de Engenharia de Construção (7º BEC), nas salas 501 e 502.
A medida é temporária e visa garantir a continuidade dos serviços públicos enquanto são realizados ajustes administrativos e estruturais nas sedes dos órgãos. O governo do Estado agradece a compreensão de todos e reforça o compromisso com a eficiência e a qualidade no atendimento à população.
Rynaldo Lúcio dos Santos
Presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural
Pádua Cunha
Presidente da Companhia de Armazéns Gerais e Entrepostos do Acre
José Luís Tchê
Secretário de Estado de Agricultura
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Governo do Acre celebra conquista de servidor público em premiação nacional de fotojornalismo
Para o governo do Acre, o prêmio reafirma a importância do investimento público na qualificação das equipes de comunicação

Imagem vencedora é de reportagem que retrata coleta de coquinhos caídos das palmeiras, sementes de um ouro vegetal que alimenta sonhos e sustenta famílias: o murumuru. Foto: Pedro Devani/Secom
A Secretaria de Estado de Comunicação, por meio da Agência de Notícias do Acre, conquistou o segundo lugar no Prêmio Ampla de Jornalismo, na categoria Fotojornalismo, com um trabalho assinado pelo fotojornalista Pedro Devani. A imagem premiada ilustra a reportagem “Do murumuru ao mundo: mulheres do Acre moldam a bioeconomia com saber ancestral e cuidado com a floresta”, escrita pela repórter Tácita Muniz.
O reconhecimento reforça a excelência do trabalho desenvolvido por profissionais da comunicação do Estado e evidencia o resultado direto dos investimentos que o governo do Acre vem realizando na capacitação contínua de seus servidores.
Promovido pela Ampla Amazônia, o prêmio reconhece as melhores produções jornalísticas sobre Amazônia, inovação, impacto social e ambiental. A cerimônia oficial foi realizada nesta quarta-feira, 3, em Belém (PA), reunindo grandes nomes da comunicação e do jornalismo da região.
A Ampla Amazônia é uma organização apartidária, representativa de lideranças da Amazônia. Um laboratório de ideias e gerador de debates. Buscando fomentar o empreendedorismo no Pará e na Amazônia, dialogando com o setor público e fortalecendo o setor privado.

Ampla Amazônia é uma organização apartidária, representativa de lideranças da Amazônia. Foto: Marcos Nascimento
Pedro Devani também foi convidado a participar da cerimônia, simbolizando a importância da presença de profissionais que atuam diariamente na produção de conteúdo sobre a Amazônia. “Estou muito feliz”, afirmou Devani. “É um prêmio que destaca a bioeconomia na Amazônia, valorizando uma família de mulheres, que tira seu sustento da coleta diária de murumuru, coquinho. Há um detalhe curioso: a mulher retratada na foto que fiz é paraense e reside em Cruzeiro do Sul há mais de dez anos.”
“Sinto-me honrado por representar a Agência e, mais ainda, por este reconhecimento à fotografia e aos fotógrafos. Neste momento, represento o Acre, sendo o único a ganhar este prêmio de fotografia até agora. Lembro que no ano passado a [jornalista] Tácita [Muniz] se inscreveu e conquistou o terceiro lugar na categoria texto”, concluiu.

Pedro Devani tem mais de três décadas atuando na comunicação pública do estado do Acre. Foto: Marcos Nascimento
Para o governo do Acre, o prêmio reafirma a importância do investimento público na qualificação das equipes de comunicação. “Essa conquista demonstra que investir na formação e no aprimoramento dos nossos servidores gera resultados concretos. Pedro Devani é um exemplo do comprometimento e do talento que temos dentro do Estado”, destacou a secretária de Comunicação, Nayara Lessa.

Para o governo do Acre, o prêmio reafirma a importância do investimento público na qualificação das equipes de comunicação. Foto: José Caminha/Secom
Pedro atua como fotojornalista em diversas coberturas institucionais, registrando o cotidiano acreano com sensibilidade e rigor técnico. Sua vitória, além de celebrar o talento individual, reforça o compromisso do governo em fortalecer o jornalismo público, valorizando profissionais que ajudam a contar a história do Acre e da Amazônia com responsabilidade e profundidade.
A premiação representa mais um marco para o reconhecimento nacional da comunicação pública do Acre, que segue se destacando pela qualidade do conteúdo produzido e pela valorização dos servidores que constroem diariamente essa narrativa.




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