Brasil
Biles diz priorizar saúde mental e não confirma presença nas finais individuais
Norte-americana abandonou a final por equipes e deixou em aberto a presença em decisões nas quais enfrentaria ginastas brasileiras

Técnica norte-americana consola Simone Biles após sua desistência na ginástica por equipes das Olimpíadas 2020
Da CNN, em São Paulo
Não houve lesão, mas sim um pouco de orgulho ferido por uma prova ruim e um tanto mais de cuidado com a saúde mental. Essa foi a explicação da ginasta norte-americana Simone Biles sobre os motivos que a levaram a abandonar nesta terça-feira (27) a final por equipes da ginástica artística nas Olimpíadas de Tóquio.
“Eu apenas não queria continuar”, disse Biles, que deixou a disputa após um desempenho abaixo do esperado na prova do salto. Ela seguiu no ginásio, torcendo pelas companheiras, mas acabou por aplaudir as ginastas da Rússia, que levaram o ouro. Os EUA de Biles, que lutavam pelo tricampeonato olímpico, ficaram com a prata, enquanto a Grã Bretanha conquistou o bronze.

Saúde mental
Por trás do abandono, Biles jogou na mesa a discussão sobre saúde mental dos atletas de alto rendimento. Vencedora de quatro medalhas de ouro no Rio 2016, a norte-americana é uma das principais estrelas dos Jogos de Tóquio.
É grande a expectativa para que ela leve para casa mais algumas medalhas, preferencialmente douradas — Biles ainda deve disputar cinco finais individuais, três delas contra a brasileira Rebeca Andrade.
Mas a nota de 13.766 no salto, a pior da série, foi a deixa para Biles desenhar para todos que, talvez, nem tudo se resuma ao lugar mais alto do pódio.
“Eu tenho que focar na minha saúde mental”, disse em entrevista coletiva. “Não [estava machucada], apenas com meu orgulho um pouco ferido”, completou, para na sequência ampliar sua visão sobre a pressão vivida por atletas como ela: “Temos que proteger nossas mentes e corpos, e não apenas ir lá [competir] e fazer o que o mundo quer que façamos”.
“Eu não confio mais tanto em mim mesma… talvez esteja ficando mais velha. Há alguns dias, quando todo mundo tuita sobre você, vem o peso do mundo nas costas. Nós não somos apenas atletas, no fim do dia nós somos pessoas, e às vezes temos que dar um passo atrás”, avalia. “Você tem que estar lá [na competição] 100% ou 120%, ou você vai se machucar”, completa Biles.
Rebeca e Flávia pela frente?
Biles não confirma que estará nas finais individuais. “Veremos sobre quinta-feira (primeiro dia das finais). Vamos viver um dia de cada vez e ver o que acontece. Vou apenas tentar me preparar para o próximo teste.”

Segundo a federação de ginástica dos Estados Unidos, Biles desistiu por uma “questão médica” e será “acompanhada diariamente” para determinar sua liberação nas outras provas.
A norte-americana está classificada para mais quatro disputas por medalhas. A final no individual geral, competição na qual Biles avançou em primeiro lugar, está marcada para quinta-feira (29) — a segunda colocada, inclusive, é a brasileira Rebeca Andrade, que também enfrentará Biles em mais duas finais: no salto, no domingo (1º), e no solo, no dia seguinte.
No dia 3, próxima terça-feira, Biles ainda tem a final da trave, para a qual também está classificada a brasileira Flávia Saraiva. Em 2016, a norte-americana foi ouro no individual geral, no salto, no solo e por equipes, além de conquistar o bronze na trave.
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Polícia Federal apreende 613 kg de cocaína em galpão de empresa de fachada em Blumenau
Droga estava escondida em bunker subterrâneo e seria enviada à Europa; um homem foi preso e investigação aponta ligação com cidadãos britânicos procurados internacionalmente

Cocaína estava armazenada em um bunker de empresa de fachada em Blumenau. Fot: captada
A Polícia Federal (PF) apreendeu 613 quilos de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). A ação contou com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina e resultou na prisão de um homem suspeito de integrar a organização criminosa.
A droga estava escondida em um bunker no subsolo de um galpão pertencente a uma empresa de exportação de ligas metálicas, que funcionava como fachada para o esquema. Segundo as investigações, o local era usado para o preparo e armazenamento da cocaína antes do envio para a Europa.
Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca em um endereço residencial em Florianópolis ligado ao suspeito, onde foram apreendidos veículos, embarcações, joias e documentos. O inquérito aponta a existência de uma estrutura criminosa internacional com base em Santa Catarina, que contava com suporte logístico de brasileiros e liderança de cidadãos britânicos com histórico de tráfico na Inglaterra e procurados internacionalmente.
A investigação continua para identificar outros integrantes do esquema, que já tinha rotas estabelecidas para o narcotráfico transatlântico.
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Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal
Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada
O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.
O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.
Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).
As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.
Assinatura eletrônica
O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.
A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.
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Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho
Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada
Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.
Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.
O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.

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