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Avulsos – Tédio, silêncio e solidão

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Tédio, silêncio e solidão

Naquele dia frio e nublado ele acordara ressaqueado da noite anterior, não tinha dormido bem, a insônia o tinha castigado bastante. Sentou-se na beirada da cama pensativo, mais um dia de trabalho cansativo o esperava. Levantou-se. Sentia-se triste, nem sabia se era esse o sentimento, e pensava sobre sua vida durante o café, viu que se morresse naquele dia ou em outro qualquer, sua falta não seria sentida, não conseguira sucesso em nada que se metera a fazer em sua vida, era um fracasso rotundo.

Quando criança achava interessante ser motorista, por conta do volante, das marchas e movimento dos pés que observava nos profissionais dos ônibus, brincava com seus carrinhos de plástico, no terreiro de casa, em estradas feitas com enxada, simulando curvas e ladeiras, fazia pontes no rego que escorria do jirau. Quando adolescente assistia filmes na TV de ficção, onde naves espaciais cruzavam o universo, submarino os mares e militares cuidavam de computadores e botões coloridos. Sonhava em ser militar, mas quando apresentou-se ao Exercito foi dispensado por excesso de contingente.

Na escola era um aluno razoável, bom memorizador, tirava notas boas, mas preguiçoso para estudar nas horas vagas, certeza a causa do fracasso que se tornara. Era feio, gordo e nunca teve aquela cor morena das pessoas cheias de vigor, era quase um “almofadinha” com diziam na época. Tinha complexos com o cabelo pixaim, com sua altura, com seu nariz, com seu corpo quase sem pêlos e cara sem barba, jogava mal futebol, em geral nos esportes era regular para não dizer o pior.

Pensou em tornar-se padre, mas era danadinho demais para isso, esqueceu. Era medroso, faltava-lhe confiança em si mesmo, sua grande preocupação quando jovem era como dançar com alguém sem errar tanto, sem pisar nos pés da dama, lembrou-se que quando aconteceu, estava tão bêbado para tomar coragem, que nem sabe se conseguira com êxito.

Atualmente morava sozinho num apartamento no centro da cidade, aquela agitação da metrópole, era boa para ele, o barulho do dia a dia o fazia bem, sentia-se menos solitário, nos finais de semana e feriados, era ruim, não tinha muito o quê fazer, nem conversar, geralmente ia à missa, fazia sua orações, assistia programas de TV chatos, quantas vezes se pegava falando sozinho, era dura a solidão, ansiava pela segunda-feira. Estava enjoado da comida da pensão, às vezes não comia.

Quanto aos relacionamentos, como em tudo, nada dara certo, quanto jovem era calado, tímido, mesmo assim arrumou uma namorada, casou, ela pediu para trabalhar, ele concordou, ela o traiu com todos os colegas da repartição em que ela trabalhava, as pessoas riam dele pelas costas, separou-se, perdeu tudo, casa, mobiliário, as galinhas e o cachorro. Já de meia idade, perdera a esperança de encontrar alguém de sinceros sentimentos, era a concretização do adágio popular: “ quem nasceu para sabugo, jamais será espiga”.

Sua vida tornara-se um grande tormento, seus pensamentos ora invadiam sua mente como turbilhão, ora o vazio, o tédio, o frio, o silêncio. Não sentia vontade de sair, a TV só violência, seu time, não ganhava de ninguém, seus parentes nem sabiam dele.

Na era da geração Y, a chamada geração da internet, resolvera entrar nas redes sociais, fazer amizades, conversar, quem sabe nas horas vagas, ma logo se sentiu mal, muita informação, não entendia direito as piadas, puxava conversa, ninguém respondia, dava bom dia, nada, resolveu deixar de lado. Solidão. As tentativas de interagir com mulheres revelaram-se infrutíferas, muitos vácuos, vários corações, curtidas e quando dava certo, o dinheiro imperava como troca do prazer ou mesmo nem isso.

No trabalho o tédio, a responsabilidade, a convivência com colegas preguiçosos, folgados, causavam-lhe enjôo. A rotina só tinha de bom a companhia, a conversa, no mais eram somente sorrisos falsos e aturar os vícios dos pares. Descobrira que era como o personagem do livro O Alienista de Machado de Assis, o maluco era ele.

O dia passou inexorável, a tarde agonizava no horizonte, o cansaço forçosamente o levava mecanicamente para o apartamento, acendeu a luz, tirou os sapatos apertados, afrouxou a gravata, sentou-se na poltrona, ligou a TV, olhou o celular nenhuma mensagem,  nada além do silêncio e solidão.

 

 

 

 

 

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Homem em situação de rua é morto pela PM após tentar esfaquear policial em Rio Branco

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Ocorrência foi registrada na manhã deste domingo (4), em frente à UPA da Sobral; antes, o homem havia atacado outra pessoa com um terçado

RIO BRANCO (AC) – Um morador em situação de rua foi morto por intervenção policial na manhã deste domingo (4), na Avenida Sobral, próximo à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Franco Silva, após tentar esfaquear um policial militar. Sebastião Alves Sussuara, de 48 anos, estava armado com um terçado e apresentava sinais de transtorno quando foi abordado por uma equipe da Polícia Militar.

De acordo com informações da PM, o homem havia tentado matar Wilson da Silva Araújo minutos antes, na Praça da SEMSUR. Mesmo ferido, Wilson conseguiu correr até a UPA em busca de atendimento médico. Sebastião, por sua vez, perseguiu a vítima e tentou invadir a unidade de saúde, chegando a ameaçar um vigilante no local.

Com a chegada dos policiais, foi dada ordem para que o suspeito soltasse a arma branca e se rendesse, o que não foi obedecido. Segundo a corporação, ao avançar contra um dos militares, o homem foi atingido por pelo menos três disparos, morrendo no local.

Após a perícia, o corpo foi removido ao Instituto Médico Legal (IML). A vítima da tentativa de homicídio segue internada. O caso será investigado pela Polícia Civil.

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Gladson Cameli e Sérgio Lopes participam de cavalgada em Epitaciolândia durante aniversário da cidade

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Evento celebra os 33 anos de emancipação política e destaca o agronegócio e a cultura regional

Em clima de festa e tradição, o governador Gladson Cameli e convidados participaram na manhã deste sábado (3) da tradicional cavalgada de Epitaciolândia, ao lado do prefeito Sérgio Lopes. O evento integra as comemorações pelos 33 anos de emancipação política do município e as festividades do Circuito Country.

Montado a cavalo, o governador desfilou pelas principais ruas da cidade, cumprimentou populares e destacou a importância cultural e econômica do evento. “O lazer é um direito garantido pela nossa Constituição, e eventos como este movimentam a economia da regional. Estamos celebrando com alegria e união”, declarou Cameli.

O prefeito Sérgio Lopes ressaltou o impacto positivo da festa para o setor produtivo local. “Fortalecemos o agronegócio e movimentamos a economia. Recebemos visitantes de várias partes do Acre e até de fora do estado”, afirmou.

A cavalgada reuniu centenas de participantes e contou com a presença de deputados, prefeitos e lideranças do setor agropecuário. O Circuito Country segue com programação de rodeio, feira agropecuária, atrações musicais e culturais até este domingo (4).

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Em Epitaciolândia, governador Gladson Camelí participa do 12º Circuito Country e reafirma seu compromisso com parcerias municipais

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A noite desta sexta-feira, 2, foi marcada por celebração e integração em Epitaciolândia, com a presença do governador Gladson Camelí na segunda noite da 12ª edição do Circuito Country. O evento, promovido pela prefeitura com apoio do governo do Estado, já é uma das maiores festividades do Acre, ao lado das tradicionais Expoacres, e reúne milhares de pessoas em uma programação diversificada, que movimenta a cultura, o turismo e a economia regional.

Evento, promovido pela prefeitura com apoio do governo do Estado, já é uma das maiores festividades do Acre. Foto: Felipe Freire/Secom

Com um clima de festa e reconhecimento à história do município, o governador destacou a importância da parceria entre Estado e prefeituras para a realização de eventos que impactam diretamente a população.

“Eventos como esse geram oportunidades, movimentam a economia e mostram a força das nossas cidades. É com união — governo do Estado, prefeituras e bancada federal — que vamos vencendo os desafios e construindo um Acre melhor para todos. Parabéns ao prefeito Sérgio, que tem feito um trabalho grandioso”, afirmou Camelí.

Para o governador Gladson Camelí, união é essencial pelo desenvolvimento do Acre. Foto: Felipe Freire/Secom

Uma grande noite

A programação da noite contou com a abertura oficial do rodeio, desfile das rainhas eleitas, apresentações de DJs e o show da cantora Luma Danttas. A movimentação já se reflete no comércio local e na rede hoteleira de Epitaciolândia e Brasileia, que opera com ocupação total, demonstrando o impacto econômico positivo da festividade.

O prefeito Sérgio Lopes, anfitrião do evento, celebrou o sucesso do Circuito Country 2025 e a parceria com o governo do Estado.

Rodeio foi uma das principais atrações desta sexta-feira. Foto: Felipe Freire/Secom

“É uma festa grandiosa. Graças ao apoio do Estado e de nossos parlamentares, conseguimos oferecer uma estrutura ainda melhor. Comemoramos 33 anos de emancipação política com conquistas importantes, como o segundo melhor Ideb do Acre e um dos melhores índices de qualidade de vida da região Norte”, destacou o prefeito.

Epitaciolândia, fundada em 1992, é um município estratégico na fronteira com a Bolívia, marcado por uma história de resistência e desenvolvimento. A cidade se destaca pela forte atividade comercial com Cobija, pela agricultura familiar e, mais recentemente, pelo papel de polo universitário, com milhares de jovens brasileiros cursando medicina na Bolívia. O Circuito Country reflete essa vocação transfronteiriça, com participação expressiva da população boliviana entre os mais de 40 expositores presentes na feira.

Prefeito Sérgio Lopes, anfitrião do evento. Foto: Felipe Freire/Secom

As comemorações seguem neste sábado, 3, com a tradicional cavalgada pelas ruas da cidade, rodeio e o aguardado show da cantora Marília Tavares. Também se apresentaram a Banda Rabo de Vaca e DJs locais, em uma festa que promete ir todas as noites até a madrugada e consolidar mais uma edição de sucesso do evento que já faz parte do calendário cultural acreano.

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