Conecte-se conosco

Cotidiano

Autista se forma em medicina e cria projeto de inclusão em escolas 20 anos após professora dizer que ele não seria alfabetizado

Publicado

em

Enã Rezende nunca reprovou de nenhuma disciplina da faculdade. Projeto ‘Autismo nas escolas’ busca, com palestras nas escolas, conscientizar crianças e adolescentes sobre o comportamento do autista e a respeitá-lo

Vinte anos depois de uma professora dizer que ele não teria condições de ser alfabetizado, Enã Rezende, de 26 anos, que tem autismo, se formou em medicina, neste mês, em Cuiabá. Junto com a mãe, a psicóloga Érica Rezende, 46 anos, ele desenvolve um projeto de inclusão social nas escolas sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), mais conhecido como autismo.

A iniciativa surgiu no dia 10 de fevereiro de 2017, quando o médico ainda estava na faculdade. A colação de grau dele aconteceu na terça-feira (15).

O objetivo do projeto ‘Autismo nas escolas’ é que crianças e adolescentes entendam o comportamento de um autista e aprendam a respeitá-lo, com palestras nas escolas.

Érica com os dois filhos — Foto: Érica Rezende/ Arquivo pessoal

A irmã de Enã, de 12 anos, também tem autismo. “Não foi fácil ver Enã e a irmã dele sofrendo preconceito. Quando ele estava na faculdade, aconteceu um episódio que nos marcou muito. Foi a partir desse dia que transformei nossas lágrimas em ‘vinho’ e escrevi o projeto”, contou Érica.

Enã afirmou que sempre sofreu preconceito, principalmente quando ainda estava na escola, devido às dificuldades que ele tinha para se comunicar com os demais alunos.

“Era uma criança considerada diferente e, por isso, as outras crianças me desprezavam e algumas até me batiam. Se o projeto existisse naquela época, teria sido diferente, pois a informação faz a diferença”, ressaltou.

A mãe de Enã avalia que, na maioria das vezes, a exclusão de pessoas autistas na sociedade está relacionada à falta de informação.

“Eu disse a ele: ‘Se o autismo é um assunto complexo para as pessoas, precisamos informá-las’. Então nós trabalhamos no desenvolvimento do projeto e toda sexta-feira reservo parte do meu tempo e vou às escolas para falar do assunto”, disse.

Família inteira participa do projeto — Foto: Érica Rezende/ Arquivo pessoal

O programa já passou por mais de 50 escolas em Cuiabá, Rondonópolis, Primavera do Leste, Itiquira, Goiânia e Mineiros (GO) e também para empresas e hospitais do estado. Segundo Érica, a ação tem resultados positivos.

“A partir da conscientização, as pessoas passam a ter uma compreensão melhor sobre o assunto e começam a tratar o autista de uma forma melhor. Com a informação correta, podemos desatar as amarras do preconceito”, pontuou.

Atualmente, Enã se dedica à carreira profissional. No entanto, junto com a família, ele sonha que o projeto seja levado para escolas de todo o país. Para isso, eles criaram um site o qual disponibilizam cartilhas, vídeos e slides sobre o assunto para que outras pessoas possam utilizar o material.

Alfabetização

A família do médico descobriu o autismo quando ele tinha dois anos. No entanto, o diagnóstico exato foi descoberto somente aos 19 anos.

Érica contou que sempre trabalhou a comunicação e a alfabetização do filho e, quando ele completou 6 anos, o matriculou em uma escola.

“A metodologia que a escola oferecia era boa, mas ele não conseguia ser alfabetizado. Ele tinha conhecimento das letras, mas não conseguia fazer a junção para formar as palavras. Foi então que a professora me disse que ele não seria alfabetizado”, contou.

Devido ao problema, Érica disse que o matriculou em outra escola. No entanto, não houve progresso na alfabetização dele.

“Ele já estava com 7 anos e ainda não fazia leitura. Então minha irmã, que trabalha com alfabetização, começou a ensiná-lo do jeito mais tradicional e, em dois meses, ele aprendeu”, disse.

Segundo Érica, não houve mais problemas com o aprendizado de Enã depois da alfabetização.

“Tudo que ensinava, ele aprendia de forma rápida. Nunca mais tive problemas com ele em relação a isso”, ressaltou.

Enã se formou em medicina em uma universidade particular, em Cuiabá, e nunca reprovou de nenhuma disciplina.

Agora, ele se prepara para seguir a carreira de médico no Exército Brasileiro.

Comentários

Continue lendo
Publicidade

Cotidiano

Federação Acreana de Futebol cai para 23ª posição em ranking nacional da CBF

Publicado

em

FFAC perde uma posição para a federação do Tocantins, que superou a vantagem de pontos do Acre na última temporada

Sede da Federação de Futebol do Acre (FFAC), anexa ao estádio Florestão, em Rio Branco. Foto: internet

A Federação de Futebol do Acre (FFAC) caiu uma posição no Ranking Nacional das Federações 2026, divulgado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), e agora ocupa a 23ª colocação entre as 27 entidades estaduais. Com 2.306 pontos, a FFAC foi ultrapassada pela Federação Tocantinense de Futebol, que somou 2.435 pontos.

A queda está relacionada ao desempenho do time tocantinense Tocantinópolis-TO, que superou a vantagem de 136 pontos que o Acre mantinha na temporada anterior. A melhor colocação histórica da FFAC ocorreu em 2018, quando chegou ao 18º lugar, impulsionada pela campanha do Atlético Acreano, que quase alcançou o acesso à Série B.

Comentários

Continue lendo

Cotidiano

Eriano Santos avalia amistosos e espera evolução na Copinha

Publicado

em

Foto arquivo pessoal: Eriano Santos acredita em uma grande campanha do Galvez

O técnico Eriano Santos avaliou de maneira positiva os amistosos do Galvez visando à disputa da Copa São Paulo de 2026. O Imperador foi derrotado pelo Tanabi, América e Mirassol, todos de São Paulo, e pelo Nacional, do Amazonas.

“Se formos olhar pelos resultados, não foi bom. Precisamos avaliar os amistosos pelo condicionamento físico, entrosamento, evolução e por esses aspectos foi muito bom. Essa iniciativa da nossa diretoria é inédita e os resultados podem ser satisfatórios”, comentou Eriano Santos.

Reta final

Com um treino regenerativo nesta quarta, 24, em São José de Rio Preto, São Paulo, o elenco do Galvez começou a reta final de treinamentos para a Copinha. O Imperador estreia no torneio no dia 2 de janeiro contra o Votuporanguense, de São Paulo.

Comentários

Continue lendo

Cotidiano

Diretoria da Adesg antecipa 1º pagamento do elenco e quer grande campanha

Publicado

em

Foto Manoel Façanha: Paulinho do Cras quer garantir todas as condições para os atletas

O presidente da Adesg, Paulinho do Cras, confirmou nesta quarta, 24, o pagamento, de maneira antecipada, dos dias trabalhados de dezembro do elenco profissional.

“Resolvemos antecipar o pagamento por causa do Natal. Essa é uma data importante para todas as famílias e o nosso objetivo é garantir as condições ideais dos atletas”, declarou Paulinho do Cras.

Ganha folga

Os jogadores da Adesg realizaram um treinamento nesta quarta e ganham uma folga nesta quinta, 25.

“Estamos trabalhando forte desde o início da preparação e por isso a comissão técnica resolveu garantir um descanso no dia 25. Voltamos ao trabalho na sexta(26)”, disse o diretor de futebol, Erismeu Silva.

Estreia no dia 15

A Adesg enfrenta o Humaitá no dia 15 de janeiro, na Arena da Floresta, no jogo de estreia no Campeonato Estadual. O leão terá mais 21 dias de treinamentos.

Comentários

Continue lendo