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Aumentam os bloqueios em estradas do Peru em meio à crise social e política

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Rodovia Pan-Americana é bloqueada no Peru em meio à onda de protestos
DIEGO RAMOS / AFP – 12/01/2023

O país enfrenta uma onda de protestos que começou após o antigo presidente, Pedro Castillo, tentar dar um autogolpe

Mais de 100 trechos de estradas no Peru seguiam bloqueadas por manifestantes neste sábado (14), enquanto o aeroporto de Cusco retomava operações, um dia após a presidente Dina Boluarte assegurar que não irá renunciar.

As regiões andinas, no sul do país, as mais marginalizadas no Peru, estão submersas em uma incessante convulsão social que deixa ao menos 42 mortos desde o início de dezembro, segundo líderes civis e organizações defensoras dos direitos humanos.

“Há setores extremistas que buscam gerar desordem e caos, com interesses subalternos (…) Estamos mais fortes do que nunca, com um gabinete ministerial comprometido a brigar pelo país”, afirmou Boluarte na última sexta-feira (13), quando crescia a pressão política que reivindica a renúncia da presidente.

Como vice-presidente de Pedro Castillo, Boluarte assumiu o poder em 7 de dezembro, logo após o antecessor ser destituído pelo Congresso.

Neste sábado, os bloqueios afetavam 11 regiões dos Andes e da Amazônia, especialmente no sul, próximo às fronteiras com o Chile e a Bolívia. Segundo estatísticas da Superintendência de Transporte Terrestre, nunca antes houve tantos bloqueios como na crise atual.

Porém, em Cusco, importante destino do turismo internacional, as autoridades retomaram as operações do aeroporto Velasco Astete, que ficou fechado por dois dias por motivos de segurança. Com a reabertura, o governo busca recuperar a atividade na região, onde associações locais afirmar perder até 7 milhões de soles peruanos, R$ 9,4 milhões, por conta da crise.

‘Rejeitemos a violência’

Boluarte se dirigiu ao país na última sexta-feira após a renúncia e substituição dos ministros do Interior, Trabalho e Mulher.

A presidente cobrou que o Congresso acelere os trâmites para realizar eleições antecipadas em abril de 2024 e pediu perdão pelas mortes provocadas pela crise.

“Peço perdão por essa situação e pelo que se deixou de fazer para evitar esses acontecimentos trágicos. Mas, assim como peço perdão, peço que rejeitemos a violência.”

Diversos grupos, sobretudo os da região sul, nos Andes, exigem a renúncia de Boluarte, a quem consideram responsável pela violência.

Da mesma forma, pedem o fechamento do Congresso controlado pela direita e a realização imediata de eleições.

Os pedidos pela liberdade de Castillo – preso preventivamente enquanto é investigado por suporta rebelião – e a formação de uma Assembleia Constituinte também fazem parte da agenda.

Andes sem trégua

As manifestações e começaram na semana passada, após uma espécie de trégua de fim de ano, e estão concentradas na região dos Andes, no sul, onde vivem comunidades quéchuas e aymaras que, avaliam especialistas, são historicamente marginalizadas.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (OEA), que realizou uma visita ao Peru nesta semana, considerou que a integração dessas comunidades com o restante do país é necessária para superar definitivamente a crise.

Alguns grupos de manifestantes dessas regiões ameaçam viajar à Lima para tomar a cidade, obrigar Boluarte a renunciar e criar um quadro que obrigue as eleições a acontecerem o quanto antes.

“Decidimos ir à Lima (desde segunda-feira), sim ou sim. Não podemos expôs a que horas, porque o que queremos é viajar em unidade”, disse Julio Vilca, um dirigente da província de Ilave, na região de Puno.

Ameaça de grupos radicais

As autoridades insistem que por trás dos protestos há setores ultrarradicais, incluindo remanescentes do grupo guerrilheiro Sendero Luminoso.

Como prova, foi apresentada nesta semana a captura de uma ex-integrante dessa organização, Rocío Leandro, conhecida dentro do grupo como “Camarada Cusi”.

Segundo o porta-voz da polícia, o general Óscar Arriola, Leandro financiava as ações de vandalismo que deixaram dezenas de mortos na região de Ayacucho. A senderista foi definida como “uma assassina marxista, leninista, maoista”.

“Cusi” e sete outras pessoas capturadas junto a ela pretenderiam formar um novo grupo terrorista chamado Nova Fração Vermelha, disse a polícia.

Organizações de esquerda, como o partido Peru Livre, pelo qual Castillo e Boluarte foram eleitos, rejeitaram a versão da polícia, pois a consideram uma estratégia para criminalizar os protestos.

Castillo foi destituído após tentar dar um golpe de Estado para governar por decreto.

Boluarte, primeira na linha de sucessão, ficou no poder. Porém, nas primeiras declarações, disse que pretendia governar até 2026, quando terminaria o período de Castillo, ignorando o pedido de eleições imediatas que parte de uma grande parcela do país.

Boluarte, uma advogada de 60 anos que fala a língua quéchua e, assim como Castillo, tem uma origem andina humilde, logo retificou e anunciou eleições para abril de 2024. Porém, a convulsão dos protestos e as mortes agravaram a crise peruana.

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Polícia Federal apreende 613 kg de cocaína em galpão de empresa de fachada em Blumenau

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Droga estava escondida em bunker subterrâneo e seria enviada à Europa; um homem foi preso e investigação aponta ligação com cidadãos britânicos procurados internacionalmente

Cocaína estava armazenada em um bunker de empresa de fachada em Blumenau. Fot: captada 

A Polícia Federal (PF) apreendeu 613 quilos de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). A ação contou com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina e resultou na prisão de um homem suspeito de integrar a organização criminosa.

A droga estava escondida em um bunker no subsolo de um galpão pertencente a uma empresa de exportação de ligas metálicas, que funcionava como fachada para o esquema. Segundo as investigações, o local era usado para o preparo e armazenamento da cocaína antes do envio para a Europa.

Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca em um endereço residencial em Florianópolis ligado ao suspeito, onde foram apreendidos veículos, embarcações, joias e documentos. O inquérito aponta a existência de uma estrutura criminosa internacional com base em Santa Catarina, que contava com suporte logístico de brasileiros e liderança de cidadãos britânicos com histórico de tráfico na Inglaterra e procurados internacionalmente.

A investigação continua para identificar outros integrantes do esquema, que já tinha rotas estabelecidas para o narcotráfico transatlântico.

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Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal

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Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada 

O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.

O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.

Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).

As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.

Assinatura eletrônica

O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.

A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.

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Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho

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Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada 

Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.

Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.

O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.

Veja vídeo:

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