“Os números apresentados são fruto de um trabalho estratégico, baseado em inteligência, integração entre instituições e comprometimento das equipes que atuam diariamente nas fronteiras. Em 2025, conseguimos causar um impacto direto nas organizações criminosas, retirando drogas, armas e produtos ilegais de circulação. Para 2026, nossa expectativa é ampliar ainda mais as operações, investir em tecnologia e fortalecer as ações preventivas, garantindo mais segurança à população acreana”, disse.
Flash
Audiência pública discute hanseníase e atendimento humanizado na Câmara Municipal

Por Marcela Jansen
Atendendo a requerimento do vereador João Paulo Silva (Podemos), a Câmara Municipal de Rio Branco realizou uma audiência pública, na segunda-feira, 25, com o tema “Hanseníase: Sem preconceito, com informação e cura”. O objetivo do debate é promover a conscientização sobre a doença, combater o estigma histórico que ainda afeta os pacientes, divulgar informações sobre diagnóstico, tratamento e cura, além de reforçar a importância do acesso universal à saúde e da inclusão social das pessoas acometidas.
Com a presença de autoridades municipais e estaduais, lideranças religiosas, representantes do Ministério Público, do MoHan (Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase), do Conselho Estadual de Saúde, profissionais da área técnica e parlamentares, a audiência foi marcada por relatos emocionantes, dados alarmantes e compromissos concretos.
O vereador João Paulo, ao abrir os trabalhos, destacou que a luta contra a hanseníase não é apenas uma pauta de saúde, mas também de justiça social e dignidade humana. “A graça das graças é não desistir nunca”, disse, citando Dom Hélder Câmara, ao reafirmar seu compromisso com a causa e anunciar a destinação de parte de suas emendas parlamentares para fortalecer o plano de descentralização do atendimento em Rio Branco.
Elson Dias, coordenador do MoHan no Acre, chamou atenção para o aumento de casos em crianças e adolescentes, citando uma paciente de apenas onze anos diagnosticada com a doença. Defendeu a capacitação urgente de profissionais da atenção básica para garantir diagnóstico precoce e evitar sequelas graves. Já o diretor executivo nacional do MoHan, Helenilson Souza, conhecido como Bill, reforçou que a hanseníase continua sendo negligenciada, principalmente nos discursos públicos. “Ainda é comum ouvir pessoas perguntando se essa doença existe. A invisibilidade e o preconceito são tão nocivos quanto o bacilo”, alertou.
O promotor de Justiça Thalles Ferreira da Costa, do Ministério Público do Acre, destacou que a convivência é um direito humano e que a segregação, mesmo quando involuntária, deve ser combatida com políticas públicas eficazes. “Estaremos sempre presentes não apenas para falar, mas para agir. Essa é a missão do Ministério Público”, afirmou.
A diretora de Vigilância em Saúde do município, Socorro Martins, apresentou números preocupantes: de 35 casos registrados em 2020, o município saltou para 94 em 2024, com incidência inclusive em menores de 15 anos. Explicou que o plano de descentralização já foi iniciado, com mutirões nas URAPs e capacitação prática de profissionais nas unidades. O secretário municipal de Saúde, Renan Biths, reafirmou o compromisso da gestão com a meta da Organização Mundial da Saúde de eliminar a hanseníase como problema de saúde pública até 2030. “A hanseníase tem cura. O que falta é diagnóstico precoce, informação e combate ao preconceito”, declarou.
Representando a Secretaria Estadual de Saúde (SESACRE), Antônia Gerinês Arruda reforçou a importância da comunicação acessível, especialmente voltada ao público jovem. Disse ainda que todos os municípios do Acre estão recebendo capacitação técnica e apoio institucional do Estado, em parceria com o Ministério da Saúde e a OPAS.
A vice-presidente do Conselho Estadual de Saúde, Nara Oliveira, defendeu a criação de um comitê estadual com a participação de usuários, MoHan e controle social. “Representamos o povo, e é com o povo que devemos construir as soluções. A hanseníase precisa estar na agenda dos conselhos e da gestão pública”, afirmou.
A irmã Selene, da Casa de Acolhida Souza Araújo, fez uma fala breve e simbólica, destacando que o isolamento só existe porque a rede pública ainda falha em garantir acolhimento e dignidade. Já o técnico de dermatologia Ademar, representante do MoHan no Amazonas, compartilhou experiências do município de Boca do Acre e defendeu o acompanhamento completo dos contatos dos pacientes.
Por fim, foram firmados encaminhamentos importantes, como a visita técnica conjunta à URAP Bacurau e à Casa de Acolhida Souza Araújo, prevista para o mês de setembro, com participação de vereadores, Ministério Público, gestores e entidades sociais. Também foi reforçado o compromisso de ampliação dos mutirões de diagnóstico, campanhas de conscientização em linguagem acessível e apoio legislativo à estruturação do atendimento.
O papel dos parlamentares no enfrentamento à hanseníase
A audiência pública também foi marcada pela manifestação de parlamentares comprometidos com a promoção da saúde, da escuta ativa e da dignidade humana. Os vereadores André Kamai (PT) e Felipe Tchê (PP) usaram a tribuna para destacar o papel do Legislativo municipal na formulação de políticas públicas inclusivas e no enfrentamento do estigma que ainda cerca a hanseníase.
Kamai ressaltou que, embora a hanseníase tenha cura, o preconceito ainda persiste como uma das maiores barreiras enfrentadas pelas pessoas acometidas pela doença. Ele alertou ainda para os impactos da desinformação, das fake news e da negligência histórica do poder público, reforçando a necessidade de políticas de conscientização permanentes.
“Quando a gente fala em hanseníase, estamos falando de exclusão, de dor e de direitos negados. Não é só sobre saúde, é sobre humanidade.”
O vereador Felipe Tchê (PP) defendeu que a Câmara seja cada vez mais um espaço de escuta qualificada e de articulação com os órgãos responsáveis.“O Legislativo tem a obrigação de escutar quem vive a realidade e propor mudanças que realmente melhorem a vida das pessoas. Essa audiência foi um exemplo de como devemos agir: ouvindo, respeitando e buscando soluções concretas.”
Tchê também destacou que a coragem institucional é fundamental para enfrentar temas historicamente invisibilizados. “É preciso coragem para enfrentar temas difíceis. Mas é com esse tipo de iniciativa que fazemos política de verdade.”
Comentários
Continue lendo
Flash
Prefeito Jerry Correia participa da última sessão do ano na Câmara Municipal e destaca avanços de suas gestões
O prefeito de Assis Brasil, Jerry Correia, participou nesta terça-feira(16) da semana da última sessão ordinária do ano da Câmara Municipal, momento marcado por agradecimentos, balanço de ações e diálogo entre os poderes Executivo e Legislativo.
Durante seu pronunciamento, o prefeito destacou os principais avanços alcançados ao longo de suas gestões, ressaltando que os resultados são fruto de planejamento, responsabilidade com os recursos públicos e do trabalho conjunto com vereadores, secretários, servidores e a população.
Entre os pontos abordados, Jerry Correia enfatizou os investimentos em infraestrutura urbana e rural, melhorias na saúde, fortalecimento da educação, apoio ao produtor rural, além de ações voltadas para o desenvolvimento social e econômico do município. Segundo o prefeito, mesmo diante de desafios, a administração conseguiu avançar e entregar importantes melhorias à comunidade.
“Foram anos de muito trabalho, diálogo e compromisso com Assis Brasil. Cada ação realizada teve como objetivo melhorar a qualidade de vida da nossa população. Agradeço à Câmara Municipal pela parceria e a todos que contribuíram para que esses avanços se tornassem realidade”, destacou o prefeito.
A sessão marcou o encerramento das atividades legislativas do ano e simbolizou um momento de reflexão sobre os caminhos percorridos e os desafios superados, reforçando o compromisso da gestão municipal com a transparência, o diálogo e o desenvolvimento de Assis Brasil.
Comentários
Flash
Gefron apresenta balanço das apreensões realizadas durante 2025
O Grupo Especial de Operações em Fronteiras (Gefron) apresentou, nesta quarta-feira, 16, o balanço das ações desenvolvidas no período de 1º de janeiro a 15 de dezembro de 2025. Os números refletem a intensificação do trabalho de combate aos crimes transfronteiriços, especialmente tráfico de drogas, descaminho e crimes contra o patrimônio, nas regiões de fronteira do estado do Acre.
Ao longo de 2025, o grupo registrou 157 ocorrências no total, sendo 33 relacionadas ao tráfico de drogas e 54 ocorrências de descaminho. As ações resultaram na apreensão de 341.029 maços de cigarros, 52 veículos apreendidos ou recuperados, além de 798,80 kg de entorpecentes retirados de circulação.

Números refletem a intensificação do trabalho de combate aos crimes transfronteiriços. Foto: Dhárcules Pinheiro/Secom
O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública do Acre, José Américo Gaia, destacou que os resultados positivos estão diretamente ligados aos investimentos realizados pelo governo do Acre na área da segurança pública.

Secretário de Segurança afirma que os resultados positivos estão diretamente ligados aos investimentos realizados pelo governo do Acre na Segurança Pública. Foto: Dhárcules Pinheiro/Secom
“Esses resultados expressivos do Gefron são reflexo dos investimentos contínuos feitos pelo governo do Acre em estrutura, equipamentos, capacitação e valorização dos profissionais da Segurança Pública. O fortalecimento das forças de segurança tem sido prioridade, e os números mostram que estamos no caminho certo para combater o crime e proteger nossas fronteiras”, destacou
O balanço também aponta a apreensão de 10 armas de fogo e a realização de 96 conduções e prisões, fortalecendo o enfrentamento direto às organizações criminosas. No período, o grupo executou 231 operações, alcançando um valor estimado em R$ 14.167.863,00 de apreensões de ilícitos.

Balanço também aponta a apreensão de 10 armas de fogo e a realização de 96 conduções e prisões. Foto: Dhárcules Pinheiro/Secom
De acordo com o coordenador do Gefron, Assis dos Santos, os resultados demonstram a eficiência do trabalho integrado das forças de segurança.

Para o coordenador do Gefron os resultados demonstram a eficiência do trabalho integrado das forças de segurança. Foto: Dhárcules Pinheiro/Secom
Comentários
Flash
Atenção Primária do Acre conquista 1º lugar nacional e se destaca na Conferência de Planificação da Atenção à Saúde
A Atenção Primária à Saúde (APS) do Acre alcançou o primeiro lugar nacional no Índice de Desempenho da Planificação da Atenção à Saúde, consolidando o estado como referência no país na organização do cuidado no Sistema Único de Saúde (SUS). O reconhecimento ocorreu durante a 3ª Conferência Nacional de Planificação da Atenção à Saúde e o 1º Encontro Internacional de Promoção da Saúde, realizados nos dias 15 e 16, de forma híbrida.
O desempenho de destaque é resultado direto da implementação da estratégia PlanificaSUS, desenvolvida de forma contínua ao longo de 2024 e 2025, especialmente na Região de Saúde do Baixo Acre e Purus, onde a Planificação tem sido utilizada como instrumento central para reorganizar os processos de trabalho, qualificar a coordenação do cuidado e fortalecer a integração entre a Atenção Primária à Saúde (APS) e a Atenção Ambulatorial Especializada (AAE), com ênfase na linha de cuidado materno-infantil.
Durante o evento, o Acre teve cinco trabalhos científicos aprovados e apresentados, evidenciando experiências exitosas construídas a partir da realidade dos territórios, com protagonismo dos municípios e apoio técnico permanente da gestão estadual. O conjunto dessas boas práticas garantiu ao estado a manutenção do primeiro lugar no ranking nacional do Índice da Planificação, reafirmando sua capacidade de transformar diretrizes em resultados concretos para a população.
Para a secretária adjunta de Atenção à Saúde da Sesacre, Ana Cristina Moraes, a conquista representa um marco para a política pública de saúde no estado:
“Alcançar o primeiro lugar no Índice da Planificação da Atenção à Saúde é um feito histórico para o Acre e reforça a importância de investir em uma Atenção Primária forte, organizada e integrada. Esse reconhecimento nacional demonstra que o trabalho desenvolvido nos territórios, em parceria com os municípios e com o empenho dos profissionais do SUS, tem gerado resultados concretos e sustentáveis para a população.”
Experiências exitosas fortalecem o protagonismo do Acre
Entre os trabalhos apresentados, destacou-se “Transformando a Atenção à Saúde: a revolução da segurança do paciente no Baixo Acre e Purus”, que evidenciou o papel da Planificação na estruturação de Núcleos e Times de Segurança do Paciente na Atenção Primária, promovendo cultura de segurança, padronização de fluxos assistenciais, monitoramento de riscos e integração dessas ações à Rede de Atenção à Saúde.
Também foram apresentados estudos que abordam os desafios da implementação da Política de Cuidados Paliativos no estado e a incorporação do PlanificaSUS na Atenção à Saúde Indígena, evidenciando o compromisso do Acre com a equidade, o respeito às especificidades dos povos indígenas e a adaptação das estratégias às realidades dos territórios amazônicos.
Outro destaque foi a experiência “Fortalecimento da Governança Regional na Amazônia Ocidental: a experiência da Coordenação da Região de Saúde do Baixo Acre e Purus na implementação do PlanificaSUS”, que demonstrou avanços na articulação regional, no planejamento integrado e na qualificação da gestão da rede de atenção à saúde.
Avanços estruturantes no Baixo Acre e Purus
Na região do Baixo Acre e Purus, a Planificação da Atenção à Saúde tem se consolidado como principal estratégia para orientar mudanças estruturantes na APS, promovendo a organização territorial baseada em risco, a integração efetiva entre os níveis de atenção, a continuidade do cuidado e o fortalecimento da governança regional.
Na linha materno-infantil, os avanços são evidentes na qualificação do acompanhamento de gestantes e crianças, na melhoria da coordenação do cuidado e na construção de fluxos assistenciais mais resolutivos, seguros e humanizados.
A referência técnica estadual da APS na Planificação da Atenção à Saúde, Valéria Moraes, ressaltou que o resultado é fruto de um trabalho coletivo e territorializado: “A Planificação no Acre foi construída a muitas mãos, respeitando as realidades dos territórios e fortalecendo a coordenação do cuidado. Manter o primeiro lugar nacional confirma que organizar a APS a partir do risco, da integração entre os níveis de atenção e da segurança do paciente gera resultados concretos, especialmente na linha materno-infantil.”
A agenda estratégica da Atenção Primária segue fortalecida no estado. Atualmente, a Coordenação de Projetos Estratégicos da APS mantém atuação direta na consolidação da Planificação, com foco na articulação de projetos estruturantes, na inovação dos processos de trabalho e na sustentabilidade das mudanças implantadas nos municípios.
A participação do Acre na 3ª Conferência Nacional de Planificação da Atenção à Saúde reafirma o compromisso do Estado com a inovação, a qualidade do cuidado e o fortalecimento do SUS, demonstrando que o investimento em planejamento, integração e qualificação dos processos de trabalho gera resultados concretos e reconhecidos nacionalmente.
















Você precisa fazer login para comentar.