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Acre

Atuação do Grupo de Monitoramento e Fiscalização previne a violação de direitos nos presídios

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O Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (GMF) do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) realizou inspeção na Unidade Penitenciária Antônio Sérgio Silveira de Lima na última quinta-feira, dia 28.  O monitoramento in loco tem o objetivo de verificar as condições estruturais e o atendimento de saúde, educação e trabalho na unidade.

O presídio de Senador Guiomard é o único que atende ao público masculino que não possui uma superlotação carcerária (o feminino de Tarauacá e Cruzeiro do Sul também não estão superlotados). A estrutura possui 796 vagas e hoje está com 457 apenados. Contudo, em diálogo com o diretor Benedito Herdan, ele explicou à comitiva do Poder Judiciário acreano que na verdade há cerca de 650 vagas aptas ao atendimento da demanda, porque três blocos estão desativados.

“Dois blocos eram destinados a visitas íntimas e estão desativados, por exemplo. Nele, as celas têm portas chapadas, então do jeito que está não dá para ser utilizado, porque não tem a luminosidade e ventilação adequada para a permanência de uma pessoa”, explicou.

 

A última vistoria realizada pelo GMF no local foi em novembro de 2021. De lá para cá, uma das novidades foi a implantação de um lava jato. Essa estrutura se soma a horta, marcenaria, oficina e cozinha industrial, que oportunizam trabalho aos apenados. De acordo com as informações do chefe de Execução Penal, Cairon Torres, 150 trabalham, ou seja, 32% possuem uma ocupação que pode ser contabilizada para a remição da pena.

Contudo, o gestor enfatizou a morosidade no lançamento da remição nos processos. “O Iapen lança os dias estudados e trabalhados, mas não é nossa competência o pedido de remição. Como fazemos o acompanhamento de tudo, eu tenho de cabeça oito casos, de processos conclusos, de pessoas que já eram para estar em liberdade”. A listagem desses casos apontados foi entregue para a equipe do GMF, visando o registro no diagnóstico do GMF e encaminhamentos.

 

 

As marmitas dadas aos reclusos são fornecidas pela empresa que venceu a licitação e o preparo é feito na cozinha industrial da unidade. Nas duas últimas visitas técnicas não foi possível dialogar com a nutricionista responsável e conhecer se o cardápio está de acordo com o plano alimentar prescrito. Contudo, na marmita desta quinta-feira, não havia nenhuma opção de legume ou salada na refeição.

A distribuição das quantidades estava sendo feita de forma autônoma, então a juíza Andrea Brito sugeriu que fosse realizada a pesagem de uma marmita, uma vez que há uma norma para que os usuários do sistema penitenciário recebam 800 gramas de comida nas refeições principais.

O servidor responsável buscou uma balança e percebeu-se que todas que estavam sendo confeccionadas naquele dia tinham quantidade inferior ao que deveria ser entregue na refeição. O vasilhame pesa 376 gramas com as 800 gramas, o total deveria ser 1.176 quilos. Não havia um padrão, os pesos das marmitas variavam e todas estavam abaixo do devido.

 

 

Em seguida, nos pavilhões houve uma unanimidade de reclamações sobre a qualidade das marmitas. O recipiente é de plástico, então os presos criticaram que por serem mal lavadas, elas fedem. Vários disseram que a comida já chega estragada, pois considerando o tempo que são montadas na cozinha (em uma marmita que eles afirmam ser mal lavadas), mais o tempo de espera até distribuição é suficiente para alguns alimentos chegarem estragados.

 

Realidade do presídio

Ao percorrer os blocos, percebeu-se que em uma das alas faltava colchão em todas as celas. Na ala seguinte, os detentos reclamaram que estavam dois meses sem banho de sol. Já na ala onde estão os que possuem alguma questão de saúde, um homem estava com a bolsa de colostomia de uma cirurgia realizada cinco meses e há um mês não via o médico.

Por fim, a situação mais grave foi denunciada ao chegar no bloco do corretivo. Quando os juízes entraram, um homem passou a gritar da última cela, de onde estava. Ele afirmava que foi torturado. Para o coordenador do GMF, juiz Robson Aleixo, ele contou que um policial o agrediu. “O policial me agrediu! Pelo fato de ele exercer um cargo público ele fez o abuso de autoridade, porque ele fez uma agressão física me batendo. Eu não to aqui pra tá apanhando de ninguém não, eu to aqui para cumprir a lei que a Justiça manda e pagar um crime que eu cometi”, seguiu dizendo de forma alterada.

Este réu foi preso inicialmente por feminicídio, depois retornou ao sistema carcerário por outros crimes. A denúncia também foi registrada para posterior averiguação.

O diretor da unidade penitenciária reforçou o comprometimento do Instituto Penitenciário do Acre (Iapen/Acre) com o cumprimento da lei. “A inspeção é importante, porque identifica questões que nos auxiliam a exercer nosso trabalho da melhor forma, o que sempre temos buscado fazer”, disse.

 Miriane Teles | Comunicação TJAC

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Acre

Cânticos de fé e acolhimento transformam Natal de pacientes no PS

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Foto: Cedida

Corredores do Pronto-Socorro de Rio Branco foram tomados por um som diferente do habitual nesta quarta-feira (24). Em meio à rotina intensa da unidade, servidores se reuniram para realizar um cântico natalino, levando música, palavras de fé e gestos de acolhimento a pacientes e profissionais que permanecem em serviço durante a data.

A iniciativa, que já se tornou tradição, tem como propósito aproximar o verdadeiro significado do Natal de quem passa esse período longe de casa. Para muitos pacientes, a internação na véspera da data simboliza medo e solidão. Para os servidores, é o desafio de cumprir o dever de cuidar enquanto a família celebra à distância. O cântico surge, então, como um gesto simples, mas carregado de sensibilidade, capaz de aquecer corações e renovar esperanças.

Para o gerente de Assistência do Pronto-Socorro, Matheus Araújo, a ação representa uma forma de humanizar ainda mais o atendimento e fortalecer os vínculos dentro da unidade.

“O Natal fala sobre amor, cuidado e presença. Sabemos que muitos servidores passam essa data longe de suas famílias e que muitos pacientes gostariam de estar em casa. Esse momento é para lembrar a todos que eles não estão sozinhos, que aqui existe acolhimento, humanidade e compromisso com o cuidado”, destacou.

A programação percorreu diferentes setores do hospital e contou com a participação de servidores da gestão, do corpo de enfermagem, supervisores e colaboradores do Núcleo de Atendimento ao Servidor (NAST). A organização da ação é feita de forma voluntária e colaborativa, com recursos arrecadados entre os próprios profissionais, que se mobilizam todos os anos para tornar o momento possível.

Além do simbolismo, o cântico também revela o outro lado do cotidiano do pronto-socorro: o cuidado que vai além da técnica e alcança o emocional e o espiritual. Em um cenário marcado por desafios e dias difíceis, a iniciativa ajuda a reforçar para a população que, diariamente, a unidade trabalha com dedicação, empatia e compromisso com a vida.

A enfermeira emergencista Jonnyka Lima, que atua na linha de frente do atendimento, ressaltou o impacto do momento tanto para os pacientes quanto para os profissionais.

“Esse momento toca profundamente quem está aqui dentro. Para o paciente, é um alívio no coração; para nós, profissionais, é uma renovação de forças. Às vezes, tudo o que alguém precisa é ouvir uma música, uma palavra de carinho, sentir que não foi esquecido. O Natal nos lembra exatamente isso: cuidar do outro também é um ato de amor”, afirmou.

Após a apresentação, as reações falavam por si. Olhares emocionados, sorrisos tímidos, lágrimas discretas e palavras de gratidão marcaram o encerramento da ação. Muitos pacientes relataram que precisavam exatamente daquela música ou daquela mensagem. Entre os servidores, o sentimento era de comunhão e fortalecimento coletivo.

Em meio à urgência, ao cansaço e aos desafios diários, o cântico reafirmou que o Natal pode acontecer em qualquer lugar, inclusive dentro de um hospital e que, onde há cuidado, há também humanidade, esperança e amor.

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Acre receberá R$ 6,3 milhões para conservação e manutenção de rodovias em 2026

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A Secretaria Nacional de Transporte Rodoviário, vinculada ao Ministério dos Transportes, publicou a Portaria nº 939, de 16 de dezembro de 2025, que aprova os Programas de Trabalho apresentados pelos estados e pelo Distrito Federal para aplicação dos recursos da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide-Combustíveis) no exercício de 2026. O decreto foi publicado na edição do Diário Oficial da União (DOU).

O ato foi assinado pela secretária nacional de Transporte Rodoviário, Viviane Esse, e tem como base a Lei nº 10.336/2001 e a Portaria nº 228/2007, que regulamentam a destinação dos recursos da Cide. A portaria também estabelece que eventuais alterações nos programas deverão seguir rigorosamente as normas previstas na legislação vigente.

No caso do Acre, foi aprovado o Programa de Conservação e Manutenção de Rodovias Estaduais para 2026, conforme processo administrativo nº 50000.029129/2024-53. O plano prevê investimentos voltados à conservação, manutenção e recuperação de importantes trechos da malha rodoviária estadual.

Entre as rodovias contempladas estão a AC-010, no trecho entre Rio Branco e Porto Acre; a AC-040, ligando Rio Branco a Plácido de Castro; a AC-090, no trecho entre Rio Branco e o km 100; além das rodovias AC-475, AC-485, AC-380, AC-445, AC-407 e AC-405, que atendem municípios como Xapuri, Bujari, Rodrigues Alves, Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima.

O valor total destinado ao programa no Acre soma R$ 6.337.978,18, com execução financeira distribuída ao longo dos quatro trimestres de 2026. Os recursos serão aplicados de forma contínua, garantindo a manutenção e recuperação das vias estaduais ao longo de todo o ano.

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No Acre, casamentos duram cerca de 11 anos, ficando abaixo da média nacional

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Os casamentos estão durando menos em todo o Brasil, e o Acre aparece entre os estados com menor tempo médio de duração das uniões, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Enquanto, no país, os matrimônios duram, em média, 13,8 anos, no Acre esse período cai para 11,1 anos, ficando abaixo da média nacional e regional.

No ranking dos estados brasileiros, o Acre ocupa uma das posições mais baixas em relação à duração dos casamentos, ficando atrás apenas de unidades da Região Norte e Centro-Oeste, como Rondônia (11 anos) e Roraima (10,2 anos). Os dados fazem parte da Estatística do Registro Civil, divulgada pelo IBGE em dezembro, e se referem às uniões formalizadas em 2024.

Apesar da redução na duração média dos casamentos, o IBGE registrou, em 2024, a primeira queda no número de divórcios desde 2019, com redução de 2,8% em relação ao ano anterior.

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