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Após liminar, aluno-soldado que denunciou maus-tratos é reintegrado a curso da Polícia Militar no AC

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Reintegração foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) desta quinta-feira (7). Reginaldo Ribeiro passou por avaliação médica e aguarda para voltar ao curso.

 

O aluno-soldado do curso de formação doa Polícia Militar do Acre (PM-AC) Reginaldo Ribeiro, de 34 anos, foi reintegrado ao curso, após conseguir uma liminar favorável, ainda no final de setembro. A reintegração dele foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) desta quinta-feira (7).

Ribeiro denunciou que sofreu maus-tratos, foi humilhado e pressionado a assinar um pedido para sair do curso no dia 3 de setembro. Ele iniciou as aulas no dia 1º junto com as turmas do cadastro reserva do concurso da Polícia Militar do Acre (PM-AC) de 2017 no Centro Integrado de Ensino e Pesquisa de Segurança e Justiça Francisco Mangabeira (Cieps), em Rio Branco.

Depois de assinar a desistência, ele acionou a justiça e conseguiu a liminar para retornar ao curso no dia 30 de setembro. No ato da decisão judicial, a assessoria da Polícia Militar informou que ia cumprir a determinação. “A PM-AC vai cumprir a liminar, nos termos da decisão judicial.”

“Considerando a decisão judicial de reintegração resolve reintegrar Reginaldo Ribeiro da Silva, em caráter sub judice, ao curso de formação de soldados, a contar do dia 5 de outubro de 2021”, diz a portaria.

Após a reintegração, Ribeiro disse que passou por uma junta médica e aguarda um parecer que deve ser encaminhado ao Cieps para que retorne às aulas do curso e comemorou.

“Estou me sentindo muito feliz. Desde que saiu a liminar, estou feliz pelo fato de a justiça ter acreditado no que eu disse mediante os documentos e anexei aos autos e a PM com essa portaria cumprindo com a decisão judicial”, comemorou.

Defensoria Pública obteve decisão liminar favorável para que Reginaldo Ribeiro, de 34 anos, seja reintegrado ao Curso de Formação da PM-AC — Foto: Arquivo/CFDS 2021

Defensoria Pública obteve decisão liminar favorável para que Reginaldo Ribeiro, de 34 anos, seja reintegrado ao Curso de Formação da PM-AC — Foto: Arquivo/CFDS 2021

‘Falaram que eu não tinha vocação’

 

Em sua denúncia, Ribeiro afirma que ficou o dia todo sem o gorro de proteção da cabeça debaixo de sol forte junto com os demais alunos, passou mal, vomitou, sentiu muita tontura e não sentia as pernas em alguns momentos do treinamento.

Segundo ele, foi nesse momento de desorientação e de extremo cansaço que chegaram com o documento para ele assinar pedindo para que deixasse o curso.

“Foi retirada de mim, a possibilidade de usar o gorro, que é a cobertura, só eu fiquei sem e os outros quase 200 alunos usavam. Deram o gorro, mas o meu foi tomado depois. Passei o dia com a cabeça descoberta com o cabelo já cortado bem baixinho, e peguei sol o dia todo. Passei mal, a vista escureceu, senti tontura, vômito e não sentia as pernas. Falaram que eu não tinha perfil para ser PM, que era para eu pedir para sair porque lá não era meu lugar. Falaram que eu era usuário de entorpecente, faccionado, que era de gangue e lá não era meu lugar”, relembrou.

Desligamento

 

No dia 9 de setembro, o desligamento de Ribeiro foi publicado pela Diretoria de Ensino da PM-AC no Diário Oficial do Estado (DOE). A portaria dizia:

“Desligar do Curso de Formação de Soldado – CFSD PMAC 2021, o AL SD PM Reginaldo Ribeiro da Silva, a contar de 03 de setembro de 2021, por abdicar de sua vaga no curso, à pedido, conforme requerimento”.

O ex-aluno falou que foi pressionado a assinar o desligamento e não tinha consciência do que estava acontecendo naquele momento.

Ex-aluno do curso de formação diz que foi humilhado e chamado de faccionado por treinadores — Foto: Arquivo/CFSD 201

Ex-aluno do curso de formação diz que foi humilhado e chamado de faccionado por treinadores — Foto: Arquivo/CFSD 201

“Foi uma pressão desnecessária, acredito eu, porque quando uma pessoa fica mediante o estresse e percebe que não tem vocação para ser policial militar pede para sair mesmo, toma a iniciativa, não é pressionada. Eu fui o contrário, houve uma pressão, parece que eu estava marcado para sair. Assinei naquele momento sem ter plena consciência do que estava fazendo”, destacou.

Com o desligamento, Ribeiro protocolou um requerimento de anulação da assinatura de desligamento do curso de formação. Ele pretende voltar para o treinamento e aguarda um posicionamento da PM. Caso não consiga, o ex-aluno soldado promete acionar a Justiça.

“Não estava em plena condições mentais para tomar uma decisão tão radical e sair do curso. Quero voltar para o curso, sou concursado e não quero nada mais do que ter aquilo pelo qual paguei o preço para ter, que é o curso de formação para ser um policial militar”, relatou.

Sonho

 

Ribeiro acrescentou que sempre sonhou em ser policial militar e quer realizar o desejo. “Tenho um profundo respeito pela PM, é uma das instituições que combate o crime com muita honradez, está presente em todos os municípios do Acre. Alguns profissionais se excedem no trabalho. Estão fazendo uma apuração para saber se aconteceu o que eu disse. Mas, caso haja uma negativa, vou entrar com um mandado de segurança com pedido de liminar para voltar”, concluiu.

Veja a nota da PM sobre o desligamento

NOTA DE ESCLARECIMENTO

A respeito de notícias divulgadas na mídia envolvendo o Curso de Formação de Soldados 2021 (CFSD 2021), a Polícia Militar do Acre (PMAC) esclarece que:

1. Os Cursos de Formação de Soldados tem por objetivo a preparação de aprovados em concurso público para a carreira de Praças da Polícia Militar do Acre e é desenvolvido para qualificar o futuro soldado para a execução de atividades de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública;

2. Para o início desta formação, é planejado um período de adaptação militar, com instruções (teóricas e práticas) preparatórias voltadas ao ensinamento de princípios, costumes e tradições militares, bem como execuções de ordem unida, educação física, marcha, formaturas, entre outras atividades, buscando-se conhecer e delimitar as condições físicas e psicológicas do corpo de novos policiais, para que se avalie os pontos que serão desenvolvidos durante a formação;

3. A primeira semana de curso mostra-se sempre difícil para os alunos, já que estão saindo do meio civil e ingressando na carreira militar, e não possuem o psicológico e, especialmente, o físico, adaptados para a realização de atividades que demandem um esforço maior.

4. Não é anormal que alguns alunos se sintam mal, que não consigam permanecer por muito tempo em pé, desmaiem, bem como se machuquem durante as atividades, considerando ainda as condições climáticas do Estado do Acre nesta época do ano. Entretanto, a Coordenação do CFSD planeja essas atividades já prevendo situações como essas, buscando utilizar os meios disponíveis para minorar esses acontecimentos.

5. Durante todo o período de adaptação, uma ambulância com uma equipe médica da Policlínica da PMAC acompanha o desenvolvimento das atividades. Todos os alunos que tiveram problemas foram avaliados pela equipe de saúde, e alguns foram encaminhados para a sede da Policlínica. Vale salientar que as orientações médicas são observadas, sendo que os alunos que se machucaram passaram a não executar atividades que pudessem piorar suas lesões.

6. É importante destacar que não é de interesse da instituição que os alunos se machuquem durante as instruções. Porém, as pessoas possuem realidades fisiológicas diversas e algumas acabam sofrendo mais durante os treinamentos.

7. Exposição ao sol, longos períodos em pé, grandes deslocamentos com equipamentos pesados, por vezes a pé, horas sem comer, difícil acesso à hidratação, são situações vivenciadas por policiais militares diariamente, em seus serviços operacionais. Considerando que a carreira policial militar é executada, em sua essência, sob forte estresse, lidando com conflitos sociais, a qualquer hora do dia ou da noite, bem como em qualquer lugar, é razoável que se treine esses policiais para algo próximo a realidade que vivenciarão pelo resto de suas carreiras, o que demanda, além do preparo psicológico, vigor físico, alcançado, dentre outras formas, através da rusticidade durante o treinamento.

8. Acerca da situação relatada pelo Sr. Reginaldo Ribeiro, no dia 8 de setembro, portanto, antes de seu desligamento do curso ser alvo de matéria jornalística, já havia sido instaurado pelo Diretor de Ensino um procedimento administrativo para averiguação dos fatos por ele relatado, relacionados ao seu desligamento do Curso de Formação de Soldados.

9. A respeito de imagem divulgada de uma aluna com os pés enfaixados, esclarecemos que a policial feminina em formação teve bolhas nos pés ocasionadas pelo atrito de seu pé com o calçado que não era habituada a usar. Tão logo a coordenação do curso tomou conhecimento de sua situação, a encaminhou para atendimento médico e, por esse motivo, encontrava-se nas condições em que a foto foi tirada;

10. Quanto a foto de mãos com bolhas estouradas, trata-se de um aluno que se lesionou durante uma atividade de educação física militar denominada funcional, por executar de forma errada um dos exercícios

11. Por fim, informamos que cinco alunos do sexo masculino pediram desligamento do curso por variados motivos. Deixamos claro que em nossas formações e ações, a PMAC preza pela observância das normas vigentes no país, com respeito aos direitos e garantias fundamentais, dando a todos os alunos um tratamento igualitário, não compactuando com qualquer procedimento degradante, que ofenda a dignidade da pessoa humana.

Assessoria de Comunicação da PMAC

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Seis integrantes da facção foram detidos em Cruzeiro do Sul; grupo é suspeito de tráfico, homicídios, sequestro e “tribunal do crime”

As investigações começaram em agosto de 2024 e apontaram que o grupo atuava de maneira estruturada e permanente, com hierarquia definida e divisão clara de funções. Foto; captada 

Uma operação conjunta das polícias do Acre, Amazonas, Polícia Federal e Gefron resultou na prisão de integrantes da cúpula do Comando Vermelho (CV) que atuavam de forma articulada na região de fronteira entre Acre, Amazonas e Rondônia. A segunda fase da Operação Fênix, deflagrada nesta terça-feira (16), cumpriu seis mandados de prisão preventiva em Cruzeiro do Sul, no interior do Acre.

As investigações, iniciadas em agosto de 2024, revelaram uma estrutura hierárquica e permanente da facção, com suspeita de envolvimento em crimes como organização criminosa, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, sequestro, tortura, extorsão e homicídios ligados ao chamado “tribunal do crime”.

A operação foi coordenada pela Polícia Civil do Amazonas (PCAM) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Gefron, vinculado à Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Acre. Foto; captada 

Além das prisões, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão domiciliar. A Justiça também autorizou o afastamento do sigilo telemático dos investigados e determinou seis medidas para o sequestro de veículos utilizados pela organização criminosa.

Segundo o delegado titular da Delegacia-Geral de Cruzeiro do Sul, Heverton Carvalho, a operação representa um avanço significativo no combate ao crime organizado na região de fronteira.

“Essa investigação mostrou a complexidade e a periculosidade dessa facção, que atuava de forma integrada entre diferentes estados. A ação conjunta das forças de segurança foi essencial para retirar de circulação lideranças responsáveis por crimes extremamente violentos”, afirmou.

A Polícia Civil do Acre informou que as investigações seguem em andamento para identificar outros envolvidos e aprofundar a responsabilização criminal dos integrantes do grupo.

A Justiça também autorizou o afastamento do sigilo telemático dos investigados e determinou seis medidas para o sequestro de veículos utilizados pela organização criminosa. Foto: captada 

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Toffoli autoriza diligências da PF em investigação sobre Banco Master

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta segunda-feira (15) determinar novas diligências envolvendo a investigação que alcançou o banqueiro Daniel Vorcaro, um dos sócios do Banco Master.

O ministro deu prazo de 30 dias para a Polícia Federal (PF) realizar os depoimentos dos investigados e das autoridades do Banco Central que realizaram as investigações.

A PF também poderá requisitar informações aos órgãos envolvidos na investigação e novos pedidos de quebra de sigilo telefônico.

No início deste mês, Toffoli decidiu que a investigação sobre o Banco Master deverá ter andamento no STF, e não mais na Justiça Federal em Brasília. A medida foi tomada diante da citação de um deputado federal nas investigações. Parlamentares têm foro privilegiado na Corte.

Em novembro deste, Vorcaro e outros acusados foram alvo da Operação Compliance Zero, deflagrada pela Polícia Federal (PF) para investigar a concessão de créditos falsos pelo Banco Master, incluindo a tentativa de compra da instituição financeira pelo Banco Regional de Brasília (BRB), banco público ligado ao governo do Distrito Federal. De acordo com as investigações, as fraudes podem chegar a R$ 17 bilhões.

Além de Vorcaro, são investigados os ex-diretores Luiz Antonio Bull, Alberto Feliz de Oliveira e Angelo Antonio Ribeiro da Silva, além de Augusto Ferreira Lima, ex-sócio do banco.

Após a prisão, os advogados de Daniel Vorcaro negaram que o banqueiro tentou fugir do país e sustentou que ele sempre se colocou à disposição para contribuir com a apuração dos fatos.

O BRB informou que vai contratar uma auditoria externa para apurar os fatos. O banco também diz que vai apurar possíveis falhas de governança ou dos controles internos.

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Brasiléia é o melhor lugar para se viver no Acre, diz observatório

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Um levantamento realizado pelo Observatório das Metrópoles, aponta que o município de Brasiléia, no Acre, alcançou o melhor desempenho no Índice de Bem-Estar Urbano Global (IBEU), figurando entre os cinco municípios acreanos com maior pontuação no indicador, com IBEU de 0,707, o mais elevado do estado.

A notícia foi recebida pelo prefeito Carlinhos do Pelado, ao lado da secretária municipal de Planejamento, Goreth Bibiano, que acompanharam a divulgação do estudo e ressaltaram a importância do reconhecimento para o município. Para o gestor, o resultado consolida, com dados técnicos e metodologia científica, aquilo que a população já percebia no dia a dia.

“Durante muito tempo, dizer que Brasiléia é o melhor lugar do Acre para se viver era algo empírico, baseado na vivência das pessoas. Agora, esse sentimento é respaldado por um estudo nacional sério, que analisa indicadores técnicos e compara municípios de todo o país. Isso mostra que estamos no caminho certo”, afirmou o prefeito Carlinhos do Pelado.

Mesmo enfrentando grandes desafios ao longo dos anos, como quatro grandes alagações e inundações, sendo a mais recente em 2024, Brasiléia manteve avanços significativos em áreas estratégicas. Segundo o prefeito, o desempenho no IBEU reflete a capacidade de superação da cidade e o trabalho contínuo da gestão pública.

“Brasiléia já enfrentou momentos muito difíceis, especialmente com as enchentes. Ainda assim, conseguimos avançar em infraestrutura, serviços públicos, habitação e planejamento urbano. Esse índice mostra que, apesar das adversidades, nossa cidade evolui e oferece qualidade de vida à população”, destacou.

A secretária de Planejamento, Goreth Bibiano, enfatizou que o resultado é fruto de políticas públicas planejadas e de investimentos contínuos. “O IBEU avalia aspectos fundamentais como condições ambientais, habitacionais, serviços coletivos e infraestrutura. Ter o melhor índice do Acre demonstra que o planejamento urbano de Brasiléia está alinhado com o desenvolvimento sustentável e o bem-estar das pessoas”, pontuou.

A população estimada de Brasiléia, Acre, para 2025 é de 28.028 pessoas, conforme dados do IBGE divulgados em agosto de 2025, demonstrando crescimento em relação aos aproximadamente 26 mil habitantes registrados no Censo 2022 e às estimativas anteriores. Segundo o IBGE, o aumento populacional acompanha a consolidação do município como polo regional de serviços, educação e integração fronteiriça.

Localizada na fronteira com a Bolívia e o Peru, Brasiléia possui posição estratégica na região do Alto Acre e é reconhecida pelo Governo Federal como cidade gêmea, juntamente com Epitaciolândia (Brasil) e Cobija (Bolívia), formando um importante eixo de integração internacional. Mais de 8 mil estudantes, em sua maioria, escolheram o município como local de moradia enquanto estudam na cidade boliviana de Cobija.

Além disso, Brasiléia é passagem estratégica para o Pacífico pela BR-317, fator que impulsiona o comércio, a logística e a integração regional, sustentando uma economia em constante evolução e desenvolvimento. O município também já foi contemplado com o Selo UNICEF, reconhecimento nacional pelas políticas públicas voltadas à infância e à adolescência

No campo educacional e econômico, Brasiléia abriga o terceiro campus de fronteira da Universidade Federal do Acre (UFAC), fortalecendo o ensino superior e a pesquisa na região. O município conta ainda com a presença de grandes empresas do setor alimentício, como Acre Aves e Dom Porquito, que contribuem diretamente para a geração de emprego, renda e fortalecimento da economia local.

O Índice de Bem-Estar Urbano Global (IBEU) é construído a partir de uma análise comparativa das principais regiões e municípios do país, permitindo estabelecer um ranking das condições de bem-estar urbano e evidenciar desigualdades existentes. O indicador considera dimensões como condições ambientais, condições habitacionais, serviços coletivos e infraestrutura urbana.

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